segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Indústria Farmacêutica Nacional continua investindo alto.


Laboratório Teuto abre espaço para novas oportunidades de emprego e avança em seu projeto de expansão e modernização fabril.
Até o final do mês de março a nova unidade de produtos para a Saúde do Laboratório Teuto inicia seu funcionamento pleno. A nova área da planta industrial da empresa recebeu, na última semana de fevereiro, uma visita de inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e agora aguarda a liberação para o início das atividades.

Com a nova unidade o Laboratório Teuto ganha duas vezes. A empresa passa a disponibilizar em seu portfolio produtos de alto giro e rentabilidade, como a solução oftalmológica, Bio Soak e a compressa térmica adesiva, Fenaflan Patch. Além disso, a empresa vai gerar novas oportunidades de empregos tanto para a área farmacêutica quanto para a área técnica de operação de máquinas.

O espaço começou a ser projetado em 2010. As obras foram iniciadas no mês de outubro, cumprindo todas as etapas regulatórias exigidas pelos órgãos fiscais competentes. O processo de estruturação da nova unidade de produtos para saúde envolveu ainda empresas de vários segmentos (construção predial, equipamentos, piso, pintura, etc.), o que também gerou oportunidades indiretas de trabalho.


Diga não a automedicação. Prescrição Médica, uma decisão importante para vida do paciente.


Metade das receitas médicas apresenta erros
Por Antonio Marinho
RIO - Um cp/vo/8/8. O que parece uma difícil equação ou código indecifrável é, na verdade, a informação mais importante de uma receita médica: um comprimido via oral de oito em oito horas. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que mais de 50% dos medicamentos que circulam no mundo foram receitados, vendidos ou preparados de forma inadequada. Em grande parte esse índice se deve ao fato de que muitos médicos não sabem receitar e orientar seus pacientes. Das quase 170 faculdades de medicina no país, poucas cobram dos alunos a disciplina Uso Racional de Medicamentos (URM). A falta de critério e a má orientação quanto à utilização de remédios, associada ao hábito de automedicação no país, aumentam as chances de mais doenças e internações.
Na semana em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discutiu a proibição de emagrecedores, o problema do mau uso de remédios chama mais atenção. De acordo com a OMS, 50% das pessoas no planeta usam fármacos de forma errada. Só nos EUA, esses erros são responsáveis por 4% dos óbitos e 5% a 7% das internações. No Brasil, eles causam 30,7% das intoxicações e 19,7% dos óbitos, segundo o Ministério da Saúde.
- Medicamento não é bem de consumo. É insumo, é necessidade. Portanto, a produção e a comercialização deles não podem seguir as regras de comércio de bens de consumo. Esta lógica perversa precisa ser invertida urgentemente, caso contrário estamos perdidos - alerta Thaís Helena Abrahão Thomaz Queluz, titular do Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual Paulista, que instituiu na unidade de Botucatu o curso obrigatório de URM.
Esta iniciativa pioneira chamou a atenção do Ministério da Saúde, que está financiando a educação à distância sobre o tema e oferece prêmio para os melhores projetos voltados à promoção do URM. Entre problemas encontrados em receitas estão rasuras, letra ilegível, uso de abreviaturas, falta de explicação sobre os efeitos do medicamento e erros quanto à posologia. Thaís diz que médicos, dentistas e veterinários aprendem a prescrever como se seguissem uma "receita de bolo", no ambulatório, na enfermaria, com o médico de plantão. O que é um erro.
- Não fazem isso por má fé, mas por despreparo e pouco conhecimento sobre o uso racional dos remédios - afirma. - E fatores como pouca informação e falta de questionamento por parte dos pacientes, pressão da indústria farmacêutica oferecendo vantagens (30% do orçamento dos laboratórios são destinados à publicidade), falhas em fiscalização e vigilância contribuem para agravar.
Medicina baseada em evidências
Ela lembra que usar medicamento não é normal. Dois terços das consultas resultam em prescrições e as reações adversas aumentam com quatro ou mais drogas:
- Qualquer medicamento causa efeito em todo o organismo. Nem sempre um medicamento novo é melhor do que outro já no mercado há tempo. Os médicos deveriam estar preparados para buscar informações seguras e confiáveis sobre as drogas - afirma.
José Miguel Nascimento Júnior, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, diz que o órgão está preocupado com o problema e que tem investido na educação de prescritores e farmacêuticos, especialmente dentro dos hospitais. Esses profissionais devem levar em conta a medicina baseada em evidências, diz.
- Não é na indústria farmacêutica que eles vão se atualizar, nem no Google. Precisam buscar referências em bancos de dados, em literatura especializada. Já o paciente deve esclarecer todas as dúvidas com seu médico e farmacêutico; exija a presença dele.
Desiré Carlos Callegari, primeiro-secretario do Conselho Federal de Medicina, também defende o uso racional. Ele diz que uma medida importante é a digitalização das receitas e a implantação do prontuário eletrônico. O próprio Código de Ética Médica diz que receitas e prontuários ilegíveis podem ser usados em denúncia e processo.
- Uma receita bem escrita, clara, é uma forma de o profissional se proteger em casos de problemas com pacientes - diz.


A Forest Laboratories anunciou, que vai comprar a concorrente Clinical Data.


