segunda-feira, 30 de julho de 2012

Álcool pode acentuar em até três vezes efeito de medicamentos

30/07/2012 - 10:12
Ingerir bebidas alcoólicas enquanto há uso de medicamentos pode ser mais perigoso do que se imagina, afirma um estudo divulgado no jornal científico Molecular Pharmaceutics, avança o G1, o site noticioso da rede Globo.
De acordo com os investigadores, o álcool pode aumentar em até três vezes a dose original de medicamento e o seu efeito no corpo.
Segundo Christel Berstrom, autor do estudo, o álcool pode alterar a interacção de enzimas e de outras substâncias corporais quando entra em contacto com ao menos 5 mil medicamentos disponíveis no mercado, vendidos com ou sem prescrição médica.

Alguns desses fármacos não se dissolvem totalmente no trato gastrointestinal – especialmente no estômago e no intestino. Os investigadores testaram então se com o álcool, essas drogas poderiam se dissolver mais facilmente e descobriu-se que a combinação intensificava o efeito do medicamento.

Foram testados 22 fármacos e 60% deles apresentaram mostras que teriam os efeitos superdimensionados. Alguns tipos de substâncias, principalmente as ácidas, são as mais afectadas – como o anticoagulante varfarina ,o tamoxifeno, usado para tratamento de cancros, e o naproxeno, responsável por aliviar dores e inflamações.

domingo, 22 de julho de 2012

UE recomenda aprovação de remédio da Pfizer contra câncer de pulmão

Reuters

Reguladores da União Europeia recomendaram a aprovação do Xalkori, remédio da Pfizer contra câncer de pulmão, após aprovação para venda nos Estados Unidos em agosto do ano passado.

A farmacêutica norte-americana disse nesta sexta-feira que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, em inglês) recomendou o remédio sob a condição de que a Pfizer envie dados adicionais sobre um teste clínico recentemente concluído com sucesso.

A Comissão Europeia geralmente acata em questões de meses as recomendações da EMA para aprovação.

O Xalkori teve ter vendas anuais de 1,5 bilhão de dólares em 2017, segundo estimativa consensual em pesquisa da Thomson Reuters Pharma.

(Por Ben Hirschler)

Em menos de um mês, EUA aprovam segunda droga para tratar obesidade

Saúde. A FDA, agência norte-americana que regulamenta medicamentos, autoriza a venda do Qsymia, que é a associação de duas drogas; medicamento é indicado para adultos obesos (com IMC acima de 30) ou pessoas com sobrepeso associado a comorbidades.

FERNANDA BASSETTE - O Estado de S.Paulo

A FDA - agência americana que regulamenta fármacos e alimentos - aprovou anteontem a comercialização de um novo remédio para tratar a obesidade: o Qsymia, antigo Qnexa, da farmacêutica Vivus.

Em menos de um mês, esta foi a segunda autorização que a FDA deu para drogas para emagrecer, depois de ficar 13 anos sem aprovar nenhum remédio com essa finalidade e de suspender a venda de outros por conta de efeitos colaterais.

O Qsymia será indicado para adultos obesos com índice de massa corporal (IMC) acima de 30 ou para adultos com sobrepeso e IMC acima de 27, desde que tenham alguma comorbidade associada, como hipertensão, diabete tipo 2 ou colesterol elevado.

A droga é a mistura de dois outros medicamentos já existentes: a fentermina (derivado da anfetamina que funciona como supressor de apetite) e o topiramato (anticonvulsivante usado no tratamento de epilepsia e enxaquecas). No Brasil, os medicamentos para emagrecer derivados de anfetamina foram banidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado - restaram a sibutramina e o orlistate como alternativas oficiais aos pacientes.

Dosagem. Segundo a FDA, a dose diária recomendada de Qsymia contém 7,5 miligramas de fentermina e 46 mg de topiramato. Também foi liberada a comercialização de uma dose mais elevada (15 mg de fentermina e 92 mg de topiramato) para pacientes selecionados.

Os resultados de dois ensaios clínicos mostram que, após um ano de tratamento com a dose diária recomendada e com a mais elevada de Qsymia, os pacientes tiveram uma perda de peso média de 6,7% e 8,9%, respectivamente. Na média, cerca de 69% dos pacientes perderam ao menos 5% do peso corporal com a dose recomendada, em comparação com 20% dos pacientes tratados com placebo.

Segundo Márcio Mancini, chefe do grupo de obesidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, esse resultado é a maior perda de peso já obtida com um medicamento registrado nos EUA. "É uma perda de peso muito considerável. A sibutramina alcança a perda de peso obtida com a dose menor dessa droga", diz.

Efeitos colaterais. De acordo com Mancini, os dois medicamentos já existem no mercado americano isoladamente, mas tinham muitos efeitos colaterais quando administrados sozinhos. Assim, a união das substâncias reduziu a dose a ser consumida e os efeitos colaterais teoricamente ficariam menores.

