segunda-feira, 30 de março de 2015

Propagandas de Suplementos Alimentares são obrigadas a só divulgarem propriedades estabelecidas em lei.

Nota de C&T:
A população precisa ser protegida pelos órgãos no tocante ao consumo de produtos dentro das especificações recomendadas. Muitos são os produtos propagados sem o menor respeito ao direito do consumidor.

"Anvisa suspende propaganda irregular suplementos à base de gojiberry e de colágeno

24 de março de 2015
A Anvisa determinou a suspensão da publicidade e divulgação irregular dos produtos Suplemento de Vitamina C à Base de Gojiberry, em cápsulas, da marca Gojislim e do Genacol – Colágeno Hidrolisado em Cápsulas, fabricado por Naturalis Nutrição e Farma LTDA.
As propagandas, divulgadas em endereços eletrônicos, atribuíam propriedades não estabelecidas pela legislação sanitária vigente. 
As medidas foram publicadas nesta terça-feira (24/03) no Diário Oficial da União (DOU)."

(Vejam resolução abaixo)

"RESOLUÇÃO-RE N° 892, DE 23 DE MARÇO DE 2015 DE 2014

O Superintendente de Fiscalização, Controle e Monitoramento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe conferem a Portaria nº 131, de 31 de janeiro de 2014, publicada no D.O.U. de 3 de fevereiro de 2014, e a Portaria nº. 993, de 11 de junho de 2014, publicada no D.O.U. de 13 de junho de 2014, aliada aos incisos III e VII do art. 123 do Regimento Interno da Anvisa, aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº. 650, de 29 de maio de 2014, publicada no D.O.U. de 2 de junho de 2014, e suas alterações, considerando os arts. 21, 22, 23 e 56 do Decreto-Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969, considerando o art. 7º, XXVI, da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999; considerando a comprovação da divulgação irregular do produto SUPLEMENTO DE VITAMINA C À BASE DE GOJIBERRY, em cápsulas, marca GOJISLIM, por meio dos endereços eletrônicos https://gojislim360.com/ e http://www.seucorpoperfeito.com.br/suplemento-goji-slim-para-emagrecer-como-funciona-beneficios-e-onde-comprar, pela empresa Healwheel Comercio de Suplementos Alimentares do Brasil Ltda., nos quais estão sendo atribuídas as seguintes propriedades terapêuticas e medicamentosas: “ Goji Slim é um suplemento natural emagrecedor composto de Vitamina C e o mais puro extrato de goji berry; Goji Slim tem efeito emagrecedor pois é rico em antioxidantes que ajudam a regular o metabolismo e a combater o envelhecimento precoce das células.”, resolve:

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo território nacional, a suspensão de todas as publicidades que atribuam propriedades não estabelecidas pela legislação sanitária vigente, divulgadas nos endereços eletrônicos https://gojislim360.com/ e http://www.seucorpoperfeito.com.br/suplemento-goji-slim-para-emagrecer-como-funciona-beneficios-e-onde-comprar e em todo e qualquer tipo de mídia, relativas ao produto SUPLEMENTO DE VITAMINA C À BASE DE GOJIBERRY, em cápsulas, marca GOJISLIM, fabricado por Healwheel Comercio de Suplementos Alimentares do Brasil Ltda. (CNPJ: 16960794/0001-75).

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação."

EDUARDO HAGE CARMO

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Novos Genéricos são aprovados pela ANVISA. Vejam se são esses seus medicamentos.

Nota de C&T:
Produtos citados como referência, mas não foram destacados na matéria original para que os pacientes também saibam que seus medicamentos prescritos até esta data só por marca comercial, também poderão ser adquiridos na fórmula genérica:
  • Ezetimiba = Zetia
  • Olopatadina = Patanol
  • Didrogesterona = Duphaston


"Anvisa aprova genéricos inéditos para conjuntivite, menopausa e colesterol.
 
25 de março de 2015  
     
A Anvisa aprovou o registro de três novos genéricos cujas substâncias ainda não tem concorrentes no mercado. Isso significa que os pacientes e médicos poderão ter novas opções de tratamento a um custo mais acessível, já que os genéricos chegam ao mercado com um preço menor que o preço de tabela dos medicamentos de referência.
 
Um desses medicamentos é o genérico Ezetimiba, indicado para o tratamento de hipercolesterolemia primária, hipercolesterolemia familiar homozigótica (HFHo) e sitosterolemia homozigótica (fitosterolemia). A substância pertence a uma nova classe de compostos hipolipemiantes que inibem de forma seletiva a absorção intestinal de colesterol e de fitosteróis relacionados.
 
Outro genérico inédito registrado é o Cloridrato de Olopatadina. O medicamento é uma solução oftálmica estéril contendo olopatadina, um inibidor da liberação de histamina e antagonista relativamente seletivo do receptor H1 de histamina, que inibe a reação de hipersensibilidade imediata tipo 1 in vivo e in vitro. É indicado para o tratamento dos sinais e sintomas da conjuntivite alérgica.
 
A Didrogesterona é a terceira novidade desta lista. A substância é utilizada na Terapia de Reposição Hormonal (TRH) para tratar sinais da menopausa, como rubores, suores noturnos, problemas de sono, secura vaginal e dificuldades urinárias.
 
A concessão dos registros significa que estes produtos são cópias fiéis dos medicamentos de  referência e que possuem eficácia e segurança comprovada."
 
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colesterol
 

Proteína encontrada na Soja impede multiplicação do HIV


Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa  conseguiram extrair e purificar a cianovirina, cultivada em soja transgênica, uma proteína presente em algas que é capaz de impedir a multiplicação do vírus HIV no corpo humano.
A pesquisa foi publicada pela revista científica Science e comprova que as sementes de soja geneticamente modificadas constituem, até o momento, a biofábrica mais eficiente e uma opção viável para a produção em larga escala da proteína.
”Estamos trabalhando para atingir esta etapa há cinco ou seis anos. Pudemos acumular grande quantidade de cianovirina dentro da soja e conseguimos purifica-la”, explicou o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Elíbio Rech.
Desenvolvida desde 2005, a pesquisa com biofábricas para a cianovirina é feita em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e a Universidade de Londres. O objetivo é produzir um gel, com propriedades viricidas, para que as mulheres apliquem na vagina antes do relacionamento sexual.
O pesquisador ressalta que o gel não é uma vacina contra a Aids e nem um substituto ao preservativo, mas um coadjuvante importante no sistema. “O nosso foco é principalmente a África, onde grande parte das mulheres é contaminada com o HIV pelos parceiros. Na cultura de muitos países o uso do preservativo não é respeitado. Com esse produto a mulher não precisa da opção do homem em querer usar ou não, ela mesmo pode se prevenir”, diz o pesquisador.
Segundo a Embrapa, se a soja transgênica for plantada em uma estufa menor do que um campo de beisebol (97,54 metros) é possível fornecer cianovirina suficiente para proteger uma mulher por 90 anos.
Segundo Rech, as pesquisas com biófarmacos formentam o mercado farmacêutico, fazendo com que os medicamentos cheguem ao consumidor com menor custo, e valorizam ainda mais o agronegócio brasileiro, já que agrega valor as plantas. Essa tecnologia será agora enviada a laboratórios e institutos parceiros para testes clínicos e, posteriormente, repassada ao setor industrial

quarta-feira, 25 de março de 2015

O Brasil tem potencial para ser referência mundial na produção de fármacos, faltam políticas e vontade dos gestores escolhidos pelo povo.

