sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mortes por doenças pulmonares impulsionam farmacêuticas

O mercado de drogas para tratamento de doenças fatais do pulmão forma uma nova concorrência à medida em que a doença atinge um crescente número de pessoas

Makiko Kitamura,
Fumante: a Novartis AG pretende convencer os médicos de que seu novo medicamento Ultibro é melhor que o sucesso Advair, da GlaxoSmithKline 

Londres - Há uma nova concorrência se formando no mercado de US$ 10 bilhões de drogas para tratamento de doenças fatais do pulmão à medida que o crescente número de fumantes nos mercados emergentes empurra a demanda.

A Novartis AG pretende convencer os médicos de que seu novo medicamento Ultibro para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é melhor que o sucesso Advair, da GlaxoSmithKline Plc, usado também para tratar asma. A Glaxo, por sua vez, desenvolveu novos produtos antecipando-se ao dia em que o Advair enfrentar a concorrência de cópias genéricas.

A doença, também conhecida como tosse de fumante, mata uma pessoa a cada 10 segundos e se tornará a terceira maior causa de morte em todo o mundo até 2030, segundo a Organização Mundial da Saúde e a Glaxo, com sede em Brentford, no Reino Unido. As condições conhecidas como bronquite crônica e enfisema também são incluídas no diagnóstico de DPOC. Apesar de a asma afetar mais pessoas em todo o mundo, ela não mata na escala da DPOC, segundo a OMS.

“A doença está massivamente lá fora”, disse Richard Russell, especialista em DPOC do Hospital Wexham Park, no sudeste da Inglaterra, que diz que vê seis ou sete novos pacientes toda semana. “Ainda estamos recebendo novos pacientes todo o tempo com a doença avançada e sem nunca ter recebido tratamento”.

‘Epidemia global’

O mercado para medicamentos contra a DPOC pode subir para US$ 14 bilhões em 2018, de US$ 10 bilhões neste ano, estimam analistas da Citigroup Inc. Incluindo asma, o mercado respiratório totalizará mais de US$ 30 bilhões, segundo o Bloomberg Industries.

Cerca de 65 milhões em todo o mundo têm DPOC moderada ou severa, segundo a OMS. As taxas atuais de fumantes na China sugerem uma população futura de pacientes de ao menos 75 milhões, estima o Bloomberg Industries.

A DPOC é uma epidemia global e um problema em crescimento tanto no mundo desenvolvido quanto nos mercados emergentes”, disse David Morris, chefe global da Novartis em cuidados de saúde, incluindo doenças respiratórias. “Nós vemos isso como um investimento sustentado”.

Vendas do Advair

O órgão regulador da União Europeia recomendou, em 26 de julho, que a Comissão Europeia aprove o Ultibro para DPOC. A comissão normalmente segue o conselho do regulador. A Novartis, com sede em Basileia, Suíça, disse que tem planos para entrar com pedido de aprovação nos Estados Unidos até o final do ano que vem.

O Advair, comercializado como Seretide na maioria dos países fora dos EUA, foi o medicamento mais vendido da Glaxo no ano passado, com 5,05 bilhões de libras (US$ 8 bilhões) em vendas, divididos quase igualmente entre asma e DPOC.

O Spiriva, da Boehringer Ingelheim GmbH, segunda droga mais prescrita para DPOC, teve vendas de 3,6 bilhões de euros (US$ 4,7 bilhões) no ano passado. Os pacientes normalmente tomam Advair ou Spiriva ou os dois. O Symbicort, da AstraZeneca Plc, teve US$ 3,2 bilhões em vendas no ano passado.

A demanda latente também subsiste graças à relutância dos fumantes em ir ao médico por causa de suas condições, disse Russell.

Paciente da Advair

“Eles não querem vir até nós porque eles acham que serão atormentados por fumar”, disse ele. “O conceito global de tratamento antecipado e diagnóstico ainda está em sua infância”.

A patente do Advair expirou em 2010 nos Estados Unidos, o maior mercado de medicamentos do mundo. Uma patente separada do acessório Diskus, usado para inalar o remédio, permanece em vigor até 2016.

Copiar o Advair e seu acessório de uso será difícil, mas a Sandoz, divisão de genéricos da Novartis, provavelmente será a primeira em consegui-lo, seguida pela Actavis Inc. e pela Mylan Inc., segundo analistas da Sanford C. Bernstein Co.

Como resultado, a Glaxo e competidores têm corrido para desenvolver novos produtos. Alguns da Novartis, da Glaxo e da Almirall SA conseguiram aprovação regulatória recentemente.

“Se não há benefício clínico óbvio em relação a tratamentos existentes e não há redução significativa sobre os custos, então todas essas drogas terão dificuldades”, disse Russell, que presta consultoria para farmacêuticas como a Glaxo, a Novartis, a Boehringer e a Almirall.

Decisão sobre o Anoro

O Anoro, da Glaxo, provavelmente irá liderar o mercado de terapia de combinação, com as vendas atingindo US$ 1,7 bilhão em 2020, segundo a estimativa média de seis analistas consultados pela Bloomberg. A Ultibro, cujas vendas podem chegar a US$ 1,05 bilhão em 2020, pode ser afetada pelo acessório Breezhaler, que precisa ser carregado com uma nova cápsula após cada uso, em comparação com o acessório multidose Ellipta, da Anoro, segundo analistas.

A Boehringer e a Almirall também estão desenvolvendo suas próprias combinações, que provavelmente chegarão ao mercado até 2015, segundo o Citigroup.

“Existe uma necessidade por esses novos tratamentos? Com certeza”, disse John Hurst, professor de medicina respiratória na University College London. “É uma doença altamente incidente e, apesar dos melhores tratamentos disponíveis que temos hoje, os pacientes permanecem sintomáticos”.


 

 

Cosme e Damião: quem foram estes santos?

