segunda-feira, 25 de maio de 2015

Detox não é moda, é opção de cuidar melhor do corpo...


"Desmistificando o suco detox: o que é, quem toma, quais os reais efeitos

Ostentado nas redes sociais, o copo com líquido verde ajuda, mas não faz milagres. Saiba como é uma mistura que realmente ajuda a desintoxicar e descubra as contraindicações

CorreioWeb
Publicação:27/04/2015 11:00

De Izabel Goulart à sua vizinha que acaba de passar no concurso: está todo mundo postando foto de suco no Instagram. Normalmente, ele é verde e espesso, tem um aspecto tão apetitoso quanto massa de modelar. Em seguida, surgem fotos - com filtro, claro - no espelho da academia. Essa é a nova geração fitness e ela adora suco detox.

O nome “detox” vem, obviamente, de desintoxicação. A ideia é melhorar o funcionamento do organismo para eliminar todas as subtâncias que não fazem bem, como excesso de sódio, por exemplo. O frango grelhado, cuidadosamente escolhido em detrimento do empanado durante o almoço, é cheio de hormônios e antibióticos, e os ingredientes do suco têm propriedades para amenizar e/ou tirar isso do corpo.

Primeiramente, nem todo suco verde é detox e nem todo detox é verde. “Muita gente acha que é só colocar alguma coisa diferente, tipo jiló, que vira detox”, explica a nutricionista Luana Rincon. É claro que se pode por jiló ou o que quiser no suco, mas para ele ser detox, precisa de uma receita padrão: base (água, água de coco, leite de vegetais) + folha escura (couve, couve-flor, espinafre). É aconselhável adicionar alguma fruta, vegetal (pepino, cenoura, beterraba, beringela) e outro complemento (linhaça, gengibre, gergelim), em primeiro lugar, para não ter gosto de couve pura batida com água e, em segundo, para ser ainda mais nutritivo.

A dieta detox faz parte da nutrição funcional, especialidade de Rincon. A proposta é observar a alimentação tendo foco os nutrientes e minerais. Diferentemente do que se pode entender a partir do Instagram de certas celebridades, só o suco detox não emagrece. Ele faz parte, ou deveria fazer, de uma dieta completamente detox, em que há dias para o consumo de determinados alimentos. E além disso, como leva vários ingredientes, nem é de baixa caloria. Por ser nutritivo, há uma impressão de saciedade por mais tempo, mas não dura muito. “É claro que se alguém tomar só suco vai emagrecer”, diz Rincon, “mas como ninguém aguenta viver só de suco, logo vai voltar a comer tudo de uma vez”. Não tente imitar Izabel Goulart em casa.

A verdade é que a maioria das pessoas não consegue seguir a dieta detox e acaba só tomando um suquinho na quarta-feira de cinzas, na esperança de que a couve limpe todo o alcóol de um carnaval. Nesse caso, o suco pode ajudar, porque ajuda a metabolizar mais rápido o álcool, mas se tiver exagerado, é melhor seguir a dieta de uma semana ou um mês. Por essa mesma característica de agilizador do metabolismo, o suco não é recomendável para quem faz tratamento com remédios controlados. É possível que, consumido em grandes quantidades, não dê tempo de o organismo absorver a medicação.

Cada vez mais tem surgido empresas que fazem esse suco.. O proprietário de uma dessas Arthur Resende conta que normalmente as pessoas chegam lá somente com o objetivo de emagrecer. Mas, depois dos feriados, a procura aumenta exponencialmente: todo mundo quer desintoxicar o chocolate da páscoa. No pós-carnaval mesmo, as vendas aumentaram 50%."

Este artigo é uma replica do texto original na íntegra. Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/04/27/noticia_saudeplena,153151/desmistificando-o-suco-detox-o-que-e-quem-toma-quais-os-reais-efeit.shtml 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

As 10 Farmacêuticas que mais venderam Genéricos no Brasil no primeiro trimestre 2015.

Nota de C&T: Genéricos vendidos no primeiro trimestre. Mesmo positivo os resultados não são os esperados pela Indústria Farmacêutica.

“As 10 farmacêuticas que mais venderam genéricos até março

São Paulo - De janeiro a março deste ano, as vendas de medicamentos genéricosno país somaram 1,5 bilhão de dólares (algo em torno de 4,5 bilhões de reais), valor 0,43% maior do que o apresentado no mesmo período de 2014.

Os dados são de um levantamento feito pela IMS Health sob encomenda da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos). No trimestre, foram comercializadas 227,3 milhões de caixas desse tipo de remédio.

A participação da categoria no varejo chegou a 28% no período, segundo a instituição. Nas fotos, vejas as farmacêuticas que mais faturaram com os genéricos no mercado brasileiro durante os três primeiros meses do ano.”

