segunda-feira, 30 de março de 2015

Proteína encontrada na Soja impede multiplicação do HIV


Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa  conseguiram extrair e purificar a cianovirina, cultivada em soja transgênica, uma proteína presente em algas que é capaz de impedir a multiplicação do vírus HIV no corpo humano.
A pesquisa foi publicada pela revista científica Science e comprova que as sementes de soja geneticamente modificadas constituem, até o momento, a biofábrica mais eficiente e uma opção viável para a produção em larga escala da proteína.
”Estamos trabalhando para atingir esta etapa há cinco ou seis anos. Pudemos acumular grande quantidade de cianovirina dentro da soja e conseguimos purifica-la”, explicou o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Elíbio Rech.
Desenvolvida desde 2005, a pesquisa com biofábricas para a cianovirina é feita em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e a Universidade de Londres. O objetivo é produzir um gel, com propriedades viricidas, para que as mulheres apliquem na vagina antes do relacionamento sexual.
O pesquisador ressalta que o gel não é uma vacina contra a Aids e nem um substituto ao preservativo, mas um coadjuvante importante no sistema. “O nosso foco é principalmente a África, onde grande parte das mulheres é contaminada com o HIV pelos parceiros. Na cultura de muitos países o uso do preservativo não é respeitado. Com esse produto a mulher não precisa da opção do homem em querer usar ou não, ela mesmo pode se prevenir”, diz o pesquisador.
Segundo a Embrapa, se a soja transgênica for plantada em uma estufa menor do que um campo de beisebol (97,54 metros) é possível fornecer cianovirina suficiente para proteger uma mulher por 90 anos.
Segundo Rech, as pesquisas com biófarmacos formentam o mercado farmacêutico, fazendo com que os medicamentos cheguem ao consumidor com menor custo, e valorizam ainda mais o agronegócio brasileiro, já que agrega valor as plantas. Essa tecnologia será agora enviada a laboratórios e institutos parceiros para testes clínicos e, posteriormente, repassada ao setor industrial

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