terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Contra crise, farmacêuticas investem em emergentes

Dentro de pouco tempo a indústria farmacêutica terá uma cara completamente diferente da atual.

Mudanças na dinâmica do mercado podem resultar em consequências severas para algumas das atuais líderes do mercado e facilitar o surgimento de novas gigantes globais – e tudo isso em um período menor do que cinco anos.

A situação, que requer cuidados e ações imediatas das empresas, está no foco das atenções da maioria dos executivos do setor. Pelo menos é o que indica uma pesquisa realizada pela consultoria Roland Berger e obtida com exclusividade pelo Brasil Econômico.

“É um momento de mudanças significativas no mercado, o que impõe alterações no modelo tradicional de negócios do setor”, afirma Jorge Pereira da Costa, sócio da Roland Berger no Brasil.

Segundo o estudo, 73% das empresas acreditam que o setor farmacêutico vive uma crise estratégica – resultado de fatores como mudanças no ambiente competitivo, o crescimento dos países emergentes e falhas na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.

Os principais afetados pelas mudanças previstas para o mercado nos próximos anos são os grandes grupos, que dominam o segmento há muitos anos.

“Essas empresas têm parte significativa de suas patentes vencendo, enfrentam pressões por menores preços de seus principais clientes, que são os seguros de saúde e os governos, e ainda por cima, enfrentam uma forte concorrência de empresas locais quando resolvem entrar em novos mercados”, diz Pereira da Costa.


A saída para mercados emergentes, que combinam maiores taxas de crescimento e necessidades mais simples de serem atendidas, é um dos principais caminhos encontrados pelas companhias para enfrentar a “crise estrutural”.

Hoje, apenas 24% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento são realizados nesses países. Dentro de 10 anos, o número deve saltar para 43%. Empresas como Sanofi, Pfizer, Novartis e Bayer já têm enxergado essa tendência e investido na construção de fábricas e laboratórios em países como Brasil, China, Índia e Arábia Saudita.


“O grande problema é que ao entrar nesses mercados, as gigantes multinacionais se deparam com líderes regionais e têm que enfrentar uma concorrência dura”, afirma Pereira da Costa.

No Brasil, por exemplo, as multinacionais respondem por apenas 45% das vendas feitas pelas 10 maiores empresas do setor. Em mercados ainda mais fechados, como a Rússia, o número é ainda menor – de apenas 9%.

“As companhias com forte atuação nesses mercados que souberem aproveitar esse momento podem se internacionalizar e se tornar novas líderes do setor.”

Patentes

Além da disputa com empresas hoje consideradas regionais, as gigantes do setor farmacêutico têm que lidar também com problemas referentes a patentes. Laboratórios como a Pfizer, presidida por Ian Read, têm tido grandes perdas decorrentes do vencimento de direitos intelectuais sobre alguns de seus mais importantes produtos.

Recentemente, a empresa teve uma redução de 19% em suas receitas decorrentes do fim dos direitos de exclusividade para produzir o Lípitor, remédio contra o colesterol considerado o mais vendido de todos os tempos. Antes, a companhia havia passado por momentos parecidos.

Quando a patente do Viagra venceu, a Pfizer também não tinha nenhum outro remédio com o mesmo potencial de vendas para substituí-lo nas prateleiras das farmácias.

Casos como o da Pfizer são um bom símbolo dos impactos que podem surgir decorrentes da crise apontada pelo estudo da Roland Berger.

“As companhias já veem isso e começam a rever suas estratégias e modelos de negócios. Mas todo esse processo pode trazer mudanças significativas no quadro de grandes players do setor”, diz Pereira da Costa.

Fonte: Gabriel Ferreira | Brasil Econômico

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Saúde da Família: atendimento médico é falho em 80% das cidades

RIO — Bicicleta apoiada no muro, um salto, e pronto: Maria Edvirgem, de 56 anos, já está de pé. Bate no portão, chama por alguém, mas ninguém aparece. Decide então espiar por uma abertura na parede do posto de saúde. Só queria saber se estava com pressão alta, mas não encontra médico na unidade de Duque de Caxias, interditada na quarta-feira porque o prédio está comprometido.

— Queria apenas medir a pressão. Agora não sei a quem recorrer — lamenta Maria.

Criado nacionalmente em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF), financiado pelo governo federal e pelos municípios, vive uma drama no Rio. Uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em 88 cidades descobriu que há inúmeros problemas relativos não só à estrutura física dos postos, mas também à de pessoal. Em 80% dos municípios (71), havia casos de médicos que não cumpriam a carga de 40 horas semanais. A situação era pior em 30% das cidades (26), onde sequer existiam esses profissionais. Já em 71% (62), os contratos eram temporários.

A auditoria do TCE foi realizada ao longo de 2011 e deixou de fora Niterói (que tem um modelo de atenção à saúde próprio), São Fidélis e Campos (que ainda estavam iniciando a implantação do programa naquele ano). No caso da capital, a fiscalização do PSF é de responsabilidade do Tribunal de Contas do Município.

Em 2012, o relatório dos técnicos foi aprovado pelo TCE, que recomendou aos municípios que fizessem as mudanças necessárias. Em março, as equipes voltarão às cidades.

— Fizemos a auditoria porque o Estado do Rio tem uma das mais baixas coberturas do PSF no país (44%, na 23ª posição). Vimos alguns postos com bom atendimento, mas outros estavam muito ruins — diz Carlos Leal, da Secretaria de Controle Externo do TCE.

O relatório do tribunal chega a outras conclusões. Em 73 dos municípios (83%), as secretarias de Saúde não tinham elaborado a lista de medicamentos mais usados pela população. Resultado: sem atendimento básico e preventivo, os doentes continuam lotando as emergências. É o caso Maura Nunes, de 47 anos, também moradora de Caxias. Hipertensa, ela já tentou várias vezes medir a pressão no posto do PSF Nelson Chaves de Araújo, mas não consegue atendimento. Na quinta-feira, ele foi à unidade saber o seu peso e foi atendida, mas não havia médico de plantão. No posto de Caxias, além da falta de insumos, os técnicos encontraram um compressor instalado dentro do banheiro dos funcionários.

