quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Novartis prepara-se para expiração próxima da patente do Glivec®

A Novartis está a planear superar a perda futura de exclusividade da patente sobre o Glivec® (imatinib) em 2014 através da transição de doentes com leucemia mielóide crónica (LMC) para a sua nova terapia Tasigna® (nilotinibe), noticiou a agência Bloomberg, citada pelo site FirstWord. O analista da Bank Vontobel Andrew Weiss referiu que a estratégia da empresa "é promover o Tasigna® como o melhor tratamento no mercado, tão bom que não haverá conversa sobre ele ser uma cura".
 
O Gleevec® gerou vendas de 4,7 mil milhões de dólares no ano passado e actualmente domina o mercado de medicamentos para a leucemias avaliado em 6 mil milhões de dólares, seguido pelo Sprycel® (dasatinibe) da Bristol Myers-Squibb, com 803 milhões de dólares em vendas, e o Tasigna®, com 716 milhões de dólares em receita. No entanto, a FDA (entidade que regula os medicamentos nos EUA) aprovou recentemente o Bosulif® (bosutinibe) da Pfizer para determinados pacientes com LMC e a entidade reguladora também aceitou analisar o pedido para comercialização apresentado este mês pela Ariad Pharmaceuticals para o ponatinib, sendo que uma decisão sobre a aprovação é esperada até 27 de Março.

A Novartis está a realizar uma série de ensaios chamados de descontinuação, que são projectados para mostrar que o Tasigna® pode permitir que um número maior de doentes possa interromper o tratamento uma vez que os seus cancros estejam controlados do que em comparação com o Glivec®. A empresa planeia discutir os estudos no próximo mês. Além disso, vários estudos independentes estão a arrancar, com um estudo europeu designado Euro-SKI que está a recrutar doentes que tenham tomando Glivec®, Tasigna® ou Sprycel® durante pelo menos três anos e que tenham tido poucos vestígios da doença no seu sangue durante um terço desse tempo. Os resultados do estudo são esperados em 2017, de acordo com a principal investigadora Susanne Saussele.

Tanto o Glivec® quanto o Tasigna® custam cerca de 2 mil dólares por mês, mas Weiss referiu que uma versão genérica do Glivec® será vendida por tão pouco quanto 500 dólares por um ano de tratamento.

Herve Hoppenot, presidente da unidade de Oncologia da Novartis, referiu que a companhia pretende que o Tasigna® "canibalize" o Glivec® até que o último perca a protecção de patente. "Isso irá fazer com que uma grande quantidade do negócio Gleevec® seja indirectamente protegida porque já foi transferida para o Tasigna®", disse.
 
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/industria-farmaceutica/30-10-12/novartis-prepara-se-para-expiracao-proxima-da-patente-do

Bayer vai comprar norte-americana Schiff Nutrition por 1,2 mil milhões de dólares

30/10/2012 - 15:11
A alemã Bayer anunciou esta terça-feira que vai comprar a fabricante norte-americana de vitaminas e suplementos nutricionais Schiff Nutrition International, numa operação avaliada em 1,2 mil milhões de dólares ou 34 dólares por acção. A expectativa é a de que o negócio seja concluído ainda em 2012, avança o Valor Econômico.

No ano fiscal encerrado a 31 de Maio, a Schiff, dona das marcas MegaRed®, Move Free® e Airborne®, registou uma receita líquida de 259 milhões de dólares. Em Setembro, a companhia informou que projectava uma subida de 43% a 46% nas vendas líquidas para o ano fiscal de 2013.


Em comunicado, Marijn Dekkers, o principal executivo da Bayer AG, afirmou que a aquisição representa uma “excelente estratégia” para reforçar os negócios da Bayer HealthCare. “A Schiff vai ampliar significativamente a nossa presença nos EUA, maior mercado mundial em termos de vendas de produtos nutricionais”, disse.


A companhia norte-americana, com sede em Salt Lake City, Utah, emprega cerca de 400 funcionários.


Vendas de medicamentos da Bayer sobem 13% no terceiro trimestre

31/10/2012 - 11:23

A Bayer anunciou na terça-feira que as vendas de medicamentos no terceiro trimestre cresceram 13% para 2,7 mil milhões de euros (3,5 mil milhões de dólares), impulsionadas pelo desempenho na América do Norte e nos mercados emergentes, bem como pelas vendas mais elevadas do Xarelto®. A receita do anticoagulante, que a farmacêutica comercializa com a parceira Johnson & Johnson, mais do que quadruplicou em relação ao mesmo trimestre do ano anterior para 81 milhões de euros (105 milhões de dólares), subindo dos 68 milhões de euros (88 milhões de dólares) registados no segundo trimestre, avança o site FirstWord.

