segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Fragmentação nas negociações salariais por região.

Negociações salariais com aumentos reais chegam a 24% no 1º semestre

Imagem ilustrativa
Cerca de 24% das 304 negociações dos reajustes salariais de trabalhadores brasileiros feitos no primeiro semestre de 2016 resultaram em aumentos reais de salários, de acordo com balanço divulgado hoje (1º) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconomicos (Dieese).

Outros 37% tiveram aumento salarial com valor igual à inflação e 39% obtiveram reajuste abaixo da inflação. Desses, 11% resultaram em perdas de até 0,5% e 29% em perdas de até 2%.

Segundo o balanço do Dieese, aproximadamente 74% dos reajustes salariais analisados foram pagos integralmente e 25% em duas ou mais parcelas. Os percentuais são próximos dos observados no segundo semestre de 2015, quando 75% foram pagos integralmente e 23,8% parcelados. Com relação ao pagamento de abonos salariais, o balanço indica que os patamares não se alteraram. Já os reajustes escalonados subiram 24% com relação ao período de 2012 e 2015, usado nesta comparação.

Indústria sai na frente

Quando analisados os setores econômicos, na indústria 21% dos reajustes resultaram em ganhos reais, 33% ficaram abaixo da inflação e 46% tiveram valores iguais à variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No comércio, o percentual de reajuste igual à inflação foi de 36%, enquanto 26% tiveram aumento real e as negociações com perdas salariais foram 39%. No setor de serviços, os reajustes acima da inflação foram 27% e abaixo 44%.

“A indústria já vinha enfrentando problemas, seja pela taxa de câmbio ou perda da competitividade desde 2011. O desemprego vinha maior do que nos outros setores. Como a indústria é o setor de atividade mais organizado, onde há grau de formalização maior e sindicatos de maior tradição, o que ocorre é que, quando a indústria vai mal nas negociações, reflete nos demais setores”, analisou o coordenador de relações sindicais, José Silvestre Prado de Oliveira.

Por regiões

Na região Norte, os aumentos reais foram observados em 14% das negociações. Nas outras regiões, esses aumentos giraram em torno de 27%. No caso dos reajustes inferiores à inflação, a região Sul foi a que teve menor incidência 16%. O mesmo acontece com relação aos aumentos acima da inflação: 23%. O Norte e Sudeste registraram as maiores proporções de aumentos abaixo da inflação com 57% e 49%. No Nordeste, 43% dos reajustes ficaram abaixo da inflação e no Centro-Oeste, 32%.

Segundo Silvestre, os resultados ficaram dentro do esperado porque o ano de 2015 já indicava tendência de piora dos reajustes devido ao contexto geral da economia com pelo menos dois anos de recessão, aumento da inflação em 2014 e a continuidade do aumento das taxas de desemprego. “Isso monta um cenário muito ruim para negociação e, em todos os momentos em que há conjuntura semelhante, há reflexo nas negociações. Em 2016 ainda há mais um agravante que é o quadro político, um combustível a mais para piorar o cenário para os trabalhadores nas negociações”.

Silvestre disse que os números não devem ser melhores ao final do ano, mas a tendência de queda da inflação pode contar a favor, além de alguns indicadores apontarem que a atividade econômica não deve cair mais.
“Isso deve ser um alento, mas acho que as negociações não devem ser diferentes. Um exemplo disso são as negociações dos bancários e outras grandes categorias. Como estas são uma espécie de farol, o que eles negociarem, isso servirá de referência para olhar o segundo semestre do ano”.

Edição: Kleber Sampaio
Fonte: EBC Agência Brasil

Republicação: http://feifar.org.br/?p=486



sábado, 22 de outubro de 2016

Novidade para Diabéticos Tipo2


Créditos de: Só Notícias Boa

Ótima notícia para brasileiros que têm diabetes tipo 2. Chegou ao país uma terapia semanal e mais barata, que já está disponível em 10 países como EUA, Inglaterra, Japão e México.

É o Trulicity, uma caneta que injeta o medicamento dulaglutida, substância que estimula o corpo a liberar insulina, o hormônio que ajuda a controlar o açúcar no sangue.

O remédio, da indústria farmacêutica Lilly, também atrasa o esvaziamento do estômago.