— A única coisa que a equipe do posto entrega é camisinha. Já tentei várias vezes medir a pressão, mas não consigo, porque só fazem isso três vezes na semana — reclamou Maura.

A auditoria do TCE analisou 59 itens do PSF. As cidades de Natividade e Varre-Sai, no Noroeste do estado, tiveram a pior avaliação, seguidas de Tanguá, na Região Metropolitana, e Queimados, na Baixada.

Problemas em 14 estados

No relatório, constam fotos de armazenamento inadequado de medicamentos, problemas de manutenção das instalações elétricas e hidráulicas, além de infraestrutura precária para receber os doentes. Procurados, os responsáveis pelas secretarias de Saúde não se manifestaram. A prefeitura de Caxias, a única a responder às perguntas do GLOBO, alegou que está tomando providências para reabrir o posto do PSF fechado em outro prédio.

Num posto em São Gonçalo, um funcionário, pedindo anonimato, contou que os médicos continuam sem cumprir a carga horária. Segundo ele, muitos profissionais trabalham apenas duas vezes por semana e, mesmo assim, apenas quatro horas por dia:

— Não só isso. Há oito meses que a distribuição de medicamentos é quase zero. Não recebemos remédios para hipertensos e diabéticos, que são o foco do programa.

Em 2012, O GLOBO mostrou que a precariedade do PSF é comum em outras cidades do país. A reportagem apresentou um levantamento, coordenado pelo Conselho Federal de Medicina, em 43 municípios (de 14 estados) com baixo IDH. O estudo constatou a falta de médicos, de remédios e até mesmo de produtos básicos, como sabonetes e toalhas.

Outro modelo de assistência

A primeira experiência no Brasil aconteceu em Niterói, em 1992, com a implantação do Programa Médico da Família, inspirado no modelo cubano de atenção básica à saúde. Mas foi em 1994 que o governo federal criou o Programa Saúde da Família (PSF), com o objetivo de levar o serviço para os municípios. O programa, que pregava uma mudança no modelo assistencial da época, se transformou em estratégia nacional de governo em 2006.

— O Programa Saúde da Família é uma estratégia nacional que visa à reversão de um modelo em que sempre predominou o atendimento emergencial, na maioria das vezes em grandes hospitais, o que, além de aumentar o risco para a saúde do paciente, é muito mais oneroso para o estado — disse Elyne Engstron, pesquisadora e coordenadora do Programa Territórios Integrados de Atenção à Saúde (Teias), da Escola Nacional de Saúde, da Fiocruz, feito em convênio com a prefeitura do Rio.

Segundo ela, diferentemente do programa cubano, mais centrado no médico, o PSF trabalha com equipes formadas por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e seis agentes comunitários. Ainda de acordo com Elyne, a primeira experiência realizada pela Fiocruz no município começou em Manguinhos, em 2000. Na mesma época, a prefeitura iniciou seu PSF, que hoje tem a parceria da Escola Nacional de Saúde.

— Até 2009, o programa carioca atendia 3% da população. Em três anos, chegou a 40%. O ideal é que alcance pelo menos 70% — diz.

Em 2006, o PSF foi definido pelo governo federal, em portaria, como estratégia prioritária para a atenção básica no país.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/saude-da-familia-atendimento-medico-falho-em-80-das-cidades-7391846#ixzz2JHrRBtPw

França confirma mortes por trombose venosa associadas à toma da pílula Diane 35®

28/01/2013 - 08:38
A agência de medicamentos francesa relacionou no domingo a pílula Diane 35® a quatro mortes por trombose venosa, depois de uma investigação que começou com a denúncia de uma jovem vítima de um acidente cardiovascular cerebral, avança a agência Lusa.

O medicamento, que pertence ao laboratório Bayer, é uma pílula contraceptiva, mas também é vulgarmente utilizado para o tratamento contra a acne.

Em Dezembro do ano passado, uma jovem entrou com uma acção em tribunal por ter sofrido um acidente cardiovascular cerebral (AVC) que considerou estar relacionado com a toma daquela pílula.
A queixa provocou a abertura de uma investigação preliminar.

A Agência de Segurança Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (ANSM) francesa veio no domingo anunciar que a Diane 35® assim como os seus genéricos irão ser alvo de uma "análise específica" e um "relatório completo” que deverá ser publicamente divulgado na próxima semana.

Segundo a ANSM, nos últimos 25 anos registaram-se quatro mortes que são "atribuíveis a trombose venosa relacionada com Diane 35®", noticiou no domingo a AFP.

No dia 11 de janeiro, a ministra da Saúde francesa, Marisol Touraine, pediu à União Europeia que limitasse a prescrição de pílulas anticoncepcionais de terceira e quarta geração e anunciou que a França iria adoptar um mecanismo para limitar o uso desses anticoncepcionais.

O apelo da ministra surgiu depois de a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ter divulgado um comunicado no qual assegurava que as mulheres, que usam as pílulas de última geração, não tinham qualquer motivo para pararem de usar o medicamento.
Na semana passada, também a Sociedade Portuguesa da Contracepção (SPC) veio defender que as pílulas contraceptivas são dos medicamentos “mais estudados” e que não existem razões para as mulheres deixarem de a tomar.

A evidência científica é de que o risco de tromboembolismo venoso nas mulheres que não utilizam a pílula é de quatro ou cinco casos para cada 10 mil mulheres em idade reprodutiva e nas utilizadoras de pílula é de nove ou dez em cada dez mil, segundo informações avançadas pelo SPC.

“Em alguns países, como a Noruega, este fenómeno foi estudado: as vendas da pílula em geral desceram 17% e do contraceptivo em causa desceram 70%, mais de 25.000 mulheres descontinuaram o uso do contraceptivo”, refere a sociedade

A não utilização da pílula contraceptiva resultou num aumento da taxa de aborto em 36% nas jovens com menos de 24 anos, concluiu.