Antidepressivo impulsiona fusão de laboratórios
Por Rafael Baliardo
A banca de advocacia norte-americana Covington & Burling prestará assessoria legal em uma transação bilionária da indústria farmacêutica, nos EUA, depois que um novo medicamento para combater a depressão foi aprovado pelo FDA (a entidade responsável pelo controle de alimentos e medicamentos no país).
A Forest Laboratories anunciou, esta semana, que vai comprar a concorrente Clinical Data, visando o potencial de lucro com o lançamento do novo andidepressivo Viibryd, pela rival. O medicamento foi recentemente aprovado pelas autoridades dos EUA que regulamentam o setor. O valor da aquisição será de US$ 1,2 bilhões.
A Forest irá pagar US$ 30 por ação da companhia e mais US$ 6 por ação em custos adicionais, valores calculados com base em vendas futuras do Viibryd. As ações da Clinical Data dispararam na bolsa de valores, em janeiro, quando a aprovação do novo antidepressivo pela FDA foi anunciada.
Fundada em Washington D.C, em 1919, pelo juiz aposentado J. Harry Convington e o sócio Edward B. Burling., a banca Convington & Burlington é hoje uma das mais importantes dos EUA, com escritórios na Europa e Ásia. Na compra da Clinical Data pela Forest, a coordenação dos trabalhos de consultoria jurídica do lado da compradora estarão a cargo de um dos principais sócios da Convington & Burlington, Andrew Ment, e dos colegas Michael Labson (que cuidará da legislação referente às normas do FDA) e Michael Francese (que fica com as questões trabalhistas que envolvem a aquisição).
Para a venda, a Clinical Data contratou a banca californiana Cooley, também com quase 100 anos de experiência e atuação em outros países. Na equipe da Cooley que irá coordenar a venda da Clinical Data, estão advogados especialistas em aquisições, tributos, legislação antitruste e em remuneração e benefícios de altos executivos.
A Forest Laboratories é uma das gigantes no mercado de medicamentos psiquiátricos nos EUA, responsável pela comercialização dos antidepressivos Lexapro e Celexa e pela droga que combate o mal de Alzheimer, Namenda. Os produtos da companhia têm enfrentado enorme concorrência de uma série de medicamentos genéricos, disponíveis ao público por preços menores.
De acordo com a agência de notícias Reuters, aquisições como esta tornaram-se uma estratégia recorrente na indústria farmacêutica, que tem de lidar com questões de quebra de patentes. Companhias como a Forest estão sempre em busca de novos produtos para compensar a queda de lucro com medicamentos previstos para perder o registro de patente.
O antidepressivo Lexapro, sucesso de vendas da Forest, tem a quebra de patente prevista para o primeiro semestre de 2012, enquanto que o Namenda, para 2015
Fonte: http://www.conjur.com.br/2011-fev-27/antidepressivo-impulsiona-fusao-farmaceuticas-eua

Saúde Pública - Até quando este bando de vagabundos que usurpam o dinheiro público ficará impune?

Fantástico visita cidades com casos mais graves de desvio de dinheiro público
Autoria: G1 28/02/2011 05:12:00
Em Curralinho (PA), São Sebastião (PA) e Tefé (AM), os milhões de reais que deveriam ir para saúde e educação são desviados.

O Fantástico traz uma reportagem capaz de causar indignação. Ela mostra até que ponto o desvio de dinheiro público deixa populações inteiras sem saúde, sem educação, vivendo em condições sub-humanas. São milhões de reais que o Governo Federal libera para a saúde, a educação, o saneamento em cidades do interior, mas esse dinheiro some, e ninguém sabe direito para onde vai. Veja na reportagem de Eduardo Faustini.
No Hospital Municipal de Curralinho, no estado do Pará, uma mulher se indigna: “Todo mundo se esconde”. Ela não consegue ser atendida. “O hospital está jogado às traças, não tem ninguém”, reclama.
Os cidadãos do município vizinho, São Sebastião da Boa Vista, e de Tefé, no estado do Amazonas, também sofrem com o mesmo abandono do poder público. “Aqui é lixão do hospital, é lixão da cidade e é lixão do matadouro. Tudo vem ser jogado aqui”, revela Berenice.

“Não tinha legumes. Eu tinha que levar de casa, senão a criança não merendava”, afirma uma mulher.

Essas três cidades – Curralinho (PA), São Sebastião (PA) e Tefé (AM) - recebem dinheiro do Governo Federal, mas milhões de reais que deveriam ir para a saúde, educação e saneamento são desviados. Os municípios brasileiros são fiscalizados pela Controladoria Geral da União (CGU), por sorteio. Uma das missões da CGU é defender o dinheiro público.

“Nós sorteamos 60 municípios de cada vez, no auditório da Caixa Econômica, no mesmo lugar onde se faz o sorteio da Mega-Sena, aberto para a imprensa, para todo mundo que quiser ver”, afirma o ministro Jorge Hage Sobrinho, da Controladoria Geral da União.

No último sorteio, os relatórios da CGU apontaram São Sebastião da Boa Vista, Curralinho e Tefé como os casos mais graves de desvio de dinheiro público. E o Fantástico mostra como esses desvios prejudicam a população.

São Sebastião da Boa Vista é uma cidade de 22 mil habitantes que fica a 12 horas de barco de Belém, a capital do Pará. No hospital da cidade, funcionárias jogam fora o lixo hospitalar como se fosse lixo comum.

“É um absurdo. A universidade está ali, o prédio do INSS que estão construindo lá, o estádio lá, a quadra aqui: tudo próximo do lixão, tudo no lado do lixão, e o lixão no meu quintal, praticamente”, conta a dona de casa Benedita Magalhães.

No local, estão seringas usadas, com as agulhas prontas para espetar, ferir e contaminar. O carpinteiro Sebastião Pinto conta que o filho já se feriu no lixão. “Meu filho, o Júlio, já foi furado com agulha umas duas vezes já, com seringa. E ninguém toma providência nenhuma”, diz,

“A seringa desse jeito ou qualquer outro material perfuro-cortante no ambiente hospitalar tem que ser acondicionado em uma caixa apropriada. Essa caixa tem que ser transportada de forma apropriada, por uma equipe que foi treinada, para ser incinerado”, explica o professor de infectologia Edmilson Migowski, da UFRJ.

Curralinho, com 28 mil habitantes, fica a 12 horas de barco de Belém. O repórter Eduardo Faustini encontra o mesmo problema: seringas usadas misturadas ao lixo comum.

“Já sou vereador nesse município há seis anos. São seis anos cobrando, colocando no orçamento a construção do forno crematório, e até agora nada. Não tem resposta nenhuma”, aponta o vereador Marquinho, de Curralinho (PA).

Segundo a CGU, Curralinho não conseguiu comprovar como gastou R$ 9,7 milhões.

Vamos à cidade de Tefé, que tem 65 mil habitantes e fica a 36 horas de barco de Manaus. O perigo aumenta quando as chuvas escondem as seringas na lama.

“Alguém que for tentar catar lixo ali para poder reciclar uma garrafa Pet, por exemplo, pode se ferir. Ao se ferir, pode então adquirir algumas doenças. As principais são hepatite B, hepatite C ou o próprio HIV”, ressalta o professor de infectologia Edmilson Migowski, da UFRJ.

Em São Sebastião da Boa Vista, você conheceu Benedita, a vizinha do lixão. Pois quando ela sai de casa para cuidar da saúde, encontra mais dificuldade. Ela e outros cidadãos tentam marcar consulta no hospital público.

“Nós ficamos aqui até 23h para pegar a ficha para vir se consultar”, revela uma menina. “Eu vou ficar aqui até 23h para pegar uma ficha para o meu esposo, que está doente, precisando de médico”, diz uma senhora.