Ter, 24/03/15 - 18h10
Estado de SP recebe incentivo para avançar na biotecnologia farmacêutica

Decreto desonera empresas do setor de biotecnologia farmacêutica na aquisição de máquinas e equipamentos destinados ao ativo imobilizado e suas plantas

O governador Geraldo Alckmin assinou o decreto que desonera empresas do setor de biotecnologia farmacêutica na aquisição de máquinas e equipamentos destinados ao ativo imobilizado e suas plantas. Com a nova medida, a empresa Bionovis anunciou investimento de R$ 739 milhões em Valinhos, interior de SP, estimulando a geração de emprego e renda no Estado de São Paulo.
"Hoje o Brasil está dando um grande passo. Há uma grande expectativa no trabalho de vocês. Além disso, esses novos biofármacos vão ser para o SUS, para quem precisa. De graça. Não é pra gente rica. É para todo mundo", disse o governador.
A empresa já responde por 33% do mercado farmacêutico brasileiro em volume. A expectativa é que a nova instalação comece a operar em 2017. No local, serão produzidos aproximadamente 180 mil unidades de medicamentos para combater o câncer de mama, câncer gástrico, câncer colorretal, câncer de pulmão, câncer de cabeça e pescoço, psoríase, artrite reumatoide, linfomas, esclerose múltipla.

A instalação da unidade em Valinhos foi possível devido a parceria com a assessoria da Investe São Paulo, que apoiou o projeto com informações precisas e estratégicas para ajudar os investidores na escolha do melhor local. "Tenho certeza de que nós vamos colher ótimos benefícios pra sociedade paulista e brasileira", concluiu Alckmin.

Do Portal do Governo do Estado


domingo, 22 de março de 2015

A hora dos caciques políticos (homens sem credibilidade moral para falarem em moralização) está chegando. A sociedade começou a reagir pelo stress.

Republicação de matéria na íntegra...

Detalhes da operação que pode levar José Agripino para a prisão

Conheça a história completa da Operação Sinal Fechado e os bastidores do esquema de corrupção no Rio Grande do Norte que pode levar o senador José Agripino Maia (DEM-RN) para a cadeia