FDA aprova três novos fármacos da Takeda para tratamento da diabetes tipo 2 em adultos

28/01/2013 - 11:56
A FDA (entidade que regula os medicamentos nos EUA) aprovou, na passada sexta-feira (25), três novos fármacos para o tratamento da diabetes tipo 2 em adultos. Os medicamentos, que devem ser usados com " dieta e exercícios para melhorar o controle de açúcar no sangue", são: Nesina® (alogliptin), Kazano® (alogliptin e cloridrato de metformina), e Oseni® (alogliptin e pioglitazona). Todos em forma de comprimidos, avança o portal Isaúde.

Alogliptin é um novo ingrediente activo, enquanto o cloridrato de metformina e pioglitazona já são utilizados no combate à doença. "Controlar os níveis de açúcar no sangue é muito importante no tratamento e cuidado da diabetes", disse Mary Parks, directora da Divisão de Produtos para Metabolismo e Endocrinologia da FDA. O Alogliptin ajuda a estimular a libertação de insulina depois de uma refeição, o que leva a um melhor controlo de açúcar no sangue.

Os produtos Nesina®, Kazano® e Oseni® foram estudados como monoterapias e em combinação com outras terapias já utilizadas no tratamento da diabetes do tipo 2, incluindo sulfonilureias e insulina. A Nesina® demonstrou ser segura e eficaz em 14 ensaios clínicos envolvendo cerca de 8.5 mil pacientes com diabetes tipo 2. "Estes fármacos não devem ser usados para tratar pessoas com diabetes tipo 1, ou aqueles que têm índice aumentado de cetonas no sangue ou na urina (cetoacidose diabética)”, avança a responsável da FDA.

Como a forma mais comum da doença, a diabetes tipo 2 afecta cerca de 24 milhões de pessoas e é responsável por mais de 90% dos casos de diabetes diagnosticados nos EUA. Pessoas com diabetes tipo 2 são resistente à insulina ou não produzem insulina suficiente, resultando em níveis elevados de açúcar no sangue, levando a complicações graves, incluindo doenças cardíacas, cegueira e danos nos rins e nervos.

Os novos medicamentos são distribuídos pelo laboratório Takeda Pharmaceuticals América.

Profarma compra a CSB Drogarias por R$ 87 milhões

CBS possui 85 lojas que utilizam as marcas Drogasmil e Farmalife


A farmacêutica Profarma comprou 100% da CSB Drograrias, empresa com sede no Rio de Janeiro, por R$ 87 milhões, a serem pagos líquidos dos saldos de dívida e caixa, após a aprovação da operação pelo órgão regulador CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
O contrato foi fechado no dia 17 de janeiro de 2013 e divulgado nesta sexta-feira (25/01), por meio de fato relevante. A CSB possui 85 lojas que utilizam as marcas Drogasmil e Farmalife. A rede concentra a sua atuação na região do Rio e Grande Rio, com presença nos principais shoppings da cidade, totalizando um faturamento de R$ 332,2 milhões em 2011.
A Profarma afirma que passa a operar um segmento com grandes perspectivas de crescimento e oportunidades de consolidação, além de apresentar margens substancialmente maiores. A expectativa é integrar as operações de atacado e varejo, especialmente nas áreas de logística e na sede corporativa.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Resistência a antibióticos pode causar desastre “apocalíptico”

O aumento de bactérias resistentes a antibióticos não é nenhuma novidade – só no ano passado, diversos alertas foram feitos por médicos e especialistas, e até pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre a iminente crise de infecções resistentes a drogas que pode acabar com a medicina moderna.

Agora, a diretora-médica da Inglaterra, Dame Sally Davies, afirmou que essa crise é comparável à ameaça do aquecimento global para nossa sociedade. Como existem poucos antibióticos para substituir os remédios que estão ficando comprometidos, no futuro, uma cirurgia de rotina pode se tornar mortal devido à ameaça de infecção.

Segundo os especialistas, este é um problema global que precisa de muito mais atenção.

Os antibióticos têm sido uma das maiores histórias de sucesso na medicina. No entanto, as bactérias são inimigos fácil e rapidamente adaptáveis que encontram novas maneiras de burlar as drogas.

Há crescentes relatos de resistência em cepas de E. coli, tuberculose e gonorreia nas enfermarias de hospitais de todo o mundo. Hoje em dia, só há um antibiótico útil para tratar a gonorreia.

“Podemos nunca ver o aquecimento global – o cenário apocalíptico atual é que, quando eu precisar de um novo quadril daqui 20 anos, morrerei de uma infecção de rotina porque nós não temos mais antibióticos funcionais”, argumenta Sally Davies.

“Não há um mercado para fazer novos antibióticos, de modo que, conforme essas bactérias se tornam resistentes, o que fariam naturalmente, mas que estamos acelerando por causa da forma como os antibióticos são usados, não haverá novos remédios”, explica.

Medidas urgentes

Se ninguém fizer nada, a Organização Mundial de Saúde prevê que o mundo caminhará para uma “era pós-antibióticos”, no qual “muitas infecções comuns não terão mais uma cura e, mais uma vez, matarão”.

“Esse é um assunto muito sério. Precisamos prestar mais atenção a ele. Precisamos de recursos para a vigilância, recursos para lidar com o problema e para obter informações públicas”, afirma Hugh Pennington, microbiologista da Universidade de Aberdeen (Escócia).

As empresas farmacêuticas estão ficando sem opções. “Temos de estar cientes de que não vamos ter novos remédios milagrosos, porque simplesmente não há nenhum”, alerta.

Enquanto os cientistas não descobrem uma solução para esse problema, as pessoas podem fazer a parte delas especialmente não tomando antibióticos sem ser absolutamente necessário. O uso desses medicamentos em casos desnecessários faz com que diversas variedades de bactérias se tornem resistentes aos antibióticos modernos.[BBC]

Bebês voltam a usar fraldas de pano

Andressa Dantas

Quando se fala em fraldas de pano, a primeira imagem que vem à mente é um pedaço de tecido branco dobrado em formato triangular e preso por um alfinete. Mas até mesmo as antigas tiras de pano evoluíram e hoje são artigos de desejo de muitas mamães conscientes.