O Trulicity funciona como a Victoza, liraglutida, mas ela precisa de aplicações diárias e o Trulicity pode ser aplicado uma vez por semana.

Preço
A dulaglutida, em caixa com duas canetas, pode ser encontrada por valores próximos a R$ 230.

Além de ser uma terapia semanal, ela é mais barata que a liraglutida, vendida a partir de R$ 375.

Pelo menos 422 milhões de adultos têm diabetes no mundo, segundo dados de 2014 da OMS, Organização Mundial da Saúde, 4 vezes mais do que em 1980 quando o número era de 108 milhões.

No Brasil são 16 milhões de diabéticos, 8,1% da população convivendo com a doença.

Como usar


sábado, 8 de outubro de 2016

Boato que liga mamografia a câncer é falso diz Drauzio Varella


'É um desserviço às mulheres': Drauzio Varella desmente boato que liga mamografia a câncer de tireoide

Todos os créditos são de:
Camilla Costa
Da BBC Brasil em São Paulo

Drauzio Varella, o médico mais popular do Brasil, está bastante chateado. Um dia antes de falar com a BBC Brasil, ele recebeu, via WhatsApp, diversas cópias de um vídeo que citava seu nome. "É uma dessas teorias conspiratórias horríveis! Que horror!", diz.

No vídeo, que também circula no Facebook, uma mulher não identificada afirma que, segundo Varella, os casos de câncer de tireoide em mulheres estariam aumentando por causa da realização de mamografias e radiografias odontológicas.

Ela também critica profissionais de saúde que realizam esses exames por não oferecerem aos pacientes protetores de chumbo para a garganta - parte do corpo que abriga a glândula tireoide.

O mesmo texto já circulava por e-mail em 2013, quando chegou a ser desmentido por sites "caça-boatos". Na época, as afirmações eram atribuídas ao programa americano de TV The Dr. Oz Show, comandado pelo médico Mehmet Öz.

Entre 2014 e 2015, uma versão em texto passou a circular no WhatsApp, já atribuída a Drauzio Varella, que é oncologista (especialista em câncer).

A novidade de 2016 é o vídeo, cuja circulação explodiu justamente no "outubro rosa", mês de conscientização sobre o diagnóstico do câncer de mama. A autora repete o mesmo texto das versões anteriores, como se tivesse feito uma mamografia e questionado o funcionário da clínica sobre o protetor.

"Estou entrando em contato com uma advogada especialista em internet para tomar providências. Passamos tantos anos insistindo que as mulheres façam mamografia anualmente a partir dos 40 anos, e uma pessoa infeliz dessa usa meu nome para assustar as mulheres", afirma Varella.

"Uma paciente minha que teve câncer de mama e hoje faz uma mamografia por ano para acompanhar veio me perguntar se deveria parar de fazer por causa disso, imagine!"
A BBC Brasil elaborou perguntas e respostas para esclarecer o que há de errado na mensagem do vídeo. Confira abaixo.

Houve realmente uma alta nos casos de câncer de tireoide?

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a taxa de incidência desse tipo de câncer tem aumentado cerca de 1% ao ano na maioria dos países do mundo.

Mas isso se deve principalmente ao fato de que o exame que detecta um tumor está sendo realizado com mais frequência.

"Uma possível explicação para a tendência de aumento das taxas de incidência é o aumento do uso de ultrassom e biópsia guiada por imagem para detecção de doença subclínica", afirma o instituto em nota enviada à BBC Brasil.

A taxa de mortalidade do câncer de tireoide, no entanto, está caindo na maioria dos países, diz o Inca, provavelmente por causa da melhoria do tratamento.

No Brasil, o instituto estima que sejam diagnosticados 6.960 novos casos neste ano - 1.090 em homens em 5.870 em mulheres.

Num vídeo publicado há um ano, Drauzio Varella cita um estudo que foi realizado na Coreia do Sul e chegou a conclusões semelhantes.

"O que acontece é que, muitas vezes, o ultrassom de tireoide mostra nódulos que nunca iriam se manifestar, e assusta as pessoas com problemas que não são graves. Mas é só isso, nem toquei na palavra mamografia", afirma o médico à BBC Brasil.