Em Tefé, a agricultora Neide da Costa de Castro não conseguiu ser atendida nem marcar consulta. “Eu fui ao médico, só que o médico não me atendeu, porque não tinha médico, tinha só uma enfermeira no hospital”, revela.

Em Tefé, como nas outras duas cidades, enfermeiros e técnicos de enfermagem trabalham no lugar de médicos. Eles fazem consultas e prescrevem remédios sem um diagnóstico feito por um médico.

“A verdade é que, no município, a maior parte do serviço do médico quem faz são os técnicos de enfermagem, não por irresponsabilidade, mas por não querer se omitir ao atendimento”, aponta o vereador Reinaldo de Souza e Silva, de São Sebastião da Boa Vista (PA).

Veja o que acontece em um atendimento feito sem a orientação de um médico: “Esse remédio, a gentamicina, é usado diariamente aqui. Tudo foi receitado por um enfermeiro”, comenta uma técnica em enfermagem.

Em um único dia, esse antibiótico foi receitado pelo menos 21 vezes. “A gentamicina pode provocar dano tanto ao rim quanto ao ouvido. Não pode ser passado de qualquer maneira”, alerta o presidente da Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro, Carlindo Machado e Silva.

Em Curralinho, milhares de remédios são desperdiçados. Pílulas, ampolas e vacinas, muitos comprados pelo Ministério da Saúde, estão com a validade vencida.

O que é jogado fora faz falta no posto de saúde, fechado há quatro meses. “Porque a gente não tem medicamento. Não tem como atender uma pessoa caso aconteça um acidente com corte. Não tem para a gente fazer curativo”, destaca o agente de saúde Jaime Pantoja, de Tefé (AM).

O repórter Eduardo Faustini chega à outra comunidade. Nela, as condições de trabalho da técnica de enfermagem Francisca Sá Barreto são as piores possíveis. Ela não tem nem luvas para tirar os pontos da cesariana de uma paciente. “Não estou com luva, porque não tem”, afirma. “Já costurei oito pessoas com agulha de costurar roupa”.

Francisca explica que limpa o material hospitalar em uma pia e que a torneira não tem água. Então, enche um balde com a água do rio: “Acabou o procedimento, eu venho para cá, coloco aqui e pego o sabão. Eu tenho que encher com a água do rio. Eu pego, coloco o material de molho aqui por uns 20 minutos, depois eu venho, meto a escovinha e vou colocar nesse fogão para esterilizar”, explica.

“É feito tudo de uma maneira muito rudimentar, colocando em risco os próximos pacientes, nos quais ela for usar esse material, que certamente estará contaminado”, afirma o presidente da Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro, Carlindo Machado e Silva.

Mas por que técnicos e enfermeiros fazem o papel de médicos? “Os médicos não querem vir para o interior”, justifica o prefeito de Tefé (AM), Jucimar de Oliveira Veloso.

E os salários são bons. Muitos médicos aceitam, e um ou outro aproveita para ganhar mais um dinheirinho extra. “Um médico ganha cerca de R$ 1,3 mil por dia, para consultar 15 pessoas de manhã e 10 à tarde. Depois, ele não atende mais e vai para o consultório dele particular”, diz o prefeito interino de São Sebastião da Boa Vista (PA), Doriedson Teixeira da Silva.

Esse é o caso do médico Itamar Cardoso. Em um mesmo dia, ele atende no hospital público e depois no consultório particular, onde está o único aparelho de ultrassonografia do município.

“No dia em que ele está batendo ultrassom, ele ganha como médico de ultrassom e ganha também como médico do nosso município. Ele acumula dois salários só em um dia”, destaca o prefeito interino.

O Fantástico foi atrás do doutor Itamar. Ele marcou no hospital público às 15h, mas um funcionário do hospital não permite a entrada da equipe do Fantástico.

Funcionário: Fica lá fora.
Fantástico: Eu vou ficar lá fora, mas ele marcou comigo às 15h.
Funcionário: Quando ele chegar, eu mando vocês entrar.
Fantástico: Está bom. Estou aqui fora, aqui na porta.

O funcionário tenta impedir a nossa equipe de trabalhar. Ele coloca a mão na câmera tentando impedir a filmagem. O doutor Itamar acaba dizendo que não quer gravar entrevista.

A falta de equipamentos é uma realidade também nos laboratórios públicos, que não têm aparelhos nem materiais para garantir a segurança do técnico e do paciente. “A gente coloca cloro, detergente e fica até soltar o material. Depois, a gente ainda escova com sabão. E assim a gente faz uma mistura para poder limpar. Não é o ideal. Tinha que ser descartável”, revela uma funcionária.

As lâminas são lavadas no banheiro. “Se você tiver que reutilizar um material. Uma lâmina de vidro, por exemplo, tem que ser autoclavado. Autoclavar é um aparelho que esteriliza. Ele usa a uma temperatura extremamente elevada que mata vírus e mata bactéria”, explica o professor de infectologia Edmilson Migowski, da UFRJ.

Toda essa precariedade ocorre em um município com altíssimo índice de malária, cerca de metade dos 28 mil moradores já contraiu a doença. Muitos, mais de uma vez.

“Aqui na minha casa todo mundo já pegou malária. Meu pai pegou 14 vezes. Eu peguei cinco. Todos os anos, nós pegamos. Minha mãe pegou oito”, revela o estudante Michel Gonçalves.

“Em 2010, nós tivemos quase 13 mil casos de malária. Em 2011, se medidas não forem tomadas, certamente nós vamos aumentar esse número. E isso é muito alarmante para um município do tamanho de Curralinho”, destaca o coordenador de endemias do Pará, Luiz Roberto Pereira.

Alarmante também é um matadouro municipal. “O pessoal não tem o equipamento de proteção individual. O chão está totalmente imundo. As paredes e o chão não são apropriados. O transporte é totalmente irregular. A carne tem que ser transportada sob proteção, refrigerada. Não tem muita diferença do ponto de vista sanitário você transportar a carne na carroça e em uma caçamba de lixo”, aponta o professor de infectologia Edmilson Migowski, da UFRJ.

O que os funcionários entendem como higiene é lavar o estabelecimento com água, e tudo vai parar no rio que é de onde sai a água usada pela população. “Quando você joga sangue in natura na água, você acaba favorecendo a proliferação de bactérias”, explica o infectologista.

Segundo a Controladoria Geral da União, o município de São Sebastião da Boa Vista recebeu do Ministério da Saúde R$ 1,2 milhão para implantar o sistema de esgoto. Uma construtora recebeu o dinheiro, mas a prefeitura não comprovou a execução dos serviços.