Elas são coloridas e cheias de detalhes. À primeira vista, o que chama a atenção é o aspecto estético. Para muitas mulheres, as questões ambiental e econômica também são vantagens, mas a dúvida sobre a qualidade e praticidade acaba deixando a alternativa como segunda opção.

No Grande ABC, são descartados por mês aproximadamente 3.400 toneladas de fraldas e absorventes (somando dados das prefeituras de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires). Pensando em diminuir a produção de lixo em sua casa, a estudante Jéssica Bonizzi, 21 anos, optou pelo uso das fraldas de pano. "Um dia me dei conta da quantidade de fraldas que jogava fora, mais ou menos umas 20 a cada três dias. A minha filha Valentina vivia assada e, quando conheci as fraldas de pano, resolvi arriscar. Foi paixão à primeira troca. Elas não vazam, como as pessoas costumam pensar, e deixam a pele do bebê respirar, ou seja, é muito melhor. E é bem prático para lavar."

O aspecto ambiental também foi decisivo para a historiadora Carla Valezin, 28, ao escolher os modelos ecológicos. "Quando estava grávida comecei a conhecer mais sobre as opções de fraldas e quis pedir várias no meu chá de bebê, porém, sabia que as pessoas não colaborariam com a iniciativa. O meu filho Mateus sofreu muito com as descartáveis. Ele tem uma alergia muito forte, fica com a pele cheia de feridas, e deve ser hereditário, pois tenho alergia aos absorventes também."

Carla lembra que, após o nascimento do filho, começou a usar absorventes de pano e o coletor menstrual, um copinho de silicone utilizado como absorvente interno, mas que é lavável. "Minha alergia acabou. Logo que vi o resultado, comecei a comprar fraldas de pano para ele. Foi como mágica, a alergia sumiu em apenas dois dias de uso."

As mães contam que a rotina das fraldas de pano não é tão assustadora. "É tudo muito simples. É só deixar de molho em água quente e depois colocar na máquina com sabão neutro", garantiu Carla.

Para a diretora do instituto ambientalista Morada da Floresta, Ana Paula Silva, é necessária mudança de comportamento. "Vendemos poucos produtos ecológicos se comparados aos números dos descartáveis, mas se todos mudarem a postura, o mundo fica melhor."

Material corresponde a 5% de todo o lixo descartado por mês

Das 68 mil toneladas de lixo produzidas por mês no Grande ABC (soma dos dados de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires), 3.400 toneladas são fraldas e absorventes descartáveis.

Uma fralda descartável demora cerca de 500 anos para se decompor no meio ambiente, enquanto as opções ecológicas, além de serem reutilizáveis por até três gerações da família, levam em média 90 dias para decompor a parte orgânica e no máximo 20 anos para o tecido.

Em São Caetano, parte das fraldas e absorventes recolhidos são incinerados com o lixo hospitalar, como forma de minimizar o impacto ao meio ambiente.

Algumas pessoas questionam se o uso das fraldas de pano seria prejudicial à água, gerando aumento do consumo e contaminação com o sabão. Para a professora de pós-graduação do curso de Gestão Ambiental da Fundação Santo André Ângela Baeder, colocar o aumento de consumo do recurso como vilão é um argumento com pouca fundamentação. "Atualmente existem inúmeras técnicas para reutilização da água e processos de filtragem utilizados nas estações de tratamento que proporcionam mais facilidade em tratar o líquido que sumir com o lixo que produzimos."

Para as mulheres que trocaram fraldas e absorventes descartáveis pelas opções ecológicas, há uma mudança de comportamento geral na família. Não é apenas inserido um item sustentável na casa, mas são agregados valores e novos hábitos. "Utilizo a água que fraldas e absorventes ficam de molho para regar as plantas", destacou Carla Valezin.

É importante analisar as atitudes e o quanto elas podem impactar em aspectos regionais e globais. "Para toda ação há uma reação. Utilizar descartáveis aumenta o lixo, já as ecológicas aumentam o uso de água. Mas temos que analisar o que é possível equilibrar", garante Ângela.

Pediatra alerta para cuidados com a higiene dos tecidos

Para a professora de Pediatria da Faculdade de Medicina do ABC e coordenadora da UTI Neonatal do Hospital Nardini, em Mauá, Sueli Aparecida Bispo de Souza, o uso das fraldas de pano remete à sabedoria das avós. "É intrigante ver as mães modernas voltando no tempo e adotando novamente antigos hábitos."

Independentemente da contribuição ambiental e da economia gerada pelo uso das fraldas ecológicas, a pediatra lembra que a prática exige dedicação da mãe. "Apesar de os modelos modernos serem mais práticos, utilizarem tecidos de alta absorção e terem sistema antivazamento, a mãe precisa lembrar de uma questão primordial: a higiene. É necessário utilizar água quente e lavar com sabão neutro. O mais importante é enxaguar muito bem, se possível duas vezes. Passar a fralda com o ferro quente ajuda a eliminar qualquer bactéria."

A médica diz que não há estudo comparativo entre fraldas descartáveis e ecológicas, mas que a falta de produtos químicos no tecido colabora para diminuir a incidência de reações alérgicas. "O tecido mostra quando está molhado, assim a mãe fica mais atenta às trocas e preserva a pele do bebê

Medicamentos comuns para a febre podem provocar lesões renais graves nas crianças


25/01/2013 - 13:28

Medicamentos usados frequentemente para reduzir a febre e a dor em crianças, o ibuprofeno e o naproxeno, podem provocar lesões renais graves nos menores, especialmente quando sofrem algum grau de desidratação devido à gripe ou a outras doenças, avança a agência Lusa.

A conclusão é de um estudo de cientistas nos EUA, publicado esta sexta-feira na revista científica Journal of Pediatrics.