Por Benito Pepe em 26/09/2013
Os gêmeos Cosme e Damião nasceram no século III por volta dos anos 260 d.C. na região da Arábia e viveram na Ásia Menor, no Oriente. Desde muito jovens ambos manifestaram um enorme talento para a medicina, profissão à qual se dedicaram após estudarem e diplomarem-se na Síria. Tornaram-se profissionais muito competentes e dignos, e foram trabalhar como médicos e missionários na Egéia.
Quando é comemorado o dia de São Cosme e Damião?
A Igreja Católica promulga que esses santos são protetores das crianças, dos gêmeos e padroeiros dos médicos. Tiveram seus nomes incluídos no cânon da missa e são invocados como protetores contra as doenças do corpo e da alma. Há uma basílica dedicada a eles, construída a pedido do papa Félix IV, entre 526 e 530. A solenidade de consagração da basílica ocorreu num dia 26 de setembro e assim, Cosme e Damião passaram a ser festejados pela Igreja Católica nesta data.
A Umbanda e as religiões afro-brasileiras, entre elas: Cadomblé, batuque, Xangô do nordeste e xambá, celebram essa data no dia 27 de setembro. Mas é bom lembrar que nestas religiões não se trata de Cosme e Damião. Através do sincretismo religioso, muito forte no Brasil, as religiões Afro-brasileiras atribuem aos santos católicos Cosme e Damião os nomes de divindade ibejis – divindade gêmea da vida, protetor dos gêmeos (twins). Ou orixás-meninos (Ibejis ou Erês) da tradição africana Yorubá. Esse fato ocorreu a partir da escravidão no Brasil. Para burlar a vigilância de seus senhores, passaram a associar suas entidades aos santos católicos, é isso o que chamamos de sincretismo.
Um pequeno “histórico”!
Há relatos que dizem que Cosme e Damião não teriam existido e que seriam uma adaptação de alguns deuses da mitologia grega, no entanto esta tese é refutada pelos que acreditam na real existência dos santos gêmeos. É interessante também observar que estes santos são chamados por diversas “seitas” como se fossem oriundos do paganismo, ou seja, não cristãos. Essa observação é facilmente refutada tendo-se em vista que foi justamente por serem cristãos e estarem preocupados em converterem os pagãos, que Cosme e Damião foram perseguidos pelos romanos e martirizados.
Na época em que Cosme e Damião viveram era normal a população acreditar em várias divindades simultaneamente. Também era comum as pessoas adorarem astros e fenômenos da natureza. Sol, vento e chuva eram considerados manifestações divinas. Os “meninos”, porém, não confiavam muito nessa crença…
A mãe deles, Teodora, logo percebeu a movimentação e questionou o que estava acontecendo com os filhos. Os meninos eram órfãos de pai, um mercador árabe que morrera quando ainda eram bebês. Os meninos não tinham conhecimento sobre os ensinamentos do messias. Mesmo assim, os gêmeos passaram a invocar o nome desse “pai de todos” para curar animais. Como deu certo, eles começaram a fazer o mesmo com crianças doentes da vila onde moravam. Bastava um toque ou algumas palavras para que curassem os amigos. Criados pela mãe com ajuda da família, os gêmeos contaram a ela o que haviam descoberto. Carinhosa, Teodora prometeu ajudá-los a descobrir quem era o criador do mundo.
No Brasil, o culto aos santos teve início em 1535, quando foi erguida a primeira igreja católica do país, em Igarassu (PE), que recebeu o nome de São Cosme Damião.
No Rio de Janeiro há vários locais em que se fazem festas para as crianças e distribuem-se doces e brinquedos. Muitos o fazem com organização através de senhas (uma espécie de convite) que são entregues antecipadamente, outros distribuem os doces e/ou brinquedos em suas residências ou trabalhos solicitando a formação de uma fila. Há quem prefira distribuir de dentro do seu carro, vão passeando e encontrando-se com as crianças que estão pelas ruas, aí entregam os saquinhos de doces. Enfim, há uma quantidade imensa e diversificada de se distribuir ou organizar festas para as crianças nestes dias.
Na Bahia, principalmente em Salvador, seu dia é comemorado fazendo-se uma festa, doando-se doces, balas e presentes e o famoso caruru (comida típica baiana) às crianças carentes.
Cosme e Damião são muito cultuados não só pelo povo fluminense e baiano mas também em outros Estados do Brasil, como Pernambuco. Tendo suas promessas estendidas por sete anos é muito comum fazerem a festa da mesa onde sete crianças ou multiplos de sete (quatorze, vinte e um, etc) sentam-se ao redor de uma mesa farta para comer diversos tipos de doces, cajuzinhos, Maria-mole, doce de leite, etc e o famoso carurú e receberem presentes.
Eram médicos, mas não cobravam por seus atendimentos.
Amavam a Cristo com todo o fervor de suas almas, e decidiram atrair pessoas ao Senhor Deus através de seu serviço. Por isso, não cobravam pelas consultas e atendimentos que prestavam, e por esse motivo eram chamados de “anárgiros”, ou seja, “aqueles que são inimigos do dinheiro / que não são comprados por dinheiro”. A riqueza que almejavam era fazer de sua arte médica também o seu apostolado para a conversão dos perdidos, o que, a cada dia, conseguiam mais e mais. Seus corações ardiam por ganhar vidas, e nisto se envolveram através da prática da medicina. Inspirados pelo Espírito Santo, usavam a fé aliada aos conhecimentos científicos. Confiando sempre no poder da oração, operaram verdadeiros milagres, pois em nome de Jesus curaram muitos doentes, vários desses à beira da morte. Cosme e Damião possuíam uma revelação clara do chamado que tinham como ministros do Evangelho, chamado que cumpriam no cotidiano da rotina profissional, ministrando Cristo através de seu trabalho.
Foram assassinados na época do império romano com a acusação de feitiçaria, pois operavam curas milagrosas e devido ao fato de não se prostrarem diante de outros deuses, o governo imperial ordenou a prisão dos dois médicos, acusados de acérrimos inimigos dos deuses pagãos. Foram jogados de um despenhadeiro. Em outras versões ouve-se que tentaram matá-los de várias formas, mas não conseguiram. Por fim foram degolados. Entre seus milagres estão a cura e a materialização (após a morte) para ajudar crianças vítimas de violência. Assim, morreram como mártires de Cristo em 303 d.C, aproximadamente.
Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio. Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação e ao gêmeo Passio a tranquilidade da aceitação do seu martírio.
Como vimos são amplamente festejados na Bahia e no Rio de Janeiro, onde sua festa ganha a rua e adentra aos barracões de candomblé e terreiros de umbanda, nesses dias de setembro, quando crianças saem aos bandos pedindo doces e esmolas em nome dos santos.
Uma característica marcante na Umbanda e no Candomblé, em relação às representações de Cosme e Damião, é que junto aos dois santos católicos aparece uma criancinha vestida igual a eles. Essa criança é chamada de Doúm ou Idowu, que personifica as crianças com idade de até sete (7) anos de idade, sendo ele o protetor das crianças nessa faixa de idade. Nas festas das tradições afro-brasileiras, enquanto as crianças se deliciam com a iguaria consagrada, os adultos ficam em volta entoando cânticos (oríns) aos orixás.
Como se pôde perceber é antagônico ver a total profanação dos Princípios Eternos pelos quais os gêmeos árabes morreram. Nunca Cosme de Damião deram-se aos ídolos e jamais praticaram magia ou ocultismo, embora tenham sido acusados de fazê-lo. E por isso foram presos e assassinados. Eles foram cristãos fiéis até o fim de suas vidas amaram a Deus sem medida e sem restrições manifestaram Jesus diariamente e assim, ganharam inúmeras almas ao Senhor, através do amor e da pregação.
Para finalizar termino com a oração atribuída a São Cosme e Damião:
São Cosme e Damião, que por amor a Deus e ao próximo vos dedicastes à cura do corpo e da alma de vossos semelhantes, abençoai os médicos e farmacêuticos, medicai o meu corpo na doença e fortalecei a minha alma contra a superstição e todas as práticas do mal.
Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças. Que a alegria da consciência tranqüila, que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração. Que a vossa proteção conserve meu coração simples e sincero, para que sirvam também para mim as palavras de Jesus: “Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino do Céu”.
São Cosme e Damião, rogai por nós. Amém
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Abraços do Benito Pepe.
 