“Nós não ficamos só no processo para ver a comprovação da despesa, para ver se houve a licitação ou não, porque, às vezes, o processo está muito bonitinho. Quando veem no processo que houve uma licitação, quais as empresas que ali apareceram como tendo participado, os nossos auditores vão procurar a empresa no endereço”, afirma o ministro Jorge Hage Sobrinho, da Controladoria Geral da União.

Nosso repórter vai até duas empresas que venceram licitações da prefeitura de Curralinho, no Pará. Uma foi convidada a disputar o fornecimento de materiais de escritório; a outra, o de materiais de higiene e limpeza.

Fantástico: Vocês fizeram negócio na prefeitura?
Anisérgio da Silva Oliveira: Meu pai fez.
Fantástico: Mas a empresa é tua ou do teu pai?
Anisérgio da Silva Oliveira: É dele.
Fantástico: Todas elas?
Anisérgio da Silva Oliveira: Não. Essa aqui é dele. Essa aqui é minha.

A empresa de Anisérgio da Silva Oliveira tem o nome dele. Ela foi uma das vencedoras da licitação para fornecer material de escritório. Sobre a empresa do pai, ele diz que não sabe nada. “É parte de papelaria. Do meu pai, eu não sei. Só sei da minha”, diz Anisérgio.

Como ele não sabe? As duas empresas ficam lado a lado. A empresa do pai se chama Oliver Comércio e Serviços de Obras e foi uma das escolhidas para fornecer material de higiene e limpeza.

A CGU desconfia que o processo foi fraudado, porque as compras custaram mais R$ 200 mil para cada tipo de material. A lei diz que, se o valor passa de R$ 80 mil, não pode haver licitação por convite. O que a prefeitura tinha que ter feito era outro tipo de licitação, a chamada tomada de preços.

O ex-prefeito de Tefé Sidônio Gonçalves perdeu o mandato no ano passado, porque foi eleito prefeito pela quarta vez, o que é proibido. Quando ele era prefeito, a cidade recebeu do Governo Federal R$ 24,6 milhões para a educação. A CGU descobriu que a prefeitura não comprovou como gastou quase a metade desse dinheiro: R$ 11 milhões.

Segundo o novo prefeito, Jucimar de Oliveira Veloso, que tomou posse esta semana, a situação das escolas é péssima. “Nós temos mais de 48 escolas sem condições, totalmente sem condições de ter aula. Infelizmente, é essa a nossa realidade”, destaca.

O aluno que não leva comida de casa passa fome. “Não tinha legumes para fazer sopa. Tinha que levar de casa, senão a criança não merendava, para fazer a sopa. Quando tinha, quando não era rapadura, banana verde que eles davam para a criança”, conta Susimara Silva da Cruz, mãe de aluno. “Chegava lá e, às vezes, não tinha merenda. Voltava e não tinha merenda”, comenta Neide da Costa de Castro, mãe de alunos.

A situação não é melhor nas outras duas cidades fiscalizadas pela CGU.

“Não tem carteira para todos. A carteira que tem são poucas, não é para todos. Quando vêm todos os alunos, tem uns que têm que sentar no chão”, conta a professora Maria do Socorro de Farias, de Curralinho (PA).

“Quando chove, enche, e a gente tem que pular pela janela para poder dar aula, para os alunos terem acesso à sala de aula. As salas enchem. Está precisando de uma boa reforma”, diz a professora Francisca Rodrigues da Costa, de São Sebastião da Boa Vista (PA).

Procuramos o prefeito de São Sebastião da Boa Vista (PA), e ele não quis receber a nossa equipe.

Já o prefeito de Curralinho começa dizendo que todo o dinheiro recebido do Governo Federal foi aplicado corretamente. “O recurso da educação foi aplicado na educação. Os outros recursos, no caso, da saúde, mesma coisa”, diz o prefeito de Curralinho (PA), Miguel Santa Maria.

Mas, em seguida, ele admite que as contas da cidade não fecham: “Quando a CGU vai ao nosso município, é bom. Ela achou os problemas, e a gente vai responder já consertando”.

“Eu diria que hoje nenhum gestor, seja prefeito de município, seja dirigente de órgãos estadual ou federal, pode mais confiar integralmente na impunidade. Não pode. Mesmo que o processo judicial demore, que ele possa confiar que dificilmente chegará a se posto na cadeia, mas há outros tipos de sanções. São punições administrativas, são providências que o obrigam a devolver ao erário o dinheiro desviado. Além disso, há aquela sanção difusa da opinião pública, da sociedade, porque a imprensa divulga, toda a população fica sabendo o que aconteceu”, afirma o ministro Jorge Hage Sobrinho, da Controladoria Geral da União.

“Cada relatório de cada auditoria que se conclui, nós encaminhamos para todo mundo que tenha alguma coisa a ver com o assunto: a Câmara do município, o prefeito municipal e o ministério que repassou os recursos para que ele tome as providências”, destaca o ministro
Fonte: http://www.correiodopovo-al.com.br/v3/mundo/12616-Fantstico-visita-cidades-com-casos-mais-graves-desvio-dinheiro-pblico.html

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sibutramina (sacietógeno) e anfetaminas se mantém no mercado brasileiro.

Decisão sobre medicamentos para emagrecer no Brasil é adiada

O destino da sibutramina, um dos medicamentos mais prescritos no Brasil para o combate à obesidade, não tem prazo para ser definido. Após seis horas de audiência pública, convocada na quarta-feira devido à proposta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária brasileira (Anvisa) de banir os medicamentos para emagrecer, membros de sociedades médicas, da Indústria Farmacêutica e outros representantes mostraram-se contrários à opinião da entidade reguladora, avança a Revista Veja.

Por isso, a proibição, programada para o início de Março, deverá ser suspenso, avançou Dirceu Barbano, director da agência. "A directoria tomará a decisão quando tiver segurança", disse. "As informações contraditórias precisam encontrar-se", completou, referindo-se à posição de sociedades contrárias ao veto.

A Anvisa quer banir o registo de quatro substâncias para emagrecer: a sibutramina e os fármacos considerados anorexígenos anfetamínicos – como anfepramona, femproporex e mazindol. A partir de um relatório de 90 páginas, a equipa técnica da Anvisa argumenta que o medicamento traz mais riscos que benefícios. A Anvisa baseia-se nos resultados do Scout, um estudo realizado com 10.000 pessoas com mais de 55 anos, durante seis anos. O estudo revelou que o uso da droga aumentava em 16% as probabilidades de risco cardiovascular.