A equipa de cientistas das universidades de Indiana e de Butler, nos EUA, concluiu que quase 3% dos casos de lesão renal aguda pediátrica registados ao longo de 11 anos no hospital pediátrico local podem ser directamente associados à toma de anti-inflamatórios não esteróides comuns (NSAID, na sigla em inglês).

Apesar de a percentagem ser aparentemente reduzida, entre as crianças com problemas associados aos NSAID surgem quatro menores que precisaram de hemodiálise e pelo menos sete que poderão ter ficado com doenças renais permanentes, alertam os investigadores.

"Estes casos, incluindo alguns em que a função renal dos pacientes terá de ser monitorizada durante anos, bem como o custo dos tratamentos, são significativos, especialmente quando se considera que há alternativas e que as lesões renais agudas provocadas por NSAID são evitáveis" disse o nefrologista pediátrico Jason Misurac, que dirigiu o estudo.

Embora estes fármacos tenham sido ligados a lesões renais em breves estudos empíricos, o relatório agora publicado apresenta-se como o primeiro estudo de grande escala sobre a incidência e o impacto da lesão renal aguda provocada por NSAID.

A equipa de investigadores estudou os registos médicos do hospital pediátrico de Riley, na Universidade de Indiana, entre Janeiro de 1999 e Junho de 2010, tendo encontrado 1.015 casos em que os pacientes tiveram de receber tratamento para lesões renais agudas de qualquer origem.

Depois de excluírem os casos em que as lesões poderiam ser explicadas por outros factores, como doenças que afectam a função renal, os cientistas encontram 27 casos (2,7%) em que o único factor era a administração de NSAID.

Os cientistas admitem contudo que muitos dos 1.015 casos tenham causas potenciais múltiplas, pelo que os 27 casos deverão subestimar o número real de casos em que os medicamentos contribuíram para os danos nos rins.

O estudo conclui ainda que 78% dos 27 doentes estavam a usar NSAID há menos de sete dias e que 75% tomaram a medicação na dosagem recomendada. Em 67% dos casos, a família admitiu que a criança tinha sinais de desidratação.

A maioria dos pacientes era adolescente, mas os menores de cinco anos, por motivos que os investigadores não conseguiram identificar, foram afectados de forma mais grave: todos precisaram temporariamente de diálise, tiveram mais probabilidade de ficar nos cuidados intensivos e ficaram mais tempo no hospital.

Nenhum dos pacientes morreu ou sofreu de falência renal permanente, mas 30% das crianças revelaram sinais de doença renal crónica moderada após a recuperação do episódio de lesão renal aguda.

Os medicamentos em causa afectam a função renal ao restringir o afluxo de sangue aos componentes dos rins que filtram o sangue, pelo que o risco será maior se a criança estiver desidratada devido aos efeitos da doença, nomeadamente aos vómitos e diarreia, adiantou Misurac.

Sobre as alternativas aos NSAID, o médico apontou o paracetamol, mas não só. Considerando que a febre é normal em caso de infecção e não é perigosa em si mesma, Misurac sugeriu que "outra alternativa é não dar qualquer medicação, pelo menos por algum tempo, e deixar o corpo combater a infecção".

Conselho de Ética vai elaborar parecer sobre declarações de conflito com a IF



24/01/2013 - 07:55

(Portugal) - O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) vai elaborar um parecer sobre as declarações de conflito de interesses profissionais, pessoais e institucionais com a indústria farmacêutica, avança a agência Lusa.

Na comissão parlamentar de Saúde, o presidente do CNECV, Miguel Oliveira da Silva, considerou que a declaração não deve ser apenas por razões financeiras e que é importante discutir se basta informar do conflito de interesses ou se isto é insuficiente.

O responsável sublinhou que esta declaração tem de ser pessoal, profissional e institucional e defendeu que médicos, doentes e jornalistas da saúde devem estar obrigados a divulgá-la publicamente, para assegurar a transparência das decisões.

“A primeira declaração de conflito de interesses que gostava de encontrar num site é a do bastonário da Ordem dos Médicos”, afirmou Miguel Oliveira da Silva, assegurando que a sua está publicada no site do Infarmed.

O presidente do CNECV afirmou ainda que há “associações de doentes que são máscaras da indústria farmacêutica, com médicos nessas associações que são pagos e que são também máscara da indústria farmacêutica”.

Este parecer será uma iniciativa do CNECV, que considera que tal assunto justifica um parecer autónomo, acrescentou.

A obrigatoriedade da publicação da declaração de conflito de interesses por parte de todos os envolvidos já tinha sido defendida publicamente por Miguel Oliveira da Silva.

Recentemente, também o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, afirmou durante uma conferência que o Ministério vai exigir declarações públicas de interesses a quem falar sobre medicamentos.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

11 toneladas de produtos (medicamentos) vencidos na Prefeitura Municipal de Aracaju - SE.

Secretária anuncia débitos e desperdício de dinheiro público

Débitos superiores a R$ 52 milhões, 11 toneladas de medicamentos e outros produtos que devem ser incinerados porque apresentam prazo de validade vencido, falta de oxigênio e de equipamentos nas unidades de saúde, veículos sem condições de uso e ausência de transparência na transmissão de informações. Esta foi a herança observada na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciada na manhã desta terça-feira, 22, pela secretária Gorete Reis.

Além destas observações, a secretária não descarta a possibilidade de ingressar com ação judicial contra o Governo do Estado para obrigar a Secretaria de Estado da Saúde a repassar recursos pendentes em montante superior a R$ 23 milhões. Segundo a secretária, o Governo do Estado está tentando negociar o pagamento em 12 meses. “Mas é um prazo muito longo para uma secretaria que possui muitos débitos”, considerou.

Entre os entulhos no almoxarifado, a secretária informou que encontrou também equipamentos novos, ainda embalados, desprezados. “Não entendi porque equipamentos novos estão no entulho como lixo. Vamos fazer um levantamento total e encaminhar um relatório ao Ministério Público Estadual para que eu não possa ser responsabilizada por atos da administração anterior”, informou.
E o montante do débito, segundo avaliou, pode ser superior uma vez que, conforme frisou, a todo momento chegam faturas correspondentes a serviços prestados no ano passado. “Estou me sentindo a maior velhaca do mundo sem ter feito dívida”, brincou.