josé agripino maia corrupção
O senador José Agripino Maia (DEM-RN)
Daniel Dantas Lemos, Revista Fórum
A Operação Sinal Fechado é resultado de investigação que se iniciou sobre o processo de inspeção veicular obrigatória no Rio Grande do Norte, mas que revelou um esquema mais antigo e sofisticado de corrupção.
Com a pressão da mídia e da opinião pública, no início de 2011, o recém-empossado governo Rosalba Ciarlini (então no DEM) suspendeu a vigência do contrato que previa a inspeção veicular obrigatória em 7 de janeiro, por 45 dias.
Em 9 de fevereiro de 2011, a governadora anunciou a anulação do contrato com o consórcio responsável, o Inspar, chefiado por George Olímpio, ainda que dissesse também que seria analisada a melhor maneira de realizar a inspeção veicular no estado. Mesmo assim, apenas no fim de maio o contrato foi efetivamente cancelado. Por quê? O que acontecia nos bastidores?
Naquele dia, o governo do RN anunciaria o cancelamento do contrato de inspeção com o consórcio Inspar – cancelamento que somente foi efetivado em maio. Mas, antes disso, os envolvidos no esquema fraudulento já tinham recebido a notícia.
As informações estão presentes nos documentos públicos da petição do Ministério Público e na denúncia contra os 32 investigados. Desses, 27 viraram reús, incluindo dois ex-governadores, Wilma de Faria (PSB) e Iberê Ferreira (PSB), morto em setembro de 2014, além de dois ex-diretores do Detran e empresários. O Ministério Público apontou como líder da quadrilha o advogado George Olímpio.
O que aconteceu naquele dia 9 de fevereiro?
Pela manhã, os membros da organização são informados de que o contrato do governo com o consórcio montado para faturar dinheiro com a fraude será cancelado. George Olímpio é convocado para ir a Brasília. Em telefonema a Gilmar da Montana, George diz: “Eu estou chegando no aeroporto. Eu tô indo para Brasília agora… Vou falar com o ministro [José Delgado] e com José Agripino…Eles mandaram me chamar lá, tô pegando o voo agora” (negrito é nosso).
Abaixo, o trecho da transcrição na petição da Operação Sinal Fechado:
agripino-maia
Perceba que não foi George que pediu o encontro com o senador José Agripino, atualmente presidente do DEM, e José Delgado: “eles mandaram me chamar lá”. O interesse em conversar com George no dia do anúncio do cancelamento do contrato era de Agripino.
Em conversa subsequente, George conversa com o ex-cunhado, Eduardo Patrício, antigo dono da Delphi Engenharia e um dos réus da Operação Sinal Fechado. E Eduardo dá a senha: a solução possível é “seguir com José [Agripino]”.
Cerca de duas horas depois de George dizer a Gilmar que estava indo a Brasília, João Faustino diz a George que falou com José Agripino “e este iria ligar para a governadora e para Paulo de Tarso”. A reunião entre George e José Agripino, com o advogado José Delgado, seria às 18h no gabinete do senador em Brasília.
O que trouxe, pela primeira vez, os holofotes da Operação Sinal Fechado sobre José Agripino foi o vazamento, em março de 2012, do depoimento justamente do réu Gilmar da Montana, concedido em novembro de 2011. Gilmar informa ter sabido por George que foi repassado R$ 1 milhão para as campanhas de José Agripino e Rosalba Ciarlini por parte da quadrilha.
Note o trecho seguinte do depoimento de Gilmar:
agripino-maia1
Gilmar diz que pediu ajuda, para salvar o negócio, a alguns desembargadores. Entre eles, Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro.
Não é por acaso, então, que na conversa acima, entre George e Gilmar da Montana, um outro nome aparece convocando os membros da quadrilha. Diz Gilmar: “…Osvaldo queria falar com a gente… Eu não sei, você que sabe. Se você não quiser ir, não vá”.
Além de José Agripino, agora é o desembargador Osvaldo Cruz que deseja conversar? O conteúdo da ligação combina perfeitamente com o que foi dito por Gilmar no depoimento – que José Agripino disse, depois, ter sido dado sob efeito de medicamentos.
A primeira defesa do senador
O jornal Tribuna do Norte publicou, então, uma entrevista com o advogado de Gilmar de Montana, José Luiz C. de Lima. A Tribuna é de propriedade do ex-deputado federal Henrique Alves (PMDB), aliado local da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e do senador José Agripino (DEM). Abaixo, imagem da versão impressa e um trecho da versão on-line:
agripino-maia2
agripino-maia3
O conteúdo da entrevista publicada na Tribuna do Norte é praticamente o mesmo da nota distribuída à imprensa pela assessoria do senador José Agripino (DEM) na quinta-feira.
Uma frase me chamou muito a atenção, atribuída ao advogado:
“Antes de mais nada, é bom deixar claro que eu não era advogado de Gilmar Lopes quando ele prestou aquele primeiro depoimento. Depoimento, aliás, que foi prestado, pelo que ele me disse, em condições de absoluto estresse emocional e debilidade física. Ele foi retirado do hospital às sete da manhã, sem saber nem para onde ia, sem assistência de advogado credenciado e sob efeito de remédios tranquilizantes”.
Destaque-se a informação de que Gilmar teria sido retirado do hospital às sete da manhã, sem assistência de advogado credenciado.
Gilmar foi interrogado duas vezes pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público estadual. Na primeira, logo após ser preso, deu o famoso depoimento, com a presença de sua advogada. Ele saiu de sua casa preso e foi direto para o Ministério Público.
No dia 28, quatro dias depois da prisão e do primeiro depoimento, todos os presos foram levados para a promotoria para serem interrogados novamente. Dessa vez, Gilmar não quis falar nada.
O primeiro depoimento de Gilmar foi acompanhado por um advogado, segundo consta no termo: Cláudia Cappi.
Gilmar foi preso em casa. Passou mal no fim do dia 24, dia da prisão, após prestar depoimento. Depois de uma dor epigástrica forte e pico hipertensivo, Gilmar foi internado no Hospital do Coração, em Natal.
Após ser preso, ele divulgou nota à imprensa em 26 de novembro, dois dias depois. Nesta nota, Gilmar esclarece, sem sombra de dúvidas: “Tive a minha casa e escritório devassados, fui preso e hospitalizado, me vejo condenado sem julgamento, com o meu nome negativamente exposto perante a sociedade, envolto em um ‘mar de lama’”.
Ou seja, Gilmar foi hospitalizado após a prisão e o depoimento em que envolve o senador José Agripino.
Atribuir a responsabilidade ao que foi dito é afirmar que os remédios o fizeram fantasiar a história do depoimento? Ou, é fazer crer que ele falou mais que devia por estar sob efeito de remédios?
Desacreditar o depoimento de Gilmar é bom para vários réus, inclusive os ex-governadores Wilma de Faria e Iberê Ferreira.
E quando Gilmar falou a outros interlocutores, confirmando o teor de seu depoimento ao MP, ele ainda estava sob efeito dos remédios?
Quem é o advogado de Gilmar da Montana?
O Jornal de Hoje (JH), veículo diário de imprensa em Natal, também publicou uma defesa do senador José Agripino Maia (DEM-RN), para tentar desqualificar o depoimento prestado por Gilmar da Montana ao Ministério Público em 24 de novembro de 2011, logo após ser preso em casa na Operação Sinal Fechado.
No depoimento vazado recentemente, Montana diz ter sabido do repasse de R$ 1 milhão para as campanhas de Agripino Maia e Rosalba Ciarlini por parte do esquema da quadrilha no Rio Grande do Norte.
Na nova matéria, algumas coisas chamam a atenção em comparação ao texto distribuído pela assessoria de imprensa do senador José Agripino no fim da semana passada. Em primeiro lugar, trata-se de um advogado diferente daquele cuja entrevista foi publicada na Tribuna do Norte. A Tribuna publicou entrevista com José Luiz C. de Lima. Já o JH entrevistou Arsênio Pimentel.
Lima não atacou o MP, mas alegou que:
1) Gilmar foi levado do hospital para prestar depoimento, estando, pois, medicado;
2) O depoimento teria sido prestado sem assistência de advogado;
3) Gilmar teria negado em novo depoimento o teor do primeiro.
Acontece que Gilmar foi preso em casa na manhã do dia 24 de novembro e levado imediatamente ao MP para prestar depoimento. Depoimento esse acompanhado pela advogada Claudia Cappi. Além disso, quatro dias depois de preso e após ter sido internado, Gilmar foi conduzido para novo depoimento, no qual permaneceu em silêncio – não desmentiu o depoimento anterior.
Diante das incoerências dessa defesa inicial, um outro advogado – Arsênio Pimentel – foi acionado para dar a entrevista ao JH. E as coisas parecem um tanto mais confusas. Arsênio Pimentel ataca o Ministério Público de várias formas:
1) Diz que Gilmar recebeu promessa de delação premiada para dizer o que disse (Então, o que disse é verdade?);
2) Afirma que, se fosse levado a sério o depoimento de Gilmar, o caso teria saído da Vara Criminal e sido encaminhado para o “STJ ou STF” (Então, não é real o que ele disse? Estou confuso agora. De todo modo, o foro do senador seria o STF, não o STJ).
3) Pimentel afirma que Gilmar apenas assinou o que foi escrito pelo MP, não correspondendo ao que ele disse: “Não há delação premiada. Porque tudo o que Gilmar ‘falou’ o Ministério Público já sabia. Falou o quê? Porque tem um texto escrito e a assinatura de Gilmar embaixo. Aí ele ‘falou’. Não! Gilmar apenas assinou um papel”. Esse confuso relato me fez lembrar um depoimento dado sob tortura. Será que o advogado está insinuando que os promotores que colheram o depoimento torturaram o réu?
4) O advogado desconsidera o depoimento de seu cliente pelo fato de as investigações terem indicado agentes com prerrogativa de foro, como governadora, senador e desembargadores, mas o inquérito permaneceu na 6ª Vara Criminal. No entanto, o próprio Ministério Público já esclareceu em diversos momentos que repassou todos os indícios que envolvem pessoas com prerrogativa para as devidas instâncias – sem prejuízo da continuidade das investigações.
Mais interessante é que, nas novas declarações, surgiu o nome do remédio supostamente tomado por Gilmar (Frontal), não se fala mais em depoimento sem acompanhamento de advogada nem se insinua que Gilmar teria sido levado do hospital para prestar depoimento. Ou seja: mudança de advogado e de alegações. É de se esperar que mude novamente.
Para desalento do senador José Agripino (DEM), essa defesa pública de Arsênio é, de novo, frágil. No mínimo, explicita uma mudança de postura do advogado difícil de explicar. Arsênio Pimentel assina a petição solicitando a revogação da prisão temporária de Gilmar da Montana no dia 25 de novembro de 2011 – no dia seguinte à deflagração da Operação Sinal Fechado.
Na entrevista concedida ao Jornal de Hoje, Arsênio é bastante ácido contra o Ministério Público e sobre o próprio conteúdo do depoimento prestado por Gilmar. Em 25 de novembro, sua postura era outra:
“Antes mesmo de adentrarmos na discussão jurídica que permeia o presente pleito, cumpre-nos trazer ao vosso conhecimento dois momentos distintos, porém, correlatos à ‘Operação Sinal Fechado’, sendo o primeiro, aquele diz respeito ao comparecimento da pessoa do Requerente, JOSÉ GILMAR DA CARVALHO LOPES, à promotoria do patrimônio público, para prestar suas declarações; sendo, por sua vez, o segundo momento, o do dia de ontem, 24 de novembro de 2011, quando logo após o cumprimento da prisão temporária, o mesmo prestou, novamente, suas declarações, perante os representantes do Ministério Público estadual, de maneira elucidativa e em colaboração com a investigação.

