quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Se é BAYER é bom! Nem sempre, relações suspeitas de corrupção nunca foram investigadas.


Philipp Mimkes , Koeln, Alemanha | 15/02/11 09:36
“Bayergate” ainda não foi investigada.

Amanhã a Companhia alemã Bayer comemora o centenário da sua presença em Portugal com uma recepção no Tivoli, um hotel de 5 estrelas em Lisboa. Nesse acontecimento a Coordenadora contra os perigos da BAYER, que tem controlado a companhia durante mais de 30 anos, lembra que o envolvimento da Bayer nas práticas de corrupção que envolvem a indústria farmacêutica em Portugal nunca foram devidamente investigadas. O Ministério Público Português, ao abrigo do “Principio de oportunidade”, nada investigou. Aliás este mesmo “principio de oportunidade” não existe no ordenamento jurídico Português, embora tenha sido invocado em tribunal, algo que é incompreensível num estado dito “de direito”.

Philipp Mimkes membro do Conselho da Coordenadora contra os perigos da BAYER afirma: “Doentes portugueses sofreram danos e prejuízos e o dinheiro público foi desperdiçado. O aniversário da presença da Bayer em Portugal deve ser a ocasião para que finalmente sejam publicitados e esclarecidos estes casos de corrupção. As autoridades Portuguesas deviam ousar enfrentar companhias poderosas como a Bayer”.

Em 1997 o ex-funcionário da Bayer Alfredo Pequito deu conhecimento público que as empresas farmacêuticas em Portugal corromperam milhares de médicos para receitarem os seus produtos. Pequito recolheu aproximadamente 2500 nomes de médicos Portugueses que foram incentivados com presentes de luxo. Bayer realizou testes médicos, sem qualquer base ética, em Portugal, e algumas pessoas morreram.

Pequito relatou que os delegados de informação médica (DIM) da Bayer utilizaram largas quantidades de dinheiro na compra de presentes, incluindo dinheiro vivo (cash) e vouchers de viagens: “Desde que iniciei funções na Bayer fui informado que uma soma elevada de dinheiro estava à minha disposição que era suposta para ajudar os médicos nas suas actividades. Esta soma em dinheiro estaria ao seu dispor sempre que o requisitasse. A Inspecção Geral de Saúde verificou mais tarde que, por exemplo no ano de 1997, a Bayer Portugal gastou entre 5 a 10% dos seus lucros neste tipo de actividades”.

Em 2000 Pequito escapou por pouco dum atentado contra a sua vida, pouco tempo antes de prestar testemunho contra o seu ex-empregador. Em Abril de 2008 Pequito foi convidado pela Coordenadora contra os perigos da BAYER a falar durante a Assembleia de Accionistas da Bayer e na presença da Administração e de 4000 accionistas.

Em 2006 o semanário Expresso reportou que oito (8) voluntários morreram num teste (estudo) levado a cabo pela Bayer para o tratamento de insuficiências cardíacas. Os testes foram suspensos, e o medicamento nunca foi lançado no mercado. A Bayer nunca foi acusada de corrupção junto.

Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/bayer-portugal-cria-fundo-de-pensoes_111126.html

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