O CEO da Bayer, Marijn Dekkers, referiu que as vendas na unidade de saúde, em especial na divisão pharma, ganharam um maior impulso de crescimento durante o período de três meses. A receita da unidade de saúde subiu 12,4% para 4,7 mil milhões de euros (6,1 mil milhões de dólares). "Os negócios evoluíram favoravelmente [...], especialmente na América do Norte e nos mercados emergentes", comentou Dekkers, destacando o crescimento contínuo, especialmente na China. As vendas de medicamentos cresceram 24,3% na América do Norte, para 619 milhões de euros (802 mil milhões de dólares), enquanto a receita subiu 1,3% na Europa para 888 milhões de euros (1,1 mil milhões de dólares).

A empresa referiu que, no trimestre, as vendas do Kogenate® subiram 16,7% para 300 milhões de euros (388 milhões de dólares), com o crescimento impulsionado pelo aumento das remessas enviadas a um parceiro de distribuição e pelos negócio na Austrália. A receita do Betaferon® subiu 1% em relação ao mesmo período do ano passado, para 292 milhões de euros (378 milhões de dólares), que a Bayer disse que se deveu principalmente a um declínio na Europa, enquanto as vendas da linha de produtos YAZ® aumentou menos de 1% para 277 milhões de euros (359 milhões de dólares). A farmacêutica indicou que a receita do anticoncepcional oral "foi prejudicada pela concorrência dos genéricos, especialmente na Europa Ocidental". Além disso, as vendas do Nexavar® subiram 12,4% para 199 milhões de euros (258 milhões de dólares), com o crescimento a ocorrer principalmente na China e nos EUA.

As vendas globais da empresa no terceiro trimestre cresceram 11,5% para 9,7 mil milhões de euros (12,6 mil milhões de dólares), embora Dekkers tenha dito que "o lucro líquido desceu [...] devido a encargos especiais – particularmente para acções judiciais e de reestruturação". Os números caíram 17,8% para 528 milhões de euros (683 milhões de dólares) com a Bayer a por de lado mais 205 milhões de euros (265 milhões de dólares) para litígios relacionados com a YAZ® e a Yasmin®. A Bayer indicou que, até agora, concordou em pagar um total de 750 milhões de dólares para resolver 3.490 processos judiciais que reivindicam que os contraceptivos orais causam lesões de coágulos venosos, com mais 3800 casos pendentes.

"Continuamos num caminho de sucesso, e confirmamos a nossa previsão para 2012", acrescentou Dekkers. A empresa espera que as vendas globais cresçam de 4% para 5% este ano, levando a receita global de cerca de 39 mil milhões de euros (50,5 mil milhões de dólares) para 40 mil milhões de euros (51,8 mil milhões de dólares). Enquanto isso, as previsões da Bayer é de que as vendas de produtos farmacêuticos subam um pouco mais em 2012.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

PARABÉNS BALCONISTA DO VAREJO FARMACÊUTICO.



Quando a farmácia é na India, o trabalho do balconista
se torna um pouco mais complicado.
Nada poderá negar que ele é o elo principal entre produto e cliente, o balconista. Ao longo dos anos tenho observado muitas histórias sobre balconistas do varejo farmacêutico e clientes. Estes profissionais tem como rotina estabelecer relações entre os mais diversos clientes e seus produtos, que  na sua grande maioria adquirem o que não gostariam de adquirir. Ninguém gosta de comprar medicamentos, salvo uma pequena parcela de hipocondríacos que por se só já estão com suas atitudes alimentando este distúrbio. Ninguém entra em uma farmácia para atender uma necessidade prazerosa como comprar uma roupa de grife, um eletrônico de última geração, entre muitos outros.
O balconista é um profissional diferenciado, ele precisa adquirir habilidades específicas a partir da necessidade de dispensar verdadeiros garranchos que muitos profissionais insistem em utilizá-los para descrever nomes de produtos e modo de usar. Conta alguns balconistas mais bem humorados, que aqueles garranchos são feitos por médicos que não se lembram da grafia original dos medicamentos, que na sua maioria são nomes estranhos, lembrando-se da primeira sílaba as demais bastam uns traços que os balconistas decifrarão.

