sexta-feira, 27 de junho de 2014

Conhecimentos básicos sobre PELE SENSÍVEL

 

PELE SENSÍVEL
A pele normal é a condição ideal para se ter uma pele saudável. Ela é suave, macia, sedosa, saudável e bastante hidratada. A manutenção do valor de pH em 5.5 do filme hidrolipídico e da camada córnea cria uma barreira de proteção contra a desidratação, agentes patógenos e contra fatores externos. Produtos dermatológicos para o cuidado medicinal da pele que possuem o valor de pH 5,5 mantém o equilíbrio de lipídeos e água do manto ácido da pele.


Ranbaxy recebe aprovação dos EUA para versão genérica do Diovan® da Novartis

27/06/2014 - 11:37 A FDA (entidade que regula os medicamentos nos EUA) anunciou na quinta-feira que aprovou o pedido da Ranbaxy para comercializar uma versão genérica do medicamento para a hipertensão Diovan® (valsartan) da Novartis. Um executivo da Ranbaxy indicou que o medicamento será lançado nos próximos dias, com os analistas a estimar que pode gerar 200 milhões de dólares em receita durante os 180 dias do período de exclusividade da empresa, avança o site FirstWord Pharma.
Esperava-se inicialmente que farmacêutica indiana lançasse a versão genérica do Diovan® quando a patente do medicamento expirou nos EUA em Setembro de 2012. No entanto, várias questões de controlo de qualidade levantadas à Ranbaxy, a última sendo uma proibição de importação que a FDA emitiu no início deste ano a uma quarta fábrica na Índia, impediram a empresa de introduzir o seu produto genérico.

A Novartis reviu a sua orientação financeira duas vezes em 2013, como resultado do atraso. A farmacêutica suíça gerou cerca de 3,5 mil milhões de dólares no ano passado nas vendas de ambos Diovan® e Diovan® HCT, a sua versão genérica de uma combinação de valsartan e hidroclorotiazida. A empresa estima que ganhou cerca de 100 milhões de dólares em cada mês que a terapia cardiovascular evitou a concorrência dos genéricos.
O porta-voz da FDA Christopher Kelly disse que a versão genérica do Diovan® será fabricada na unidade Ohm Laboratórios Ranbaxy, em Nova Jersey. A farmacêutica tinha planeado produzir o medicamento genérico na sua fábrica em Mohali, na Índia, mas o regulador dos EUA impôs um alerta de importação sobre a unidade de produção em Setembro de 2013.
Enquanto isso, esperava-se que a Ranbaxy tivesse lançado em Setembro passado a primeira versão genérica do Valcyte® (valgancyclovir) da Roche que tem vendas anuais nos EUA de 195 milhões de dólares. A farmacêutica indiana também tinha planeado lançar em Maio uma versão genérica do Nexium® (esomeprazol) da AstraZeneca, que gera vendas de mais de 5 mil milhões de dólares.


 


 

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Tecnologia LED RED é a nova aposta para tratamento capilar

Algumas pessoas apresentam sensibilidade extrema na pele e não toleram tratamentos a partir de ácidos ou opções mais agressivas. De acordo com a médica Dra. Daniele Martins Lopes, diretora da clínica Pele & CIA, a alternativa que se mostra eficaz para auxiliar tratamentos capilares é a fotobiomodulação de LED RED. "A técnica é uma boa terapia auxiliar para a queda de cabelo, pois utiliza-se de LEDs especiais que emitem radiação no comprimento de onda exato para cada caso. A ação direta da luz especial tem a capacidade de penetrar nos tecidos e chegar rapidamente até a célula", afirma médica.

A quantidade de sessões é variável de acordo com cada paciente, mas geralmente o protocolo inicial indica um tratamento de 20 sessões, com procedimentos realizados entre uma e duas vezes por semana. O LED estimula a raiz do cabelo, aumentando o suprimento sanguíneo da região do couro cabeludo. "O tratamento suaviza a perda de fios; diminui condições como dermatite seborréica (caspa), coceiras e irritações; normaliza a produção de sebo e estimula a aceleração do processo de crescimento dos fios", explica a especialista.

Segundo Dra. Daniele, o LED RED é uma opção não invasiva e que trata grandes áreas com uma única aplicação - gerando agilidade e eficácia nos tratamentos: "Os resultados ocorrem com efeito direto da irradiação luminosa, não por conta do aquecimento. Por isso, define-se como uma técnica moderna e bastante promissora para a dermatologia."

Outras vantagens do LED RED são: tratamento indolor, não apresenta restrição ao tipo de pele e não danifica os tecidos subdérmicos.


Serviço:
Pele & Cia Centro Dermatológico I
www.pelecia.com.br
Alameda Cabral, 45 - Centro, Curitiba - PR, 80410-210
(41) 3076-3013


Governo fará ‘saque’ de 15 bi na Petrobras; ação despenca

24/06/2014

Lembre-se sempre de quem você é acionista minoritário.

No que um analista chamou de “virada monstruosa”, as ações da Petrobras, que operavam em alta de 3% até o meio da tarde, terminaram o dia em queda de 3,6% depois que o mercado começou a entender a mais recente manobra do Governo envolvendo o caixa da empresa.

O Governo anunciou hoje que a Petrobras fará o pagamento, à União, de um bônus de assinatura no valor de 2 bilhões de reais este ano, seguido de mais 13 bilhões de reais entre 2015 e 2018 a título de antecipação de parte do excedente em óleo do pré-sal.

Os pagamentos anunciados hoje se referem aos volumes de petróleo que ultrapassam os limites contratados nos primeiros contratos entre a Petrobras e a União, logo após a descoberta do pré-sal.

Na época, estimou-se que uma determinada área do pré-sal continha ao menos 5 bilhões de barris de petróleo, e o Governo usou aqueles barris para fazer um aumento de capital na Petrobras — contrariando os acionistas minoritários, que tiveram que colocar dinheiro vivo na operação.

“O tamanho dos pagamentos não é um tamanho que assuste, mas o sinal enviado ao mercado é que o Governo, mais uma vez, está fazendo caixa em cima de uma companhia que já está apertada”, diz um gestor. “Você pode até fazer as contas e chegar à conclusão de que isso é um bom negócio para a companhia, mas a Petrobras ainda não retirou nem os 5 bilhões de barris originais, e já está antecipando ao governo caixa sobre o excedente.”