Vendas de janeiro a março de 2015
US$ 436,11 milhões
Vendas de janeiro a março de 2014
US$ 472,17 milhões
Variação
-7,64%
Quantidade de caixas vendidas no 1º tri de 2015
66,05 milhões

1. EMS   

2. Sanofi

Vendas de janeiro a março de 2015
US$ 240,41 milhões
Vendas de janeiro a março de 2014
US$ 254,85 milhões
Variação
-5,67%
Quantidade de caixas vendidas no 1º tri de 2015
33,87 milhões

3. Hypermarcas

Vendas de janeiro a março de 2015
US$ 211,43 milhões
Vendas de janeiro a março de 2014
US$ 163,25 milhões
Variação
29,51%
Quantidade de caixas vendidas no 1º tri de 2015
34,82 milhões

4. Eurofarma

Vendas de janeiro a março de 2015
US$ 139,21 milhões
Vendas de janeiro a março de 2014
US$ 133,37 milhões
Variação
4,38%
Quantidade de caixas vendidas no 1º tri de 2015
15,04 milhões

5. Novartis

Vendas de janeiro a março de 2015
US$ 124,78 milhões
Vendas de janeiro a março de 2014
US$ 123,23 milhões
Variação
1,26%
Quantidade de caixas vendidas no 1º tri de 2015
9,87 milhões

6. Aché

Vendas de janeiro a março de 2015
US$ 98,17 milhões
Vendas de janeiro a março de 2014
US$ 92,38 milhões
Variação
6,26%
Quantidade de caixas vendidas no 1º tri de 2015
15,09 milhões

7. Teuto Brasileiro

Vendas de janeiro a março de 2015
US$ 87,96 milhões
Vendas de janeiro a março de 2014
US 90,27 milhões
Variação
-2,56%
Quantidade de caixas vendidas no 1º tri de 2015
17,70 milhões

8. Nova Química

Vendas de janeiro a março de 2015
US$ 33,15 milhões
Vendas de janeiro a março de 2014
US$ 32,06 milhões
Variação
3,41%
Quantidade de caixas vendidas no 1º tri de 2015
4,25 milhões

9. Prati-Donaduzzi

Vendas de janeiro a março de 2015
US$ 32,54 milhões
Vendas de janeiro a março de 2014
US$ 38,03 milhões
Variação
-14,43%
Quantidade de caixas vendidas no 1º tri de 2015
8,24 milhões

10. Merck

Vendas de janeiro a março de 2015
US$ 15,63 milhões
Vendas de janeiro a março de 2014
US$ 17,68 milhões
Variação
-11,61%
Quantidade de caixas vendidas no 1º tri de 2015
3,89 milhões

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Líderes do PT estão preparando a derrota de Dilma em pleno exercício de seu Governo. A quem interessa?

Nota de C&T: 
Não me interessa se A ou B está desesperado, mas sabemos que diante de uma gritante falta de sitonia entre gestores e colaboradores, o insucesso é certo. No caso do Brasil, os governantes estão fora de sitonia em seus projetos o que certamente trará danos incalculáveis a sociedade, maiores do que aí estão. Não dá para entender as críticas que a atual, "coração valente", teimosa por excelência, Presidente da República vem sofrendo de seus aliados, atualmente mais do que da capenga oposição. Para aonde vamos?

"Lindbergh: ‘Nosso projeto está indo pro espaço

Artigo de: Josias de Souza 21/05/2015

Depois de anunciar da tribuna do Senado que votaria contra as medidas do pacote fiscal do governo Dilma Rousseff, o senador petista Lindbergh Farias (RJ) justificou seu gesto numa entrevista ao blog. “Nosso projeto político está indo pro espaço”, ele disse. “Tem uma rebelião grande no PT contra a política econômica do governo. Alguns setores preferem fazer a crítica intramuros. Nós decidimos fazer a disputa política aberta na sociedade —em debates, em passeatas, em todo lugar.”
Lindbergh explicou que sua declaração de voto não nasceu de uma reflexão solitária. “Essa minha posição veio acompanhada de um manifesto feito nos últimos dois dias. Assinam o documento pessoas de grande expressão no PT —economistas como Luiz Gonzaga Belluzzo e Márcio Pochmann, lideranças do porte do Tarso Genro. Subscrevem também o texto entidades muito ligadas a nós. Entre elas a CUT, o MST e o MTST.”
Segundo Lindbergh, a decisão de pegar em lanças contra o ajuste fiscal se deve a uma convicção. “Estamos convencidos de que esse arrocho fiscal pretendido pelo governo, combinado com o aperto monetário, vai nos levar uma uma recessão gigantesca. Neste ano, a taxa de juros já foi elevada em 2%. Cada subida de 0,5% eleva os gastos públicos em algo entre R$ 7,5 bilhões a R$ 12 bilhões. E isso anula a economia pretendida com o ajuste fiscal.”
Lindbergh prosseguiu: “Achamos que a estratégia central da politica econômica tem que ser a retomada do crescimento, com medidas de proteção ao emprego. Não há dúvida de que o desequilíbrio fiscal existe. Mas é preciso lembrar que esse desequilíbrio decorre sobretudo de desonerações tributárias que beneficiaram grandes emrpesas. Não é admissível que o governo vá para cima dos mais pobres, dos trabalhadores. Não dá para aceitar que não haja nenhuma medida voltada para o andar de cima.”
O manifesto de petistas e de entidades ligadas ao petismo foi concebido com o propósito deliberado de dar suporte e oferecer argumentos aos senadores que votarão contra o arrocho fiscal de Dilma. Onze senadores aderiram ao documento. Do PT, além de Lindbergh, apenas Paulo Paim (RS) rubricou a peça. Os outros apoiadores são do “independente” PSB e dos governistas PMDB, PDT, PRB, PSD.
“A bancada de senadores do PT está cheia de gente que concorda com tudo o que estou falando”, confidenciou Lindbergh. “A diferença é que essas pessoas avaliam que é preciso ter calma. E nós achamos que já basta. A pior coisa que pode acontecer num quadro como esses é um silêncio subserviente.”
Na noite desta quarta-feira (20), seria votada a parte do ajuste fiscal que endurece as regras para o pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial. Porém, após mais de quatro horas de debates, o governo preferiu retirar de campo o que restou de sua infantaria e adiar a encrenca para terça-feira (26) da semana que vem. O Planalto temeu ser derrotado. E preferiu não pagar para ver.
Lindbergh ataca sem meias palavras o ministro Joaquim Levy (Fazenda). “Não temos nada de pessoal contra o Levy. Ele é um cara honesto em suas posições. Fala o que pensa. O problema é que ele pensa como um secretario do Tesouro. Só fala em ajuste e corte. Como formulador de política econômica, o Levy fica devendo.”
O senador petista pergunta, apontando para cima: “Será que a presidente Dilma e o Aloizio Mercadante [chefe da Casa Civil] acham mesmo que, acabado esse ajuste do Levy, a situação vai melhorar? Não sei o que passa pela cabeça da Dilma e do Mercadnate. Mas creio que eles não estão se dando conta de que essa política econômica vai nos afundar. Isso não será ruim apenas para o PT, mas para toda a esquerda brasileira.
“A situação já está muito ruim”, arrematou Lindbergh. “A renda do trabalhador caiu, aumenta a sensação de desemprego. Esse pessoal está brincando com fogo. Não está em jogo apenas a popularidade da presidente. Esse caminho em direção à recessão leva também à degradação social. Essa estratégia é uma maluquice.”