Artigo publicado originalmente no site http://www.benitopepe.com.br
 
*Benito Pepe é empresário, administrador, filósofo, astrônomo amador, colunista, palestrante, facilitador e professor. Com Pós graduações em: Administração Estratégica de Empresas; Marketing; Filosofia Antiga e Filosofia Contemporânea.
 
Fonte: http://www.debatesculturais.com.br/cosme-e-damiao-quem-foram-estes-santos/

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Conselheiro recusa assinar registro de médicos estrangeiros em Sergipe

26/09/2013 13h13 - Atualizado em 26/09/2013 13h14
Sergipanos pedem realização de concurso público.
Há 12 anos não é realizado concurso para a categoria no estado.
 
Do G1 SE
O Ministério Público e representantes dos médicos estão apelando para a realização de concurso público para contratação em Sergipe. Os médicos protestam contra a chegada dos profissionais estrangeiros para atuar no programa ‘Mais Médicos’.

Para o conselheiro Roberto Melara, do Conselho Regional de Medicina (CRM), a contratação de profissionais através de concurso público é necessária. “Fazem mais de 12 anos que não fazem seleção pública”, informa o conselheiro que não concorda com a medida emergencial do governo federal em trazer estrangeiros para saúde pública. “Não assino o registro para esses profissionais, prefiro pedir demissão” ameaça.
 

De acordo com a promotora de saúde Euza Missano não basta somente a presença do médico é necessário contar com toda a estrutura para atender a população. Ela conta que na semana passada o MPE realizou uma ação civil pública porque identificou na comunidade do bairro 17 de março com 12 mil moradores sem uma unidade básica de saúde, o que faz a população migrar para outro local e sobrecarregando a unidade de saúde. “Sempre observo que na saúde a urgência é uma opção pela ausência de planejamento”, afirma.
O MPE entrou com uma ação civil pública, assim que constatou que 70% dos profissionais das unidades de saúde do hospital Nestor Piva e o Fernando Franco são médicos contratados e somente 30% são concursados.

Na primeira semana de outubro está agendada uma audiência pública onde deverão participar as categorias de médicos e a população.
Na sexta-feira (20), o Conselho Regional de Medicina do Estado de Sergipe (Cremese) informou que pretendia a recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM) concedendo os registros provisórios aos profissionais estrangeiros inscritos no Programa Mais Médicos. Segundo Anderson Faria, chefe de gestão do Ministério Público em Sergipe, essa documentação ficaria pronta na segunda-feira (23). O registro é indispensável para que eles possam começar a trabalhar nos postos de saúde do estado, o que está previsto para acontecer no mesmo dia.
O CFM anunciou que o registro deverá feito desde que os médicos apresentem a documentação completa e sem inconsistências. O Ministério da Saúde, por sua vez, se comprometeu a enviar as informações em até 15 dias, o que demonstra, segundo o CFM, a compreensão da Advocacia-Geral da União de que os pedidos de informações para viabilizar as ações de fiscalização relativas ao Programa Mais Médicos estão pautados pelo princípio da razoabilidade.
“Recebemos as orientações do CFM para entregar os registros aos médicos imediatamente no fim da manhã de hoje e já iniciamos o processo para que eles comecem a trabalhar. Está tudo certo, os médicos devem receber os registros na manhã da segunda-feira (23)”, garante Anderson Faria, chefe de gestão do Ministério Público em Sergipe.
 

EXCLUSIVO-Poços de Petrobras e IBV mostram grande descoberta em Sergipe

quinta-feira, 26 de setembro de 2013 19:43 BRT

Nota de C&T: Como é grande este Brasil. A riqueza é nossa vocação, o patriotismo e a seriedade são itens a serem desenvolvidos e amadurecidos.

Por Jeb Blount
RIO DE JANEIRO, 26 Set (Reuters) - Uma campanha exploratória na costa de Sergipe mostra que uma área controlada pela Petrobras e um parceiro indiano possivelmente possui mais de um bilhão de barris de petróleo, disseram à Reuters fontes do governo e da indústria, reforçando esperanças de que a região se tornará em breve a maior nova fronteira petrolífera do país.

A Petrobras e a IBV Brasil, uma joint venture igualmente dividida entre as indianas Bharat Petroleum (BPCL) e a Videocon Industries, avaliaram que o bloco marítimo de exploração SEAL-11 contém grandes quantidades de gás natural e petróleo leve de alta qualidade, segundo cinco fontes do governo e da indústria com conhecimento direto sobre os resultados da perfuração.

O bloco SEAL-11 e suas áreas adjacentes, a 100 quilômetros da costa do Estado de Sergipe, podem conter mais de 3 bilhões de barris de petróleo "in situ", segundo duas das fontes. Se confirmada, a descoberta seria uma das maiores do ano no mundo. A Petrobras detém 60 por cento do SEAL-11, enquanto a IBV possui 40 por cento.

A Petrobras tem apostado, desde que comprou os direitos de perfurar a área há uma década, que as águas de Sergipe possuem grandes quantidades de petróleo e gás. Como operadora do bloco, a Petrobras registrou descobertas na área junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nos últimos anos, conforme é exigido por lei, mas ainda tem que anunciar suas estimativas sobre o tamanho potencial da reserva. A última perfuração deixa claro o quão grande a descoberta pode ser, disseram as fontes.

A área, onde a Petrobras está agora perfurando poços de avaliação, também oferece a oportunidade de aumentar a produção brasileira, com reservas de perfuração mais fácil e barata do que no pré-sal, gigantesca reserva em águas profundas, no litoral do Sudeste brasileiro. A primeira produção em SEAL-11 e suas áreas adjacentes é esperada para 2018, disse a Petrobras em nota.