A decisão de hoje, tomada no âmbito do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) vem num momento em que as ações da Petrobras já subiram cerca de 50% a partir das mínimas do ano, embaladas pelo crescimento da oposição nas pesquisas eleitorais e a perspectiva de uma gestão mais profissional da empresa.

“[A decisão do CNPE] significa mais pressão sobre o caixa da empresa, que já está muito alavancada, e não traz nenhuma geração de caixa no curto prazo”, diz outro analista. “É péssimo para o papel.”

As ações preferenciais da Petrobras fecharam o dia a 17,64 reais.

Por Geraldo Samor


 

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Indústria defende redução dos impostos sobre medicamentos produzidos no País

14/06/2014
Veículo: Jornal Gente – Rádio Bandeirantes
Âncora: Salomão Ésper

Representantes da indústria farmacêutica defenderam essa semana a redução dos impostos sobre medicamentos produzidos no Brasil. O assunto foi abordado em audiência pública da comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 491/10, que proíbe impostos sobre alimentos, remédios e fertilizantes.

De acordo o presidente-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos de São Paulo (Sindusfarma), Nélson Mussolini, a França cobra 2,1% de impostos sobre medicamentos, enquanto, no Brasil, o valor é de 33,9%. “É imoral”, afirmou.

O presidente da comissão, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), também destacou a elevada carga tributária sobre o produto. Ele apontou que os remédios veterinários são mais baratos do que aqueles produzidos para o consumo humano. “Se você entrar latindo ou mugindo, vai pagar menos. O medicamento é algo essencial, diferentemente de carros e caminhões; por isso, é preciso zerar os impostos dos remédios”, defendeu o parlamentar.

Mussolini disse que o programa Farmácia Popular atende a sete milhões de pessoas e, se não fossem os tributos que incidem sobre os medicamentos, a iniciativa poderia beneficiar mais de dez milhões de brasileiros.

Pelo programa, o beneficiado pode comprar três tipos de medicamentos (anticoncepcionais e os contra diabetes e hipertensão) em farmácias conveniadas ao governo, pagando até 10% do valor do produto. O restante do valor fica a cargo do Estado brasileiro. “O próprio governo acaba comprando medicamento mais caro e poderia atender mais gente”, ressaltou.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), Franco Pallamolla, é preciso fortalecer a indústria nacional de remédios, pois, atualmente, não há isonomia entre o fabricante brasileiro e internacional.

“Hoje, se uma entidade sem fins lucrativos, como o Hospital Albert Einstein, resolver comprar um tomógrafo importado, o produto está imune a qualquer imposto. Já se adquirir o mesmo equipamento do mesmo fabricante, mas produzido no Brasil, pagará IPI, PIS/Cofins e ICMS”, observou Pallamolla.

Conforme o presidente da Amimo, é impossível ter uma política industrial com a falta de isonomia tributária. “Isso acaba impedindo o investimento em tecnologia e em inovação”, avaliou.

Já o assessor técnico da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Leandro Safatle, argumentou que a desoneração do produto final não resolve o problema. Segundo ele, deve-se levar em consideração todo o complexo industrial da saúde e pensar nos insumos que compõem a cadeia produtiva de remédios no País.


Clique aqui para ouvir a íntegra da reportagem

 
Fonte: http://sindusfarma.org.br/cadastro/index.php/site/ap_imprensas/imprensa/192 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Sanofi e Medtronic formam parceria estratégica

20/06/2014 - 07:38
A Sanofi e a Medtronic anunciaram a assinatura de um acordo para uma aliança estratégica global na área da diabetes, com vista a melhorar a gestão da diabetes por parte dos doentes e os resultados em saúde, em todo o mundo. Inicialmente, a aliança irá focar-se em duas prioridades-chave: o desenvolvimento de associações medicamento-dispositivo e a prestação de serviços de gestão de cuidados para melhorar a adesão, simplificar o tratamento com insulina e ajudar as pessoas com diabetes a melhor gerir a sua doença.
A aliança será estruturada num modelo de inovação aberto, tirando partido das capacidades e dos recursos humanos e financeiros das duas companhias. Com base no sucesso das duas prioridades iniciais, as empresas podem de futuro explorar outras áreas de colaboração potencial.
“Sabemos que a insulina e outros medicamentos são apenas um dos elementos do tratamento do doente como um todo. Não há dias de folga na gestão da diabetes e a falta de adesão é um dos principais obstáculos à gestão optimizada da doença. Por esse motivo, a Sanofi está empenhada em desenvolver soluções de cuidados integrados que tornem a vida das pessoas com diabetes mais fácil e melhorem os seus resultados clínicos, contribuindo para a redução de custos de todo o sistema de saúde”, comentou Pascale Witz, Vice-Presidente Executivo Global Divisions & Strategic Development da Sanofi. “Através desta importante colaboração, a Sanofi fará uso de avanços tecnológicos que têm como objectivo criar soluções de tratamento holísticas que têm em consideração as necessidades individuais de cada doente”.


 

E-mails revelam que Morgan Stanley chamou a Valeant - um actual cliente - um "castelo de cartas"

19/06/2014 - 07:46
O norte-americano Morgan Stanley, conselheiro da Valeant Pharmaceuticals International na sua oferta hostil de 53 mil milhões de dólares (cerca de 39 mil milhões de euros) pela Allergan tentou, inicialmente, ser contratado por esta última, tendo chamado ao seu actual cliente, "um castelo de cartas", avança o Jornal de Negócios.
A novela que envolve o banco de investimento e o negócio das farmacêuticas começou há algumas semanas, quando o Morgan Stanley mostrou intenções de ser contratado pela fabricante de botox Allergan para se defender de uma oferta hostil da Valeant.


Nos e-mails trocados com a Allergan, a equipa do Morgan Stanley garantiu que o pretendente indesejado, a Valeant, era "um castelo de cartas" com um modelo de negócio insustentável.

Até aqui tudo bem, não fosse o Morgan Stanley ter passado para o outro lado da barricada alguns dias depois, já que acabou por ser dispensado pela Allergan e contratado pela Valeant, e a fabricante de botox ter decidido tornar públicos os e-mails onde o Morgan Stanley chama ao seu actual cliente (Valeant) um "castelo de cartas", pronto a desmoronar.

"Os executivos do Morgan Stanley, o banco de investimento contratado recentemente pela Valeant, enviaram e-mails directamente para a equipa de gestão da Allergan que sugerem que eles partilham as nossas preocupações", disse a fabricante de botox que está a ser alvo de uma oferta hostil, num comunicado citado pela Reuters, com o objectivo de reforçar a ideia de que o seu pretendente indesejado é um comprador falhado.