O risco de efeitos adversos graves, aliás, é um dos perigos do consumo do Qsymia sem orientação médica adequada. Segundo a FDA, o medicamento não deve ser usado por grávidas porque pode provocar má-formação fetal, em especial o aparecimento de lábio leporino. A recomendação da agência é de que a mulher faça um teste de gravidez antes de iniciar o uso desse medicamento.

A droga também não deve ser usada em pacientes com glaucoma ou hipertiroidismo. Ela também pode aumentar a frequência cardíaca.

Rosana Radominski, presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade (Abeso), estima que de 10% a 20% dos pacientes devem apresentar algum efeito colateral previsto no uso da medicação, como boca seca, mudanças no paladar e alterações da frequência cardíaca.

Como os funcionários da Anvisa estão em greve, a agência não se pronunciou sobre essa aprovação. Mas, segundo Rosana, ainda não há previsão para que esse medicamento seja submetido à avaliação da Anvisa.

"Se a Anvisa olhar para essa medicação com olhos isentos de preconceito, já que ela tem um componente derivado da anfetamina, é possível que esse medicamento seja registrado no Brasil e vire mais uma arma no combate à obesidade", afirmou Mancini

EUA aprova primeiro remédio contra obesidade em uma década

A Administração de Alimentos e Fármacos dos Estados Unidos (FDA) aprovou nesta quarta-feira o remédio Lorcaserin, o primeiro tratamento contra a obesidade a ser comercializado no país em mais de uma década.

A decisão da FDA ocorreu depois da recomendação de um comitê independente de especialistas, em maio, para sua autorização a adultos. Com isso, Lorcaserin será o primeiro remédio aprovado pelas autoridades sanitárias americanos para tratar obesidade desde a aprovação do Orlistat em 1999.

O remédio será vendido com o nome comercial de Belviq, pelas empresas Arena Pharmaceuticals e Eisai, para tratar problemas de adultos com sobrepeso crônico ou obesidade, também associado com a evolução de outros problemas como hipertensão, diabetes e doença arterial.

Em 2010, a FDA rejeitou a aprovação da comercialização de Lorcaserin com o argumento que havia risco de ataques cardíacos e doenças cerebrovasculares. No entanto, depois de a farmacêutica enviar novos estudos à FDA, o órgão autorizou sua venda com certas restrições e supervisão dos pacientes.

Dessa forma, Belviq só será permitido para adultos com o índice de massa corporal (IMC), indicador calculado como o peso dividido pela altura ao quadrado, em 30 ou 27, para os que sofrem de pelo menos uma doença relacionada com sobrepeso como hipertensão, diabetes tipo 2 ou colesterol alto.

Segundo os estudos da empresa, o uso de Belviq, junto com uma dieta saudável e exercício físico, ajudou os pacientes a perder 5% ou mais de seu peso corporal após um ano, em relação aos que só cuidaram sua alimentação e fizeram esporte.

"A aprovação de Belviq é um avanço importante para os pacientes que lutam contra a obesidade ou têm sobrepeso e necessitam de ajudas com os problemas de peso crônicos, além de dieta e exercício", afirmou o executivo-chefe da Arena Pharmaceuticals, Jack Lief, em comunicado.

Entre as reações adversas detectadas nos testes clínicos, os mais comuns foram dor de cabeça, dor nas costas, tosse, fadiga e náuseas. A Arena fabricará o remédio em suas instalações na Suíça enquanto a Eisai comercializará e distribuirá Belviq nos Estados Unidos.

A obesidade é um dos principais problemas de saúde da população americano. Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) publicaram em maio um estudo segundo o qual 42% dos americanos sofrerá de obesidade em 2030 (32 milhões de pessoas), enquanto 11% serão obesos graves

Brasil faz 1º teste para câncer sem a indústria

ALEXANDRE GONÇALVES - Agência Estado

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) realizou o primeiro teste clínico oncológico de fase 3 sem a coordenação da indústria. Participaram do estudo mais oito centros de pesquisa. Os autores consideram o trabalho um marco na avaliação independente de terapias para câncer no País.

Os cientistas queriam descobrir se a administração de dois medicamentos (pemetrexed e carboplatina) poderia aumentar a expectativa de vida de pacientes com uma forma de câncer de pulmão avançado. "Hoje, a maioria das pessoas que chegam nessas condições não recebe terapia, pois o benefício ainda não foi comprovado", diz Carlos Gil, chefe da Pesquisa Clínica e Incorporação Tecnológica do Inca.

O trabalho, divulgado no último congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, mostrou que o remédio aumenta a expectativa de vida em três meses. "Agora precisamos ver se ele é custo-efetivo (se é possível incluí-lo no rol de terapias aprovadas para o SUS)", aponta Gil.

Mais importante que o resultado clínico é o pioneirismo da iniciativa, apontam os pesquisadores. Na conclusão do estudo, eles dizem que o "teste demonstra a viabilidade de um mecanismo independente para conduzir testes de câncer e representa uma mudança de paradigma em pesquisa clínica na América Latina".