"Sergipe, sem dúvidas, tem um grande potencial e excelentes perspectivas", disse à Reuters uma fonte do governo brasileiro com conhecimento direto sobre as descobertas da Petrobras e da IBV e de seus planos de desenvolvimento. "Eu diria que Sergipe é a melhor área do Brasil em termos de perspectiva depois do pré-sal."

Pré-sal é o nome dado a uma série de reservas de petróleo preso muito abaixo do leito marinho, sob uma camada de sal, nas Bacias de Campos e Santos.

As estimativas e perspectivas sobre Sergipe às quais a Reuters teve acesso se baseiam em pelo menos dez indícios de petróleo e gás em sete poços, conforme comunicados enviados à ANP desde 16 de junho de 2011.

Em respostas enviadas por email, a Petrobras declinou dizer quanto petróleo estima haver em SEAL-11 e seus blocos adjacentes, mas disse que 16 poços perfurados desde 2008 na região de águas profundas de Sergipe encontraram vários acúmulos de petróleo, "que compõem uma nova província de petróleo na região".

O número exato somente será conhecido quando os planos de avaliação forem concluídos em algum momento de 2015, disse uma fonte da BPCL na Índia sob condição de anonimato. Alguns especialistas da indústria acreditam que os testes podem demorar mais, pelo fato da Petrobras estar atualmente sobrecarregada com outros investimentos gigantescos e estar enfrentando dificuldades para levantar fundos.

A fonte da BPCL disse que o SEAL-11 provavelmente possui entre 1 e 2 bilhões de barris de "petróleo in situ", um termo que inclui reservas impossíveis de recuperar e aquelas que podem ser economicamente produzidas. O volume pode aumentar quando as reservas nos blocos subjacentes forem incluídas.

Se a área revelar possuir 3 bilhões de barris "in situ" ou mais, ela seria capaz de produzir 1 bilhão de barris, com base nas taxas de recuperação do Brasil, de 25 a 30 por cento do petróleo existente, disse um especialista do setor petrolífero com conhecimento direto sobre o programa de perfuração.

A Petrobras e seus parceiros continuam a perfurar a área e solicitaram que a ANP aprove 8 planos de avaliação de descoberta para a região marítima, último passo antes do campo ser declarado comercialmente viável.

GIGANTE OU SUPER GIGANTE?

Além SEAL-11, a Petrobras fez pelo menos mais oito descobertas no bloco vizinho SEAL-10, que é 100 por cento de propriedade da estatal brasileira, e mais duas descobertas no bloco SEAL-4, com 75 por cento detidos pela Petrobras e 25 por cento pela indiana Oil & Natural Gas Corp (ONGC), segundo dados da ANP.

As descobertas não indicam, necessariamente, que há petróleo ou gás em quantidades comerciais. Todo óleo e gás encontrados durante perfurações, por mais insignificantes, devem ser comunicados à ANP.

A relutância da Petrobras para estimar as reservas no campo de Sergipe não é incomum na indústria do petróleo, onde muitas empresas só confirmam as estimativas de reservas após extensas perfurações.

Tal atitude, no entanto, contrasta com a avidez das autoridades brasileiras em enaltecer a área super gigante de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. Em maio a ANP disse que Libra possui de 8 a 12 bilhões de barris de óleo recuperável, com base na perfuração de um único poço. O governo planeja leiloar os direitos de produção em Libra, maior descoberta petrolífera do Brasil, em 21 de outubro.

Caso a descoberta de Sergipe seja confirmada, o petróleo e o gás encontrados em SEAL-11 podem se tornar a primeira descoberta brasileira "super gigante" (na casa dos bilhões de barris) fora da região do pré-sal, onde Libra está localizada.

Recentes perfurações também sugerem que um campo gigante de gás natural pode se estender para muito além de SEAL-11, com gás suficiente para suprir todas as necessidades atuais do Brasil "durante décadas", disse uma das fontes.

Mesmo que o volume recuperável em Sergipe fique na categoria "gigante", ou seja, na faixa das centenas de milhões de barris, a área ainda seria a primeira grande descoberta marítima no Nordeste do Brasil, uma das regiões mais pobres do país.

"A descoberta é muito grande, e caso seja desenvolvida poderia transformar a economia do nosso Estado e da nossa região", disse à Reuters o subsecretário de Desenvolvimento Energético do governo de Sergipe, José de Oliveira Júnior.

Oliveira Júnior disse que não poderia dar uma estimativa do tamanho das reservas em SEAL-11, mas que elas são tão grandes que a Petrobras teria dito ao governo que provavelmente não será capaz de considerar o desenvolvimento da área por cerca de seis anos.

Autoridades em Sergipe estão ansiosas para desenvolver a área rapidamente. Petróleo há muito tempo tem sido produzido no Estado, principalmente em terra, mas os volumes são pequenos. A produção mensal em Sergipe é menor do que os maiores campos brasileiros produzem em uma questão de horas.

Os frutos da descoberta, no entanto, podem levar anos para chegar até os acionistas e residentes de Sergipe, apesar de sua proximidade da costa, da qualidade do óleo e de os reservatórios de menor complexidade sugerirem que seria mais barata para desenvolver do que os campos gigantes do pré-sal, disseram as fontes.

Situada em áreas com rochas mais porosas e permeáveis, o óleo leve poderia ser relativamente mais fácil de ser extraído em relação ao petróleo do pré-sal, mais pesado e preso em rochas mais compactas, disse uma fonte da indústria no Brasil.

(Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro, Prashant Mehra em Mumbai e Nidhi Verma em Nova Délhi)


 

Médicos de Sergipe decidem romper filiação à CUT


Nota de C&T: A CUT não representa mais o interesse de nenhuma classe trabalhadora, alias muitos representantes de classes perderam sua identidade nos último anos. Certamente muitos outros sindicatos seguirão o mesmo caminho.

Decisão foi tomada em assembleia realizada nesta terça, 24

O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) decidiu em assembleia realizada na noite desta terça-feira, 24, romper a filiação com a Central Única dos Trabalhadores (CUT).  A categoria não concorda com a posição da CUT em defesa do programa “Mais Médicos”.

“A Central defendeu um programa que vai contra as leis trabalhistas. Além disso, eles não procuraram saber a visão dos profissionais médicos e nós vimos isso com muita gravidade”, disse o presidente do Sindimed, João Augusto, durante última entrevista ao Portal Infonet quando esclareceu que a decisão já vinha sendo discutida há algum tempo em virtude de que a CUT, na visão da categoria, não se mostrou presente na defesa das causas médicas.

A decisão foi avaliada por médicos filiados de Aracaju e dos demais 74 municípios que atuam nas redes Pública Federal, Estadual, Municipal e Particular.