Mary Claire Delaney, porta-voz do Morgan Stanley, recusou comentar o conteúdo dos e-mails tornados públicos, segundo a Bloomberg, ao passo que o CEO da Valeant, Michael Pearson, afirma que a divulgação dos e-mails pela Allergan "é um sinal de desespero".

Ao mesmo tempo que afirma que a Valeant é um "castelo de cartas", o Morgan Stanley mantém as acções da empresa com recomendação de "overweight", o que significa que os títulos terão um desempenho acima do mercado.

 


 

 

 

Dois médicos, um DIM e uma farmacêutica em burla de meio milhão ao SNS

Nota de C&T: A corrupção e malandragem vem de longe, não é um privilégio do Brasil, certamente acontece algo parecido por aqui, certamente com mais facilidade, me refiro especificamente a farmácia popular. O governo tem pago uma conta alta para muitos movimentarem um mercado negro existente.

20/06/2014 - 08:03

(Portugal)...
A Polícia Judiciária (PJ) deteve quatro pessoas por burla ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), falsificação de receitas, corrupção e associação criminosa. Entre os detidos, em Lisboa e Trás-os-Montes, estão dois médicos, um delegado de informação médica e a proprietária de uma farmácia, avança o jornal Público.
Desde 2010 que alegadamente burlavam o Estado, adiantou fonte da PJ ao Público. A polícia contabilizou até agora 500 mil euros de prejuízo para o Estado, mas este deverá ascender a milhões de euros, de acordo com a mesma fonte.
Depois de inquiridos até ao início da noite desta quinta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal, um dos médicos ficou em prisão preventiva e o outro está proibido de se ausentar do país, assim como a farmacêutica e o delegado de informação médica. Estes, porém, estão também suspensos do exercício de funções.
Os suspeitos, detidos terça-feira, começaram a ser investigados em Julho do ano passado, no âmbito da operação da PJ Prescrição de Risco, outro caso semelhante. Nessa acção, os inspectores encontraram indícios que permitiram chegar a estas quatro pessoas entretanto detidas. Aliás, a farmácia da arguida agora visada fora alvo de buscas em 2013.
Nessa altura, a PJ deteve sete pessoas ligados ao sector da saúde, entre os quais o director técnico da farmácia situada no exterior do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Quatro dos detidos nesse processo aguardam julgamento em prisão preventiva, indiciados por burla qualificada ao SNS, associação criminosa e falsificação agravada de documentos.

Além da relação destes últimos arguidos com os detidos desse processo e do caso Remédio Santo, a investigação de agora foi também consequência de várias denúncias anónimas, nomeadamente de outros farmacêuticos. Também o Ministério da Saúde colaborou com a PJ enviando informação. A investigação vai continuar no sentido de detectar mais provas e documentação relevante.

Receitas falsificadas

Os médicos emitiam receituário falso com nomes de doentes que não tinham conhecimento da situação. O delegado de informação médica levantava depois os medicamentos, com comparticipação de 90%, na farmácia. E estes eram, entretanto, vendidos em circuitos paralelos do chamado mercado negro.

As detenções de terça-feira foram lideradas pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público sobre fraudes no SNS. A polícia realizou nove buscas domiciliárias e apreendeu diversa documentação, nomeadamente facturas e receitas falsas que irão servir de prova no processo. Foram ainda apreendidos telemóveis e computadores, além de outro tipo de material informático.

As buscas visaram casas usadas pelos suspeitos. Todos os arguidos prestaram esta quinta-feira declarações ao juiz, adiantou fonte judicial.

As detenções surgem numa altura em que chegou a tribunal o primeiro processo de burlas no SNS. No caso Remédio Santo, 18 arguidos estão acusados de pertencerem a uma rede que terá lesado o SNS em cerca de quatro milhões de euros.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, garantira já que estaria sempre atento às fraudes. Desde 2011 têm sido, por isso, várias as operações policias. No último balanço do Ministério da Saúde estimava-se que as fraudes ascendiam já a 229 milhões de euros.

António Portela, CEO da Bial – Novos medicamentos e Internacionalização


Nota de C&T: Não é incomum encontramos história de paixão pela vida que vão além dos interesses econômicos dentro de Indústrias Farmacêuticas, principalmente em sua concepção.
Publicado em 19 de Junho de 2014, por Catarina Gomes
Criada há 90 anos por Álvaro Portela, a Bial é hoje liderada pela quarta geração de uma família que marcou o sector farmacêutico nacional pela visão revolucionária de aposta na internacionalização e na investigação e desenvolvimento de novos fármacos. É deles o primeiro – e até agora único – medicamento português disponível nas farmácias europeias e norte-americanas, o Zebinix, indicado no tratamento da epilepsia. Em 2016 contam repetir a proeza, desta feita com o Opicapone, para a doença de Parkinson. Em entrevista, António Portela, que em 2011 assumiu os destinos da empresa, fala do caminho já trilhado e do trajecto traçado… Rumo ao futuro

Jornal Médico – Consigo… já vamos na quarta geração da família a dirigir os destinos da Bial… cuja história começou num anexo, nas traseiras de uma farmácia do Porto…

António Portela – O meu bisavô, Álvaro Portela, começou a trabalhar muito cedo – teria aí uns catorze ou quinze anos… – na Farmácia do Padrão, na Baixa do Porto, que ainda hoje existe. Ajudava o patrão – o Sr. Almeida – na preparação de medicamentos que naquela época eram maioritariamente manipulados na farmácia.

E tomou-lhe o gosto…

É verdade. Tomou o gosto pelo negócio, foi aprendendo como funcionava e engendrando formas de melhor e mais rapidamente servir os doentes.

É preciso não esquecer que há 90 anos a produção dos medicamentos não era como hoje, nomeadamente em termos de rapidez. Muitos só estavam disponíveis no dia seguinte. O que o meu bisavô fez foi desenvolver o processo produtivo e o tempo de entrega aos clientes. Com o passar dos anos surgiu a ideia de começar a produzir de uma forma mais industrializada. Com a ajuda do Sr. Almeida – que nunca se quis envolver no negócio em termos de gestão, mas que apoiou o projecto financeiramente – montou então uma pequena “fábrica”, nas traseiras da farmácia.

Não se quis envolver na gestão… mas acabou por se eternizar no nome da empresa.