Segundo o banco de dados do clinicaltrials.gov - mantido pelo governo americano -, 24 testes clínicos de fase 3 para câncer estão recrutando voluntários no Brasil. Todos realizados pela indústria farmacêutica.

Dificuldades

Cerca de 60% dos pacientes incluídos no estudo eram atendidos no Inca. A distribuição desigual revela a principal dificuldade para realizar estudos sem o apoio da indústria. "A maioria dos centros de pesquisa nas universidades escolhe trabalhar sob a coordenação da indústria para ter acesso à estrutura e aos recursos necessários para realizar os testes", afirma Gil. Por isso, estudos independentes não costumam atrair interesse.

"Há também um problema cultural: muitos grupos em universidades têm dificuldade para realizar parcerias, algo essencial para pesquisas assim. Querem garantir uma visibilidade que cai quando você faz trabalhos em uma rede de pesquisa."

"O estudo parece promissor", afirma Álvaro Atallah, presidente da Cochrane do Brasil, principal banco de revisões sistemáticas em medicina. Mas ele pondera que os medicamentos ainda foram fornecidos pela indústria farmacêutica Eli Lilly (embora ela não tenha participado do desenho do estudo).

Ele defende que todos os estudos clínicos sejam realizados por entidades independentes. O dinheiro seria pago pela indústria a uma agência que contrataria os responsáveis por conduzir os testes, sem contato - direto ou indireto - com a indústria.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica, João Massud Filho, deixar os testes a cargo de uma agência governamental não resolve o problema. "Uma pesquisa clínica bem feita independe de quem está financiando", diz. "O importante é garantir a transparência e o tratamento ético dos sujeitos de pesquisa." Ele admite que pode haver, em algumas situações, o interesse de limitar a divulgação dos resultados. "Mas dá para resolver esse problema com uma lei que garanta transparência na divulgação dos dados."

Taxas

José Ruben de Alcântara Bonfim, coordenador executivo da Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos, acredita que nem mesmo as agências reguladoras deveriam cobrar taxas da indústria para avaliar suas propostas de novos medicamentos. E cita como exemplo a nova agência francesa de vigilância farmacológica - a ANSM. Seu orçamento para avaliar a viabilidade de novos medicamentos - cerca de 140 milhões de euros (R$ 355 milhões) - virá exclusivamente dos cofres do Estado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-faz-1-teste-para-cancer-sem-a-industria,898256,0.htm

sábado, 14 de julho de 2012

Médicos particulares são responsáveis por aumento da resistência aos antibióticos

11/07/2012 - 09:26

Médicos que atendem doentes em clínicas particulares contribuem de forma significativa para a disseminação da resistência aos antibióticos, pois são mais propensos a prescreverem medicamentos de forma desnecessária. É o que aponta um relatório publicado online na revista Clinical Infectious Diseases, avança o portal ISaúde.
De acordo com a pesquisa, uma série de factores influencia a tendência de prescrição exagerada de medicamentos, incluindo maior procura por parte dos pacientes, como também pressão para interromper visitas dos pacientes mais cedo, medo que a negação da prescrição gere processos por erro médico, o uso por alguns planos de saúde de pesquisas de satisfação de doentes para contratação de médicos, entre outras.
O estudo constatou que a ocorrência de infecções difíceis de se tratar em hospitais dos EUA reflecte a taxa de prescrição de antibióticos nas comunidades atendidas por estes por estes centros de atendimento, geralmente apresentando uma elevação durante a época de gripe e queda nos meses de Primavera e Verão. Para ilustrar a ligação, os investigadores mapearam os resultados de uma análise de dez anos de dados que mostram um desfasamento médio de um mês entre o uso de antibióticos e picos e declínios paralelos de Escherichia coli resistentes à ampicilina.
Ampicilina é amplamente utilizado para tratar pneumonia, bronquite e infecções de ouvido e pele, bem como intoxicação alimentar por E. coli e Salmonella. O fármaco não é eficaz contra infecções virais como a gripe e a constipação comum, mas médicos usualmente prescreve-no juntamente com outros antibióticos para tratar essas queixas - muitas vezes por causa da expectativas dos doentes.
"As pessoas devem estar conscientes que quando exigem antibióticos e não precisam deles, isso tem um efeito sobre outras pessoas que realmente precisa destes medicamentos", diz o líder do estudo Eili Klein, da Universidade de Princeton. "Então se tiver que ser submetido a procedimentos médicos durante o Inverno num hospital, o risco de ter uma infecção difícil de tratar com antibióticos é maior”.
Entre as estatísticas mais surpreendentes do relatório é o facto de que em 1987 apenas 2% dos pacientes infectados com Staphylococcus aureus não responderam a meticilina, taxa que subiu para mais de 50% em 2004. Nos últimos anos, S. aureus resistente à meticilina (MRSA), que causa uma variedade de doenças desde infecções de pele à choque séptico, também se tornou resistente a vancomicina, um potente fármaco considerado o antibiótico de último recurso.
"Um dos pontos-chave que podemos entender disso tudo é que os padrões de prescrição de antibióticos tem reais efeitos adversos sobre o sistema hospitalar. Médicos prescrevem antibióticos e muitas vezes o fazem sem pensar como isso afecta a comunidade", conclui Klein.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Teuto é destaque na Maiores e Melhores 2012