O segundo momento que reputamos relevante considerarmos diz respeito às declarações prestadas por JOSÉ GILMAR DA CARVALHO LOPES, ainda na manhã de ontem, 24 de novembro de 2011, onde, detalhadamente, a pessoa do Requerente respondeu, com riqueza de detalhes, aos questionamentos formulados pelo ilustre Promotor, EUDO RODRIGUES LEITE, delimitando, assim, todos os aspectos e pormenores que eventualmente sugeririam dúvidas sobre a boa-fé de GILMAR, além de aspectos pertinentes aos demais investigados que, mesmo não tendo relações com os fatos da contratação realizada entre a MONTANA HABITACIONAL E CONSTRUÇÕES LTDA – MONTHAB e as empresas GO DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS LTDA e o CONSÓRCIO INSPAR, o ora investigado tinha conhecimento e, por esta razão, entendeu ser relevante declará-los à autoridade investigativa”.
Ao jornal, Arsênio disse que pouco valeu o depoimento de Gilmar. Mas à juíza do caso, em novembro, o advogado disse que Gilmar prestou “suas declarações, perante os representantes do Ministério Público estadual, de maneira elucidativa e em colaboração com a investigação”.
Além disso, na entrevista, Arsênio disse que Gilmar não falou nada, apenas assinou o termo de declaração do MP, confirmando aquilo que os promotores disseram. À juíza, o advogado afirmou que “a pessoa do Requerente respondeu, com riqueza de detalhes, aos questionamentos formulados pelo ilustre Promotor, EUDO RODRIGUES LEITE, delimitando, assim, todos os aspectos e pormenores que eventualmente sugeririam dúvidas sobre a boa-fé de GILMAR, além de aspectos pertinentes aos demais investigados”.
O que foi dito, nas palavras de Arsênio, “com riqueza de detalhes”?
* o ex-governador Iberê Ferreira de Souza recebeu uma cota de 15% dos lucros do Inspar
* a ex-governadora Wilma de Faria também recebeu 15%
* George Olímpio e João Faustino estavam agindo para que a inspeção veicular fosse retomada
* George Olímpio fez doação de campanha a Wilma e Iberê na campanha de 2010
* George Olímpio doou R$ 1 milhão, em dinheiro e de forma parcelada, na campanha de 2010 ao primeiro-cavalheiro Carlos Augusto Rosado e ao senador José Agripino Maia
O primeiro delator: Alcides Barbosa
Faltavam cerca de duas semanas para o primeiro turno das eleições de 2010. O senador José Agripino (DEM/RN) realizou um coquetel em seu apartamento na capital natalense. O apartamento, uma cobertura, possui uma secção superior que os íntimos chamam de sótão. Uma escada, fina, leva ao piso superior.
O empresário paulista, sócio do advogado Luiz Antonio Tavolaro, de São José do Rio Preto, Alcides Barbosa, foi convidado para a festa. Alcides, que faz parte do grupo que organiza e toca a inspeção veicular em Natal, o consórcio Inspar, tem uma relação muito próxima aos tucanos Aloysio Nunes Ferreira e Clóvis Carvalho. Estava em Natal tentando emplacar um negócio de construção de casas junto ao governo do estado na gestão de Iberê Ferreira de Souza. Barbosa foi convidado quase como representante dos tucanos de alta plumagem citados acima.
Ao chegar na festa, Alcides encontra seus sócios, o advogado George Olímpio e o suplente de senador João Faustino (PSDB). O coquetel vai avançando e, quase no fim, Agripino pega João Faustino pelo braço e sobe para seu sótão, ao lado de George Olímpio. Despede-se de Alcides, mandando recomendações a Aloysio Nunes Ferreira. Pouco depois, desce as escadas, se desculpa com o empresário e chama-o a subir também.
Lá em cima, Agripino é apresentado a George por João Faustino. George diz ao senador que deseja investir R$ 1 milhão para a sua campanha. Agripino lembra que é o fim da campanha e, estando todo mundo no aperto, o dinheiro era bem aceito.
No entanto, George diz não ter o dinheiro naquele momento e, em poucos instantes, todos chegam ao acordo de esquentar a doação com cheques – não se sabe se de George ou do Inspar. José Agripino resolve ligar para o seu suplente, José Bezerra Júnior, o Ximbica, e lhe pede que venha a seu apartamento.
Ximbica chega e é apresentado a George. Falando alto, Bezerra cita Lauro Maia como responsável pelo Inspar, questionando Agripino por ter-lhe posto naquela situação. Na conversa, todos chegam a um acordo: George Olímpio daria a José Bezerra Júnior R$ 1 milhão em quatro cheques de R$ 250 mil, a serem descontados mensalmente a partir de janeiro de 2011. Ximbica faria o depósito do dinheiro imediatamente.
Após esse episódio, George alardeava a segurança do negócio com base no fato de que dera esse volume de dinheiro a Agripino. Também por isso, em fevereiro, José Agripino desistiu do desgaste de confrontar o governo Rosalba em prol do consórcio Inspar. No dia do anúncio do fim do convênio, em 9 de fevereiro, Agripino chamou George para uma conversa em Brasília e anunciou-lhe ser impossível prosseguir no pleito com governo. Por isso, devolveu os dois últimos sem descontar. Quanto ao dinheiro inicialmente pago a José na campanha, não há registro de que tenha sido efetivamente devolvido.
Entre várias coisas que George dizia nesse caso, a que mais o afastou do atual governo foi ter afirmado que doara o dinheiro para a campanha de Rosalba Ciarlini também – mas Agripino usou o dinheiro integralmente. E outros nomes foram citados.
O depoimento explicita que há uma relação, não bem explicada, entre a dupla Luiz Antonio Tavolaro e Alcides (que era uma espécie de sócio), com o senador Aloysio Nunes Ferreira. A relação diz respeito, inclusive, a Clóvis [Carvalho?], que viajou de jatinho fretado a Natal para tratar da questão da inspeção veicular. Qual o interesse dos tucanos nesse negócio?
Tavolaro era o Procurador-Geral do Município em São José do Rio Preto (SP). Pediu exoneração no dia em que foi deflagrada a Operação Sinal Fechado. Tavolaro é responsável pelas cenas e relatos de ameaça a Alcides e sua esposa.
Luiz Trindade, um dos advogados ligados a Tavolaro, é acusado de ter ameaçado a esposa de Alcides, dizendo que quem muito fala termina por morrer em um acidente na rua. E mais de uma vez. Alcides demonstra ter ficado e se sentido bastante isolado. Parece que armaram para que ele pagasse sozinho pelos crimes. E conseguiram fazer com que ele adiasse a delação que tinha intenção de fazer desde o primeiro dia.
As vantagens indevidas
Segundo relata Alcides, João Faustino teria pedido R$ 150 mil a Carlos Zafred para a campanha de 2010 a fim de cumprir um compromisso com José Agripino. Mas Carlos não pagou e por isso “deu pau”. Essa época é aquela do acordo com José Maranhão para financiamento de campanha. Alcides relata o acordo com José Maranhão na Paraíba, já explicitado na denúncia do Ministério Público. E afirma que George Olímpio deu R$ 200 mil para Eduardo Patrício, que havia acabado de se separar, e um carro, conseguido junto a Joca, filho de Iberê Ferreira.
Alcides informa ainda que George Olímpio pagou R$ 300 mil ao deputado estadual Ezequiel Ferreira de Souza para elaboração e aprovação da lei que instituiu a inspeção veicular obrigatória, em agosto de 2009.
Barbosa também esclarece que o ex-governador Iberê Ferreira paticipou na licitação, na inspeção e teria uma participação percentual na inspeção – de 15% nos lucros. Esse é o mesmo percentual que caberia à ex-governadora Wilma de Faria. Já a João Faustino cabia dez por cento.
Sobre o então novo governo, de Rosalba Ciarlini (DEM), Alcides diz que havia garantias da Facility, no Rio de Janeiro, e por Marcos Rola (da EIT), em São Paulo, de que o negócio seria reativado com a entrada dos novos sócios. Havia um entendimento no grupo, à época, que apenas Robinson Faria (PSD), atual governador do estado pelo PSD, mas que era vice de Rosalba, se opunha à reativação do negócio em virtude de uma informação repassada por Ezequiel Ferreira de Sousa de que George Olímpio continuava sendo sócio de Marcus Vinícius no escritório.
Outros desembargadores
Alcides Barbosa também relata que foi feito um acerto, já em 2011, com Érico Valério Ferreira e seu pai, o desembargador Expedito Ferreira: cada um receberia, mensalmente, R$ 50 mil em dinheiro vivo, a partir do momento em que Érico assumiu a diretoria-geral do Detran até o dia da Operação Sinal Fechado.