É verdade. O nome Bial resulta da combinação de dois (“bi”) “Al”, de Álvaro e Almeida. Foi uma homenagem que o meu bisavô quis fazer ao Sr. Almeida, pelo seu contributo para a concretização do negócio.

E o negócio foi crescendo…

O meu bisavô tinha uma visão muito clara da importância não só do processo produtivo, mas também da criação de marcas que pudessem mais tarde constituir referências para médicos e doentes. A primeira grande marca, cujo sucesso impulsionou o negócio da Bial, foi o Benzo-Diacol, que hoje é comercializado sob a marca Diacol. Seguiram-se outras marcas e uma forte dinamização comercial.

Posteriormente, o meu avô foi responsável pela industrialização dos processos de produção, tornando todo o circuito mais rápido, eficiente e menos oneroso.

Depois da industrialização… a internacionalização e a I&D.

A verdadeira internacionalização da empresa começa com o meu pai. Como também é sua a visão – à época verdadeiramente revolucionária – de apostar na investigação e desenvolvimento (I&D) de novos produtos.

A ideia foi delineada em finais dos anos oitenta e só seria implementada em 1993, ano em que foi criado na Bial um departamento de I&D, que na fase inicial contava apenas com três pessoas.

Na estratégia adoptada não foi indiferente o facto de o meu pai ser médico e ter trabalhado num hospital, onde acompanhou doentes, apercebendo-se das necessidades sentidas ao nível dos tratamentos. A combinação de todos estes factores foi decisiva na definição do rumo a seguir, absolutamente inovador relativamente ao que se fazia em Portugal em termos de indústria farmacêutica (IF).

Eram outros tempos… menos regulados…

Aquilo que a IF fazia em Portugal era, basicamente, copiar o que se fazia lá fora. Era o tempo das cópias – em termos comerciais não existia ainda o conceito de genérico – consentidas, porque em Portugal a legislação não salvaguardava os direitos de propriedade intelectual (patentes) dos produtos farmacêuticos. Uma situação que todos sabiam que, mais dia, menos dia, teria que mudar.

Foi o momento das grandes decisões: ou se continuava pelo caminho das cópias ou, como defendia o meu pai, o caminho a seguir era o da inovação, da aposta na investigação e desenvolvimento de novos produtos. A Bial foi a única empresa que seguiu esta via.

Uma decisão complicada… o desenvolvimento de uma nova molécula obriga a investimentos exorbitantes que, mesmo noutras áreas de actividade não são muito comuns em Portugal… a que se associa um risco de insucesso muito elevado.

É verdade. Nos últimos 20 anos sintetizámos cerca de 15 mil moléculas, das quais uma já se encontra no mercado e uma outra em ensaios clínicos de fase III…

E quanto é que gastaram nesse processo?

Mais de 300 milhões de euros, apenas no desenvolvimento do Zebinix. Além deste fármaco, temos outros em desenvolvimento e as 15 mil moléculas que foram ficando pelo caminho.

Em 15 mil, duas…. é um “tiro no escuro”…

Foi um passo arriscado. O meu pai ainda hoje conta que à época quase toda a gente o aconselhou a não seguir aquela via. “Porque não havia tradição”, “porque não havia em Portugal quem soubesse investigar”… Enfim, porque que era uma “coisa estranha”.

Mas seguiu!

O meu pai tem – e sempre teve – uma visão de longo prazo, muito focada na via da inovação. Conseguiu juntar uma pequena equipa, que foi crescendo com o passar do tempo, atraindo outras pessoas e instituições, muitas delas, na altura, vindas de fora, com experiência na I&D.

Até que um dia… Zebinix! Foi o “Dia” da história da Bial?

Não sei se terá sido o marco mais relevante. Mas foi, certamente, um dos mais importantes da história da Bial. E importante não apenas pelo seu significado em termos da nossa projecção internacional enquanto empresa de I&D, mas também pelo facto de nos ter aberto as portas do mercado global. Hoje competimos na Europa, nos EUA e dentro em breve estaremos a competir no Japão… Mais de 50% da nossa produção destina-se ao mercado externo; exportamos para 54 países!

Um marco, também, nacional…

Foi um momento fantástico para toda a equipa. Foram muitos anos de trabalho; de passos intermédios para alcançar objectivos num processo que era inédito em Portugal. Demos muitas vezes com “a cabeça na parede”, enfrentámos inúmeros “labirintos”, “becos sem saída”

Para toda a equipa – e aqui incluo, não apenas a equipa de investigação mas também a que trabalhou toda a vertente regulamentar, a da produção, a da qualidade e ainda a comercial, cujo trabalho permitiu financiar o projecto – foi um momento de enorme orgulho e motivação.

Foi difícil o “salto” para o patamar global de registo e aprovação de novos medicamentos?

Foi a primeira vez, é certo, mas é preciso não esquecer que em Portugal a área da regulamentação evoluiu muito nos últimos anos. O Infarmed é hoje considerado uma das melhores autoridades do medicamento da Europa, quer em termos de produtividade, quer no que toca à qualidade do trabalho que faz. Por outro lado, a nossa estratégia de estabelecer parcerias com empresas com grande experiência nos diferentes mercados, tornou menos complicado esse percurso, que é de facto difícil para quem tem que o percorrer pela primeira vez.

Entretanto, o grupo inicial de três pessoas que fundou a unidade de I&D… cresceu.

Muito. Nos dois centros que hoje temos, em Portugal e Espanha, trabalham cerca de 120 pessoas, de oito nacionalidades, 32 das quais doutoradas. Em Portugal trabalhamos, fundamentalmente, as áreas do sistema nervoso central e cardiovascular e em Espanha a imunoterapia alérgica.

E continuam a investir…

Nos últimos seis ou sete anos temos reinvestido, em média, mais de 20% do volume total de negócios. Tem sido um esforço enorme, mas fundamental para manter o ciclo de inovação.

Têm na calha um novo produto… já em ensaios clínicos de Fase III.

Trata-se do Opicapone, indicado no tratamento da doença de Parkinson. Estão a terminar os ensaios de Fase III e os resultados têm sido muito positivos. Este fármaco tem demonstrado melhorar a qualidade de vida dos doentes, aumentando o período de tempo sem manifestação dos sintomas característicos da doença, ao nível da mobilidade, como a tremura e a rigidez.

Tendo em conta os resultados alcançados, pensamos ser possível submeter um pedido de autorização de introdução no mercado europeu até ao final do ano. Se tudo correr como o previsto, o Opicapone estará disponível em 2016.