A incidência de nódulos benignos e de câncer na tireoide é de duas a três vezes maior em mulheres do que em homens. De acordo com o Inca, fatores hormonais podem explicar essa diferença. "Mas isso sempre foi assim, muito antes de existir mamografia", explica Varella.

"Se você fizer ultrassom de tireoide em 100 mulheres, mais ou menos 60 terão nódulos benignos na tireóide. Mas é importante lembrar que ter nódulos de tireoide não significa estar com câncer. A doença é mais rara."

Esse tipo de câncer, diz o Inca, representa de 2% a 5% dos cânceres femininos e menos de 2% dos cânceres masculinos.

Mamografias e raios-X trazem risco de câncer?

Ainda em 2015, quando a versão escrita do boato começou a circular nas redes, a Comissão Nacional de Mamografia - formada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia, pela Sociedade Brasileira de Mastologia e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - divulgou uma nota afirmando que "o risco de indução de câncer de tireoide após uma mamografia é insignificante".

Segundo a nota, trata-se de menos de 1 caso a cada 17 milhões de mulheres entre 40 e 80 anos que realizam mamografia anualmente.

"A dose de radiação para a tireoide durante uma mamografia é extremamente baixa (menor que 1% da dose recebida pela mama). Isto é equivalente a 30 minutos de exposição à radiação recebida a partir de fontes naturais".

No site de Drauzio Varela, um texto sobre o câncer de tireoide lista, entre os fatores de risco, a "radiação na região do pescoço para tratamento de doenças anteriores". Ele esclarece, no entanto, que isso se refere a tratamentos de radioterapia, em que o paciente recebe doses mais altas de radiação.

"Se você faz radioterapia no pescoço, a tireoide recebe radiação. Tanto que temos que acompanhar todos os pacientes que se submetem a isso com cuidado. Mas daí a dizer que uma mamografia ou um raio-X odontológico pode provocar um processo desse é um absurdo", explica à BBC Brasil.


Para se ter uma ideia, a dose de radiação à qual o paciente é exposto em uma mamografia - que já é pequena - é mais de 100 vezes maior do que a dose em um raio-X odontológico.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Indústrias serão obrigadas a mostrar no rótulo da embalagem se o produto contém Lactose.

Imagem captada na mesma fonte do texto.

6 de outubro de 2016, Comentários

(Texto copiado fielmente da fonte)

Agora é lei. Alimentos que contenham lactose deverão possuir essa informação no rótulo da embalagem a partir de janeiro de 2017. A Lei 13.305/2016 foi sancionada sem vetos e publicada no Diário Oficial da União da última terça (5). As indústrias têm o prazo de 180 dias a partir de agora para adotar a medida.

O texto sancionado pela Presidência da República é o do Projeto de Lei do Senado (PLS) 260/2013, aprovado em decisão terminativa (final) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado em 8 de junho.

A CAS rejeitou o substitutivo da Câmara (SCD) 1/2016. Esse texto previa que, além da lactose, o rótulo indicasse a presença da caseína, a proteína do leite. Proibia ainda o uso de gordura vegetal hidrogenada na composição de alimentos para consumo humano produzidos ou comercializados no Brasil. O relator no Senado, senador Dalirio Beber (PSDB-SC), apresentou parecer contrário ao substitutivo.

Quanto à obrigação de indicar a presença de caseína, Beber alegou que norma mais ampla foi editada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): a RDC 26/2015. A resolução dispõe sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares. Isso, na avaliação do relator, “torna desnecessária, e até inoportuna” a aprovação da emenda da Câmara.

Sobre a proibição da gordura vegetal hidrogenada, Beber entendeu que a iniciativa deve ficar a cargo da Anvisa, “órgão ao qual compete editar normas com esse teor e que dispõe das condições e dos instrumentos técnicos indispensáveis para tomar essa decisão no tempo oportuno, após amplo processo de consulta aos setores interessados”.

O texto original do Senado que virou lei obriga, portanto, que os fornecedores informem no rótulo se o alimento contém lactose. O autor da proposta, senador Paulo Bauer (PSDB-SC), justificou a iniciativa citando resultados de diversos estudos que apontam a elevada ocorrência de intolerância à lactose no Brasil.

Com informações da Agência Senado.

Fonte: http://crn5.org.br/?p=10191

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Palocci, Cunha e Dirceu não passam de peças de uma engrenagem...