Cópia do artigo original de: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2015/05/21/lindbergh-nosso-projeto-esta-indo-pro-espaco/ 

domingo, 17 de maio de 2015

Industria Farmacêutica gera redução de investimentos por conta da crise já existente no Brasil.


15 Maio 2015
Crise econômica ainda não atingiu fortemente o setor farmacêutico, mas já gera redução de investimentos e não reposição do quadro de pessoal da indústria farmacêutica. Especialistas analisam que ousadia e foco em prazos podem ajudar o varejo neste momento de pessimismo.

O crescimento de apenas 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2014 evidenciou aquilo que empresários e economistas já previam desde a eleição do ano passado: 2015 será um ano de recessão e mau desempenho da economia brasileira.

Afetado principalmente pela performance ruim da indústria nacional, que acumulou retração de 1,2% no ano passado, o resultado do PIB mostra um país estagnado, à beira de uma crise que pode resultar em retração ainda mais acentuada da economia nacional.

As previsões de analistas e do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que, neste ano, o Brasil tenha uma queda de 1% do PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas no País. Na previsão da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entretanto, essa queda deve ser ainda mais acentuada: 1,2%. Mas até que ponto essas previsões tenebrosas para a economia brasileira devem afetar a indústria de medicamentos e o varejo farmacêutico?
Segundo o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, as perspectivas não são boas para o segmento, apesar da estabilidade relativa da demanda industrial do setor.

De acordo com dados do IMS Health, as vendas da indústria até fevereiro último cresceram 8,33%, atingindo R$ 5,1 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar da alta significativa, esse foi o pior desempenho bimestral do setor desde 2010. Os números indicam uma desaceleração gradual da atividade setorial que gera preocupações, avalia Mussolini.

“Nos últimos anos, o setor foi mais resistente às crises em virtude do dólar mais baixo e do nível de emprego. A situação agora nos parece mais nociva. O que nos preocupa são justamente as taxas de desemprego. Se o governo conseguir manter o emprego no atual patamar ao longo deste e do próximo ano, o setor deve ter menos reflexo que os demais. Porque um trabalhador desempregado que sente dor de cabeça entra no quarto, dorme e espera a dor passar. Já o que tem emprego vai à farmácia e compra um medicamento, porque precisa continuar o dia de trabalho”, comenta.

O Sindusfarma afirma que até julho deste ano o segmento deve reavaliar o quadro econômico nacional e decidir se dispensa ou não empregados para readequar os custos. No curto prazo, a maior preocupação do setor reside no que Mussolini chama de “queda da rentabilidade e do faturamento” do setor. Segundo ele, desde 2011, a rentabilidade dos laboratórios vem caindo, mas mascarada até então por sucessivos aumentos de receita e demanda do setor.

Histórico dos fatos

Em 2014, a indústria farmacêutica cresceu 13%. Faturou R$ 65,7 bilhões, com 3 bilhões de embalagens vendidas, de acordo com os números da entidade. Porém, para 2015, essa curva parece sinalizar para encolhimento do lucro dos fabricantes e aumento dos custos de produção e com folha de pagamento.
“Desde o ano passado, 90% dos insumos usados para fabricação de produtos tiveram aumentos significativos, bem acima do índice médio de reajuste de preços aprovado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) neste ano, que é de 6%. Isso prejudica a atividade do setor, que já reduz os planos de investimento, não repõe o quadro de funcionários e trabalha com a hipótese de redução iminente de pessoal”, alerta Mussolini.