Os médicos admitem que esses fármacos acarretam riscos — como qualquer medicamento, aliás. Mas alegam que, ao optar pela proibição, a Anvisa confunde efeitos secundários com contra-indicações específicas a determinados grupos de doentes. Ou seja: é possível controlar os riscos a partir do acompanhamento do histórico e da evolução dos doentes.

Durante a audiência, a posição da Anvisa foi contestada pelos médicos presentes. Durante cerca de dez minutos, Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, defendeu a continuidade desses medicamentos no mercado. Um dos principais argumentos apresentados foi que o Scout, que foi a base da proibição da sibutramina pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), foi baseado em dados de doentes que já apresentavam riscos de problemas cardiovasculares e diabetes – facto que impediria a indicação do medicamento, segundo a bula.

“Em vez de retirar do mercado, é preciso fiscalizar a prescrição incorrecta”, disse. "O tratamento tem que se iniciar sempre por modificações no estilo de vida, mas nem todas as pessoas conseguem aderir a um programa como esse. Nesse caso, a farmacoterapia é uma das iniciativas", ressaltou.

Os médicos expuseram a preocupação com o que aconteceria com pessoas que já beneficiam do uso do medicamento e com aquelas que nem poderão utilizar, devido à possível proibição. "Pelo bem dos obesos, que os fármacos sejam mantidos, mas que a Anvisa exerça um rigoroso controlo sobre a venda", afirmou Henrique Suplicy, da Associação Brasileira de Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Outro argumento, amplamente defendido, foi o possível crescimento do mercado paralelo e o contrabando de medicamentos.

No fim da audiência, Maria Eugênia Cury, da Anvisa, disse que todos os argumentos propostos seriam considerados. “É verdade que o Brasil tem uma realidade própria, mas precisamos estar atentos ao que acontece nos processos regulamentares de outros países”, disse. “Retirar medicamentos do mercado não é uma situação simplista, não é fácil. Precisamos aprofundar sobre isso”, concluiu.

O bilionário Mercado Farmacêutico enxergando o Brasil com bons olhos. Ex:Bayer Schering Pharma


Bayer Schering Pharma planeja lançar cinco produtos em 2011
24/02/2011 - 08:17
São Paulo – A Bayer Schering Pharma, divisão da Bayer HealthCare, divulgou ontem os resultados de suas vendas globais nos primeiros nove meses de 2010, que alcançaram aproximadamente 8 bilhões de euros.
“O Brasil tem um mercado farmacêutico muito competitivo, mas também muito atraente. Esperamos continuar a crescer a uma taxa percentual de dois dígitos por ano”, afirma Theo van der Loo, presidente da Bayer Brasil.
Para alcançar esse objetivo, a empresa lançará cinco novos medicamentos no mercado nacional em 2011. “Entre eles, está a pílula anticoncepcional Qlaira®, que introduzirá um novo conceito de contracepção oral no mercado; o medicamento para hipertensão pulmonar Ventavis® e Levitra ODT®, contra a disfunção erétil”, explica Theo van der Loo. De acordo com o presidente da Bayer Brasil, a companhia seguirá explorando o potencial do mercado brasileiro para áreas como Saúde Feminina, Cardiologia e Diagnósticos por Imagem.
Hoje, o Brasil é um dos principais centros de produção da Bayer para hormônios, produzindo quase 2,5 bilhões de comprimidos por ano e gerando um volume de exportação de mais de US$ 120 milhões. A partir do Brasil, a empresa abastece a América Latina e alguns países asiáticos. A Bayer Schering Pharma é líder no mercado nacional e mundial de pílulas anticoncepcionais.
A ampliação da participação do Brasil nas pesquisas para desenvolvimento de novos medicamentos também faz parte da estratégia da Bayer Schering Pharma. Em 2010, cerca de 200 centros de pesquisa participaram dos estudos da BSP, somando mais de 1.500 pacientes inscritos. Para 2011, a empresa planeja dobrar seu orçamento local para as pesquisas clínicas realizadas em colaboração com centros como o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Instituto do Coração, Instituto do Câncer, UNIFESP, UNICAMP, entre outros.
Em termos globais, a empresa tem uma gama de produtos farmacêuticos inovadores já em estado avançado de estudo. São 13 projetos em fase I, 18 em fase II e 23 projetos em fase III de estudos clínicos. Além disso, o Brasil é um dos quatro centros de referência para farmacovigilância da Bayer no mundo. Empregando mais de 140 profissionais, o Centro de Farmacovigilância cuida de diversas áreas terapêuticas globalmente.
Bayer HealthCare- O Grupo Bayer é um empreendimento mundial com qualificações principalmente nos campos da saúde, nutrição e materiais de alta tecnologia. A Bayer HealthCare, um subgrupo da Bayer AG, com vendas anuais de mais de 15,9 bilhões de Euros (2009), é uma das empresas inovadoras líderes mundiais em saúde e na indústria de produtos médicos, com base em Leverkusen, na Alemanha. A empresa combina as atividades globais das divisões de Saúde Animal, Cuidados para o Consumidor, Diabetes Care e Farmacêutica (Bayer Schering Pharma, no Brasil). O objetivo da Bayer HealthCare é descobrir e fabricar produtos que melhorem a saúde humana e animal em todo o mundo. A Bayer HealthCare tem uma força de trabalho mundial de 53.400 funcionários e está presente em mais de 100 países. [ www.bayerhealthcare.com].
Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=147832

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A luta contra o câncer continua. Surgem esperanças para quem tem Leucemia Mieloide Crônica.

Ter, 08 de Fevereiro de 2011 06:25

Uma proteína descoberta em 1995, capaz de aniquilar as células tumorais, deixando ilesas as células saudáveis, é considerada um dos mais poderosos recursos naturais do organismo para deter o câncer. No entanto, em certos tipos de câncer há uma inibição da expressão dessa proteína, conhecida como TRAIL (sigla em inglês para ligante indutor de apoptose relacionada ao fator de necrose tumoral), o que permite a evolução do tumor. Uma equipe brasileira de cientistas desvendou um mecanismo molecular que controla a expressão de TRAIL na leucemia mieloide crônica (LMC). O estudo, que mostrou como a “armadilha contra o câncer” é desmontada, abre caminho para a investigação de alternativas terapêuticas para a doença.
 trabalho, coordenado por Gustavo Amarante-Mendes, professor do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), foi publicado na revista Oncogene, do grupo Nature.

O cientista coordena atualmente um projeto de pesquisa, financiado pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular, que tem foco na área de excelência do grupo do ICB-USP: estudos sobre os mecanismos moleculares que regulam os processos de morte celular em câncer e em células do sistema imune.