 
Edição especial da Revista Exame listou o laboratório como a empresa farmacêutica com o maior crescimento nas vendas . Anápolis -O Laboratório Teuto/Pfizer foi destaque na edição especial Melhores e Maiores 2012, da Revista Exame - que lista as mil maiores empresas do Brasil. A companhia figurou entre as 10 melhores empresas do setor farmacêutico, em 2011, aparecendo em treze dos principais indicadores da publicação. 

No ano passado, segundo a revista, o Teuto foi o laboratório que apresentou maior crescimento nas vendas, 29,7%. A expansão da planta fabril e o investimento em tecnologia foram alguns dos fatores que mais contribuíram para esse crescimento. A companhia investiu R$ 80 milhões - metade no ano passado e outros R$ 40 milhões, neste - em novas tecnologias e máquinas modernas e pretende dobrar a capacidade de produção até 2013.
Na edição especial, o Teuto esteve também entre as maiores empresas por riqueza criada e por número de empregados, que já passam dos 2.300. De janeiro a maio deste ano, a companhia teve um aumento de quadro de 59 pessoas - número duas vezes maior que o do período correspondente no ano anterior - contrariando o índice nacional de emprego industrial (-0,3%), registrado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

A meta do laboratório, agora, é atingir um faturamento de 750 milhões de reais, em 2013. Para isso, o Teuto prepara mais 70 produtos - entre medicamentos genéricos, similares, cosméticos, produtos para saúde e alimentos - para 2012. Alguns destes são frutos de parcerias com grandes empresas farmacêuticas internacionais. É o caso dos medicamentos oncológicos (Accord) e da Linha Patch (Mentholatum). 

Perfil do Teuto - O Laboratório Teuto/Pfizer, pioneiro na produção de medicamentos genéricos no Brasil, hoje é modelo para a indústria farmacêutica nacional. Há mais de 60 anos no mercado e instalado em uma área total de um milhão de metros quadrados, com 105 mil metros quadrados de área construída - a indústria tem o maior complexo farmacêutico da América Latina e possui mais de 500 apresentações de medicamentos, entre genéricos, genéricos de marcas (similares), MIP, linha hospitalar, fitoterápicos, suplementos alimentares e cosméticos. No final de 2010, a empresa teve 40% de suas ações adquiridas pela norte-americana Pfizer. A parceria do Teuto com a Pfizer, a maior indústria farmacêutica do mundo, reafirmou ainda mais que "Se é Teuto é de confiança".

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Anvisa multará em R$ 1,5 mi importadora de silicone francês

Depois de testes revelarem que as próteses mamárias de silicone da marca francesa PIP usadas no Brasil rompem com mais facilidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai usar os resultados para multar em R$ 1,5 milhão a importadora responsável pela venda dos implantes no País.
Com sede no Paraná, a EMI era a única autorizada a importar próteses da PIP. Estima-se que a importadora comprou aproximadamente 35 mil unidades da marca francesa, das quais cerca de 24 mil foram vendidas. Diante das irregularidades envolvendo a PIP, a Anvisa cancelou o registro da prótese em janeiro deste ano, proibindo o uso do produto no Brasil. As unidades que restavam no estoque da EMI foram apreendidas e levadas para análise da Vigilância Sanitária. Na mesma época, a Anvisa anunciou a abertura de processo administrativo contra a importadora.

A agência reguladora anunciou nesta segunda-feira que testes de laboratório comprovaram alto risco de ruptura dos implantes da PIP. Das 306 amostras, de 51 lotes analisados pela Anvisa, 41% foram reprovadas no exame de resistência. De acordo com a Anvisa, o índice de ruptura de qualquer prótese (independentemente da marca) é 1% a partir do primeiro ano de uso. O percentual aumenta com o passar dos anos.

A análise laboratorial constatou ainda que o gel utilizado pela PIP, no entanto, não era tóxico, afastando a suspeita que o produto poderia causar câncer. Mas o material analisado apresentou silicone com diferentes composições, algumas não permitidas pela Anvisa, o que aumenta a possibilidade de vazamento do gel e surgimento de inflamações.

"Se depender das informações que temos hoje disponíveis e a empresa não conseguir contestar nada do que foi apresentado, o entendimento da diretoria da Anvisa é a empresa receber a penalidade máxima nesse caso multa de R$ 1,5 milhão", disse o diretor-presidente da agência reguladora, Dirceu Barbano. Se a multa for aplicada, a importadora pode apresentar recurso.