O Fantástico exibiu imagens gravadas por George Olímpio, disponibilizadas ao MP, em que Érico Valério recebe uma das parcelas em dinheiro vivo no escritório de George.
José Agripino seguiu negando tudo. Em outubro de 2012, finalmente, o então Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, arquivou a investigação contra José Agripino – que, ali, era composta da delação premiada de Alcides Barbosa e o depoimento de Gilmar da Montana.
As delações de Agripino
Abril de 2012. O empresário paulista Alcides Barbosa está preso, em São José do Rio Preto, desde a deflagração da Operação Sinal Fechado em novembro de 2011.
Assistido por advogados pagos pelos demais envolvidos, Alcides percebe que a sua defesa, na verdade, não o defende e seu objetivo é mantê-lo encarcerado para garantir o seu silêncio.
Ciente disso e sabedor de que tem coisas a dizer que implicariam parte considerável da classe política do RN e alguns nomes de São Paulo, Alcides topa fazer um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público.
No seu depoimento, confirma algo dito pelo empreiteiro Gilmar da Montana no dia de sua prisão: o líder do esquema, George Olímpio, deu um milhão de reais de propina para o senador José Agripino Maia, presidente nacional do Democratas. E detalha a história: o encontro se deu no apartamento do senador em Natal. O empresário José Bezerra de Araújo Júnior, o Ximbica, emprestou quatro cheques de R$ 250 mil para a transação.
O objetivo era tentar garantir a manutenção do negócio de inspeção veicular para o grupo de George no futuro governo Rosalba. Como o objetivo não foi alcançado e temendo a repercussão do caso, Agripino recebeu George e Alcides em sua casa em Brasília no início de 2010 e devolveu metade dos cheques que ainda não tinham sido descontados. Alcides não sabia se Agripino devolvera os outros quinhentos mil reais.
Segundo semestre de 2014. Foi a vez do advogado George Olímpio, apontado como líder do esquema, realizar um acordo de delação premiada com o MP. A partir do seu depoimento, confirmando o que disse Alcides, o Procurador Geral de Justiça ofereceu denúncia contra o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza. Os dois disseram, e posteriormente o MP confirmou, que Ezequiel recebeu R$ 300 mil de George para aprovação da lei que autorizava o governo do Estado a contratar o serviço de inspeção veicular obrigatória.
Os depoimentos de George Olímpio também implicaram o senador democrata José Agripino – o MP confirmou em entrevista que remeteu à Procuradoria Geral da República informações acerca do envolvimento de políticos com foro privilegiado. Cabe à PGR investigar e denunciar senadores da República.
Pano rápido. Operação Lava Jato. Dentre os vários delatores que já fizeram acordo para colaboração premiada com o Ministério Público Federal e a Justiça Federal, Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras que confessou receber propinas desde 1997, estimou que o PT teria recebido US$ 200 milhões decorrentes de propinas das empreiteiras.
Pano rápido. Diante dos dois fatos citados, é comum vermos duas posturas diferenciadas. Soube de um jornalista potiguar, com programa de grande audiência no rádio, que teria dito sobre as delações contra o PT: “Ninguém vai fazer uma delação premiada e mentir. Aí tem coisa”. Aí, diante das denúncias contra Agripino e Ezequiel, o mesmo personagem afirmou que “são apenas depoimentos. Não há nenhuma prova e os dois têm uma vida limpa”.
Qual motivo existe para que, na opinião não apenas desse jornalista, o depoimento de Pedro Barusco sobre o PT ter poder de verdade, enquanto as falas de George e Alcides sobre Agripino serem considerados apenas depoimentos sem prova? Como ele poderia explicar isso – se é que poderia?
Há outro depoimento sob delação premiada na Operação Sinal Fechado. Trata-se de Marcus Vinicius Furtado da Cunha, que foi procurador do Detran. Comenta-se que tanto Marcus como George haviam gravado encontros e guardado documentos com os fins de se protegerem. Esse material, se existente, foi repassado ao Ministério Público no âmbito da delação de ambos.
Agripino seguirá negando?
João Faustino faleceu em janeiro de 2014. Antes de morrer, escrevo um livro: “Eu perdoo”. Ex-deputado federal, Faustino foi fundador do PSDB. Na legislatura de 2003 a 2010, foi suplente do senador Garibaldi Filho (PMDB). Em 2010, foi eleito como suplente do senador José Agripino Maia (DEM).
Quando suplente de Garibaldi, atuou como subchefe da Casa Civil do governo de São Paulo. O governador era José Serra (PSDB) e o chefe da Casa Civil era Aloysio Nunes (PSDB). Ambos são senadores por São Paulo hoje.
No fim de março de 2012, vazou para a imprensa um depoimento prestado por José Gilmar de Carvalho Lopes, o Gilmar da Montana, ao Ministério Público. O depoimento de Gilmar, dado quando de sua prisão na Operação Sinal Fechado, em novembro de 2011, era bombástico: Gilmar informava que o consórcio Inspar, liderado pelo advogado George Olímpio, pagara R$ 1 milhão como propina para a campanha de José Agripino (DEM) e Rosalba Ciarlini (DEM). O objetivo era garantir a manutenção do negócio de inspeção veicular obrigatória pelo governo do estado.
Agripino se apressou a desmentir. Até os advogados de Gilmar foram a público para negar. Escrevi sobre o tema para o Vi o Mundo, de Luiz Carlos Azenha.
Agripino não teve sossego. Aproximadamente um mês depois, veio a público o conteúdo da delação premiada do paulista Alcides Barbosa. Barbosa reforçava a versão contada inicialmente por Gilmar da Montana e dava detalhes, como o fato de que o empresário José Bezerra Júnior, o Ximbica, ter emprestado o dinheiro, já que George Olímpio não teria todo o dinheiro no momento do acordo. O acordo de Olímpio teria se dado poucas semanas antes da eleição em um encontro na parte superior da cobertura de José Agripino em Natal.
Mais uma vez, Agripino negou. Mais que isso: em outubro, o então Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, decidiu arquivar a investigação contra o senador. A decisão de Gurgel se baseou em declarações registradas em cartório de Gilmar, retificando seu depoimento original, e de George negando tudo.
Neste fim de semana, foi a vez de o depoimento em delação premiada do próprio George Olímpio falar sobre o acerto milionário com José Agripino. O senador, como esperado, desmentiu Olímpio, negando tudo.
Até que ontem (24), o Ministério Público publica um áudio em que conversam George Olímpio e João Faustino, na casa do último:
João continua: “Ele [Carlos Augusto] diz que se lembra, sabe das negociações que Zé Agripino fez, sabe que você se comprometeu”
George: “Fora a negociação, daquele dinheiro, tem uma parte que foi dada. (…)e mais cento e cinquenta. Eu dei uma parte por último, que ele me pediu, eu dei por último. R$ 150 [mil], um cheque, que ele pegou dinheiro daquele rapaz, que fica lá na tevê, na Tropical”
João: “Sei, sei, o sobrinho dele, Tarcísio”
George: “Tarcisinho, que vence em setembro o cheque. Mais R$ 150 [mil], no final da campanha ele disse assim: ‘George, eu preciso de você’”
João: “Você deu R$ 200 mil, não foi?”
George: “Eu dei R$ 300 mil, em dinheiro. Marcílio deu R$ 400 [mil], Ximbica deu R$ 300 [mil]”
João: “Mais 150”
George: “Na última semana ele me chamou e disse: ‘George, eu preciso de você’. Mais 150”
João: “Fora os juros”
George: “Os juros eu já vou pagando. Agora, em Brasília, ele me pediu para pagar o desse mês. Chega eu fiquei destreinado”
A minha dúvida é se o senador ainda conseguirá negar ter sido recebedor dessa propina que, na verdade, superou R$ 1 milhão em R$ 150 mil. São quatro diferentes depoimentos, o último deles vindo de seu suplente na eleição de 2010, João Faustino.
Agripino vai desmentir Faustino?
Fonte e créditos: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/02/detalhes-da-operacao-que-pode-levar-jose-agripino-para-a-prisao.html 