Fonte: http://www.infonet.com.br/saude/ler.asp?id=149572&titulo=noticias
 

Ambulâncias do Samu paralisam por falta de manutenção


Nota de C&T: Em Sergipe e outros Estados não faltam só manutenção em ambulâncias, falta absoluta responsabilidade com a gestão pública, deixando faltar o básico na saúde, educação, segurança e desenvolvimento econômico. Pense bem, você tem o poder, use a razão na hora de votar e esqueça o coração.

Cinco ambulâncias estão quebradas desde a sexta-feira, 20

Cinco ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encontram-se paradas por falta de manutenção desde a última sexta-feira, 20. A informação é do Sindicato dos Condutores de Ambulância de Saúde (Sindconam). Segundo os servidores, a equipe encontra-se ociosa pela falta dos veículos, o que vem penalizando os usuários com a demora no atendimento.

Quatro entre as ambulâncias paradas desde o dia 20 pertencem ao sistema de atendimento básico, que soma oito unidades. A quinta ambulância que aguarda pelo conserto, segundo o Sindconam, é uma das três Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) móveis do Estado. A ambulância UTI registrou um problema na embreagem na manhã desta segunda-feira, 23.

“Se quando todas as ambulâncias estão na ativa a gente ainda se esforça para dar conta, imagina com metade quebrada? O pessoal está reclamando da demora, mas infelizmente não pudemos fazer nada”, questiona o presidente do Sindconam, Adilson Ferreira Melo. Segundo o representante, os servidores já entraram em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para esclarecer a situação.

“Eles alegam falta de recursos para pagar as oficinas que dão manutenção às ambulâncias. Mas a gente não consegue entender como isso pode ser verdade, se para cada ambulância o Ministério da Saúde repassa um valor de quase R$ 12 mil para manutenção”, expõe.

Problemas

O presidente do Sindconam reforça que outras dificuldades relativas às ambulâncias foram registradas desde 2012. “O Ministério Público, através da promotora Euza Missano, já apresentou uma liminar que obriga o Estado a regularizar a questão dos ar-condicionados nas ambulâncias. Isso ocorreu em novembro do ano passado, mas a situação continua a mesma”, afirma.

SES

A Secretaria de Saúde afirma que entre as unidades que registraram problemas durante o final de semana, três já foram consertadas. Confira na íntegra nota repassada pela SES: "O superintendente do Samu, Silas Lawley, esclareceu, através de nota, que todas as ambulâncias passam por manutenção preventiva e corretiva. Neste último fim de semana, das 8 Unidades de Suporte Básico que rodam em Aracaju, 4 apresentaram problemas mecânicos, como disco de embreagem. Dessas, 3 já foram consertadas e reintegradas à frota nesta segunda-feira e a outra será entregue nesta terça-feira.

Ainda de acordo com a nota, o desgaste é grande por conta rotatividade dessas ambulâncias. Além do desgaste natural, existem os acidentes e a falha humana, como no caso de abastecimento com combustível errado, causando danos ao motor do veículo, o que representa um reparo mais demorado. O Samu informa que as Unidades de Suporte Avançado de Aracaju continuam rodando normalmente.

Com relação ao repasse do Ministério da Saúde, a Diretoria da Fundação Hospitalar de Saúde afirma que não há nenhum tipo de desvio. Ao contrário, o Estado tem investido alto para manter o serviço em funcionamento. Ainda sobre o repasse, este é feito sobre unidade habilitada, sendo que o valor, de 2002, foi atualizado apenas este ano. Havia uma defasagem muito grande. O valor transferido pela União correspondia a somente 25% da folha de pagamento do Samu do Estado; todas as outras despesas incluindo a manutenção das bases descentralizadas eram bancadas por recursos do tesouro Estadual. O reajuste atingirá cerca de 40% da folha. Esta atualização permitirá alguns investimentos no serviço.

A Secretaria de Estado da Saúde e a Fundação Hospitalar de Saúde têm feito reuniões com os gestores municipais no sentido de partilhar os custos já que o serviço é tripartite (União, Estado e Municípios). Pela Portaria 1010 de maio de 2012, a União deverá bancar pelo menos 50% do custeio, enquanto o Estado deve arcar com pelo menos 25% e os municípios com no máximo 25% dos gastos com o serviço. Diante dessa realidade a SES e a FHS vêm dialogando com os municípios no sentido de reestruturar as bases, dividindo as responsabilidades em relação, pelo menos, à manutenção dessas bases no seu território."

Por Nayara Arêdes e Verlane Estácio

Fonte: http://www.infonet.com.br/saude/ler.asp?id=149524&titulo=noticias

Universidades federais se rebelam e criam dificuldades para liberar tutores para o Mais Médicos


·       UniRio já decidiu que não vai colaborar; UFRJ e UFF ainda tentam quebrar resistências internas

·       Das 53 instituições federais de ensino superior que possuem curso de Medicina, 11 já disseram não ao governo federal e 13 ainda não responderam se participarão do Mais Médicos

Leticia Fernandes (Email · Facebook · Twitter) Publicado:26/09/13 - 10h00

RIO - Em meio à troca de farpas entre Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e a Advocacia Geral da União (AGU), que pressiona os CRMs para concederem os registros provisórios, sem os quais os médicos estrangeiros ficam impedidos de começar a trabalhar, surge mais um entrave: a resistência interna de parte das universidades federais em liberar professores para trabalhar como tutores do Mais Médicos.

Sem os nomes dos tutores, alguns conselhos de Medicina, como o do Rio de Janeiro, dizem que não liberarão os registros. O governo, por sua vez, diz que precisa dos registros profissionais para decidir quem serão os tutores e supervisores.

 

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Das 53 instituições federais de ensino superior do país filiadas à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) que possuem curso de Medicina, 13 ainda não responderam se participarão do Mais Médicos, 29 aceitaram participar e 11 já disseram não ao governo federal.

No Sudeste, das 16 federais com curso de Medicina, apenas oito aderiram ao programa. Três universidades já avisaram que não participarão: a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba, Minas Gerais.

No Rio, ainda não se sabe de que universidade sairá o nome do tutor e dos supervisores. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF) disseram que ainda discutem o assunto, mas que a demora na resposta se deve à falta de consenso interno.

A UFRJ se posicionou, em agosto, de forma contrária a pontos da medida provisória do Mais Médicos. Desde então, não houve novo posicionamento. Fontes da universidade, no entanto, confirmam que a discussão sobre a possibilidade de adesão continua, por conta de divergência interna.

Para Aluisio Gomes Junior, diretor do Instituto de Saúde da Comunidade da UFF, o debate interno está acalorado, e a decisão final é imprevisível.