Já agora, onde são realizados os ensaios clínicos de suporte ao desenvolvimento dos novos produtos?

Em vinte e poucos países, entre os quais, obviamente, Portugal, que privilegiamos por duas razões: desde logo, porque estamos a disponibilizar uma terapia nova a doentes portugueses. Depois, porque queremos envolver centros de investigação e líderes de opinião nacionais que possam mais tarde apresentar os resultados dos novos medicamentos – portugueses – a nível mundial.

A I&D faz-se com o concurso de instituições de investigação entre as quais, universitárias. Quem são os parceiros da Bial?

Temos muitos, em Portugal e fora do país, desde centros de investigação, universidades, outras empresas, etc…. Na Bial investimos fortemente nas pessoas. Apostamos na qualificação dos quadros – em todas as áreas da companhia – porque acreditamos que só assim é possível acrescentar valor a tudo o que fazemos. Das quase novecentas pessoas que hoje trabalham na Bial, cerca de 75% têm formação superior. E são 75% em Portugal, África, América Latina… Enfim, em todas as regiões onde operamos.

Começou “por baixo”, como é uso dizer-se… como delegado de informação médica de uma grande multinacional… no Reino Unido. A experiência foi uma espécie de “tirocínio” para as actuais funções?

Embora tenha crescido rodeado de pessoas ligadas às ciências (farmacêutica e médica) – muitas das quais trabalham ainda hoje na Bial – segui Economia, porque tinha grande facilidade em lidar com números e porque gostava da área. A experiência profissional que se seguiu foi importante para eu perceber se gostava, ou não, do “negócio”… da IF… Não sabia! E por isso decidi experimentar. Fora de Portugal porque temia ser tratado de forma diferente aqui…

Escolhi Inglaterra porque me possibilitava, por um lado, dominar a língua e por outro, aprender como funciona um mercado muito competitivo. Trabalhei com pessoas extremamente competentes e com as quais aprendi muito. A Roche é uma empresa fantástica, muito dinâmica, com métodos de trabalho rigorosos.

Comecei como delegado de informação médica, a trabalhar “na rua”, aprendendo como tudo funcionava – médicos, doentes, sistema. Foi lá que comecei a gostar de trabalhar na IF; a sentir que era uma sorte trabalhar numa área onde podia “fazer a diferença”, para os doentes e também para os médicos. É isso o que hoje sinto quando ouço histórias de doentes com crises epiléticas que não conseguiam sair de casa e que agora, graças ao Zebinix, já conseguem. É muito gratificante.

Herda, com o seu irmão Miguel um legado fortemente marcado pelo seu pai, uma das mais personalidades mais relevantes do sector empresarial português e também da cultura e da ciência… Como é que isso se reflecte no seu dia-a-dia, enquanto CEO da empresa?

Eu e o meu irmão Miguel temos de facto uma grande responsabilidade. Desde logo por dar continuidade a tudo o que o meu pai e a equipa que ele formou conseguiram alcançar. Que foi extraordinário. Felizmente os meus pais deram-nos aos dois uma excelente educação. Damo-nos e funcionamos muito bem um com o outro.

Agora, o mais importante que ele nos deixa aos dois é, sem dúvida, a equipa formidável que ele soube reunir ao longo dos últimos 30 anos. Uma equipa sólida, competente, solidária que trabalha de uma forma muito integrada. Que nos aceitou, quer a mim, quer ao meu irmão Miguel, muito bem, integrando-nos em todo o processo. Penso que este é, sem dúvida, o legado mais valioso que o meu pai nos deixa.

Que balanço faz destes três anos e meio à frente da Bial?

Foram três anos de aprendizagem dura, cuja descrição é difícil de condensar em poucas palavras.

Há quem me diga que apanhámos a empresa num momento complicado, quer para Portugal quer para Espanha, mercados onde a nossa actividade está mais concentrada. Olhando para trás, penso que esse contexto adverso nos tornou mais fortes, levando-nos a tomar as decisões necessárias para seguir em frente.

É difícil ser-se inovador em Portugal?

Quando penso nisso… imagino como seria há 30 anos atrás, quando o meu pai decidiu avançar por um caminho completamente inovador. Foi certamente muitíssimo mais complicado do que teria sido hoje. Não acho que seja difícil ser-se inovador, ainda que reconheça a existência de barreiras, principalmente burocráticas e ao nível do financiamento. Vivemos décadas em que a ideia predominante era a de “trabalhar para dentro”. Atribui-se pouca importância ao valor acrescentado, à competitividade necessária para se poder avançar para o mercado externo.

Hoje nota-se uma grande diferença; uma inversão muito rápida relativamente ao passado. Temos muita gente a trabalhar em inovação em diversos sectores e também a apostar em outros mercados.

Penso que de certa forma menosprezamos as nossas capacidades; esquecemo-nos de que Portugal já foi um país inovador no mundo. Há quinhentos anos conseguimos definir uma estratégia de longo prazo que nos permitiu chegar aos quatro cantos do mundo, estabelecendo rotas comerciais que alteraram profundamente toda uma época e cujo impacto ainda hoje se sente. Para isso, fomos buscar os melhores “investigadores”. Investigámos, desenvolvemos novas técnicas e instrumentos de navegação com os quais fomos capazes de alcançar os nossos objectivos. E éramos um pequeno país, com pouca gente.

Acredito que também hoje seremos bem-sucedidos se nos focarmos em algumas áreas e nos concentrarmos em fazer bem.

O facto de a Bial ser uma “empresa familiar” potencia a visão de longo prazo?

Sem dúvida que sim. Não estamos condicionados pelo imediatismo do lucro; das mais-valias de curto-prazo; dos dividendos aos accionistas, como o estão, hoje em dia, a maioria das grandes empresas deste e de outros sectores. O facto de sermos uma “empresa familiar” permite-nos ter uma perspectiva de médio e longo prazo. Aliás, estou convencido de que nunca teríamos conseguido chegar onde chegámos se não fosse assim.

Assumiu “a batata quente” num momento particularmente difícil; de crise económica. Como se tem reflectido o actual momento na actividade da empresa?

A crise propriamente dita não teve grande impacto na nossa actividade. Já as medidas políticas, sim. E grande! Principalmente nestes últimos três anos, ao longo dos quais o mercado farmacêutico diminuiu cerca de um terço. Esta contracção afectou-nos profundamente, já que quase 50% da facturação da Bial ainda é do mercado interno.

Quais os impactos na estratégia de I&D?