Nesta data, reservamos nosso respeito e carinho por estes profissionais que tem papel fundamental da composição do tripé: Indústria Farmacêutica, Médicos e Pacientes. PARABÉNS BALCONISTA DO VAREJO FARMACÊUTICO.
Nota de: Edson Teófilo Fernandes, representante comercial, advogado e balconista de farmácia na origem.

domingo, 28 de outubro de 2012

Empresas anunciam recolhimento voluntário de produtos

26 de outubro de 2012
A Agência Nacional de Vigilância sanitária (Anvisa) publicou, no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (25/10), o recolhimento voluntário da empresa Bristrol Myers Squibb Farmacêutica. A empresa anunciou o recolhimento de alguns lotes do produto Becenum, por detectar resultados insatisfatórios na apresentação do pó liófilo para solução injetável e por identificar teor de Carmustina abaixo do especificado.

Confira os lotes recolhidos:

Lote 0J63041, fabricado em maio de 2010 com data de validade maio 2013; 0L61449, fabricado em setembro 2010 com data de validade setembro 2013; 1C00811, fabicado em janeiro 2013; 1C00811, fabricado em janeiro de 2011 com data de validade janeiro 2014; 1G00501, fabricado em abril de 2011 com data de validade março 2014; e 1J00051, fabricado em abril de 2011 com data de validade abril 2014.

Outros produtos

O Laboratório Boehringer Ingelheim do Brasil também fará o recolhimento voluntário do lote 107560 (fabricado em 10/2011 e com validade 10/2014) do produto Berotec aerosol 100mg/dose 10 ml. O lote, destinado exclusivamente para distribuição de amostras grátis, foi misturado com o produto original e encaminhado para distribuidores por falha no controle interno da expedição.

A empresa Gezyme Do Brasil Ltda também comunica o recolhimento voluntário do lote C0072 do produto Thymoglobuline 25 mg pó Liófilo para solução injetável. O recolhimento é necessário em razão de desvio de qualidade em relação ao perfil de polímeros/agregados e fragmentos (PAF).


Depois da Suíça, Itália também bane várias vacinas antigripais da Novartis

26/10/2012 - 07:21
Depois da Suíça, também a Itália decidiu banir várias vacinas antigripais da Novartis, avança o Diário Digital. O Ministério italiano da Saúde também proibiu provisoriamente o uso de vários tipos de vacinas contra a gripe do laboratório suíço.

“O Ministério da Saúde e a agência italiana de medicamentos [Aifa] decidiram, como precaução, proibir imediatamente o uso das vacinas Aggripal®, Fluad® e Influpozzi®”, segundo um comunicado oficial.

A agência de medicamentos suíça Swissmedic ordenou na quarta-feira, por prevenção, a suspensão imediata da circulação de algumas vacinas antigripais da Novartis em todo o país e, ainda, aconselhou a não usá-las devido a eventuais impurezas. Segundo um comunicado da agência, a medida afecta 160 mil doses de Aggripal® e Fluad®, vacinas do grupo farmacêutico suíço.

“Constatações preliminares permitiram estabelecer que a proibição em Itália ocorreu devido à descoberta de partículas brancas nas seringas. Pode tratar-se de uma aglutinação de componentes ordinários da vacina”, reforçou a Swissmedic.

Devido à incerteza sobre a origem dessas partículas, a agência suíça decidiu proibir o fornecimento e uso destas vacinas. O órgão informou, no entanto, que se trata de uma medida preventiva e que as pessoas já vacinadas na Suíça “não tem nada a temer pela sua saúde”.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

EUA: farmacêutica ligada a casos de meningite apresentava problemas de higiene

25/10/2012 - 12:30

A empresa farmacêutica que produzia injecções de esteróides contaminadas, ligadas a uma epidemia mortal de meningite nos EUA, apresentava graves problemas de higiene, indicaram nesta quarta-feira autoridades sanitárias de Massachusetts, nordeste do país, citadas pela AFP.

"Os investigadores descobriram que os processos de esterilização da empresa de preparação de fármacos New England Compounding Center (NECC) não eram realizados seguindo as normas" existentes, explicou Madeleine Biondolillo, chefe do Departamento de Saúde de Massachusetts.

Os registos mostram que a NECC não esterilizava sistematicamente os produtos durante o tempo mínimo necessário e não verificava de forma regular o bom funcionamento e a manutenção dos equipamentos, em particular os de esterilização, indicou numa entrevista colectiva à imprensa.