Muitos ex-petistas são hoje conscientes adversários do atual PT que tem a cara do Lula.


20/03/2015 14h05 - Atualizado em 20/03/2015 14h09

“Sempre fui contra o Lula, mesmo quando eu era trotskista”, revela Reinaldo Azevedo

Por Jovem Pan

“O jornalista Reinaldo Azevedo discordou de uma determinação da corrente Convergência Socialista, grupo interno do PT que deu origem ao PSTU, que orientava os militantes a se posicionarem a favor dos argentinos durante a tentativa de retomar as ilhas Malvinas, em 1982, e guinou à direita. O apresentador de Os Pingos Nos Is, que deixou de ser petista desde então, declarou também que nunca foi com a cara do ex-presidente de origem sindical. “Sempre fui contra o Lula, mesmo quando eu era trotskista. Eu achava que ele era pelego”, falou durante o Pânico desta sexta-feira (20).

Reinaldo Azevedo é o auto-declarado inventor do termo “petralha”, mas explica que o adjetivo tem uma finalidade específica para utilização. "Não é todo petista que é petralha. Petralha é quem é petista e justifica o roubo de dinheiro em prol de uma causa", explicou, acrescentando que esse causa seria a distribuição de renda. "É o 'rouba, mas distribui', uma variável do 'rouba mas faz'", lembrou da célebre frase que eternizou o ex-governador paulista Ademar de Barros.

Durante entrevista à equipe de Emílio Surita, "Tio Rei", como é chamado pelos fãs de seu blog, reconheceu que as esquerdas sempre foram os responsáveis pela organização de manifestações, a exemplo da campanha Diretas Já! e os atos que culminaram com a saída de Fernando Collor de Mello da presidência.

Ele vê, porém, mudança após os atos de domingo passado (15) quando milhões de pessoas se rebelaram contra o governo de Dilma Rousseff. “Quem está na rua agora não é esquerda e nem nenhum grupinho organizado”, disse acreditando isso ajuda a formar uma “consciência generalizada” na população.

Diante das denúncias de corrupção do atual governo, o jornalista acredita que a solução para a Petrobras seria uma só: privatizar. "Tem que vender essa porra da Petrobras. A Dilma tem que anunciar que vai privatizar em 2017 e as ações vão disparar e ela vai vender lá em cima", aconselhou. “Uma corrupção deste tamanho só existe quando se tem um Estado deste tamanho", finalizou o fã de House Of Cards.”


sábado, 21 de março de 2015

Menopausa masculina existe? Entenda o que médicos dizem

Especialistas debatem se sintomas da queda de testosterona, natural da idade, deve ser tratada com reposição hormonal ou não.
Com o avanço da idade, as taxas hormonais do corpo diminuem naturalmente e, nas mulheres, causam a menopausa. Mas, segundo especialistas e os próprios homens, o sexo masculino também passa pelas mesmas quedas hormonais na meia-idade, que apresentam sintomas parecidos como falta de energia, dificuldade de concentração, irritabilidade e impotência sexual. E, assim como as mulheres, muitos fazem reposição hormonal quando indicado pelo médico. Segundo pesquisa americana, cerca de um em cada cinco homens pode melhorar a situação equilibrando os níveis de testorena com tratamentos adequados.

Saiba mais


Chamada de Terapia de Reposição Hormonal, a indicação dobrou entre os homens na última década e somam mais de 300 mil ao ano somente na Inglaterra, conforme informou o site inglês Daily Mail.
Mas, apesar dos números, a existência ou não da "menopausa masculina" é tema de debate acirrado entre médicos e pesquisadores. De um lado, há aqueles que digam que a ideia de repor testosterona foi imposta pelo mercado farmacêutico norte-americano que, só no último ano, lucrou 2,5 bilhões de libras (aproximadamente R$ 12,2 bilhões) só nos Estados Unidos. As empresas invistem em propagandas pesadas, mas não há pesquisas que comprovem a eficiência do tratamento, muito menos que surtirá efeito a quase todos os homens.
De outro lado, há médicos que dizem que os sintomas dessa possível menopausa nada mais são do que sinais do processo normal de envelhecimento de pessoas que não se cuidaram ao longo da vida. O professor Fred Wu, da Andrology Research Unit de Manchester, explica que com cuidados pontuais os níveis de hormônio se estabililizam facilmente, como é observado nos casos em que os pacientes obesos emagrecem, a diabetes é controlada, a depressão é tratada e as bebidas alcóolicas são suspensas. "Na maioria dos casos, a queda de testosterona  é causada pelas mudanças físicas, mentais e de estilo de vida provocadas pela idade", explica.
Outra discussão é sobre os níveis ideiais de testosterona que o corpo deve ter. Segundo especialistas, eles variam ao longo do dia e de pessoa para pessoa, por isso é uma tarefa "quase impossível" determinar qual a taxa exata um homem deve ter para então saber qual a quantidade precisaria repor. Apenas aqueles com problemas de produção hormonal realmente sérios precisam de tratamento e esse número é de dois para 100 homens.
Por isso, mudar os hábitos de vida, segundo os ingleses, é a melhor maneira de garantir a libido em alta. Como? Tendo o peso ideal, alimentação balanceada, fazer exercício, controlar a diabetes, dormir bem e realizar check-ups regularmente.