Segundo o Sindusfarma, em 2014, os custos de produção e insumos farmacêuticos cresceram 15% em média. Para 2015, algumas empresas do segmento já estimam gastar até 20% mais na produção e compra de insumos importados para fabricação de produtos.

Como se sabe, a maioria dos insumos usados na fabricação de medicamentos no Brasil é importada e, portanto, submetida à variação cambial. Nos cálculos da entidade, entre janeiro de 2012 e janeiro de 2015, o dólar subiu mais de 44%. No período entre abril de 2014 e abril de 2015, o dólar saltou de R$ 2,24 para R$ 3,06, aumento de 36% em 12 meses.

De acordo com Mussolini, as empresas do setor vêm sinalizando que cortarão ao menos 50% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento já neste primeiro semestre de 2015. O setor também revisou para baixo as expectativas de crescimento para o período, que não devem atingir os dois dígitos, como vinha acontecendo nos últimos anos.

A expectativa inicial era de avanço entre 9,5% e 10%, mas deve ser revisada brevemente.

Atitudes esperadas

Para o economista e professor do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cpdec), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rodnei Domingues, os empresários optam por trilhar o caminho mais óbvio e fácil para se protegerem do atual momento econômico do País.
“A solução para enfrentar as dificuldades atuais é não se intimidar e não deixar de investir. Em 2009, diante da crise que abalou os Estados Unidos e a Europa, muitas empresas do ramo de medicamentos (indústria e comércio) não se intimidaram e foram elas que ganharam mais participação de mercado e aumentaram seus lucros. Vejo agora que a situação se repete”, afirma Domingues.

O professor da Unicamp não descarta problemas na demanda da indústria farmacêutica neste ano, mas afirma que o setor deve ter um impacto muito menor do que outros segmentos da economia nacional.

“Acredito que a palavra crise pode ser muito forte para expressar o momento de dificuldade que o Brasil está enfrentando. Não acredito que essas dificuldades irão durar muito tempo. A indústria farmacêutica será menos afetada do que outros segmentos, como construção civil, metal mecânica, autopeças e montadoras, por exemplo. Os consumidores de medicamentos manterão o vigor do varejo farmacêutico em 2015. Certamente não haverá o mesmo índice de crescimento de anos anteriores, mas mesmo assim o segmento manterá sua atratividade”, analisa Domingues.

Embora um pouco menos otimista, a opinião é compartilhada pelo professor do Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP), José Lupoli Júnior. Segundo ele, o atual momento brasileiro tem muito mais relação com o cenário político do que necessariamente com fundamentos da economia.

“A atual crise é acima de tudo uma crise de confiança, que exigirá um tempo de superação que pode ser curto ou longo, dependendo de como forem encaminhados os protestos de rua contra o governo e as negociações no Congresso para aprovação do Ajuste Fiscal proposto pela equipe econômica. Com o enfraquecimento dessa oposição política nas ruas e no Congresso, o pessimismo tende a se dissipar. A melhora, porém, também depende da lição de casa do governo em mostrar bons números em relação à queda da inflação e ao nível de desemprego”, avalia Lupoli Júnior.

Apesar do otimismo, o professor do Provar-FIA avalia que ainda viveremos um processo de piora do cenário econômico antes de observar uma reação substancial do mercado local que permita a retomada das forças do mercado interno brasileiro.

“Dois mil e quinze não será um ano fácil, porque o processo de incentivo do consumo gerou um efeito colateral até aqui que é o alto endividamento das famílias. Com o crescimento do desemprego, esse endividamento tende a se acentuar e gerar um efeito espiral que dificulta a retomada no curto prazo. Apesar do setor farmacêutico comercializar produtos de primeira necessidade para as pessoas, não deve registrar uma queda brusca de encomendas ao longo do ano. Mas, com certeza, haverá uma readequação e redirecionamento de produtos por parte do consumidor, substituindo cada vez mais os medicamentos de referência por similares ou genéricos, que historicamente cabem mais no bolso”, adverte o economista.

Na visão do empresário e presidente da Associação dos Farmacêuticos Proprietários de Farmácias do Brasil (AFPFB) e da rede Farma & Farma, Rinaldo Ferreira, a situação atual é também sinônimo de oportunidades. Ele defende que os varejistas pequenos e independentes usem o momento de apreensão para cativar e conquistar os clientes.

“O paciente que precisa de remédio deixa de comer ou comprar um alimento para dar conta do tratamento medicamentoso. Isso gera um alento que impede nosso segmento de sentir as crises e os sobressaltos econômicos de forma mais dura. Contudo, o cliente se sente mais cativado se observar que o comerciante oferece oportunidades fora dos padrões nestes momentos de dificuldade. Alargar prazos de pagamento, oferecer linha de crédito ou descontos maiores são atrativos que certamente farão o cliente retornar à loja nestes tempos de desconfiança”, comenta Ferreira.