De acordo com Amarante-Mendes, o trabalho foi a base da pesquisa de doutorado de Daniel Diniz de Carvalho, primeiro autor do artigo. Colaboraram também Welbert de Oliveira Pereira e Janine Leroy, alunos de doutorado e mestrado, respectivamente. Os três tiveram bolsas da FAPESP.

Durante seu desenvolvimento, a partir de 2007, o estudo recebeu diversos prêmios, incluindo o Nature Reviews Cancer Award, durante a 8ª Conferência São Paulo de Pesquisa, o segundo lugar no Prêmio Michel Jamra para Jovens Pesquisadores durante a 23ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), além do Prêmio Ricardo Pasquini, como melhor trabalho sobre leucemia mieloide crônica apresentado no congresso da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (Hemo 2009).

Segundo Amarante-Mendes, a proteína TRAIL induz suas células-alvo à morte iniciando um complexo e bem regulado programa molecular conhecido como apoptose, que é acionado durante o desenvolvimento embrionário, para formar de maneira apropriada órgãos e tecidos. Na vida adulta, a apoptose – ou morte celular – desempenha um papel fundamental na renovação das células.

“Os defeitos no processo de apoptose são observados em diversas formas de câncer e a aquisição de resistência à apoptose é considerada uma das etapas do processo de gênese do tumor. Algumas formas de câncer são capazes de desenvolver resistência à morte induzida por TRAIL. Outras, como a LMC, inibem a produção de TRAIL, escapando desse importante mecanismo de defesa. Nosso estudo demonstrou o funcionamento desse mecanismo molecular”, disse Amarante-Mendes à Agência FAPESP.

A LMC, segundo o cientista é causada por uma proteína quimérica – isto é, que não deveria existir normalmente no organismo –, que surge como resultado de uma “confusão” entre os cromossomos 9 e 22, que trocam trechos entre si.

“É o que se chama de translocação gênica: a proteína ABL, do cromossomo 9, é transferida para a região BCR do cromossomo 22. Isso gera um cromossomo atípico, denominado cromossomo Filadélfia, associado à LMC. O nosso estudo investigou os mecanismos moleculares responsáveis pela inibição da expressão de TRAIL nas células leucêmicas BCR-ABL-positivas”, explicou.

O trabalho, de acordo com Amarante-Mendes, teve colaboração de outros grupos de pesquisa, incluindo as equipes coordenadas por Marco Antonio Zago, pró-reitor de Pesquisa da USP, Eliana Abdelhay, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), e as professoras Fabíola Castro, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCF-RP-USP), e Jacqueline Jacysyn, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Bala mágica

Inicialmente, a equipe observou que a expressão de TRAIL diminuía expressivamente com a progressão da LMC e essa diminuição estava diretamente relacionada a um aumento na expressão de uma outra proteína: a PRAME (sigla em inglês para antígeno preferencialmente expresso do melanoma).

“A PRAME normalmente não é encontrada em células normais, mas está presente com frequência nas células tumorais. Depois de constatar isso, nós observamos que a PRAME é diretamente responsável por inibir a expressão de TRAIL em células leucêmicas”, disse Amarante-Mendes.

De acordo com ele, a PRAME é responsável por recrutar proteínas capazes de inibir a transcrição gênica por meio de mecanismos epigenéticos. “O trabalho mostrou também que esse mecanismo tem implicações terapêuticas para a LMC, uma vez que a inibição de PRAME, por RNA de interferência, é capaz de gerar uma maior expressão de TRAIL, deixando as células leucêmicas mais suscetíveis à apoptose e, consequentemente, à terapia”, afirmou.

Quando a TRAIL foi descoberta, em 1995, pelo fato de matar as linhagens celulares em culturas tumorais preservando, ao mesmo tempo, as linhagens primárias, a proteína foi considerada uma “bala mágica” para o futuro do tratamento do câncer. Alguns tratamentos clínicos com base na TRAIL chegaram a ser desenvolvidos.

“O problema é que algumas formas de câncer são resistentes a essa sinalização. Em outras formas, como no caso estudado, o gene ABL-BCR mantém baixa a expressão de TRAIL. Por isso focamos os estudos na tarefa de desvendar esse mecanismo”, disse Amarante-Mendes.

É possível que o mesmo mecanismo desvendado pelos pesquisadores, segundo ele, possa ocorrer não só na LMC, mas também em outros tipos de tumores onde a expressão de PRAME é elevada.

“Essa possibilidade – e suas implicações clínicas – é o próximo passo para os nossos estudos”, disse o cientista. O tema, segundo ele, já começou a ser investigado por Bárbara Mello, que desenvolve no laboratório do ICB seus estudos de pós-doutorado, com bolsa da FAPESP.

O artigo BCR-ABL-mediated upregulation of PRAME is responsible for knocking down TRAIL in CML patients (doi:10.1038/onc.2010.409), de Gustavo Amarante-Mendes e outros, pode ser lido por assinantes da Oncogene em www.nature.com/onc.

Agência FAPESP

Fonte: http://www.planetauniversitario.com/index.php?option=com_content&view=article&id=20043:proteina-exterminadora&catid=56:ciia-e-tecnologia&Itemid=75 

Promotor de Justiça defende permanência de medicamentos que a ANVISA quer banir do mercado.


A guerra do regime
Edição de sábado, 19 de fevereiro de 2011
Promotor defende venda de remédios para emagrecer vetados pela Vigilância Sanitária

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) decidiu entrar na briga entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os médicos endcrinologistas a respeito da proibição ou não dos inibidores de apetite, usados nos tratamentos para emagrecer. E já sabe de que lado estará. O promotor de justiça Diaulas Costa Ribeiro vai representar o Ministério Público na audiência da Anvisa programada para discutir a questão, na próxima quarta-feira, e adiantou ser contrário à suspensão da venda, como quer a agência.

Na opinião de Diaulas Ribeiro, a medida é equivocada, mesmo sendo baseada nos exemplos de Europa, Estados Unidos e Canadá, que já proibiram a comercialização da sibutramina. Ele avalia que o Brasil não tem estrutura para abrir mão desses medicamentos. E explica: ´Países de primeiro mundo que podem se dar ao luxo de proibir uma medicação como essa, com certeza, estão encontrando mecanismos de contenção da obesidade, e podem estar apostando em tratamentos de genes, por exemplo, porque acirurgia (bariátrica) tem matado muito`.