Fonte: http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos/menopausa-masculina-existe-entenda-o-que-medicos-dizem,d1022d5d3473c410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html 

Teuto apresenta novidades da indústria na Abradilan 2015

Patrocinador máster do evento, laboratório destacou os mais recentes lançamentos e investimentos em capacidade produtiva

O Laboratório Teuto/Pfizer, pioneiro na produção de medicamentos genéricos no Brasil, participou entre os dias 18 e 20 de março, na cidade de São Paulo (SP), da 11ª edição da Abradilan Farma & HPC, a maior e mais importante feira nacional do setor farmacêutico.
Durante o evento, o laboratório, que é patrocinador máster da feira, apresentou os mais de 700 produtos da companhia, além de estreitar o relacionamento com seus parceiros e também gerar novos e promissores negócios.
Ítalo Melo, diretor de marketing do Teuto, destaca a importância do evento. "A Abradilan, além de ser o evento mais importante do setor, é o momento em que divulgamos para os nossos parceiros de negócios os cerca de 70 produtos lançados anualmente. Como tradicionalmente acontece, ao final do primeiro dia de evento, recebemos toda equipe de vendas do Teuto junto com os distribuidores, drogarias e redes de todo Brasil no ‘Encontro Nacional de Distribuidores e Parceiros’, que aconteceu este ano na Casa Petra, também localizada na capital paulista, com um jantar especial. Esse é o momento em que estreitamos ainda mais nosso relacionamento com os principais parceiros e apresentamos as oportunidades e novidades da indústria."
O diretor destaca também o atual cenário do setor farmacêutico e as perspectivas para os próximos anos. "Segundo dados do IMS, até 2018, o Brasil será o 4º maior mercado do mundo e, diante desta oportunidade, o Teuto vem se estruturando e se preparando junto com seus parceiros com inúmeros projetos, como o ‘Seu Negócio Mais Lucrativo’ o ‘Visite Bem’ e a presença em ações de mídia em todo o país", completa.
Ao longo do encontro, os investimentos e o crescimento do laboratório para este e os próximos anos receberam destaque especial. "O mercado nacional farmacêutico está em constante crescimento e o Teuto tem acompanhado este crescimento. No segundo semestre deste ano, somente com os investimentos na área de sólidos, o crescimento deve chegar em 40%. Até 2016, o laboratório deve atingir receita superior a R$ 1 bilhão", comenta Ítalo Melo.
O Laboratório Teuto/Pfizer está presente desde a 1ª edição da Abradilan Farma & HPC. Neste ano, apresentou os 108 novos produtos dos últimos dois anos. Com um dos mais agitados estandes do evento, a companhia trouxe este ano Motion Sphere, um simulador realista de carros de corrida, além do iZuttO, a evolução da fotocabine, um toten fotográfico que publica as imagens em tempo real nas redes sociais.
Tags: Teuto, Pfizer, Abradilan 2015, Canal de Distribuição, Mercado Farmacêutico
Página do Laboratório Teuto no Facebook
Site do Laboratório Teuto
Sobre o Teuto:
O Laboratório Teuto/Pfizer, pioneiro na produção de medicamentos genéricos no Brasil, hoje é modelo para a indústria farmacêutica internacional. Há mais de 66 anos no mercado, a indústria tem o maior complexo farmacêutico da América Latina - com 107 mil metros quadrados de área construída em uma área total de 1 milhão de metros quadrados. A companhia, que é sinônimo de qualidade e confiança a preços acessíveis, busca proporcionar mais qualidade de vida aos seus clientes, colaboradores e parceiros e valoriza a responsabilidade socioambiental. No final de 2010, a empresa teve 40% de suas ações adquiridas pela norte-americana Pfizer. A parceria do Teuto com a Pfizer, a maior indústria farmacêutica do mundo, reafirmou ainda mais que "Se é Teuto, é de confiança".
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segunda-feira, 16 de março de 2015

Governo Dilma não acreditava que a maioria dos brasileiros está isatisfeita ou continua embreagada pelo Poder?

Governo errou antes e depois dos protestos
Matéria de: Fernando Rodrigues

15/03/2015 20:32
Nos últimos dias, PT e Planalto tentaram desqualificar manifestações

Entrevista de ministros após os atos mostra discurso desafinado
 
O governo da presidente Dilma Rousseff conseguiu errar antes e depois dos protestos deste domingo (15.mar.2015) em todo o país.

Nos últimos dias e semanas, o PT e o Palácio do Planalto trabalharam para tentar desqualificar previamente as marchas de protesto. Nas redes sociais, simpatizantes dilmistas classificavam os manifestantes de "elite branca", "coxinhas", "varanda gourmet" e "almofadinhas". A crítica mais benigna dos governistas era que haveria pouca gente ou que apenas setores da classe média sairiam de casa no domingo.

A forte adesão de centenas de milhares de pessoas destruiu os argumentos petistas e do Planalto. Segundo o Datafolha, São Paulo teve a maior manifestação política (210 mil pessoas) desde as Diretas-Já, em 1984.

Passadas as marchas, a presidente Dilma Rousseff escalou dois ministros para falar com repórteres. Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência) e José Eduardo Cardozo (Justiça) apareceram para a entrevista com camisas sociais azuis, sem gravata, ternos desalinhados e semblantes de derrotados. Nessas horas, imagem é quase tudo.

Mas o conteúdo ainda foi mais desalentador para o governo. Um ministro (Cardozo) começou com uma fala mais humilde falando em respeito à democracia. O outro (Rossetto) começou classificando os manifestantes como eleitores que votaram contra Dilma Rousseff em 2014. Disse também que "não é legítimo o golpismo, a intolerância, o impeachment infundado que agride a democracia". Mas como o ministro Rossetto sabe que todos os que foram às ruas queriam o impeachment e votaram contra Dilma?

Tudo somado, Rossetto e Cardozo não trouxeram em suas falas nada que pudesse minimizar o mau humor de brasileiros que estão protestando. Sem contar as velhas desculpas do tipo "o Brasil só melhora depois de uma reforma política".

Para Cardozo, "a atual conjuntura aponta para uma necessária mudança no nosso sistema político-eleitoral (…) é um sistema anacrônico que constitui a porta de entrada principal para a corrupção no país. Então, é preciso mudá-la por meio de uma ampla reforma política".

Ocorre que o governo federal é comandado pelo PT há 12 anos. Durante algum tempo, o presidente no poder (Lula) teve mais de 80% de aprovação popular. Mesmo assim, a administração federal petista não se sentiu compelida a promover uma reforma política. Dizer que agora tudo depende de leis mais rígidas e de uma reforma política é uma possível saída retórica. Mas a eficácia desse argumento é frágil.

Quem conversa com os assessores de Dilma Rousseff sente que o problema no momento parece ser a grande incapacidade do Palácio do Planalto de reconhecer o que está se passando na sociedade. E, em seguida, ter presença de espírito para fazer algum tipo de autocrítica para reconquistar uma parte da confiança perdida entre os brasileiros.

O país passa por um momento curioso do ponto de vista sociológico. A demonstração de indignação se transformou quase numa forma de relacionamento social. Os amigos vão ao restaurante, o garçom demora para atender e em segundos alguém está falando alto: "É um absurdo. O Brasil não dá mais. Nada funciona". Pode-se gostar ou não dessa atitude, mas cenas assim estão se tornando cada vez mais comuns.

O pior para quem está no governo é não entender esse "zeitgeist", esse espírito do tempo que parece estar tomando conta de parte da sociedade brasileira, sobretudo nos grandes centros urbanos.

As imagens da TV mostraram desde cedo no domingo mais de uma dezena de cidades com protestos de pessoas nas ruas. A TV Globo transmitiu vários flashes ao vivo. As TVs de notícias 24h (GloboNews, BandNews e RecordNews) ficaram quase 100% do tempo com imagens dos atos públicos.

País de tradição abúlica, o Brasil tem poucos episódios de grandes passeatas. Teve a direita em 1964. As Diretas-Já, em 1984/85. O impeachment de Collor, em 1992. As jornadas de junho de 2013, que protestaram contra quase tudo, principalmente contra a política tradicional.