O que se espera

A solução definitiva para a atual situação, segundo Mussolini, é o governo federal ampliar a participação no financiamento público da saúde em estados e municípios, além de reduzir a carga tributária média de 33% que incide sobre os medicamentos, hoje, no País.

O executivo defende ainda uma revisão dos índices de reajuste dos medicamentos, para que a indústria nacional seja mais competitiva e moderna e consiga sair da defensiva.

“A legislação atual de preços não dá conta da realidade do mercado. Entre 2006 a 2013, para reajuste de preços acumulado de 35,76%, a inflação geral atingiu 49,13% [Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)] e os aumentos de salário concedidos pelo setor somaram 67,77%. Fica evidente que o modelo de regulação econômica do mercado farmacêutico precisa ser revisto. E não apenas para garantir o equilíbrio econômico-financeiro das empresas. O modelo deve mudar para contemplar também a correta remuneração dos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento. Nosso setor exige investimentos de alto risco. O governo fala muito em criar uma indústria nacional de medicamentos que exporte patentes, mas sem as condições necessárias, ninguém vai fazer investimentos dessa natureza. Ficaremos sempre na rabeira dos mercados internacionais”, declara o presidente executivo do Sindusfarma.

Autor: Rodrigo Rodrigues

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Lei garantirá piso salarial para Farmacêuticos no Piaui...

"Aprovada lei que cria piso salarial para farmacêuticos no Piauí

O valor da remuneração mínima da categoria fica estabelecido em R$ 2.000,00, para 20h.

Autor: Redação Capital Teresina

Foi aprovado por unanimidade na Assembléia Legislativa, nesta quarta feira (13), o projeto de lei que cria o piso salarial para farmacêuticos no Piauí . A proposta garante ainda o adicional de Responsabilidade Técnica (RT) para os profissionais, no valor correspondente a 30% do piso.

Atendendo a uma proposição do presidente do Conselho Regional de Farmácia do Piauí, Ítalo Rodrigues, o deputado Evaldo Gomes (PTC) apresentou o PL nº 06, de 2015, no dia 10 de março. No dia 24, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da ALEPI, votou e aprovou por unanimidade, seguindo o parecer favorável do relator, "Dr. Hélio" (PTC). O projeto seguiu para as Comissões de Administração e Finanças, sendo aprovado nas duas, e foi levado ao plenário.
Pelo texto da pasta, fica estabelecido um piso de R$ 2.000,00 para 20 horas semanais, de R$ 2.600,00 para 30 horas semanais e de R$ 3.200,00 para 40 horas semanais. O PL também define que o farmacêutico substituto e o farmacêutico “ferista” receberão o mesmo salário, tendo como base, o farmacêutico responsável técnico.

Determina ainda, que o reajuste do piso salarial da categoria será anual, sempre no primeiro dia de janeiro do ano subsequente, pela variação acumulada do índice nacional de preços ao consumidor.

Para o presidente do CRF-PI, Ítalo Rodrigues, o piso atende às jornadas de trabalho de 4, 6 e 8 horas diárias, apresentando uma variação de R$ 2 mil a R$ 3,2 mil. “O momento é de vitória, para a classe, que se sente mais valorizada, e para a população, que tem um profissional mais confiante e com o reconhecimento que merece. A conquista do piso é uma luta de anos, que agora se torna realidade graças à união dos profissionais e esforço dos nossos diretores”, explica Rodrigues.

Para o deputado Evaldo Gomes, o projeto do piso busca a valorização de uma categoria essencial para saúde da sociedade. "Os profissionais de Farmácia precisam acumular mais de um emprego para conseguir uma remuneração digna. Com o piso, estes trabalhadores estarão mais seguros e entusiasmados financeiramente, refletindo em melhor qualidade de atendimento e consequentemente, mais satisfação no exercício da profissão", comenta Gomes.

O projeto segue agora para sanção do governador Wellington Dias."


Médicos são contras às Clínicas Farmacêuticas e protestam através de seus Conselhos...

12/05/2015
"Clínicas Farmacêuticas despertam protestos das Entidades Médicas

Por Egle Leonardi

Mais de 70% dos brasileiros declaram praticar autoconsumo de medicamentos e quarenta por cento afirmam não saber como consumir um medicamento de forma adequada a fim de assegurar seus efeitos e eficácia com segurança. Esses dados fazem parte de uma pesquisa do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico em parceria com o Datafolha.

Frente a este cenário lamentável, uma excelente notícia para a sociedade é a abertura de clínicas farmacêutica, com a missão de contribuir com a promoção da saúde pública, resolvendo problemas simples, prescrevendo medicamentos isentos de prescrição médica e protegendo a qualidade de vida da população que, segundo o estudo do ICTQ, não sabe por exemplo, como lidar com os medicamentos.

No entanto, a péssima noticia é que algumas entidades ligadas à área médica são contra essas clínicas e resolveram apresentar denúncias contra elas. Dois casos nos chamam a atenção: um deles é no estado do Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais.