Quanto aos medicamentos e produtos com prazos de validade vencidos, a secretária avalia que ocorreu falha na gestão passada, por não ter programado aquisição dos produtos em volume compatível com a demanda das unidades de saúde mantidas pela Prefeitura de Aracaju. Como consequência, a SMS terá grande despesa com medidas para descartar aqueles produtos.
“Para incinerar, cada quilo custa R$ 13. Faltou cuidado. Não justifica, tudo isso passa pelo planejamento. Vamos mudar a logística para que possamos ter maior controle no estoque, para não se comprar em quantidade além da necessidade”, observou.

Por Cássia Santana

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Brasileiros desenvolvem fármaco pioneiro para tratar hipertensão em grávidas

18/01/2013
A pré-eclampsia, doença específica da gravidez, quando evolui para forma grave, aeclampsia, é responsável por cerca de 40% das mortes de mulheres decorrentes da gestação e do parto no Brasil. Apesar da alta incidência na população, as causas dessas enfermidades ainda não foram bem estabelecidas e não existem medicamentos no mercado brasileiro direccionados especificamente para o seu tratamento porque os fármacos tradicionais podem colocar em risco o desenvolvimento do feto. Mas essa dificuldade no tratamento pode ser superada em breve porque um medicamento anti-hipertensivo inédito para o período da gravidez foi desenvolvido por um grupo de investigadores brasileiros da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da empresa União Química. Fármaco já passou na primeira fase dos testes clínicos, avança o portal Isaúde. 

"Prevemos a conclusão de todos os testes clínicos em dois anos e, numa previsão conservadora, o medicamento poderá ser lançado dentro de cinco anos. Esse prazo irá depender da parte regulamentar dos órgãos competentes" , afirma o médico Robson Augusto Souza dos Santos, professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. Santos também coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanobiofarmacêutica (INCT-Nanobiofar), com sede na mesma universidade

"Os medicamentos actuais para controlo da tensão actuam no mecanismo vasoconstritor do sistema renina-angiotensina e não são endógenos, ou seja, produzidos pelo próprio organismo, mas moléculas feitas em laboratório. Por esse motivo, apresentam efeitos secundários", explica o coordenador do INCT-Nanobiofar. " O fármaco que estamos a desenvolver não proporciona esse problema por ser o próprio peptídeo sintetizado por meios bioquímicos, mas com a mesma composição do existente no corpo humano". De acordo com o médico, o medicamento, quando finalizado, também poderá ser usado para tratar hipertensão arterial geral. "Estudos prévios mostraram que a droga reduziu a tensão arterial de ratos hipertensos. O próximo passo será testar em humanos", conclui.

Viagra® converte células de gordura nocivas e pode combater obesidade.

22/01/2013

Investigadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, descobriram que o medicamento Viagra® converte indesejáveis células de gordura branca e poderia, portanto, ajudar a reduzir o acumular de gordura na região abdominal. A pesquisa, realizada com ratinhos, mostra ainda que a substância também diminui o risco de complicações causadas pela obesidade, avança o portal Isaúde.

O sildenafil, mais conhecido como Viagra®, é usado para tratar a disfunção eréctil. A substância evita a degradação de GMPc, que, em seguida, assegura o fornecimento de sangue para uma erecção.

No entanto, outro efeito do Viagra® foi notado há algum tempo atrás: ratos que receberam o medicamento durante longos períodos de tempo eram resistentes à obesidade quando alimentados com dieta rica em gordura. Entretanto, a causa para este aumento de peso reduzido não era clara.

Agora, a equipa de investigação, liderada por Alexander Pfeifer, melhorou o entendimento sobre o efeito do fármaco. "Estamos a pesquisar o efeito de cGMP em células de gordura há algum tempo agora. É por isso que o sildenafil foi um candidato potencialmente interessante para nós", afirma Pfeifer.

Pfeifer e os seus colegas estudaram o efeito do sildenafil sobre as células de gordura em ratos. Os investigadores administraram a droga aos roedores durante sete dias.

Os resultados mostraram que o medicamento aumenta a conversão de células de gordura branca, que são encontrados em "áreas problemáticas" humanas, em células de gordura bege nos animais. "Células de gordura bege queimam a energia dos alimentos ingeridos e converte-a em calor", explica Pfeifer.

Como as células de gordura bege podem "derreter a gordura má" e, assim, combater a obesidade, os investigadores estão muito esperançosos para o seu potencial.

"O sildenafil não só é capaz de minimizar os problemas de erecção, mas também pode reduzir os riscos de ganho de peso excessivo", afirma Pfeifer.

Os investigadores podem ter encontrado um mecanismo que permite converter as indesejáveis células de gordura branca para a gordura bege boa que "derretem" quilos em excesso. Além disso, pode ser possível reduzir as complicações relacionadas com a obesidade. "Mas isso terá de ser comprovado em estudos adicionais", acrescenta a investigadora Ana Kilic.

Cuidado contra aplicação prematura

Apesar dos dados promissores, os cientistas alertam sobre o uso discriminado de Viagra® para combater o excesso de peso. "Estamos numa fase de pesquisa básica, e todos os estudos foram realizados exclusivamente em ratos. Será um longo caminho até que drogas potencialmente adequadas para diminuir células de gordura branca em humanos sejam desenvolvidas", conclui Pfeifer.

Lundbeck descontinua fármaco usado no tratamento de leucemia infantil

22/01/2013 - 11:19

A farmacêutica dinamarquesa Lundbeck descontinuou em Dezembro a produção de uma substância usada no tratamento de um tipo de leucemia infantil, a leucemia linfóide aguda (tipo de tumor que afecta o sangue), decisão que tem lançado o pânico em muitos países, dada aproximação do fim dos stocks, avança o PIPOP – Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrica, citando o site Fierce Pharma.
A administração da Lundbeck tinha anunciado a sua decisão de parar a produção do fármaco Elspar® (asparaginase), argumentando com o facto de ter realizado elevados investimentos para garantir a manutenção da produção da sua substância activa (API), devido às dificuldades em obter um fornecimento constante da mesma.