Além disso, Biondolillo ressaltou que a NECC havia despachado os lotes de esteróides suspeitos de estarem contaminados antes mesmo de ter obtido os resultados de seus testes confirmando que as injecções estavam bem esterilizadas.

"O medicamento era enviado até 11 dias antes de os resultados serem recebidos", ressaltou.
O foco sem precedentes de meningite fúngica ligado às injecções contaminadas causou até ao momento a morte de 24 pessoas e afectou 313, segundo o último relatório do órgão federal dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, siglas em inglês), divulgado nesta quarta-feira.

Biondolillo também afirmou que, no começo de Outubro, os investigadores encontraram partículas negras em várias das ampolas que continham esteróides que foram reenviadas à NECC depois da ordem para que retirasse todos os seus produtos, ou seja, 17.000 doses em 23 estados.

Mas "os resultados desta investigação são ainda preliminares e, no momento, não tem como objectivo identificar de forma conclusiva a causa desta epidemia", disse Biondolillo.
Além disso, o Departamento americano de Justiça confirmou em 16 de Outubro que havia iniciado uma investigação criminal, enquanto o Conselho de Farmacêuticos de Massachusetts caçou a licença profissional da NECC.

A empresa encerrou suas actividades e demitiu a maior parte dos seus funcionários.
Mais de 14.000 pessoas em 23 estados podem ter recebido as injecções contaminadas, inicialmente destinadas a tratar de dores nas costas, segundo dados da Agência de Alimentação e de Medicamentos dos EUA (FDA, siglas em inglês).

Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/industria-farmaceutica/25-10-12/eua-farmaceutica-ligada-casos-de-meningite-apresentava-p
 


Genéricos afundam lucro da AstraZeneca em 56%



26/10/2012 - 15:38
O lucro líquido da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, no terceiro trimestre deste ano, afundou 56%, para 1,18 mil milhões de euros, face aos 2,68 mil milhões de euros de igual período de 2011, com as receitas afectadas pelo término de patentes de medicamentos-chave para a segunda maior farmacêutica do Reino Unido, avança o jornal económico OJE.

As vendas, atingidas pela concorrência nos medicamentos genéricos e por medidas governamentais para reduzir os preços praticados desceram 19%, para 5,14 mil milhões de euros.

A companhia tem vindo a tentar obter acordos de licenciamento, bem como realizar pequenas e médias aquisições para reforçar o desempenho, numa altura em que enfrenta contratempos em termos de desenvolvimento e as patentes dos medicamentos com melhores resultados vão expirando (até 2015).

Pascal Soriot, CEO desde o início do mês, suspendeu o programa de recompra de acções da empresa no primeiro dia em funções, e está a rever a estratégia. “O desempenho financeiro em 2012 reflecte em grande parte o impacto contínuo da perda de exclusividade de marcas em mercados cruciais, bem como os desafios que o sector atravessa”, declara o responsável em comunicado.

A AstraZeneca confirmou, no entanto, a previsão de lucro para este ano, de 4,6 a 4,9 euros por acção, excluindo alguns itens.


Multivitamínicos podem prevenir câncer, mas dose excessiva pode elevar risco da doença



26/10/201213h52
Será possível reduzir o risco de câncer tomando um multivitamínico todo dia?

Na semana passada, pesquisadores de Boston anunciaram que um dos maiores estudos clínicos de longo prazo com multivitamínicos nos Estados Unidos – englobando 14 mil médicos (apenas homens participaram) com pelo menos 50 anos num período de mais de uma década – constatou que ingerir uma combinação comum de vitaminas e minerais essenciais todo dia reduziu a incidência de câncer em oito por cento, na comparação com o placebo.

Segundo o estudo, os maiores beneficiários foram homens que tiveram câncer num estágio anterior da vida. As mortes por câncer também foram menores entre quem ingeria vitaminas, embora essa descoberta possa ter sido casual. Curiosamente, o regime vitamínico não reduziu o índice de câncer de próstata, o mais comum a afetar os homens.

Os pesquisadores também procuraram efeitos colaterais e descobriram que as vitaminas diárias causaram somente problemas menores, como erupções cutâneas ocasionais.

Embora a redução de 8% na taxa total de câncer seja bastante modesta, Demetrius Albanes, investigador sênior do Instituto Nacional do Câncer, assegurou que as implicações potenciais sobre a saúde pública são enormes.

"Se você pensar nas centenas de milhares de casos novos de câncer a cada ano, oito por cento pode resultar numa bela soma."