O promotor acredita que o país precisa avançar nas pesquisas acerca da obesidade para então discutir o fim do registro dos inibidores de apetite. ´Há um certo modismo de interferir em coisas quando não se tem alternativas`. Para ele, teria resultado mais efetivo a fiscalização do que é receitado aos pacientes, bem como a atenção dos médicos quanto às contra-indicações. ´Em alguns casos em que ocorreram possíveis mortes pelo uso da medicação, os pacientes eram todos cardíacos. O estudo em que a Anvisa se baseia trata de pessoas com doenças prévias.` A decisão sobre a suspensão ou não do registro da sibutramina, um dos inibidores de apetites mais usados no país, além de outros três remédios para emagrecimento do grupo das anfetaminas (anfepramona, femproporex e mazindol), sairá após a audiência pública marcada para a próxima quarta-feira, em Brasília. (Ana Elisa Santana).

Segundo o Cinform, Estado de Sergipe deixou faltar medicamento essencial (Somatropina GH - hormônio do crescimento) para atender paciente carente.

Nota C&T:
Não quero aqui atribuir culpas, mas fazer um comentário preciso.
Quem conhece o mínimo de gestão de logística, inclusive caseira, por exemplo: a compra do café, arroz, feijão no mercadinho, tem competência para saber para quantos dias aproximadamente o que tem em sua dispensa será suficiente.
No caso do CASE, precisamos saber se os diversos fabricantes deixaram de fornecer o GH para o Governo de Sergipe ou foi falha de gerenciamento nas compras. Não quero nem falar na questão licitação pública, pois sabemos que ao final do ano sempre tem saldo licitado para ser empenhado. Não me digam que licitaram menos do que a demanda previsível, além da flexibilidade prevista em lei!
No final do ano passado, a relação do Governo de Sergipe, assim como de muitos Estados da Federação, foi complicada com os fornecedores de medicamentos e outros produtos de saúde. Os atrasos nos pagamentos aos fornecedores foram muitos.
Não adianta estatísticas nesta hora, para a família da Sra. Rosangela Pereira Cardoso Moura a falha do setor de compras para o CASE foi 100%. Esta é uma questão típica para sociedade buscar amparo junto ao Ministério Público.
Não tenho dúvida, que sob determinação de uma autoridade competente em caráter de urgência, o Estado providenciará o produto em até 5 dias, salvo falta no fabricante, afinal, o Brasil depende na sua grande maioria de substâncias importadas, infelizmente estamos muito longe de ser um país independente na produção de substâncias  básicas para o dia a dia. Temos que importar praticamente tudo, mesmo caminhando para ser um dos maiores mercados consumidores de medicamentos do mundo.
Nota postada por Teófilo Fernandes.

Mãe se desespera alegando que filha não recebe medicamentos do Case 

Rosangela Pereira Cardoso Moura é mãe e está desesperada. Há mais ou menos dois meses não consegue receber do Centro de Atenção à Saúde – CASE-  a medicação somatropina GH para garantir a continuidade do tratamento hormonal da filha de 15 anos. A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde informa que o remédio já está disponível desde sexta-feira e que faltou medicamento durante um mês. Funcionários já estão ligando para os pacientes informando.
Os usuários pretendem se unir e buscar a intervenção do Ministério Público Estadual para garantir a continuidade dos tratamentos.“Tenho buscando informações diariamente no CASE. Além de mal atendida, não consigo saber nenhuma previsão de quando a minha filha vai poder retomar o tratamento”, reclama Rosangela, que se esforça para se manter no trabalho e garantir uma aplicação injetável diária do hormônio na adolescente.
A  filha de Rosangela é portadora de uma síndrome rara, a Síndrome de Taner, uma anomalia genética, de caráter fenotípica, manifestada apenas em meninas e com incidência de uma portadora a cada grupo de cinco mil.
“Desde os 11 anos, minha filha recebe cerca de 15 ampolas mensais para um tratamento continuado. As aplicações precisam ser de uma injeção de ½ ampola de hormônio diária. Conforme orientação médica, não pode haver interrupção das aplicações porque o estado clínico da paciente regride com a baixa hormonal pela falta das aplicações”, clama Rosangela.
 A mãe não tem condições financeiras para custear o tratamento, visto que, o custo mensal da medicação seria equivalente a R$ 2 mil/mensais.  “Eu já sou obrigada a pagar as 30 seringas de silicones mensais não fornecidas pelo CASE”, revela a mãe.
Desde que iniciou o tratamento, há quatro anos, a filha de Rosangela tem apresentado melhora, manifestando atualmente idade óssea de 13 anos. Segundo diagnóstico médico, a adolescente depende das aplicações até atingir a idade óssea de 15 anos. A Secretaria de Saúde informou que faltou o medicamento dia 11 de janeiro e que 11 de fevereiro já estava com tuso normalizado.
Síndrome de Taner - se caracteriza pricipalmente por baixa estatura; órgãos sexuais, como ovários e vagina, além das mamas, subdesenvolvidos por carência de hormônios sexuais; tórax largo e pescoço alado; com maior frequência para problemas renais e cardiovasculares; e a  portadora é quase sempre estéril em decorrência dos ovários não produzem óvulos.


Automedicação poderá agravar quadro de Degue oferecendo maior risco de morte


CRF-PI alerta que automedicação contra a dengue pode resultar em morte
Até a última quinta-feira (17), o estado do Piauí registrou mais de 1 mil casos de dengue
Até a última quinta-feira (17), a Vigilância Epidemiológica do Estado registrou 1.064 casos de dengue. Teresina é a cidade com mais notificações: 362 casos. Apesar de ser uma doença aparentemente leve, cujos sintomas geralmente assemelham-se aos da gripe comum, a dengue pode desenvolver quadros graves que podem resultar em morte.

De acordo com o farmacêutico Roberto Gomes, diretor tesoureiro do Conselho Regional de Farmácia do Piauí, os medicamentos utilizados contra dengue seguem preferencialmente tratamento sintomático. Portanto, os medicamentos aliviam os sintomas mas não curam a doença. Dessa forma, geralmente utilizam-se paracetamol e dipirona sódica (ambos antitérmicos e analgésicos) para combater a febre e as dores no corpo.

Entretanto, algumas pessoas, por considerarem a dengue uma doença leve ou por confundi-la com a gripe comum, não procuram médico ou posto de saúde para receberem as orientações a respeito do tratamento correto da doença. Assim, aos primeiros sintomas, compram remédios por conta própria, sem saber que isso pode agravar o quadro da doença ou até levá-las à morte.