Na altura, a farmacêutica revelou que a decisão de descontinuar o Elspar® foi baseada em dois factores principais que se prendiam com a existência de outras formas de asparaginase disponíveis no mercado, o que significa que os pacientes continuariam a ter alternativas e, em segundo lugar, com os desafios associados à manutenção de stock da substância activa a longo prazo.

A Lundbeck sublinha que o Elspar® é um produto biológico, pelo que apresenta uma dificuldade já há muito conhecida no que se refere ao seu fabrico, dadas as especificações do produto.


MSD sinaliza interesse na aquisição da Bausch & Lomb

22/01/2013


O CEO da MSD (conhecida nos EUA como Merck & Co.), Kenneth Frazier, avançou que a farmacêutica norte-americana pode estar interessada na aquisição da Bausch & Lomb, fabricante de óptica colocada à venda pela Warburg Pincus por cerca de 10 mil milhões de dólares (7,6 mil milhões de euros), avança o jornal económico OJE.

"É algo em que vale a pena pensar, é o máximo que posso dizer", declarou Frazier em entrevista concedida à agência de informação financeira Bloomberg.

A Warburg, que trabalha com o Goldman Sachs, está a facultar às entidades interessadas acesso aos dados financeiros e pretende receber as primeiras ofertas até ao final do corrente mês, avançaram fontes próximas do processo.
A proprietária da Bausch & Lomb quer encaixar pelo menos 10 mil milhões de dólares com a divisão, acrescentaram as mesmas fontes.

Neste sentido, o Goldman Sachs terá contactado potenciais compradores, incluindo a própria Merck, antes do Natal, fornecendo informações sobre a fabricante de produtos ópticos. Kenneth Frazier afirmou ainda que está satisfeito com o modelo de negócio diversificado da Merck, que inclui unidades de saúde animal e de consumo.

Em contraste, concorrentes do sector farmacêutico, como a Abbott Laboratories e a Pfizer, já promoveram o spin-off de diversas divisões, com o objectivo de se tornarem cada vez mais especializadas.



Atendimento do farmacêutico é valorizado por consumidores

21-01-2013


Pesquisa nacional inédita mediu a valorização do farmacêutico entre consumidores. Para 95% dos 1.611 entrevistados em 12 capitais brasileiras, a presença desse profissional nas farmácias é importante. E 90% consideram o farmacêutico importante para a saúde do consumidor. Esses dados fazem parte do levantamento finalizado em dezembro de 2012 pelo Instituto Datafolha em conjunto com o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), especializado em educação continuada, com foco no mercado farmacêutico.

A quase unanimidade da relevância atribuída ao farmacêutico é fruto de uma série de transformações positivas vividas no setor. A começar pelo consumidor, que está cada vez mais consciente de seus direitos. “Muitos estabelecimentos passaram a respeitar a lei [federal número 5.991, de 1973], que obriga a presença de um farmacêutico durante todo o período de funcionamento”, observa Marcus Vinícius Andrade, diretor do ICTQ.

“No entanto, ainda existe certa dificuldade em identificar a diferença entre o atendente e o farmacêutico”, diz Andrade. De acordo com o estudo Datafolha/ICTQ, os entrevistados de São Paulo foram os que mais reconheceram o valor dessa especialidade ao julgar a presença do farmacêutico nos estabelecimentos muito importante (87%). A maior visibilidade e respeito do profissional vêm a reboque também do crescimento de vendas apresentado no varejo farmacêutico.

Considerado promissor, o profissional graduado em Farmácia encontra um mercado de trabalho em expansão. O farmacêutico não se restringe ao atendimento no balcão. O leque de atuação se estende para várias outras áreas, além do varejo.

Hoje, esse profissional pode seguir carreira na área de logística farmacêutica, na indústria de alimentos e de cosméticos, na vigilância sanitária, nas unidades de saúde pública e privada, entre outros setores.

Isso não significa, porém, que a competitividade nessa profissão não esteja acirrada. Para Andrade, do ICTQ, quem para na graduação terá mais dificuldade de conseguir posições melhores no mercado.

“O profissional sem especialização, que se contenta apenas com a formação acadêmica, será aquele que vai ganhar piso salarial e assumir postos de baixa relevância”, ressalta Andrade. “Sem aprimoramento, o farmacêutico vai perder a chance de aproveitar as oportunidades que se abrem na profissão.”

Segundo o Conselho Federal de Farmácia, existem cerca de 67 mil farmacêuticos registrados no país. A cada ano, entram no mercado aproximadamente 8 mil formandos. De acordo com O CRF-SP, o curso de Farmácia está presente em mais de 400 instituições de ensino superior em todo o país. Dessas, 101 estão localizadas no estado de São Paulo.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Hormônio da tireoide tem onda de consumo para emagrecimento

Imagem apenas ilustrativa
Moda de consumo de medicamento em academias foi identificada por Conselho Regional de Educação Física

RIO- A eterna promessa de emagrecimento rápido e fácil leva brasileiros a tomarem hormônios da tireoide mesmo sem apresentar problema na glândula responsável por várias funções do corpo, desde a temperatura interna até a produção de glóbulos vermelhos. O presidente do Conselho Regional de Educação Física do Rio, André Fernandes, identifica inclusive uma nova moda no consumo da substância nas academias de ginástica, sucessora da onda de uso do estimulante Jack 3D — com venda proibida pela Agência nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde ano passado. O hormônio sintetizado, quando ingerido indiscriminadamente, provoca perda de massa muscular e, em última consequência, pode causar morte por parada cardíaca.

Seja pelo uso correto por pacientes com hipotireoidismo — quando a tireoide tem produção insuficiente de hormônio —, ou pelo uso sem prescrição, o Puran T4 (levotiroxina sódica), que contém a forma sintética do hormônio T4, aparece em segundo lugar na lista de remédios mais vendidos no Brasil no ano passado. No ranking, o medicamento divide espaço com produtos de amplo uso, como anticoncepcionais e um descongestionante nasal, informa a IMS Health, consultora especializada na área de saúde.