Como se observa na história, o Brasil às vezes passa 10 anos ou mais entre um momento e outro de grandes protestos. Agora, essa distância parece estar se estreitando. Menos de 2 anos depois das marchas de junho de 2013 há um novo protesto generalizado. É um fato é raro.

O Brasil não é a Argentina ou outros países latinos nos quais é comum a população ir às ruas reclamar.

O que se passou neste domingo sem fazer juízo de valor sobre determinadas propostas que apareciam nas faixas dos manifestantes tem grande relevância política.

Goste ou não dos manifestantes, o governo Dilma às vezes demonstra não entender que a tessitura do grupo que foi às ruas neste 15 de março é muito semelhante à das massas que fizeram as Diretas-Já e o impeachment de Collor.

Sem uma reação melhor do que a entrevista dos ministros Rossetto e Cardozo será difícil a presidente Dilma se recuperar politicamente.


Fonte: http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2015/03/15/governo-errou-antes-e-depois-dos-protestos/

domingo, 15 de março de 2015

Sociólogo Sergio Fausto emite opinião sobre a sustentação do Governo Dilma após manifestação democrática de 15 de março.

Nota de C&T:O texto abaixo não representa para mim a absoluta verdade, mas como cidadão brasileiro não posso me desconectar da realidade. No site da uol, especialmente no áudio disponível, conforme link exposto no final da publicação seguinte, é possível se entender um pouco sobre o que pode acontecer de bom e de expectativas negativas para os próximos dias no Brasil lá para as bandas do Planalto. O sentimento de rejeição ao governo atual gera desconforto aos adversários, mas principalmente aos defensores e aliados do governo atual no sentido de não dar espaço para que os opositores ganhem força. Pensar em uma alternância de governo para 2018 é tudo que os apaixonados pelo PT não querem.

15/03/2015 17h51 - Atualizado em 15/03/2015 18h00


 "Governo Dilma acabou neste domingo", avalia sociólogo

Em entrevista à Jovem Pan, o sociólogo e cientista político Sérgio Fausto avaliou que as manifestações contra o governo deste domingo (15) são um marco no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. "O governo Dilma tal como ele se constituiu até agora acabou neste domingo", disse. "(O governo) precisa se reconstituir e começar a "criar um novo plantel neste domingo", sugeriu.

A força das manifestações, as quais Fausto considera "impressionantes", provocarão mudanças, entende. "A reforma política é inevitável", disse.

O especialista entende também que a causa dos protestos é a falha do diálogo do governo com o povo. "A base aliada no congresso se mostrou inteiramente incapaz de comunicar-se com a sociedade", disse. "É um governo fadado ao fracasso", avaliou. "A manifestação de hoje esfrega isso na cara do governo."


Consequências políticas
Como "político não rasga voto", Dilma deve enfrentar um dilema do que fazer a respeito dessa massa de pessoas que mostraram insatisfação com o governo. "Uma outra equipe precisa assumir a política", ponderou.

Fausto vê um sentimento parecido com o das Diretas Já, embora à época havia palanque político e membros da oposição discursando, algo que o povo não permitiu que acontecesse nesse domingo.

Mesmo assim, o cientista político vê dois partidos que poderiam se beneficiar com os atos: PSDB e PMDB. O PSDB "como principal força de alternância desse governo" e o PMDB, uma vez que pode "tornar mais caro o preço do apoio ao governo na medida em que ele se enfraquece".

Fonte: http://jovempan.uol.com.br/noticias/brasil/politica/governo-dilma-acabou-neste-domingo-avalia-sociologo.html 

quinta-feira, 12 de março de 2015

Jornalista condenado a prisão + pena pecuniária por escrever texto fictício.


Imagem captada no busca do Google, apenas
ilustração sem nenhuma conotação.
Como simples cidadão que sou uma pessoa pacata, desconhecida, sem nenhuma expressão social nessa pátria que a chamo de minha, principalmente por não ser foco para os holofotes da mídia, me resta entrar na solidão do meu eu, me recolher em uma profunda depressão moral. Quem realmente eu sou? Um jornalista, por mais partidário que seja, escreve algo que se assemelha a realidade de seu alvo de críticas, é condenado à prisão e pena pecuniária. O que seria de mim?

No meu Brasil a incoerência está presente em todos meios, a desproporcionalidade é patente nas consequências dos atos de seus cidadãos, é difícil. Para quem não tem muitos detalhes sobre o texto que levou o jornalista Cristian Góis aos tribunais com resultado de condenação, segue uma cópia de uma antiga publicação do portal infonet.

Eu, o coronel em mim

Mando e desmando. Faço e desfaço

Está cada vez mais difícil manter uma aparência de que sou um homem democrático. Não sou assim, e, no fundo, todos vocês sabem disso. Eu mando e desmando. Faço e desfaço. Tudo de acordo com minha vontade. Não admito ser contrariado no meu querer.  Sou inteligente, autoritário e vingativo. E daí?

No entanto, por conta de uma democracia de fachada, sou obrigado a manter também uma fachada do que não sou. Não suporto cheiro de povo, reivindicações e nem com versa de direitos. Por isso, agora, vocês estão sabendo o porquê apareço na mídia, às vezes, com cara meio enfezada: é essa tal obrigação de parecer democrático.

Minha fazenda cresceu demais. Deixou os limites da capital e ganhou o estado. Chegou muita gente e o controle fica mais difícil. Por isso, preciso manter minha autoridade. Sou eu quem tem o dinheiro, apesar de alguns pensarem que o dinheiro é público. Sou eu o patrão maior. Sou eu quem nomeia, quem demite. Sou eu quem contrata bajuladores, capangas, serviçais de todos os níveis e bobos da corte para todos os gostos.

Apesar desse poder divino sou obrigado a me submeter à eleições, um absurdo. Mas é outra fachada. Com tanto poder, com tanto dinheiro, com a mídia em minhas mãos e com meia dúzia de palavras modernas e bem arranjadas sobre democracia, não tem para ninguém. É só esperar o dia e esse povo todo contente e feliz vota em mim. Vota em que eu mando.

Ô povo ignorante! Dia desses fui contrariado porque alguns fizeram greve e invadiram uma parte da cozinha de uma das Casas Grande. Dizem que greve faz parte da democracia e eu teria que aceitar. Aceitar coisa nenhuma. Chamei um jagunço das leis, não por coincidência marido de minha irmã, e dei um pé na bunda desse povo.

Na polícia, mandei os cabras tirar de circulação pobres, pretos e gente que fala demais em direitos. Só quem tem direito sou eu. Então, é para apertar mais. É na chibata. Pode matar que eu garanto. O povo gosta. Na educação, quanto pior melhor. Para quê povo sabido? Na saúde...se morrer “é porque Deus quis”.

Às vezes sinto que alguns poucos escravos livres até pensam em me contrariar. Uma afronta. Ameaçam, fazem meninice, mas o medo é maior. Logo esquecem a raiva e as chibatadas. No fundo, eles sabem que eu tenho o poder e que faço o quero.  Tenho nas mãos a lei, a justiça, a polícia e um bando cada vez maior de puxa-sacos.

O coronel de outros tempos ainda mora em mim e está mais vivo que nunca. Esse ser coronel que sou e que sempre fui é alimentado por esse povo contente e feliz que festeja na senzala a minha necessária existência .”

Acompanhe a coluna no twitter em @cristiangoes