O vice-presidente do CRF-PI, Dr. Mário Abel Lima Barros, alerta que medicamentos a base de ácido acetilsalicílico ou antitrombóticos e anticoagulantes não devem ser usados para redução de sintomas, pois podem induzir sangramentos. “Ademais, pacientes com histórico de doenças renais e crônicas devem ter acompanhamento mais especial ainda, pois os medicamentos podem levar a uma sobrecarga dos órgãos que já estão debilitados, como rins e fígado, provocando uma piora e risco maior de morte”, acrescenta o farmacêutico.

Logo a aquisição de medicamentos tanto para combater sintomas da dengue ou qualquer outra doença deve ser precedida por uma consulta médica para que o paciente possa ser avaliado de forma completa e corretamente diagnosticado. Os estabelecimentos que vendem ou distribuem estes medicamentos devem ter o profissional farmacêutico para orientar o paciente sobre os devidos cuidados e recomendações sobre a melhor forma de administrar o remédio.

“É pensando dessa forma que a VISA e o Estado, juntamente com o CRF-PI, vem tentando cada vez mais dificultar a automedicação e cumprindo o seu papel de guardador da saúde da população regulando o mercado farmacêutico para não transformá-lo em um simples comércio” conclui Roberto Gomes.


Identificação do gene do Glaucoma prospectará terapias no futuro.


Nota C&T:
Este Blog não é especializado em saúde, nem seu responsável tem saber acadêmico para discussão.
Estamos apenas reproduzindo um tema que poderá ser do interesse de muitos que visitam este Blog. Vejam no final da postagem o link da fonte.
Nota postada por Teófilo Fernandes.

A identificação do gene glaucoma ilumina vista para as terapias futuras
Sexta-feira 18 de fevereiro de 2011
Glaucoma - uma das principais causas de perda de visão e cegueira em todo o mundo - corre na família. Uma equipa de investigadores da Universidade de Vanderbilt e da Universidade da Flórida identificou um gene novo candidato para a forma mais comum de doença ocular, o glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA).
As descobertas, relatadas 17 de fevereiro na revista de acesso aberto PLoS Genetics , oferecem novos insights para a patologia do glaucoma e pode levar a estratégias de tratamento específicos.
Aumento da pressão dentro do olho é um forte fator de risco para o GPAA. A pressão aumenta devido ao aumento da resistência ao fluxo do humor aquoso para fora da câmara anterior do olho (entre a córnea ea íris). Os tratamentos atuais para tentar GPAA para reduzir a pressão intra-ocular através da redução da produção do humor aquoso ou cirurgicamente por apresentar uma clara "fuga".
"Tem sido conhecido há décadas que a razão da pressão sobe em GPAA é porque o caminho de saída para o humor aquoso não está funcionando", disse Rachel Kuchtey, MD, Ph.D., professor assistente de oftalmologia e de ciências visuais e investigador principal dos estudos em curso.
"Parece simples do tipo - há uma diminuição na taxa do humor aquoso flui para fora do olho", disse John Kuchtey, Ph.D., instrutor da pesquisa em Oftalmologia e Ciências Visuais e primeiro autor do papel. "Mas os mecanismos básicos de saída do humor aquoso em nível celular e molecular - e como eles são interrompidos em glaucoma - não são compreendidas É um enigma de longa data em oftalmologia.."
Até o momento, três genes têm sido associadas com glaucoma humanos, mas eles representam apenas uma pequena fração dos casos e não derramar muita luz sobre o processo da doença. Os pesquisadores de Vanderbilt virou-se para um modelo com genética mais simples - um modelo canino da doença.
Quarenta anos atrás, Kirk Gelatt, VMD, da Faculdade de Medicina Veterinária da UF, deparei com uma ninhada de beagles que teve uma alta incidência de glaucoma. O achado sugeriu a Gelatt que a doença foi herdada, e estabeleceu uma colônia de beagles GPAA afetadas para estudar os tratamentos para a doença.
Em beagles afetados, pressão intra-ocular começa a aumentar de 8 a 16 meses de idade, devido ao aumento da resistência ao escoamento do humor aquoso. O curso clínico da doença "absolutamente semelhante glaucoma humanos", disse Rachel Kuchtey.
Os beagles são o único modelo que ocorrem naturalmente em animais para humanos GPAA.
Os pesquisadores de Vanderbilt usaram amostras de sangue para pesquisa de genes associados com GPAA. Eles primeiro estreitou-se em em um determinado local (locus) no cromossomo canino 20, que combinava com parte do cromossomo 19 humano. Estudos anteriores haviam associado a região humana com pressão intra-ocular, um bom sinal de que eles estavam no caminho certo, John Kuchtey disse.
Seqüenciamento do locus canino inteiro - mais de 4 milhões de "letras" do DNA - revelou que um gene chamado ADAMTS10 foi o candidato mais forte da doença associada. GPAA cães afetados têm uma única mutação no gene que codifica uma proteína envolvida no processamento da matriz extracelular (MEC), o tecido conjuntivo e de apoio estrutural ao redor das células.
"Existe muita evidência que os proteoglicanos (moléculas da MEC) e remodelamento da matriz pode ter algo a ver com a resistência de saída aquoso, e assim esse gene apoia essa linha de investigação", disse John Kuchtey.
Os pesquisadores também demonstraram que o gene é altamente expresso na malha trabecular - o tecido especializado através de filtração do humor aquoso, que passa, mais um pedaço de suporte de evidências de que ela pode ter um papel na regulação do fluxo do humor aquoso.
Os pesquisadores estão atualmente explorando normal ADAMTS10 de funções biológicas, e eles têm estudos em andamento para verificar se o gene ADAMTS10 humano é transformado em glaucoma humana. Eles estão esperançosos de que a compreensão deste gene abrirá possibilidades terapêuticas para o glaucoma.
"Agora sabemos que a saída aquosa é prejudicada em portadores de GPAA, mas não temos forma de resolver isso porque não entendo como isso funciona normalmente e que a patologia está na GPAA," Rachel Kuchtey disse.
"Se realmente esse gene desempenha um papel na regulação do fluxo aquoso, podemos começar a olhar para ele - ou os seus parceiros molecular - como alvos para tratamentos."
A terapia genética para resgatar um defeito pode também ser uma possibilidade. A terapia genética para uma forma hereditária de cegueira na infância foi validado em cães e agora está em teste em seres humanos.
Vanderbilt University Medical Center: http://www.mc.vanderbilt.edu/npa
Fonte original dessa postagem com tradução automática do Google: http://www.labspaces.net/109160/Identification_of_glaucoma_gene_brightens_view_for_future_therapies