A Anvisa não fez testes com amostras da marca holandesa Rofil, também acusada de fraude como a francesa PIP, porque o importador da marca já não tinha exemplares do produto em estoque para serem recolhidos e analisados em laboratório. Mesmo sem esses exames, a agência também pretende penalizar a importadora do produto holandês.

No caso da Rofil, a Pharmedic Pharmaceutical, em São Paulo, informou ter vendido apenas 193 próteses de seio, importadas em 2009. A empresa era a única com licença para importar os implantes Rofil até 2014. Novas importações não foram feitas, segundo a empresa, porque o custo do implante holandês subiu tornando o negócio inviável. Outras empresas chegaram a comercializar a prótese da Rofil antes da importadora paulista, mas os registros delas na Anvisa já tinham expirado antes do surgimento das denúncias de irregularidades.

Calcula-se que 12,5 mil brasileiras tenham implantes da PIP e 7 mil da Rofil. Nos últimos dois anos, a Anvisa recebeu 674 relatos sobre próteses mamárias, sendo que 150 tratavam de possível rompimento das próteses das marcas francesa e holandesa.

Com o escândalo mundial, a Anvisa mudou as regras para venda de silicones mamários no país. Desde março, a agência reguladora passou a exigir que fabricantes e importadoras interessadas em comercializar o produto no Brasil precisam ter um certificado de qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Na semana passada, a fabricante nacional Lifesil, com sede no Paraná, foi a primeira a receber o selo.

Outros distribuidores podem vender as próteses de silicone para mama fabricadas ou em estoque, antes da entrada em vigor da exigência do selo, no dia 22 de março. As clínicas também estão liberadas para usar os implantes estocados até essa data.


BALCONISTA: O ELO ENTRE A FARMÁCIA E O CLIENTE

Funções do balconista

O balconista de uma farmácia ou drogaria é sempre a pessoa que mais contato tem com o consumidor, por isso pode e deve sugerir mudanças sobre a quantidade de produtos expostos nas prateleiras e estoque de produtos que são mais vendidos. Além de informar a falta de produtos que têm procura, mas não são comercializados.

A colocação de preço nos produtos também é responsabilidade do balconista. É importante observar se os preços etiquetados estão corretos e legíveis e se não estão sendo colocados sobre o número de lote do produto, e principalmente sobre o prazo de validade da mercadoria. O balconista deve ainda observar sempre as necessidades do consumidor e verificar se elas estão sendo atendidas prontamente.

Controlar a entrada e saída de produtos, conferir, repor, arrumar mercadorias, ter conhecimento dos medicamentos que estão sendo vendidos e os laboratórios que produzem estes remédios, saber ler uma receita e atualizar-se sobre novos lançamentos, são princípios básicos que fazem parte do dia-a-dia do balconista e ajudam, em muito, a organização de uma farmácia.

Balconista: o elo entre a farmácia e o consumidor

Todo trabalho por mais difícil que seja deve ser encarado com muito profissionalismo e seriedade. No caso do balconista de farmácia este aspecto é muito importante, já que este profissional tem que atuar como "relações públicas" da farmácia onde trabalha, representar a própria empresa e ser o elo entre a farmácia e o consumidor. Toda empresa comercial tem como objetivo o bom atendimento ao cliente. Na farmácia isso não é diferente, a gentileza no atendimento com certeza trará bons retornos para a farmácia e para o balconista.

O balconista é a primeira pessoa que o cliente vê e ouve e, às vezes, é a única pessoa com quem ele entra em contato dentro de uma drogaria. Por isso é fundamental o bom aspecto do balconista, que deve usar sempre um avental ou jaleco limpo, de preferência de cor clara.

Outro aspecto importante e que deve observado é das mãos e unhas, não só pela questão estética, mas principalmente pela higiene que se deve ter ao manusear os medicamentos. Note ainda que as mãos do balconista estão permanentemente no foco de atenção dos clientes.

Paciência e dedicação

Existe um antigo ditado popular que diz que "o cliente sempre tem razão" e mesmo que isso não seja totalmente verdade é importante que o balconista não esqueça que este ditado resume uma regra básica na relação de compra e venda.

Tem cliente que fica nervoso ou irritado pela demora no atendimento ou mesmo por qualquer outro motivo. Neste caso o balconista deve utilizar de bom senso e atendê-lo o mais prontamente possível, evitando até mesmo comentar o contratempo ocorrido. Desta forma o cliente ficará desarmado e até mesmo sem ação. Manter a calma e ser gentil nesta ou em qualquer outra situação deve ser um dos lemas do balconista até mesmo para se desvencilhar de um cliente que gosta de "esticar a conversa" no balcão. Como ele pode estar atrapalhando o andamento do trabalho, peça amavelmente para ele esperar um pouco até que outros clientes sejam atendidos.

É fundamental nunca perder a paciência e sempre colocar o cliente em primeiro lugar, afinal todo o seu trabalho gira em torno dele e para ele.