Resultados ambíguos
No entanto, ninguém está incentivando mais norte-americanos a tomarem multivitamínicos. Embora metade da população já tome algum tipo de suplemento, estudos anteriores produziram resultados ambíguos. Estudos com altas doses de nutrientes, as quais deveriam combater o câncer, foram concluídos prematuramente ao apresentar resultados negativos, elevando os casos de câncer em vez de reduzi-los.
As atuais diretrizes dietéticas federais e as recomendações da Sociedade Americana do Câncer incentivam as pessoas a ter uma dieta equilibrada, rica em frutas e vegetais. Até agora, o consenso tem sido o de não existir provas científicas suficientes para justificar a ingestão de multivitamínicos para prevenir o câncer ou outras doenças crônicas.

Embora um grande estudo conduzido em Linxian, China, tenha constatado a redução no câncer de estômago em pessoas escolhidas por acaso para receber suplementos com vitamina E, selênio e beta caroteno, essa população sofria deficiências nutritivas crônicas e o câncer de estômago era mais comum do que nos EUA.

Em 2006, uma análise dos Institutos Nacionais de Saúde concluiu que o indício era "insuficiente para provar a presença ou ausência de benefícios do uso de multivitamínicos e suplementos minerais". Mais recentemente, o Instituto de Medicina alertou as pessoas em relação aos suplementos de cálcio e vitamina D, dizendo que a maioria dos adultos saudáveis não precisa deles e que doses altas de cálcio estão ligadas a pedras no rim e doenças cardíacas e que doses elevadas de vitamina D também podem ser prejudiciais.
O Dr. J. Michael Gaziano, cardiologista do Brigham and Women's Hospital e do VA Boston Healthcare System, o principal autor do novo estudo com os multivitamínicos, disse que o motivo fundamental para ingerir o produto era e continua sendo a prevenção de deficiências nutricionais. Ele relutou a especular por que um multivitamínico pode reduzir o câncer. Segundo observou, uma das hipóteses principais é o de determinadas vitaminas e antioxidantes protegerem as células, durante o processo de envelhecimento, dos radicais livres, moléculas nocivas causadas por processos metabólicos no interior das células.

O estudo com os médicos é um tipo de análise clínica considerada altamente confiável para determinar causa e efeito. De forma aleatória, os participantes recebiam um multivitamínico ou um placebo. Porém, eles não eram representantes da população em geral. Os médicos formavam um grupo bastante homogêneo, com alto grau de instrução, menos distinto em termos raciais e étnicos que a população como um todo, com um número menor de fumantes. E não participaram mulheres.

"Os resultados são promissores, mas queremos ter certeza de que os efeitos seriam similares e, certamente, não prejudiciais em meio a populações diferentes", disse Marji McCullough, epidemiologista nutricional da Sociedade Americana do Câncer. "Vale a pena reproduzir esses achados para ver se podem ser generalizados com mulheres e fumantes, entre outros."

McCullough também comentou que existem combinações diferentes de multivitamínicos e que os resultados do experimento se aplicam somente à formulação específica usada no estudo. A Pfizer doou o produto, Centrum Silver, mas a empresa mexeu na fórmula desde o começo do estudo, por exemplo, reduzindo a quantidade de vitamina A e acrescentando os nutrientes luteína e licopeno.

De acordo com os especialistas, em termos gerais, quem toma vitaminas faz parte de um grupo relativamente mais saudável. Essas pessoas costumam ter uma dieta variada e saudável, cuida do peso e é fisicamente ativa. Nem sempre fica claro que os benefícios atribuídos às vitaminas provenham das pílulas.
"Existe uma mística envolvendo as vitaminas, que elas seriam uma espécie de ingrediente mágico", disse David G. Schardt, nutricionista sênior do Centro de Ciência de Interesse Público, grupo de defesa, de Washington. "Existe um quê de verdade nisso, pois as vitaminas são essenciais para a vida. Porém, é difícil provar se as pessoas viverão mais ou serão mais saudáveis se tomarem vitaminas ou comerem alimentos fortificados com vitaminas."

Este ano, o organismo pressionou a Pfizer a modificar os rótulos do Centrum os quais afirmavam que os multivitamínicos contribuem para a "saúde do seio" e a "saúde do cólon". Tais afirmativas devem ser aprovadas com antecedência pela FDA (agência norte-americana reguladora de alimentos e medicamentos). Embora os rótulos não sustentassem explicitamente que os suplementos previnem o câncer, o Centro alegou que essa era a mensagem implícita.