É enorme. Uma estratégia de I&D é sempre uma estratégia de longo prazo. É necessário determinar, à partida, quais os recursos necessários para cumprir os objectivos, com base na rentabilidade da empresa, assumindo-se a possibilidade de alguns desvios, que incorporamos no plano de financiamento. E a verdade é que o que tivemos que enfrentar nestes últimos anos não foram “pequenos desvios”. Foi um choque brutal que afectou a nossa capacidade de investimento. Ainda assim estamos decididos a seguir em frente, a cumprir todos os compromissos que assumimos com os múltiplos parceiros envolvidos.

Falhar, não é cenário…

Não. Não podemos falhar! O que está em causa é mais do que a Bial. Falhar alimentaria, no plano internacional, a ideia de que… “Afinal são portugueses, não cumprem, não têm credibilidade nenhuma”.

No discurso político encontramos hoje abundantes referências a “rendas excessivas” da Indústria… Sempre acompanhadas da ameaça… “ou baixam ou baixamos nós”

Nos últimos tempos houve um grande enfoque nos “cortes” na área do medicamento e na dos dispositivos médicos. São áreas onde é mais fácil “cortar”; onde é possível alcançar resultados mais rapidamente.

Relativamente às “rendas excessivas”, que o Senhor Ministro tem referido, penso que se refere a situações específicas e não ao sector farmacêutico como um todo.

O Governo tem, certamente, consciência daquilo que pediu à IF, como também sabe que as empresas portuguesas, com menor escala, têm passado por momentos muito difíceis para conseguir trilhar o caminho da inovação e da internacionalização. E por isso tem procurado apoiar as nossas empresas nesse processo.

O Senhor Ministro tem tido a coragem de mudar algumas coisas, o que nem sempre é fácil. O que era possível fazer na área do medicamento, em termos de “cortes” foi feito. As outras reformas no sector levarão mais tempo.

Disse há tempos, em entrevista a uma publicação internacional, acreditar que Portugal se pode transformar, na área do medicamento, numa “Califórnia” da Europa… Continua a acreditar nisso?

Portugal tem características fantásticas. Temos hoje muita gente que investiga cá dentro e lá por fora com grande qualidade. Temos excelentes universidades e centros de investigação. Falta-nos o investimento às empresas, aos projectos…

Passo a passo, êxito após êxito, chegaremos lá. Isso já hoje acontece, por exemplo, na área das telecomunicações, onde há soluções portuguesas bem-sucedidas a nível mundial.

Por outro lado, Portugal oferece condições únicas para se trabalhar. O clima, a hospitalidade, a culinária, os bons quadros técnicos… E a segurança, de que se fala pouco, mas que é muito valorizada pelos nossos parceiros internacionais.

A Fundação Bial é uma das referências indissociáveis da gestão do seu pai, sendo hoje uma das instituições que mais apoia a investigação nacional, particularmente em áreas comercialmente pouco atractivas… É uma aposta para continuar?

Sem dúvida! A Fundação foi talvez o primeiro grande sinal que o meu pai quis dar para o exterior da nossa aposta forte no fomento da investigação. Não só em Portugal, mas também noutros países. O trabalho da Fundação traduz-se hoje, em duas iniciativas fundamentais: o Prémio Bial, que tem atraído cada vez mais investigadores, de todo o mundo, com trabalhos de enorme qualidade; e as bolsas de investigação que pretendem apoiar jovens investigadores em áreas de investigação “menos atractivas”. São duas iniciativas que queremos manter e até reforçar, se possível, no futuro.

Mais uma década… Completa-se um século de história da empresa. Como projecta a Bial nesse futuro próximo?

Gostava que pudéssemos lá chegar cumprindo a aposta do meu pai e da equipa que ele formou na I&D de novos produtos e também na internacionalização da empresa. Que o processo de investigação estivesse consolidado e a funcionar de uma forma dinâmica, gerando novos produtos que por sua vez potenciassem o desenvolvimento de outros… Para um mercado global.

 

terça-feira, 17 de junho de 2014

SP vai à Justiça para cobrar R$ 250 milhões de laboratórios


Estadão Conteúdo

O Estado de São Paulo foi à Justiça para cobrar cerca de R$ 250 milhões de três laboratórios que teriam feito um esquema para passar ao governo os custos do tratamento de pacientes voluntários em testes clínicos para registro de novos medicamentos no Brasil. Segundo apuração a Corregedoria-Geral do Estado, Ministério da Saúde e Advocacia-Geral da União (AGU), os pais de nove crianças portadoras de síndromes raras em São Paulo foram induzidos pelas empresas Genzyme, Biomarin e Shire a pedir na Justiça o remédio pelo serviço público.
Os casos são de crianças que sofriam de doenças congênitas incuráveis e precisavam de reposição enzimática com remédios que já eram registrados no exterior, mas que ainda tinham de passar por uma fase de testes para serem vendidos no País. Esse tipo de estudo é sigiloso e, pela primeira vez, o governo teve acesso aos nomes dos pacientes e os cruzou com os dados das ações. Segundo a Procuradoria-Geral do Estado, os participantes deveriam ter as despesas cobertas pelos realizadores da pesquisa pelo resto da vida.
Pela investigação, 42 pacientes participaram dos testes no País, entre 2004 e 2007, dos quais 19 entraram com ações judiciais, das quais nove foram pagas pelo governo paulista - as outras foram custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a procuradoria, a médica Ana Maria Martins, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), fez parte dos testes clínicos e foi quem concedeu a prescrição, como médica do SUS, para os mandados de segurança, assassinados sempre pelos mesmos advogados.
Segundo o procurador Luiz Duarte de Oliveira, os laboratórios ofereceram “até assistência jurídica gratuita” para que os pacientes entrassem com as ações. “Existe uma obrigação jurídica e elas (empresas farmacêuticas) não poderiam passá-la para o Estado”, diz o procurador, que calcula um gasto anual de R$ 500 milhões do governo paulista com pacientes com medicamentos de doenças raras por ordem da Justiça.
Uma das mães disse à corregedoria que “houve várias reuniões com pessoas do laboratório que informaram que o medicamento é muito caro e por isso deveria ser fornecido pelo Estado”. O Elaprase, da Shire, pode ter o custo anual de tratamento de R$ 2, 6 milhões. O custo cobrado pelo Estado com os participantes da pesquisa é de ao menos R$ 28 milhões, o restante da ação cobra dano moral coletivo. Oliveira diz que o governo não vai deixar de fornecer os remédios, apenas pedir o ressarcimento das empresas.
A Genzyme, a Biomarin e a Shire esclareceram, por nota, que não foram citadas e que, por isso, não se pronunciariam. Todo os laboratórios ressaltaram que observaram a legislação em vigor e os procedimentos éticos nos seus estudos.
 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Biopas e moksha8 Anunciam Aliança Estratégica para Comercializar Produtos Farmacêuticos Especializados em toda a América Latina