A arte de atender

Sabemos que é uma arte atender um cliente, por isso o balconista deve ser amável no contato com o consumidor para que ele se sinta bem atendido e volte outras vezes.

Para que isso ocorra é importante conquistar a simpatia do cliente e não só atender a sua necessidade imediata, mas estar sempre disponível quando solicitado para informá-lo e orientá-lo no que for possível.

O balconista de f armada exerce uma função de dupla responsabilidade, já que os produtos à disposição para venda são na verdade fórmulas complexas, e se não forem comercializados corretamente podem causar sérios danos à saúde do consumidor.

Recursos promocionais

Além da habilidade do balconista no atendimento ao consumidor, as farmácias ou drogarias se utilizam muito de recursos promocionais par a chamar a atenção do cliente.

As vitrines do balcão, as prateleiras externas e as gôndolas, normalmente, são usadas para colocar produtos da linha de perfumaria e cosméticos, os produtos naturais (chás e outras ervas) e os produtos de higiene pessoal para destacar e promover as vendas. Em displays, sobre os balcões, ficam os produtos homeopáticos.

Além destes recursos, as drogarias se utilizam também da promoção no preço de algumas mercadorias -comésticos, perfumes e produtos de higiene pessoal -para atrair os clientes e aumentar a comercialização de produtos em geral. Existem ainda drogarias que dão desconto promocional nos medicamentos.

Fonte: Âmbito Farmacêutico - Manual do Balconista de Farmácia no 1

Dia do Propagandista da Indústria Farmacêutica. Você conhece este profissional?

Ser propagandista da Indústria Farmacêutica é muito mais do que ser um representante, ser propagandista da Indústria Farmacêutica é ter disponibilidade e vocação para abraçar uma profissão com inúmeras incompreensões oriundas do desconhecimento da sociedade sobre esta nobre profissão. Claro, ser incompreendido pela sociedade não é um privilégio exclusivo dos propagandistas, mas um efeito da falta de conhecimento e divulgação da importância que cada profissão tem para sociedade. Assim como o gari, o enfermeiro, o cabeleireiro, o advogado, o médico, a doméstica, o propagandista têm sua devida importância para que a máquina da economia funcione e proporcione o direito de viver para todos que formatam a sociedade.

Sempre haverá profissionais muito dedicados e outros menos dedicados, uns que se orgulham do que fazem e outros que fazem apenas para atender a determinados e específicos fins. Estes citados por último na sua essência não amam o que fazem, não sentem sua profissão de dentro para fora. Com o propagandista não é diferente, existem profissionais que se debruçam anos de suas vidas sobre livros, literaturas, monografias, fichas técnicas, manuais e outras referências bibliográficas apimentadas por conhecimentos de marketing e outros para exercerem com sabedoria seu papel. São para estes profissionais que me proponho nesta dada (14 de julho) a desejar-lhes muito sucesso e parabenizá-los pela profissão que abraçaram.

O propagandista não é apenas um representante, ele é um representante diferenciado, ele inclusive tem classificação ocupacional distinta registrada no Ministério do Trabalho – CBO 4-32.40. O propagandista é um autêntico consultor de negócios, é um garimpeiro de oportunidades e identificador de necessidades. O propagandista transcende as barreiras dos negócios e navega no mundo particular de seus parceiros, desenvolvendo habilidades de leitura de cenários muitas vezes imaginados. Não raro acontece de um propagandista alterar toda sua proposta de trabalho focada na divulgação de seus produtos em uma fração de segundos, ao perceber no semblante do profissional médico problemas de fórum íntimo, entre outros. O propagandista tem a perspicácia de tratar o profissional alvo como cliente/parceiro de forma que o mesmo não sinta esta possível relação, algumas vezes é inevitável que isso ocorra. Outra habilidade muito comum do propagandista é a de despertar no médico a viabilidade de prescrever seu produto para atender uma necessidade específica de um paciente que provavelmente retornará para uma nova consulta meses depois, é uma espécie de mensagem teleguiada. Já obtive feedback de médicos dizendo que; tenho um determinado paciente que certamente entrarei com seu produto na busca de melhor servi-lo. Ser propagandista também tem como fim servir. Existe uma das tantas frases que conheço para descrever o propagandista que eu sempre a transcrevo, "o propagandista é um mensageiro da ciência". Claro, os tempos são outros.

No desejo de elogiar, parabenizar e reconhecer no profissional propagandista qualidades profissionais eu poderia escrever dezenas de laudas, mas este não é o meu propósito, já que me faltam habilidades e conhecimentos para uma redação aceitável. Quero finalizar afirmando que: Nada representará as citadas qualidades e habilidades dos propagandistas se os mesmos não exercerem suas atividades com paixão, esmero, respeito ao próximo e humildade. A esmagadora maioria dos propagandistas é apaixonada pelo que faz.

Um abraço a todos os PROPAGANDISTAS da Indústria Farmacêutica e um Feliz 14 de Julho.

Edson Teófilo Fernandes, propagandista desde 1987.