— O nosso núcleo aderiria a esse tipo de programa, não seria um problema. Já para o resto da faculdade de Medicina, é um problema, é uma situação nova que tem que ser discutida. Há resistência, claro que há. O prazo (dado pelo Ministério da Saúde) era de uma semana para a adesão, mas já se passou quase um mês, acho que era mais para forçar uma decisão do que uma adesão propriamente dita. O debate está muito acalorado, a forma com que o governo fez isso gerou muito atrito dentro da universidade, a corporação médica está toda exacerbada. (A decisão) é loteria — disse ele.

A resistência mais evidente é de universidades da região Sul do país: de 7 instituições federais filiadas à Andifes, apenas duas aderiram, uma em Pelotas (RS), e outra em Curitiba (PR). Enquanto a reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) confirmou ao GLOBO a participação no programa — a despeito da posição contrária da coordenação do curso de Medicina da faculdade —, o próprio tutor pré-selecionado para atuar no estado ainda não havia sido cadastrado no sistema do governo e tinha dúvidas sobre a adesão da instituição:

— Até ontem (anteontem), meu nome não tinha sido confirmado no site do Ministério da Saúde. Acho que ainda está em discussão a adesão da universidade, talvez por isso eu não tenha sido cadastrado. Houve resistência da coordenação do curso, mas fui convidado pela reitoria, e, diante de uma série de contrapropostas, eu aceitei. Eles (os estrangeiros) serão responsáveis pelos seus atos, eu vou orientá-los junto aos gestores municipais, tentar articular o melhor possível esses profissionais, mas a responsabilidade ética, técnica e profissional é deles, é de cada um — disse Charles Dalcanale Tesser, professor da UFSC.

No Nordeste, pelo menos 9 de 16 universidades já aderiram ao programa. Duas não aderiram: a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Até agora, a maior adesão foi na Região Norte, onde pelo menos 5 de 8 universidades federais já confirmaram participação. Uma instituição não aderiu, a Universidade Federal de Rondônia (Unir).

De acordo com o Ministério da Educação, o número de tutores e supervisores ainda não está definido, já que o governo estaria aguardando a emissão dos registros de trabalho junto aos conselhos para fechar a lista. Alguns CRMs, no entanto, seguem condicionando a emissão dos registros à entrega do nome de tutores e supervisores pelo Ministério da Saúde.

O MEC informou que o programa já conta com 36 tutores e 492 médicos declararam interesse em ser supervisores, mas que esse número não está fechado. Participam do programa 28 universidades federais em 24 estados brasileiros.

Cade acolhe denúncias de cartel contra hospitais e clínicas

26 de setembro de 2013
São 23 instituições de saúde que teriam se juntado para negociar um aumento de preços com planos de saúde e, caso não se confirmasse, as instituições se descredenciavam

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) encaminhou denúncia de cartel em serviços hospitalares de quatro estados ao tribunal do próprio conselho. As instituições de saúde teriam se juntado para negociar um aumento de preços com planos de saúde e, caso não se confirmasse o aumento, as instituições se descredenciavam.

No total, são 23 instituições de saúde, entre hospitais e clínicas médicas nas cidades de Londrina (PR), Vitória (ES), Campina Grande (PB) e Feira de Santana (BA). Todas tiveram garantia de ampla defesa na investigação movida pela superintendência-geral e terão novamente no Tribunal do Cade. Caso sejam condenadas, as entidades investigadas estarão sujeitas ao pagamento de multa, além de outras penas previstas em lei.

A Superintendência também sugeriu a condenação de quatro entidades representativas – duas na Paraíba e duas na Bahia – por terem influenciado a prática de conduta uniforme entre suas associadas. Segundo o colegiado, o consumidor estava sendo prejudicado tanto pela falta de atendimento, provocado pelos descredenciamentos simultâneos de diversos serviços médicos, quanto pela possibilidade de acréscimo nos custos do atendimento, em razão do potencial repasse, pelos planos de saúde, dos aumentos de preços exigidos pelas clínicas e hospitais.

A prática foi identificada por meio de denúncias feitas pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) do Paraná e da Paraíba, bem como pelo Ministério Público da Bahia e instituições de planos de saúde da Bahia e do Espírito Santo. Foram abertos processos administrativos pela Superintendência-Geral do Cade, que concluiu pela formação de cartel e sugeriu a condenação ao tribunal do conselho, que vai analisar o caso.

Detalhes
Em Londrina, quatro estabelecimentos médicos foram acusados de impor reajuste dos serviços à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensões dos Servidores Municipais de Londrina (CAAPSML). Elas teriam ameaçado e posteriormente descredenciado os atendimentos pelo plano de saúde. O processo administrativo foi instaurado a partir de denúncia do Procon do Paraná.

Na Paraíba, o processo também teve início a partir de representação do Procon de Campina Grande contra oito hospitais e clínicas do município. Além de negociação coletiva, as instituições promoveram boicotes a planos de saúde no município. Foi verificado ainda que a Associação Paraibana de Hospitais e o Sindicato de Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado da Paraíba influenciaram a prática dessas condutas por suas associadas.

Também apuraram-se negociações e boicotes contra planos de saúde praticados por oito estabelecimentos de Feira de Santana, na Bahia. As empresas receberam o apoio da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHESB) e do Sindicato de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (SINDHOSBA). O caso começou a ser investigado a partir de denúncias do Ministério Público da Bahia, Norclínicas, Sul América Saúde e União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas).

Em Vitória, três clínicas foram acusadas de impor preços e condições de contratos homogêneos a planos de saúde. Elas foram denunciadas ainda por terem descredenciado o atendimento aos consumidores de diversas operadoras. O processo administrativo também foi instaurado com base em representação realizada pela Unidas.

* com informações da Agência Brasil e da assessoria de comunicação do Cade.

 


 

Onglyza® da AstraZeneca e Bristol-Myers Squibb alcança objectivo primário de segurança

25/09/2013 - 08:26
A AstraZeneca e a Bristol-Myers Squibb Company anunciaram, em comunicado de imprensa os resultados completos do estudo clínico SAVOR em 16.492 doentes adultos com diabetes tipo 2 e com alto risco de desenvolver eventos cardiovasculares. Neste estudo, Onglyza® (saxagliptina) atingiu o objectivo primário de segurança e demonstra não apresentar risco aumentado para o objectivo composto primário de morte cardiovascular, enfarte do miocárdio (IM) não fatal ou AVC isquémico não fatal, quando adicionado ao tratamento de base dos doentes (com ou sem terapêuticas antidiabéticas), comparado ao placebo. Onglyza® não atingiu o objectivo de eficácia primário de superioridade versus o placebo para o mesmo objectivo composto. Os doentes tratados com Onglyza® apresentaram controlo glicémico aumentado e uma redução no desenvolvimento e progressão de microalbuminúria em dois anos, conforme avaliado nas análises exploratórias.