Riscos do excesso
Os especialistas estão particularmente preocupados em permitir o entusiasmo ir além das provas científicas, pois alguns testes com vitaminas levaram a paradoxos assustadores. Em dois estudos separados, fumantes que receberam suplementos com altas doses de betacaroteno desenvolveram, inesperadamente, mais cânceres de pulmão do que quem ingeriu o placebo. Acreditava-se que o betacaroteno protegesse contra o câncer, porém, no pulmão dos fumantes, a dosagem alta parece ter danificado o DNA em vez de protegê-lo, explicou McCullough.

Outro estudo grande, envolvendo 35 mil homens que receberam selênio e vitamina E na esperança de reduzir os casos de câncer de próstata, também gerou resultados decepcionantes.

Embora a deficiência de determinados nutrientes possa ser nociva, o excesso, em alguns casos, também pode ser ruim, disse Joel B. Mason, professor de medicina e nutrição da Universidade Tufts. De acordo com ele, a exemplo de alguns remédios, determinados nutrientes e vitaminas necessitam ser fornecidos num nível específico favorável para gerar o benefício, conceito que ele e outros especialistas chamaram de "fenômeno de Cachinhos Dourados".

"Para mim, existem dados convincentes de que o baixo consumo habitual de ácido fólico leva ao aumento no câncer no cólon e, talvez, também a outros tipos de câncer", disse Mason. "O ácido fólico é um fator essencial na síntese e reparo do DNA."

Contudo, dar suplemento de ácido fólico a uma população bem nutrida não parece diminuir o risco, avaliou Mason, e, segundo alguns estudos, "em pessoas que ingerem quantidades extremamente grandes de ácido fólico, pode haver um aumento paradoxal no câncer colorretal".

Uma das observações importantes do novo estudo é que a dose diária de multivitaminas parece razoavelmente segura, ajudando a modelar a direção de pesquisa futura, disse Albanes, o investigador sênior do Instituto Nacional do Câncer.

"A ideia segundo a qual 'se pouco é bom, mais é melhor' levou a testes com dosagens elevadas que não se tornaram necessariamente verdade", afirmou Albanes. "Esse aspecto nos indica a direção dos tipos de dosagens que deveriam ser levadas em consideração para prevenção. É algo para se meditar."

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Anvisa suspende 30 lotes de diurético



24 de outubro de 2012
A Anvisa determinou, nesta quarta-feira (24/10), a suspensão da distribuição, comércio e uso em todo o país de  30 lotes do medicamento Hidroclorotiazida 25mg, fabricado pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). O medicamento é um diurético utilizado em tratamentos de hipertensão.

De acordo com a suspensão, publicada no Diário Oficial da União, o processo de fabricação do produto foi alterado sem que houvesse aprovação da Anvisa. O fabricante teria incluído no processo uma etapa de moagem do insumo farmacêutico que não estava prevista. A moagem altera o tamanho das partículas e pode afetar o desempenho do medicamento e interferir na sua estabilidade e dissolução, entre outros requisitos.Sendo assim, foi determinado o recolhimento dos lotes, pois não há dados que comprovem a segurança e eficácia do produto.

Os lotes suspensos são 12030260, 12030261, 12030262, 12030263, 12040407, 12040408, 12040413, 12040414, 12040415, 12040446, 12040447, 12040448, 12040461, 12040462, 12040463, 12040464, 12040465, 12040466, 12060585, 12060586, 12060587, 12060588, 12060589, 12060590, 12060591, 12060592, 12060593, 12060594, 12060595 e 12060596.

Produtos sem registro

A Anvisa também publicou, no Diário Oficial da União (DOU), a apreensão, inutilização e  proibição da divulgação, em todo o país, do produto Mel com Ervas (com indicação terapêutica para asma) e de todos os demais produtos sujeito à vigilância sanitária fabricados pela empresa Facon-Fabricação e Comércio de Cosméticos e Produtos Naturais Ltda. A empresa não possui Autorização de Funcionamento na Anvisa.

Foi determinada ainda a apreensão, inutilização e proibição da divulgação, em todo o país, de todos os produtos sujeito à vigilância sanitária fabricados por Pro-Ervas. A empresa não possui Autorização de Funcionamento na Anvisa.

Recolhimento Voluntário

A empresa Novartis Biocienciais S.A fará o recolhimento voluntário dos lotes S0006 e S0006A do medicamento Hydergine (mesilato de codergocrina), por detectar a alteração de aspecto destes lotes.