Sanofi vai eliminar 1000 a 2000 postos de trabalho em França

05/07/2012 - 08:14

De acordo com uma notícia divulgada no jornal francês Le Fígaro, citando fontes anónimas, a Sanofi planeia cortar 1.000 a 2.000 postos de trabalho em França, tendo como alvo as áreas de investigação, as operações de produção da unidade de vacinas da companhia – Sanofi Pasteur – e algumas operações de apoio na sede da Sanofi, avança o site FirstWord.


Um porta-voz da Sanofi não quis comentar sobre a especulação, mas confirmou que uma reunião com o conselho de administração da companhia foi marcada para esta quinta-feira, 5 de Julho, para discutir as perspectivas de emprego em França.


A Sanofi já tinha cortado 4.000 postos de trabalho no país entre 2009 e 2011, segundo o Le Figaro. Mais recentemente, em Novembro de 2011, a companhia anunciou planos para reorganizar algumas das suas operações de investigação nos EUA. No início de 2011, a farmacêutica anunciou planos para eliminar cerca de 700 postos de trabalho na UE e, em Dezembro de 2010, anunciou que 575 postos de trabalho seriam cortados nas suas operações comerciais em França.

EUA: GSK paga multa histórica de 3.000 milhões de dólares

03/07/2012 - 08:12

A farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK) acordou esta segunda-feira com o Departamento de Justiça dos EUA pagar uma multa histórica de 3.000 milhões de dólares (2.384 milhões de euros) como compensação por ter falsificado e ocultado informação sobre três medicamentos, avança a agência Lusa.

O Departamento de Justiça afirmou que a GSK promoveu de forma ilícita o Paxil®, um medicamento para a depressão em pacientes menores, sem ter licença da Agência de Fármacos e Alimentos (FDA, na sigla em inglês), assim como por pagar dinheiro, em 2003, a médicos para que receitassem outro dos seus fármacos, o antidepressivo Wellbutrin®.

Além disso, o Departamento de Justiça afirmou que a GSK, com sede em Londres, não informou sobre as contra-indicações do seu medicamento para a diabetes Avandia®, entre 2001 e 2007.

Em comunicado, James M. Cole, promotor-adjunto, disse que "esta acção constitui o maior acordo de fraude na área da saúde da história dos EUA" e sublinhou que o governo norte-americano "vai trabalhar para salvaguardar a integridade do sistema de saúde".

O acordo monetário é o resultado de anos de investigação a cargo da FDA, do FBI e do Departamento de Saúde sobre práticas ilícitas da farmacêutica GSK.

Do total da quantia acordada, 2.000 milhões de dólares (1.589 milhões de euros) são para pagar queixas civis relacionadas com os três medicamentos em causa e outras alegações de fraude e manipulação de preços.
Em comunicado, o conselheiro-delegado da GSK, Andrew Wittey, garantiu que estas práticas ocorreram noutra época da empresa, salvaguardando, no entanto, que esses erros não devem ser ignorados e que se deve aprender com eles.

Takeda conclui a aquisição da Multilab no Brasil

04/07/2012 - 09:17
A Takeda Pharmaceutical Company Limited anuncia que a sua subsidiária integral, Takeda Farmacêutica Brasil Ltda, concluiu o processo de compra da Multilab, avança o portal Último Instante.


A aquisição fortalece significativamente a presença da Takeda no Brasil, posicionando-a como uma das dez maiores companhias farmacêuticas do país.

A Multilab conta com uma carteira diversificada de genéricos de marca e OTC, inclusive o Multigrip®, líder de vendas no Brasil para o tratamento de gripes e constipações em unidades. Os produtos OTC (sem receita médica) representam aproximadamente 30% do total do mercado farmacêutico brasileiro, sendo que a adição de Multigrip® deverá fortalecer a actual carteira de OTC da Takeda, formada por produtos conhecidos como Neosaldina® (analgésico), Eparema® (digestivo) e Nebacetin® (antibactericida).

“A aquisição da Multilab demonstra o compromisso da Takeda com o Brasil, sexta maior economia do mundo, com um mercado farmacêutico que vem indicando crescimento cada vez mais significativo”, afirmou Giles Platford, presidente da Takeda Brasil. A importante rede de distribuição estabelecida pela Multilab em regiões emergentes do país, combinada com sua carteira de medicamentos de qualidade comercializada com preços acessíveis, posiciona melhor a Takeda para atender às necessidades diversificadas de saúde da população brasileira, particularmente da nova classe média.

Participação estrangeira supera a brasileira e número de fusões e aquisições bate recorde no 1° semestre de 2012, aponta KPMG

Setor de TI mais uma vez se destacou entre os com maior número de transações

O crescimento significativo da participação de estrangeiros em fusões e aquisições de empresas brasileiras contribuiu para que o 1° semestre de 2012 alcançasse um novo recorde no número de operações deste tipo. De acordo com a Pesquisa de Fusões e Aquisições da KPMG, divulgada trimestralmente, os seis primeiros meses do ano somaram 433 operações, 54 a mais que o resultado de igual período em 2011, com 379 transações, uma variação de 14,2%.