O farmacêutico Silvio Antão, que abriu sua clínica farmacêutica na cidade maravilhosa, recebeu uma denúncia do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), alegando que, diante de várias indagações dos médicos afiliados ao órgão, o farmacêutico não poderia prescrever. “A denúncia partiu diretamente do presidente, Pablo Vazquez Queimadelos. Acredito que isso ocorreu por motivos políticos e institucionais. O pior é que ele desconhece a resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF)” relata o farmacêutico denunciado.

Antão conta que a primeira denúncia contra sua clínica ocorreu diretamente ao CRF-RJ e o presidente, Marcus Athila, deu ciência ao assunto, porém pediu ao órgão que identificasse onde estava sendo transgredida a lei, para o qual não houve resposta.

O Cremerj, não satisfeito, deu sequência à denúncia. Antão participou de audiência em março e conta que o juiz entendeu que não há indícios para a denúncia e que ele não infringiu a resolução 586/13 do CFF.

“Cada classe luta pelos próprios interesses. No caso da classe médica, além da vaidade, há o fator econômico. Como somos da classe que mais entende de medicamentos, ganharemos nosso espaço e cada paciente dentro do meu consultório é um paciente a menos em um consultório médico”, polemiza ele.

Antão ressalta que a classe médica sempre teve a certeza de ser onipotente e, com isso, se esqueceu que o principal membro da equipe multidisciplinar é o próprio paciente, já que sem ele não há atendimento. “Temos que redescobrir a humanização do atendimento ao paciente, trazê-lo a acompanhar o tratamento para que tenha maior eficácia. Quem vai prescrever é o que menos importa. O importante é o restabelecimento da saúde do paciente”, fala ele. O farmacêutico declara que recebeu total apoio do Conselho Regional de Farmácia do Estado que, além de defender a sua causa, comprou essa briga com ele.

O caso de Minas Gerais

A outra polêmica recente aconteceu em Belo Horizonte, quando o farmacêutico Henrique Marquez Henriques desenvolveu um projeto de gravar vídeos e criar um canal no YouTube com o intuito de divulgar conhecimento verdadeiro e ético sobre homeopatia, florais e fitoterápicos, além do serviço de prescrição farmacêutica. O projeto é novo, mas já conquistou importante repercussão por muitas pessoas em todo o Brasil. Dentre elas estão clientes, pacientes, leigos, homeopatas e outros profissionais da saúde.

Desta vez, o autor da denúncia foi a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB), por intermédio do seu presidente, Ariovaldo Ribeiro Filho. A entidade enviou um ofício de denuncia à Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH). Para a associação, Henriques estava invadindo o espaço do médico homeopata. Porém, felizmente, denúncia não gerou resultados para o reclamante.

“Acredito que a homeopatia não tem dono, não é do médico, não é do farmacêutico, não é do terapeuta e de nenhum outro profissional. A homeopatia é uma ciência universal que pertence a todos. Para exercê-la precisamos seguir as leis vigentes, muito estudo e muita capacitação, respeito, verdade e amor”, defende o farmacêutico.

Para ele, a união e definição de atuação entre todos os homeopatas é uma solução para o caso. Só assim conseguirão auxiliar e atender a todas as demandas da população em relação à homeopatia. “Não há número suficiente de homeopatas no Brasil para atender à população, ou seja, há campo de trabalho para todos. Necessitamos conversar e ajustar os pontos de atrito com urgência, pois a população não pode mais esperar as brigas de egos”, dispara ele, que acrescenta dizendo que o médico enxerga o farmacêutico somente como manipulador de medicamentos, nada mais. “Eu acredito que ele se sente ameaçado com a possibilidade de perder mercado. Resolveremos isso com muito diálogo e fazendo nossa tarefa de farmacêutico prescritor muito bem feita, para sensibilizar a sociedade”.

Já para Antão, ver farmacêuticos caminhando em busca de seus sonhos, saindo de casa para fazer cursos de pós-graduações em prescrição farmacêutica é uma vitória para a categoria. “Tenho certeza de que os colegas não aceitam mais ser simplesmente farmacêuticos burocratas. Quero contribuir com a classe e contar minha história e a forma como luto diariamente para ter meus consultórios lotados e com grande aceitação pela população”, enfatiza o farmacêutico.

Exemplo ímpar

Fundamental também ressaltar o lançamento, em Curitiba, do Projeto de Cuidado Farmacêutico na Atenção Básica, que  faz parte do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (QualifarSUS), do Governo Federal.

Com o objetivo de aplicar no SUS o conceito de clínica farmacêutica, o Ministério da Saúde identificou na rede municipal de saúde de Curitiba um polo para a implementação do projeto piloto que deverá ser estendido a outros municípios brasileiros. O projeto recebeu investimento em torno de R$ 400 mil. A experiência foi financiada por meio do projeto Qualisus Rede – cooperação entre o Banco Mundial e o Mistério da Saúde, que tem como proposta de intervenção apoiar a organização de redes de atenção à saúde no Brasil."

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Parceria em torno de um grande negócio: Gestão de Suprimentos e Rastreabilidade de medicamentos.


Imagem ilustrativa 
R&B e NeoGrid: juntas no controle de remédios

Leandro Souza // terça, 12/05/2015 14:58

A NeoGrid, desenvolvedora de softwares de gestão para cadeia de suprimentos, e a R&B - Rastreabilidade Brasil, empresa de tecnologias para rastreabilidade de medicamentos, firmaram uma parceria para atuar em conjunto no segmento de saúde.