— O Puran T4 pode dar resultado imediato mas, em médio prazo, deixa de produzir efeito emagrecedor. É fácil perceber quando uma pessoa está usando a substância de forma errada, porque ela fica taquicárdica e desidrata mais rapidamente — descreve André Fernandes. — A moda do medicamento surgiu há cerca de um ano, e os alunos omitem dos professores das academias que estão tomando o medicamento por conta própria.

Substância troca peso por hipertireoidismo

Fernandes alerta que nenhum professor de educação física tem autoridade para prescrever qualquer medicamento ou dieta. Já Ricardo Meirelles, presidente da Comissão de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, acrescenta que a entidade condena o uso de hormônios da tireoide por quem não tem a glândula doente:

— Quem emagrece tomando hormônio da tireoide sem indicação médica só consegue perder peso porque provocou uma doença, o hipertireoidismo. Como é comum que obesos tenham tendência a problemas cardiovasculares, o uso inadequado do hormônio pode desencadear um infarto do músculo do coração.

O laboratório Sanofi-Aventis, fabricante do Puran T4, publica na bula do medicamento que “hormônios da tireoide não devem ser usados para perda de peso”. Para a empresa, a eficácia do medicamento no tratamento de hipotireoidismo conquistada em 30 anos de mercado e a estimativa de 10 milhões de pacientes no país são responsáveis pelas boas vendas.

Professor de endocrinologia da UFRJ, Mario Vaisman pondera que o Puran T4 é apenas uma em cinco marcas de medicamentos deste tipo disponíveis no mercado. Para o pesquisador, o risco maior está no hormônio tireoidiano prescrito para produção manipulada:

— O pior é o hormônio manipulado em farmácias, utilizado em larga escala pelos “fazedores de fórmulas” para emagrecimento. Os riscos de hipertireoidismo são realmente grandes. Já ocorreram até óbitos pelo erro na formulação.

Semana passada, a Anvisa publicou uma resolução para proibir a circulação de medicamentos que contenham tiratricol, outra substância análoga a hormônios tiroidianos, também usada de forma errada para emagrecer. Banido desde 2003 das farmácias do Brasil, o tiratricol ainda era vendido na versão manipulada, pois era usado para tratar um tipo de câncer. Depois de uma consulta feita por técnicos da autoridade sanitária, soube-se que a substância deixou de ser aplicada no tratamento e, por isso, foi proibida definitivamente. A Anvisa acrescentou que tem parceria com órgãos de vigilância sanitária locais e policiais para coibir a venda irregular de remédios. Há também, segundo a agência, o monitoramento de sites na internet para impedir a venda online e sem prescrição de drogas como o Puran T4.

A advogada Renata Guerra já tomou remédios com base em hormônios tireoidianos para emagrecer, apesar de nunca ter tido até então problemas com a glândula.

— Tomei medicamentos com hormônios T3 e T4 associados a outros remédios, todos prescritos por um médico. Apesar de não poder provar a ligação direta, ano passado tive suspeita de hipertireoidismo e hoje tenho alguns nódulos na tireoide que preciso monitorar com exames.

Método já foi alternativa

Condenado por sociedades médicas e pelas próprias farmacêuticas , o uso de formas sintéticas de hormônios da tireoide para emagrecimento já teve prescrição no passado, há pelo menos duas décadas, quando drogas mais modernas ainda não existiam, explica a endocrinologista Maria Edna de Melo, diretora da Associação Brasileira para o estudo da obesidade:

— Eram as chamadas “associações magistrais”, que continham diuréticos, laxantes e hormônios tireoidianos. O problema é que, para emagrecer, a a dose de hormônio tem que ser grande, praticamente uma intoxicação.

Chefe do Departamento de Endocrinologia do Hospital Universitário da UFRJ, Mário Vaisman diz que o excesso de hormônio tireoidiano gera prejuízos para todos os órgãos e sistemas, com sintomas como agitação, insônia, taquicardia e distúrbios menstruais. Nas mulheres que chegaram à menopausa, pode acelerar a osteoporose e, em homens e mulheres mais velhos, aumenta o risco de arritmias cardíacas.

— Deveria haver um controle na venda dos hormônios de tireoide como há hoje com antibióticos — sugere Vaisman, que defende uma distribuição mais eficaz de hormônios da tireoide pela rede pública, assim como ocorre com o tratamento para diabetes

Fonte: http://oglobo.globo.com/saude/hormonio-da-tireoide-tem-onda-de-consumo-para-emagrecimento-7339685#ixzz2IXeLa1Hf

Confira a lista dos 10 medicamentos mais vendidos do país

Descongestionante nasal lidera ranking, que tem ainda analgésicos, pomada para assaduras e anticoncepcionais

RIO- A lista dos 10 medicamentos mais vendidos no país em 2012 ajuda as vedetes da indústria farmacêutica e identificar os principais sofrimentos dos brasileiros. De acordo com a IMS Health, consultoria especializada em dados da área de saúde, o descongestionante nasal Neosoro é foi o medicamento mais vendido em número de unidades.

Quando considerado o faturamento total, o remédio que mais arrecadou dinheiro nas farmácias brasileiras no ano passado foi o Dorflex. Em seguida vem o Torsilax (analgésico e anti-inflamatório) e a Neosaldina (analgésico).

A lista das mais vendidas por unidade inclui drogas que exigem prescrição ou não:

1- Neosoro (descongestionante nasal)

2- Puran T4 (hormônio tireoidiano)

3- Salonpas (analgésico e anti-inflamatório)

4- Cliclo 21 (anticoncepcional)

5- Microvlar (anticoncepcional)

6- Buscopan Composto (analgésico e antiespasmódico)

7-Rivotril (anticonvulsivante e ansiolítico)

8- Dorflex (analgésico)

9- Glifage (antidiabético)

10- Hipoglós (pomada para assaduras)