Do total de operações feitas especificamente no Brasil, 225 envolveram empresas estrangeiras na ponta compradora, incluindo operações CB1 e CB4 (veja legenda logo abaixo), enquanto que os brasileiros somaram 183 negócios, sendo 166 domésticos e 17 do tipo CB3.

"O apetite dos estrangeiros comprando empresas no Brasil foi maior do que o dos próprios brasileiros neste primeiro semestre, situação que nunca havíamos visto até então. Esse movimento ganhou força no segundo trimestre do ano, com 126 transações, contra 99 dos três primeiros meses de 2012. Já em relação às operações de brasileiros houve estabilidade, com 90 negócios mais recentes, contra 93 no primeiro trimestre", afirma Luis Motta, sócio da área de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil e responsável pela pesquisa. "Trata-se de uma tendência de fortalecimento da presença estrangeira no Brasil que já vínhamos destacando há algum tempo, e que se consolida agora em 2012", acrescenta.

É interessante notar que a participação estrangeira ganhou força inclusive em setores em que a presença brasileira foi tradicionalmente majoritária, como é o caso do ramo de Tecnologia da Informação (TI). Dos 50 negócios deste segmento, 31 envolveram empresas estrangeiras na ponta compradora.

Outros segmentos que tiveram destaque nesta análise foram os de Alimentos, Bebidas e Fumo; Empresas Prestadoras de Serviços; Agências de Publicidade; Mídia e Telecomunicações; Química e Petroquímica; Farmacêutico; Empresas de Internet; e Equipamentos Eletrônicos.

TI lidera novamente

Liderando o ranking desde 2008 em todas as edições trimestrais, TI mais uma vez é o primeiro setor no ranking de operações da pesquisa, com 50 negócios. Logo a seguir vêm: Empresas Prestadores de Serviços, com 32 transações; e Empresas de Internet, com 28. Alimentos, Bebidas e Fumo surgem na quarta posição (25); seguido por Mídia e Telecomunicações (21); Empresas de Energia (20); e Companhias Químicas e Farmacêuticas, Shopping Centers e Empresas Imobiliárias (com 17 negócios cada).

EUA são destaques entre estrangeiros

Os Estados Unidos surgem disparados como principal país de origem das empresas estrangeiras que participaram de fusões e aquisições com empresas brasileiras neste primeiro semestre do ano, totalizando 104 transações. A seguir, mas bem distantes, vêm Reino Unido (com 18 negócios), Alemanha (17), França (14), Canadá (11), Espanha e Japão (ambos com 10).

A atual edição da Pesquisa de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil considera as operações de fusões e aquisições anunciadas e concluídas entre 1° de janeiro e 30 de junho de 2012. O levantamento é realizado sistematicamente desde 1994.

Parlamento europeu derruba tratado antipirataria

Acordo aprovado em janeiro por líderes da UE criminalizava quebras de patentes de remédios

O Parlamento Europeu derrubou hoje (3) o ACTA (Anti-Counterfeiting Trade Agreement), tratado antipirataria aprovado pelos líderes de 22 países da União Europeia em janeiro. A decisão, considerada histórica por ativistas, foi com folga: 479 eurodeputados votaram contra a proposta e apenas 39 a favor.

O ACTA pretendia estabelecer parâmetros internacionais para defender direitos de propriedade intelectual, com forte lobby da indústria farmacêutica, de Hollywood e das gravadoras de música. Quebras de patentes de remédios ou de direitos autorais seriam passíveis de criminalização em todos os países signatários do acordo.

 “Esta é uma tremenda vitória para o movimento, para a democracia e para o cidadão europeu que lutou para que seus direitos fossem respeitados”, disse Jim Killock, diretor-executivo do Open Rights Group, um dos principais movimentos pró-direitos civis e digitais no Reino Unido.

O Open Rights Group, assim como a Electronic Frontier Foundation, também dedicada à causa, trabalha desde 2008 contra o projeto, que excluiu a população das discussões, apesar de afetá-la diretamente. Para as entidades, o ACTA criaria uma “cultura de vigilância e suspeição”.

Comprovar crimes de direitos autorais, por exemplo, implicaria em monitorar meios de comunicação, abrindo caminho para espionagem governamental e quebra da privacidade de usuários da internet.

A ONG Médicos Sem Fronteiras também se declarou contra o ACTA. O tratado faria com que carregamentos de remédios genéricos fossem bloqueados pelas gigantes farmacêuticas, sob alegação de quebra de patente. De acordo com a ONG, o tratado teria “conseqüências fatais ao acesso de medicamentos”.

A assinatura por parte dos líderes dos países europeus já havia gerado protestos e documentos internos vazaram no Wikileaks. As campanhas se intensificaram neste ano e petições contra o ACTA atingiram 2,5 milhões de assinaturas ao redor do mundo