16/06/2014 - 11h41 | Atualizado em 16/06/2014 - 11h41
PR Newswire do Brasil

SÃO PAULO e CIDADE DO PANAMÁ, 16 de junho de 2014 /PRNewswire/ -- Biopas e moksha8, duas empresas farmacêuticas líderes de especialidade, anunciaram hoje que firmaram uma aliança estratégica combinando fortes capacidades, presença regional e portfólio de produtos. A aliança imediatamente faz nascer um único fornecedor regional de alta qualidade e de produtos farmacêuticos de especialidade em um dos mercados de mais rápido crescimento e de alto valor do mundo. Biopas e moksha8 irão colaborar tanto nas parcerias de desenvolvimento corporativo existentes quanto nas futuras.

O mercado farmacêutico de varejo da América Latina é estimado pelo IMS em US$ 68.000 milhões de dólares em 2013, com crescimento de 12% CAGR de mais de US$ 110.000 milhões de dólares em 2017. A previsão é de que o Brasil seja o quarto maior mercado farmacêutico do mundo até 2017.

A aliança proporciona um serviço único de alta qualidade e em conformidade com o FCPA para a obtenção da aprovação regulatória e para a comercialização de produtos farmacêuticos de especialidade em toda a região latino-americana.

Ambas as empresas Biopas e moksha8 já têm fortes parcerias existentes com direitos exclusivos sobre produtos de alto valor de empresas como UCB, Ferring, Forest Laboratories, GSK, Sandoz e Ipsen. Entre as principais marcas estão Viibryd, Cimzia, Dysport, Utrogestan, Queopine e Razapina. moksha8 tem operações no Brasil e no México e Biopas tem operações em outros mercados importantes da América Latina, incluindo a Colômbia, Venezuela, Argentina e América Central.

Biopas e moksha8 iniciarão sua aliança através da comercialização de Viibryd (vilazodona) como uma marca regional, uma marca da América Latina. O Viibryd é o primeiro e único inibidor seletivo de recaptação de serotonina e antidepressivo agonista parcial do receptor 5HT1A a receber a aprovação do FDA.

Simba Gill, CEO da moksha8, e Pascal Forget, CEO da Biopas, destacaram que "ambas as empresas compartilham um conjunto comum de valores e cultura, que formam uma base sólida para a percepção do valor integral dos nossos produtos na América Latina e para o fornecimento de vantagens competitivas significativas e de diferenciação".

Sobre a moksha8

moksha8 é uma empresa farmacêutica líder da América Latina, com foco principal na comercialização de medicamentos de alta qualidade com excelência em suas operações e uma forte política de cumprimento às normas de combate à corrupção previstas no FCPA. A empresa iniciou suas operações comerciais em 2008 no Brasil e no México, promovendo principalmente produtos da linha SNC. moksha8 tem uma ampla parceria com a Forest Laboratories para toda a América Latina e parcerias com GSK, Sandoz, Aurobindo e Accord no Brasil. A empresa foi fundada por Simba Gill e TPG Biotechnology. Os principais investidores incluem TPG Biotechnology e Montreux Equity Partners. Para obter informações adicionais sobre a moksha8, por favor visite o site da empresa em www.moksha8.com.

Sobre a Biopas

Fundada em 2002, Biopas é uma empresa farmacêutica líder da América Latina, com o foco específico em criar fortes posições de mercado para produtos exclusivos para as necessidades críticas não satisfeitas de pacientes. A excelente estratégia de acesso ao mercado e as políticas de compliance rigorosas da Biopas lhe permitiu construir relações comerciais de longa data com várias empresas líderes internacionais. Biopas atua na maior parte da América Latina e comercializa um portfolio único e líder de produtos na linha SNC, cardiologia, reumatologia, saúde da mulher, gastroenterologia e produtos dermo-cosméticos. Desde 2002, Biopas alcançou um estável e excelente crescimento de receita anual e de expansão de seu portfolio de produtos. Para obter informações adicionais sobre a Biopas, por favor visite o site da empresa em www.biopasgroup.com.

FONTE moksha8

Governo atua como lobista para levar farmas brasileiras a Cuba


Governo atua como lobista para levar farmas brasileiras a Cuba
Para rentabilizar o porto de Mariel, alta cúpula do governo Dilma tenta não apenas convencer empresas do setor farmacêutico a negociar com o regime dos irmãos Castro, mas também instalar fábricas na ilha; até o momento, as companhias resistem.

Talita Fernandes
"Generosidade sem fim: Dilma Rousseff e Raúl Castro, durante a inauguração do Porto de Mariel"
 
O governo brasileiro mostra-se incansável quando o assunto é colocar-se em maus lençóis em nome de sua simpatia pelo regime dos irmãos Castro, em Cuba. Não bastasse a utilização de quase 700 milhões de dólares em recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a construção do Porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana, a nova empreitada que vem sendo orquestrada pela alta cúpula prevê, conforme revelou o colunista do site de VEJA Reinaldo Azevedo, a ida de empresas farmacêuticas brasileiras para produzir medicamentos em solo cubano. A estratégia é tentar rentabilizar a zona portuária por meio da exportação de remédios produzidos em parceria entre estatais cubanas e empresas brasileiras — em especial fabricantes de genéricos e biossimilares. Desde a inauguração da primeira fase do terminal de contêineres do porto, em janeiro, o governo vem travando uma ofensiva velada para levar executivos a Cuba para participar de grupos de trabalho. O alto escalão da República tem atuado, por assim dizer, como lobista de primeira linha dos irmãos Castro, sem que qualquer contrapartida benéfica para o Brasil seja posta na mesa. Mas a estratégia tem encontrado resistência: o alto custo de instalação de indústrias na ilha e as dificuldades de exportação de produtos, devido ao embargo econômico, tornam a empreitada economicamente inviável. Além disso, a razão de o governo demandar investimentos em Cuba, e não no Brasil, está cercada de pontos nebulosos. Afinal, costurar acordos com outros países com o objetivo de estimular a indústria nacional é agenda mais que bem-vinda para o país. Contudo, não há lógica que justifique lançar mão do mesmo expediente para criar (mais um) pacote de bondades para Cuba.

Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff, o então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e seu sucessor, Arthur Chioro — que está à frente da pasta desde que Padilha saiu para candidatar-se ao governo paulista pelo PT — convidaram empresários do setor farmacêutico, que ouviram da própria presidente a intenção do governo de levar empresas brasileiras para se instalar na Zona Especial do Porto de Mariel e desenvolver a economia local. A estratégia é construída com base no argumento das vantagens tributárias e alfandegárias da Zona Especial. Contudo, mesmo com todos os incentivos, empresários ouvidos pelo site de VEJA se mostraram céticos.


Inviabilidade econômica — Os convites vêm confundindo o empresariado porque contrariam o próprio plano que o governo brasileiro tem para o setor farmacêutico. "Não faz o menor sentido, pois o Brasil já tem uma estratégia bem desenhada para o setor, que é de estimular a indústria nacional por meio das próprias compras governamentais. O plano para Cuba vai contra a própria política industrial", diz Dante Alário Junior, sócio e responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento e inovação da Biolab. Sua empresa já recebeu vários convites para participar de eventos promovidos pelo governo brasileiro em Cuba e investir na ilha — o último deles ocorreu no início de junho — mas não tem interesse na empreitada porque já investe num projeto de internacionalização nos Estados Unidos. “Cuba foi descartada porque não temos condições de investir também lá. Não faz sentido para a empresa", afirma.

Outro executivo do setor ouvido pelo site de VEJA, que prefere não ter seu nome revelado, afirmou que os empresários se mantêm descrentes em relação à viabilidade dos investimentos. “O setor farmacêutico sempre foi cético com a possibilidade de Cuba suprir um negócio que exige alta tecnologia”, disse. Parte do pessimismo deve-se também ao fato de as empresas brasileiras já estarem firmando acordo com multinacionais de outros países para produzir medicamentos (em especial os biossimilares), sobretudo americanas e europeias. O embargo econômico a Cuba anula a viabilidade, diz o executivo, porque impede que tais empresas consigam exportar os medicamentos produzidos na ilha para mercados consumidores importantes, como Estados Unidos e México, que têm proximidade geográfica.

As farmacêuticas vêm sendo procuradas há mais de um ano para realizar investimentos em Cuba. Num primeiro momento, o contato foi estabelecido por intermédio da Odebrecht, responsável pela construção do porto cubano. Em 2014, o governo passou a fazer os convites, excluindo da lista as empresas associadas à Interfarma, que são essencialmente estrangeiras. Procurada pela reportagem, a Odebrecht disse que "apoia o acordo bilateral entre Brasil e Cuba no desenvolvimento de medicamentos". A companhia, inclusive, assinou um Memorando de Entendimentos com a farmacêutica cubana Cimab para a criação de uma joint-venture na ilha. Contudo, o acordo nunca saiu do papel.

Mesmo sem um interesse claro em investir na ilha, as empresas são alvo de tamanha insistência do governo — em especial do Ministério da Saúde e do Desenvolvimento — que não ousam declinar totalmente as ofertas de negócios. “As que foram a Cuba quiseram atender a um pedido da Presidência. É muito difícil não ir”, disse o médico e deputado federal Eleuses Paiva (PSD-SP), que está ciente das conversas no Ministério da Saúde. “Agora, se as indústrias forem se instalar, é porque o governo está montando situações econômicas fantásticas”, disse o deputado. "A indústria de genéricos acabou de construir um parque nacional. É tudo recente demais para ir a Cuba”, disse.

De Brasília a Havana — A última reunião realizada em Cuba ocorreu nos dias 5 e 6 de junho, liderada pelo Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. O encontro contou também com a participação de executivos da Eurofarma, da PróGenéricos (Associação dos produtores de medicamentos genéricos) e de representantes da Fiocruz e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Procuradas, as empresas participantes negaram que o encontro tenha sido realizado com o objetivo de levar as farmacêuticas a se instalarem em Cuba. Contudo, a pauta do encontro, à qual o site de VEJA teve acesso, mencionava a discussão de “investimentos no Porto de Mariel”.

Comandante da missão, Carlos Gadelha é um dos nomes do Ministério da Saúde citados nos escândalos da Operação Lava-Jato. Conduzida pela Polícia Federal, a Operação desmontou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro orquestrado pelo doleiro Alberto Youssef, preso desde março e pivô dos escândalos. O laboratório comandado pelo doleiro, o Labogen, é apontado pela Polícia Federal como o carro-chefe do esquema de lavagem de dinheiro. Durante as investigações, a PF interceptou conversa telefônica entre o empresário Pedro Argese e Youssef, relacionadas à assinatura de parcerias entre o Ministério da Saúde e empresas privadas. Em um dos trechos, Argese comenta ter conversado com Gadelha. De acordo com a transcrição, divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, o secretário teria prometido dar todo o apoio possível para a retomada do Labogen.

O Ministério da Saúde nega que o governo brasileiro queira incentivar a instalação de empresas farmacêuticas em Cuba. Afirmou que o encontro de junho teve "por objetivo o monitoramento e avaliação das prioridades científicas, tecnológicas e de saúde pública para os respectivos países em áreas como terapia e controle de câncer, terapia celular e neurociências”. Em nota, afirmou ainda que o país tem cerca de vinte projetos em andamento entre laboratórios públicos e privados brasileiros com instituições cubanas. “Em nenhum dos projetos aprovados pelo Comitê, cabe ressaltar, está prevista a instalação de fábricas brasileiras em Cuba.”

A pasta, contudo, não combinou a resposta com os cubanos. Artigo extenso do jornal castrista Granma aponta o Brasil como principal parceiro de Cuba no setor farmacêutico. Diz o texto que uma nova etapa na cooperação entre os dois países iniciou-se após a visita a Havana da presidente Dilma, em janeiro deste ano. E que a criação de empresas mistas (brasileiras e cubanas) colocadas na Zona Especial do Porto de Mariel, "utilizando tecnologia cubana e capital brasileiro", servirá para incentivar a produção de biossimilares para "satisfazer as necessidades dos sistemas de saúde de ambos os países e permitir a exportação conjunta a outros mercados". O que ainda não está claro — e o governo se negou a explicar — é a razão de se investir capital dos contribuintes brasileiros para desenvolver a indústria de outro país. Trata-se, mais uma vez, de um presente generosíssimo do Brasil ao regime cubano.