Imagem apenas ilustrativa...
Fonte: http://www.imparesonline.com.br/2015/09/
O que Antonio Palocci, Eduardo Cunha e José Dirceu têm em comum?

O que essas empresas de consultoria cujos donos são políticos oferecem aos seus clientes, e o que querem os empresários que as contratam?


Sei que a queda de Eduardo Cunha parece assunto ultrapassado. Não é. E não é em virtude do mal que ele, Cunha, representa. E a prisão de Antonio Palocci, na semana passada, evidenciou a natureza do mesmo vício: políticos que ficaram milionários por causa da política e transformaram o Estado em instrumento de poder político e econômico.

Segundo a investigação da Lava Jato, Palocci era peça central de um esquema de corrupção também formado pela empreiteira Odebrecht e que teria movimentado R$ 128 milhões. O ex-ministro petista dos governos Lula e Dilma Rousseff teve R$ 30,8 milhões bloqueados em suas contas bancárias (pessoa física e jurídica) pelo Banco Central.

Antonio Palocci prosperou quando na política com impressionante rapidez. Em 2006, quando se elegeu deputado federal, tinha patrimônio estimado em R$ 375 mil. Quatro anos depois, seu patrimônio era 20 vezes maior. Pouco antes de assumir o cargo de chefe da Casa Civil do governo Dilma, Palocci, segundo a Folha de S. Paulo, “comprou um apartamento de luxo em São Paulo por R$ 6,6 milhões”. E “um ano antes” adquiriu “um escritório na cidade por R$ 882 mil”. Ambos os imóveis foram comprados em nome da empresa de que era sócio majoritário, a Projeto Administração de Imóveis.

“José Dirceu deve ter sido o presidiário mais próspero da história deste país”

Eduardo Cunha é outro exemplo notável e ordinário de um homem que conquistou poder e dinheiro pela política. Ele é dono de empresas como Jesus.com e C3 Produções. Oficialmente, seu patrimônio é de R$ 1,537 milhão e o da sua mulher, Claudia Cruz, é de R$ 4,02 milhões. A estimativa realizada pelo banco suíço Julius Baer, quando Cunha abriu uma conta, foi além: US$ 16 milhões (R$ 61,3 milhões).

Assim como Palocci, Cunha teve parte de seu dinheiro bloqueado, mas na Suíça. A Justiça de lá reteve US$ 5 milhões de quatro das 13 contas bancárias que Cunha e seus familiares teriam no exterior. Antes de ser cassado, Cunha era o 162.º deputado federal mais rico do país, segundo a lista elaborada pelo Congresso em Foco.

Lembram de José Dirceu, o ex-todo-poderoso do PT condenado no julgamento do mensalão? Entre 2006 e 2013, sua empresa JD Consultoria recebeu R$ 29,2 milhões de grandes empresas que estão sendo investigadas na Operação Lava Jato (OAS, UTC, Engevix, Galvão Engenharia, Camargo Corrêa e Egesa).

O sucesso profissional de José Dirceu impressiona. No ano em que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal e começou a cumprir pena de prisão em regime semiaberto, sua empresa de consultoria faturou R$ 4,159 milhões. Deve ter sido o presidiário mais próspero da história deste país.
Diante desses exemplos de extraordinária bonança, algumas indagações se impõem: por qual razão empresas privadas contratam políticos com ou sem mandato, especialmente aqueles que fizeram ou fazem parte de partidos que estão no exercício do poder? O que exatamente essas empresas de consultoria cujos donos são políticos oferecem aos seus clientes, e o que querem efetivamente os empresários que as contratam?

A Lava Jato está fornecendo muitas respostas no âmbito do governo federal, mas esse tipo de conduta está disseminado pelo país na relação entre empresas e políticos nas esferas municipal e estadual. Se nada for feito, o que passa por tirar poder dos políticos e punir severamente os criminosos, tudo continuará como sempre esteve.

Cunha, Palocci, Dirceu são agentes de um sistema que continuará em operação enquanto houver uma arquitetura política, legal e burocrática que lhes dê poder para usar o Estado a serviço de projetos pessoais ou do partido. A queda de alguns de seus próceres não mudará a natureza desse sistema, pois a legião que eles representam permanece no poder.