Segundo os termos do negócio, cujos valores não foram divulgados, a NeoGrid receberá 15% de participação na companhia. Na parte operacional, a união das duas companhias contribuirá na troca de dados entre laboratórios, distribuidores, operadores logísticos, hospitais, clínicas e farmácias atendidas pelas empresas.

A iniciativa possibilitará identificar e rastrear, da produção ao consumo e em tempo real, o trajeto de medicamentos dentro da extensa rede de distribuição do sistema da NeoGrid, que cobre 70% das vendas do varejo farmacêutico brasileiro.

"A tecnologia trará grandes benefícios aos consumidores ao validar a procedência dos produtos adquiridos e ao evitar roubos e fraudes. Os benefícios também se estendem à indústria farmacêutica, a qual passará a ter visibilidade total do percurso de seus produtos na cadeia logística", afirmou a NeoGrid em nota.

Segundo Moacir Cardoso, CEO da NeoGrid, estimativa é de que mais de 50 mil empresas do setor sejam integradas com essa solução, que é obrigatória segundo a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Publicada no Diário Oficial em dezembro de 2013, a lei 11.903/2009 estabelece o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos e exige que, até o fim de 2015, os integrantes da cadeia farmacêutica apresentem um projeto piloto para a Anvisa, sendo que o prazo final para adequação ao sistema é dezembro de 2016.

“A parceria entre R&B e NeoGrid permitirá oferecer soluções ainda mais inovadoras e colaborativas aos nossos clientes, de forma que possam estar devidamente adequados à regulamentação governamental de rastreabilidade de medicamentos”, afirma o CEO da R&B, Amilcar Lopes.

Segundo dados do mercado, cerca de 500 empresas farmacêuticas terão que se enquadrar no novo sistema, assim como cerca de 60 mil drogarias e 7 mil hospitais e clínicas em todo o país. Quanto aos medicamentos, cerca de milhares de produtos devem ser incluídos no sistema.

Só os 18 laboratórios associados à Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (Alfob), uma entidade que reúne empresas públicas como o Instituto Butatan, Tecpar e o Laboratório Farmacéutico do Rio Grande do Sul estimam gastos de R$ 120 milhões com a implementação da rastreabilidade.

Para o sistema de rastreamento de medicamentos, a Anvisa selecionou o padrão de código de barras DataMatrix, da GS1, que utiliza tecnologia bidimensional de dados, contendo informações como número de identificação do produto, lote, validade e número serial.

O sistema manterá o padrão tradicional de identificação de produtos, o GTIN, determinação já estabelecida pela Anvisa desde 1999, mas agora aliada à nova codificação, com dados adicionais.

Além da NeoGrid, outras empresas nacionais de Ti também se apresentam com soluções destinadas à esta demana. Uma delas foi a Stefanini, que lançou no ano passado, em conjunto com a PTInovação, uma plataforma de controle de cadeia para grande quantidade de ativos (medicamentos) em tempo real.


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Russia buscando ser autossuficiente em vacinas...

Imagem apenas ilustrativa
Até 2020, a Rússia passará a produzir as suas próprias vacinas. Muito a esperar?

11.05.2015

A indústria biofarmacêutica russa está se preparando para substituir os medicamentos biológicos e vacinas importados, que com a atual situação econômica, tornaram-se uma questão de segurança nacional. O surgimento dos produtos biofarmacêuticos e a ampla aplicação da biotecnologia na medicina já são previstos por cientistas de todo o mundo. No entanto, a química ficou em segundo plano.

Tradução de Mariana Villanova

Até muito pouco tempo os medicamentos russos eram considerados um contrassenso, e o máximo que a farmácia russa era capaz de produzir eram análogos de fármacos estrangeiros que perdiam a proteção patentária, chamados genéricos. Hoje, segundo a chefe do Ministério da Saúde Veronica Skvorsova, a Rússia desenvolveu vacinas contra a gripe exclusivas e inovadoras, acompanhando a produção de empresas farmacêuticas estrangeiras.

As empresas biofarmacêuticas russas anunciaram que até o ano de 2020 serão capazes de atender a todo o calendário de vacinação nacional com vacinas russas, e, um pouco mais tarde, suprir toda a lista de medicamentos essenciais e vitais com medicamentos nacionais. Isso significa que as bases de pesquisa e produção de empresas farmacêuticas russas passarão para um novo nível, incluindo a realização de pesquisas abrangentes e produção de produtos próprios, em conformidade com as normas internacionais de padrão de qualidade GMP (Good Manufacturing Practice).

A primeira, e até agora única, vacina russa, produzida no âmbito do ciclo completo de produção de acordo com a GMP, é a vacina "Ultriks", produzida pela empresa biofarmacêutica e complexo de pesquisa e produção "Fort", fundada há um ano na região de Ryazan.

Hoje na Rússia é realizado o mais rápido e eficiente sistema de teste para a detecção de Ebola e outras doenças perigosas. A primeira vacina contra a febre hemorrágica Ebola no Instituto de Pesquisa da Gripe  em São Petersburgo foi produzida em dezembro do ano passado, as outras três vacinas estão atualmente em ensaios clínicos.