O principal objectivo secundário composto por morte cardiovascular, IM não fatal, AVC isquémico não fatal ou hospitalização por insuficiência cardíaca, angina instável ou revascularização coronária foi equilibrado entre os dois braços. Uma das componentes do objectivo secundário composto, a hospitalização por insuficiência cardíaca, ocorreu mais no grupo de Onglyza® em comparação com o grupo placebo. As taxas de pancreatite foram baixas e equilibradas entre o Onglyza® e o placebo. As taxas gerais de malignidade foram equilibradas e as taxas observadas de cancro de pâncreas foram mais baixas no grupo de Onglyza® do que no grupo de placebo. Mais doentes no grupo de Onglyza® reportaram pelo menos um evento hipoglicémico em comparação ao do grupo de placebo. Os resultados foram apresentados durante a sessão Hot Line no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) de 2013 em Amesterdão, na Holanda, e publicados no The New England Journal of Medicine.
 
No passado, foram levantadas questões sobre a segurança de muitos tratamentos para a diabetes, em particular, o seu efeito sobre o risco de morte cardiovascular, enfarte do miocárdio ou AVC. Liderado por duas organizações de investigação académicas, o grupo de estudo TIMI e a Hadassah University Medical Center, e realizado em mais de 700 centros em todo o mundo, o SAVOR (Saxagliptin Assessment of Vascular Outcomes Recorded in Patients with Diabetes Mellitus) foi um estudo aleatório, com dupla ocultação, controlado por placebo de 16.492 doentes desenvolvido para avaliar a segurança cardiovascular e a eficácia de Onglyza® em adultos com diabetes tipo 2 e com risco de desenvolver morte cardiovascular, enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral, comparado ao placebo.
 
“Dada a correlação entre a diabetes e as complicações cardiovasculares, há uma necessidade de avaliações mais profundas dos riscos cardiovasculares entre terapêuticas que melhoram o controlo glicémico”, diz Deepak L. Bhatt, Médico, Mestre em Saúde Pública, investigador sénior do Grupo de Estudos TIMI, do Brigham and Women’s Hospital e investigador principal do estudo. “Os resultados do SAVOR acrescentam uma importante evidência ao conjunto total de dados para definir, adicionalmente, o perfil clínico de saxagliptina para o tratamento de diabetes tipo 2”.
 
“Nenhum outro inibidor da DPP-4 e poucos outros agentes hipoglicemiantes foram estudados de forma tão abrangente quanto Onglyza® para abordar a questão da segurança cardiovascular”, diz Brian Daniels, Médico, vice-presidente sénior, Desenvolvimento Global e Assuntos Médicos, Pesquisa e Desenvolvimento da Bristol-Myers Squibb. “A Bristol-Myers Squibb e a AstraZeneca estão dedicadas a atender as necessidades de médicos e doentes em tratamento diabético e ajudar a garantir melhor conhecimento do valor dos nossos medicamentos”.
 
“O SAVOR é uma importante contribuição para o nosso conhecimento da segurança de Onglyza® em doentes com diabetes tipo 2 e com risco aumentado de desenvolver eventos cardiovasculares similares àqueles encontrados numa população do mundo real”, diz Briggs Morrison, Médico, vice-presidente executivo, Desenvolvimento Global de Medicamentos da AstraZeneca. “Além disso, os dados sobre pancreatite e cancro do pâncreas num estudo com mais de 16.000 doentes fornecem informações científicas importantes e oportunas para a comunidade médica que trata a diabetes, a partir de um estudo aleatório e robusto.”
 
Resultados do estudo
 
Neste estudo, o objectivo composto primário de morte cardiovascular, IM não fatal ou AVC isquémico não fatal ocorreu em 613 doentes (7,3%) no grupo de Onglyza® vs. 609 doentes (7,2%) no grupo de placebo (Razão de Risco [RR]: 1,00; Intervalo de Confiança [IC] de 95%: 0,89, 1,12; valor p de não-inferioridade < 0,001; valor p de superioridade = 0,99). O principal objectivo secundário, consistindo do objectivo composto primário e hospitalização por insuficiência cardíaca, angina instável ou revascularização coronária, ocorreu em 1.059 doentes (12,8%) no grupo de Onglyza® vs. 1.034 doentes (12,4%) no grupo de placebo (RR: 1,02; IC de 95%: 0,94, 1,11; valor p = 0,66). Hospitalização por insuficiência cardíaca, uma componente deste objectivo composto secundário, ocorreu numa proporção maior no grupo de Onglyza® (3,5%) do que no grupo de placebo (2,8%) (RR: 1,27; IC de 95%: 1,07, 1,51; valor p = 0,007). O objectivo secundário pré-especificado de mortalidade por todas as causas ocorreu em 420 doentes (4,9%) no grupo de Onglyza® em comparação a 378 doentes (4,2%) no grupo de placebo (RR: 1,11; IC de 95%: 0,96, 1,27; valor p = 0,15).

Permitiu-se que os médicos do estudo tratassem a glicose dos doentes através do uso concomitante de outros medicamentos antidiabéticos e da titulação de dose. Menos doentes no grupo de Onglyza® necessitaram da associação ou aumento de dose de quaisquer novos medicamentos antidiabéticos em comparação ao grupo de placebo (1.938 doentes [23,7%] vs. 2.385 doentes [29,3%], respectivamente; RR: 0,77; IC de 95%: 0,73, 0,82; valor p < 0,001) ou a iniciação de terapêutica insulínica por mais de 3 meses (454 doentes [5,5%] vs. 634 doentes [7,8%], respectivamente; RR: 0,70; IC de 95%: 0,62, 0,79; valor p < 0,001).1 Doentes no grupo de Onglyza® tiveram reduções maiores nos níveis de glicose sanguínea tanto a partir do início do estudo como em comparação àqueles no grupo de placebo, com reduções médias nos níveis de hemoglobina glicolisada (HbA1c) de 0,5% em dois anos de tratamento no grupo de Onglyza® vs. 0,2% no grupo de placebo (valor p < 0,001). Mais doentes no grupo de Onglyza® alcançaram ou mantiveram a meta de HbA1c menor que 7% em comparação àqueles no grupo de placebo em dois anos (40,0% vs. 30,3%; valor p < 0,001).

