quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Cade acolhe denúncias de cartel contra hospitais e clínicas

26 de setembro de 2013
São 23 instituições de saúde que teriam se juntado para negociar um aumento de preços com planos de saúde e, caso não se confirmasse, as instituições se descredenciavam

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) encaminhou denúncia de cartel em serviços hospitalares de quatro estados ao tribunal do próprio conselho. As instituições de saúde teriam se juntado para negociar um aumento de preços com planos de saúde e, caso não se confirmasse o aumento, as instituições se descredenciavam.

No total, são 23 instituições de saúde, entre hospitais e clínicas médicas nas cidades de Londrina (PR), Vitória (ES), Campina Grande (PB) e Feira de Santana (BA). Todas tiveram garantia de ampla defesa na investigação movida pela superintendência-geral e terão novamente no Tribunal do Cade. Caso sejam condenadas, as entidades investigadas estarão sujeitas ao pagamento de multa, além de outras penas previstas em lei.

A Superintendência também sugeriu a condenação de quatro entidades representativas – duas na Paraíba e duas na Bahia – por terem influenciado a prática de conduta uniforme entre suas associadas. Segundo o colegiado, o consumidor estava sendo prejudicado tanto pela falta de atendimento, provocado pelos descredenciamentos simultâneos de diversos serviços médicos, quanto pela possibilidade de acréscimo nos custos do atendimento, em razão do potencial repasse, pelos planos de saúde, dos aumentos de preços exigidos pelas clínicas e hospitais.

A prática foi identificada por meio de denúncias feitas pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) do Paraná e da Paraíba, bem como pelo Ministério Público da Bahia e instituições de planos de saúde da Bahia e do Espírito Santo. Foram abertos processos administrativos pela Superintendência-Geral do Cade, que concluiu pela formação de cartel e sugeriu a condenação ao tribunal do conselho, que vai analisar o caso.

Detalhes
Em Londrina, quatro estabelecimentos médicos foram acusados de impor reajuste dos serviços à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensões dos Servidores Municipais de Londrina (CAAPSML). Elas teriam ameaçado e posteriormente descredenciado os atendimentos pelo plano de saúde. O processo administrativo foi instaurado a partir de denúncia do Procon do Paraná.

Na Paraíba, o processo também teve início a partir de representação do Procon de Campina Grande contra oito hospitais e clínicas do município. Além de negociação coletiva, as instituições promoveram boicotes a planos de saúde no município. Foi verificado ainda que a Associação Paraibana de Hospitais e o Sindicato de Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado da Paraíba influenciaram a prática dessas condutas por suas associadas.

Também apuraram-se negociações e boicotes contra planos de saúde praticados por oito estabelecimentos de Feira de Santana, na Bahia. As empresas receberam o apoio da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHESB) e do Sindicato de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (SINDHOSBA). O caso começou a ser investigado a partir de denúncias do Ministério Público da Bahia, Norclínicas, Sul América Saúde e União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas).

Em Vitória, três clínicas foram acusadas de impor preços e condições de contratos homogêneos a planos de saúde. Elas foram denunciadas ainda por terem descredenciado o atendimento aos consumidores de diversas operadoras. O processo administrativo também foi instaurado com base em representação realizada pela Unidas.

* com informações da Agência Brasil e da assessoria de comunicação do Cade.

 


 

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