O surgimento de produtos biofarmacêuticos e a ampla aplicação da biotecnologia na medicina já preveem cientistas de todo o mundo, inclusive os russos. "A farmacologia química está esgotado seus recursos - disse o diretor geral da empresa Fort, doutor em Ciências Biológicas, Anton Katlinskyi, a jornalistas durante uma mesa-redonda realizada recentemente na Academia Russa de Ciências. Há 15-20 anos, as preparações de síntese química reinaram no mercado farmacêutico, mas agora a indústria está em estagnação: não há ultimamente excelentes descobertas e inovações. A maioria dos fármacos que podem ser encontrados hoje nas farmácias encarnam as realizações científicas de 50-60 anos atrás."

A tendência global da farmacologia química, de acordo com o especialista, pode ser expressa da seguinte maneira: "o mínimo de marcas campeãs de venda e o máximo de medicamento genérico". Enquanto isso os medicamentos mais recentes e mais eficazes no tratamento e prevenção de doenças virais, doenças hematológicas e oncológicas são encontrados no campo da biotecnologia.

Agora na Rússia estão sendo formuladas novas produções farmacêuticas e agrupamentos biotecnológicos inteiros, sobre os quais são feitas pesquisas para o desenvolvimento de medicamentos biológicos em nível mundial. Os cientistas do país acreditam que o futuro da farmacologia é em biotecnologia, na qual a fonte da substância ativa é o próprio corpo humano. "A taxa em medicina depende de abordagem personalizada. Acredito que nos próximos 10 anos, os médicos mudarão para um sistema em que cada tarefa será feita com base nos testes genéticos do paciente", diz Anton Katlinskyi.

No entanto, apenas a produção de novos fármacos pode não ser suficiente, se não houver mudanças de comportamento dos russos quanto a sua saúde e prevenção de doenças. Especificamente, na opinião pública, a gripe e as infecções das vias respiratórias superiores (IVRS) ainda estão longe de ser consideradas as doenças mais perigosas, em comparação com o altamente "divulgado" vírus Ebola e as "famosas" versões de gripe aviária ou suína. No entanto, de acordo com o Instituto de Pesquisa da Gripe, todos os anos na Rússia, as gripes e as IVRS acometem até 8% da população, ou 30 milhões de pessoas. De acordo com as estatísticas, cerca de 1.000 pessoas acometidas morrem de complicações causadas pela gripe. E não devemos esquecer que nas estatísticas, como se sabe, pode haver desvios -não é em todos os casos que os médicos estabelecem a causa exata da morte, pois, para isso são necessárias pesquisas laboratoriais significativas. Isso significa que, na verdade, o número de mortes pode ser ainda maior.

Os fabricantes nacionais estão prontos para prover aos russos vacinas nacionais. Por exemplo, apenas uma empresa estava disposta a fabricar até 40 milhões de doses de vacina contra a gripe sazonal. Além disso, a empresa na região de Ryazan está pronta para fornecer vacinas a todo o país em caso de pandemia de gripe - suas instalações viabilizam a produção de 120 milhões de doses de vacina contra  pandemia.

Infelizmente, com as medidas destinadas a impedir a gripe, os médicos muitas vezes se deparam com o preconceito dos russos contra a vacinação. Os especialistas reconhecem que a vacinação não garante  100% que o indivíduo não ficará doente, mas o risco pode ser minimizado. Além disso, a criação de estratos imunes suficientes na população evita a propagação da infecção. Portanto, a vacinação continua sendo uma das maneiras mais efetivas para combater o vírus da gripe. Tantos os médicos quanto os seus pacientes estão otimistas com o fato de que em breve poderão ser produzidos melhores medicamentos de fabricação russa.

Anatolyi Sterhov
Especialista-Chefe do Instituto de Especialização Regional
  
Alexandra Grigoreva (MedPulse.ru): "Tudo isso seria ótimo. Só que surgem algumas dúvidas. Como teremos medicamentos inovadores se, em média, gigantes farmacêuticas mundiais levam de 5 a 10 anos para desenvolvê-los? E em termos financeiros, isso custa 1,5 bilhões de dólares... e os testes clínicos levam pelo menos cinco anos. Depois de todos os esforços e investimentos, o máximo que podemos esperar é que, em vinte anos de uso, quando estiver terminando a patente, tenhamos alguma coisa. Portanto, o máximo que nos espera são os genéricos e os produtos desenvolvidos de acordo com as normas europeias, em que poderemos contar com a qualidade adequada dos medicamentos antigos. Barato (nem caro) ninguém vende uma criação de medicamento. Trata-se mesmo de apenas algumas vacinas? E em estoque, haverá varinha mágica?
Para cultivar um jardim e fazer a colheita são necessários pelo menos cinco anos. Com medicamentos é necessário muito mais tempo para tudo.
Para resumir, espera-se que as conversas sussurradas sobre a substituição de importados no domínio dos medicamentos e dispositivos médicos não se tornem um habitual otimismo superficial... É  esperar para ver."

Fonte: MedPulse.Ru