Um total de 1.264 doentes (15,3%) no grupo de Onglyza® reportou pelo menos um evento hipoglicémico em comparação a 1.104 (13,4%) no grupo de placebo (valor p < 0,001), que incluiu doentes com eventos major (177 doentes [2,1%] vs. 140 doentes [1,7%]; valor p = 0,047) e minor (1.172 doentes [14,2%] vs. 1.028 doentes [12,5%]; valor p = 0,002) para os grupos de Onglyza® e placebo, respectivamente. Hospitalização por hipoglicemia foi rara e similar entre os grupos (0,6% vs. 0,5%; valor p = 0,33).
 
Doentes no grupo de Onglyza® apresentaram desenvolvimento e progressão reduzidos da microalbuminúria e foram mais propensos a ter a razão albumina:creatinina aumentada em dois anos (372 doentes [11,1%] no grupo de Onglyza® vs. 295 doentes [9,2%] no grupo de placebo) e menos propensos a ter a mesma razão agravada (414 doentes [12,4%] no grupo de Onglyza® vs. 457 doentes [14,2%] no grupo de placebo), em comparação ao placebo.

Vários pontos finais de segurança pré-especificados para tratamentos diabéticos foram avaliados (pancreatite, cancro, anomalias hepáticas, anomalias renais, trombocitopenia, linfocitopenia, infecções, hipersensibilidade ou reacções cutâneas, fracturas ósseas e hipoglicemia).

Todos os casos suspeitos de pancreatite foram analisados e adjudicados por um comité de especialistas médicos externos aos patrocinadores e investigadores do estudo. A pancreatite ocorreu raramente e o número de doentes com pancreatite crónica ou aguda foi similar entre os grupos de tratamento (24 [0,3%] no grupo de Onglyza® vs. 21 [0,3%] no grupo de placebo; valor p = 0,77). A pancreatite aguda definitiva/possível ocorreu em 22 doentes (0,3%) no grupo de Onglyza® vs. 16 doentes (0,2%) no grupo de placebo (valor p = 0,42); pancreatite aguda definitiva em 17 doentes (0,2%) vs. 9 doentes (0,1%) (valor p = 0,17); e pancreatite crónica em dois doentes (< 0,1%) vs. 6 doentes (0,1%) (valor p = 0,18%), respectivamente. Houve cinco casos de cancro de pâncreas no grupo de Onglyza® e 12 casos no grupo de placebo (valor p = 0,095). Foram observadas anomalias renais com mais frequência no grupo de Onglyza® em comparação ao grupo de placebo (5,8% vs. 5,1%, respectivamente; valor p = 0,04). A incidência de outros objectivos de segurança pré-especificados foi equilibrada entre os dois grupos.
 
Desenho do estudo
 
O estudo incluiu 16.492 doentes adultos com diabetes tipo 2, dos quais 8.280 foram seleccionados aleatoriamente para receber Onglyza® e 8.212 para receber placebo. O recrutamento incluiu doentes com diabetes tipo 2 e níveis de HbA1c de referência de 6,5% a 12%1 em qualquer tratamento diabético incluindo dieta, insulina e/ou terapia oral (excluindo agonistas do GLP-1 e inibidores da DPP-4) que apresentavam risco elevado de desenvolver eventos cardiovasculares de acordo com duas categorias:
• Doentes ≥ 40 anos de idade com doença cardiovascular estabelecida, definida como doença cardíaca isquémica, doença vascular periférica ou AVC isquémico.
• Homens ≥ 55 anos de idade e mulheres ≥ 60 anos de idade com pelo menos um dos seguintes factores de risco: dislipidemia, hipertensão ou actualmente fumador, mas sem doença cardiovascular estabelecida.
 
Além disso, os grupos foram baseados na função renal, incluindo doentes com insuficiência renal normal/leve (eGFR > 50 mL/min), moderada (30 a 50 mL/min) ou grave (eGFR < 30 mL/min).
 
O objectivo de segurança primário foi estabelecer de que o limite superior de intervalo de confiança de 95% para a razão de risco estimada comparando a incidência do objectivo composto (morte cardiovascular, IM não fatal ou AVC isquémico não fatal) observada com Onglyza® com aquela observada no grupo de placebo fosse inferior a  1,3. O objectivo de eficácia primário foi determinar, como avaliação de superioridade, se o tratamento com Onglyza®, em comparação ao placebo, quando adicionado à terapia secundária actual resultava numa redução do objectivo composto de morte cardiovascular, IM não fatal ou AVC isquémico não fatal em doentes com diabetes tipo 2. Os objectivos de eficácia secundários incluíram uma redução no objectivo primário composto juntamente com a hospitalização por insuficiência cardíaca, a revascularização coronária ou a angina pectoris instável e a redução da mortalidade por todas as causas. Os objectivos de segurança secundários incluíram a avaliação da segurança e da tolerabilidade pela avaliação dos eventos adversos gerais e eventos adversos de interesse especial.
 
Os doentes foram escolhidos aleatoriamente entre Maio de 2010 e Dezembro de 2011. O acompanhamento mediano foi de 2,1 anos e o acompanhamento máximo foi de 2,9 anos.
 
Sobre Onglyza® (saxagliptina)
 
A partir de Setembro de 2013, Onglyza® será aprovado em 86 países incluindo aqueles na União Europeia, os Estados Unidos, Canadá, México, Índia, Brasil e China.
 
Sobre a diabetes

Em 2012, foi estimado que a diabetes afecta mais de 370 milhões em todo o mundo. Projecta-se que a prevalência da diabetes alcance mais de 550 milhões em 2030.  A diabetes tipo 2 representa aproximadamente 90% a 95% de todos os casos diagnosticados em adultos.  A diabetes tipo 2 é uma doença  crónica caracterizada pela resistência à insulina e disfunção das células beta do pâncreas, levando a níveis elevados de glicose.  Com o tempo, essa hiperglicemia sustentada contribui para a progressão  da doença.  Existem ainda importantes necessidades não satisfeitas, uma vez que muitos doentes permanecem ainda inadequadamente controlados com o seu actual regime de redução de glicose.
 
A causa principal de morte e complicações em doentes com diabetes tipo 2 é a doença cardiovascular.  Até 80% das pessoas com diabetes tipo 2 desenvolverão e provavelmente morrerão de um evento cardiovascular.
 
Sobre a aliança da AstraZeneca/Bristol-Myers Squibb para o tratamento de diabetes
 
Dedicadas a abordar a carga global de diabetes ao modernizar o tratamento individualizado do doente, a AstraZeneca e a Bristol-Myers Squibb estão trabalhando em colaboração para pesquisar, desenvolver e comercializar um portfólio versátil de opções de tratamento inovadoras para diabetes e distúrbios metabólicos relacionados, com o objectivo de fornecer efeitos de tratamento além do controlo glicémico.
 
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