sexta-feira, 20 de junho de 2014

António Portela, CEO da Bial – Novos medicamentos e Internacionalização


Nota de C&T: Não é incomum encontramos história de paixão pela vida que vão além dos interesses econômicos dentro de Indústrias Farmacêuticas, principalmente em sua concepção.
Publicado em 19 de Junho de 2014, por Catarina Gomes
Criada há 90 anos por Álvaro Portela, a Bial é hoje liderada pela quarta geração de uma família que marcou o sector farmacêutico nacional pela visão revolucionária de aposta na internacionalização e na investigação e desenvolvimento de novos fármacos. É deles o primeiro – e até agora único – medicamento português disponível nas farmácias europeias e norte-americanas, o Zebinix, indicado no tratamento da epilepsia. Em 2016 contam repetir a proeza, desta feita com o Opicapone, para a doença de Parkinson. Em entrevista, António Portela, que em 2011 assumiu os destinos da empresa, fala do caminho já trilhado e do trajecto traçado… Rumo ao futuro

Jornal Médico – Consigo… já vamos na quarta geração da família a dirigir os destinos da Bial… cuja história começou num anexo, nas traseiras de uma farmácia do Porto…

António Portela – O meu bisavô, Álvaro Portela, começou a trabalhar muito cedo – teria aí uns catorze ou quinze anos… – na Farmácia do Padrão, na Baixa do Porto, que ainda hoje existe. Ajudava o patrão – o Sr. Almeida – na preparação de medicamentos que naquela época eram maioritariamente manipulados na farmácia.

E tomou-lhe o gosto…

É verdade. Tomou o gosto pelo negócio, foi aprendendo como funcionava e engendrando formas de melhor e mais rapidamente servir os doentes.

É preciso não esquecer que há 90 anos a produção dos medicamentos não era como hoje, nomeadamente em termos de rapidez. Muitos só estavam disponíveis no dia seguinte. O que o meu bisavô fez foi desenvolver o processo produtivo e o tempo de entrega aos clientes. Com o passar dos anos surgiu a ideia de começar a produzir de uma forma mais industrializada. Com a ajuda do Sr. Almeida – que nunca se quis envolver no negócio em termos de gestão, mas que apoiou o projecto financeiramente – montou então uma pequena “fábrica”, nas traseiras da farmácia.

Não se quis envolver na gestão… mas acabou por se eternizar no nome da empresa.

É verdade. O nome Bial resulta da combinação de dois (“bi”) “Al”, de Álvaro e Almeida. Foi uma homenagem que o meu bisavô quis fazer ao Sr. Almeida, pelo seu contributo para a concretização do negócio.

E o negócio foi crescendo…

O meu bisavô tinha uma visão muito clara da importância não só do processo produtivo, mas também da criação de marcas que pudessem mais tarde constituir referências para médicos e doentes. A primeira grande marca, cujo sucesso impulsionou o negócio da Bial, foi o Benzo-Diacol, que hoje é comercializado sob a marca Diacol. Seguiram-se outras marcas e uma forte dinamização comercial.

Posteriormente, o meu avô foi responsável pela industrialização dos processos de produção, tornando todo o circuito mais rápido, eficiente e menos oneroso.

Depois da industrialização… a internacionalização e a I&D.

A verdadeira internacionalização da empresa começa com o meu pai. Como também é sua a visão – à época verdadeiramente revolucionária – de apostar na investigação e desenvolvimento (I&D) de novos produtos.

A ideia foi delineada em finais dos anos oitenta e só seria implementada em 1993, ano em que foi criado na Bial um departamento de I&D, que na fase inicial contava apenas com três pessoas.

Na estratégia adoptada não foi indiferente o facto de o meu pai ser médico e ter trabalhado num hospital, onde acompanhou doentes, apercebendo-se das necessidades sentidas ao nível dos tratamentos. A combinação de todos estes factores foi decisiva na definição do rumo a seguir, absolutamente inovador relativamente ao que se fazia em Portugal em termos de indústria farmacêutica (IF).

Eram outros tempos… menos regulados…

Aquilo que a IF fazia em Portugal era, basicamente, copiar o que se fazia lá fora. Era o tempo das cópias – em termos comerciais não existia ainda o conceito de genérico – consentidas, porque em Portugal a legislação não salvaguardava os direitos de propriedade intelectual (patentes) dos produtos farmacêuticos. Uma situação que todos sabiam que, mais dia, menos dia, teria que mudar.

Foi o momento das grandes decisões: ou se continuava pelo caminho das cópias ou, como defendia o meu pai, o caminho a seguir era o da inovação, da aposta na investigação e desenvolvimento de novos produtos. A Bial foi a única empresa que seguiu esta via.

Uma decisão complicada… o desenvolvimento de uma nova molécula obriga a investimentos exorbitantes que, mesmo noutras áreas de actividade não são muito comuns em Portugal… a que se associa um risco de insucesso muito elevado.

É verdade. Nos últimos 20 anos sintetizámos cerca de 15 mil moléculas, das quais uma já se encontra no mercado e uma outra em ensaios clínicos de fase III…

E quanto é que gastaram nesse processo?

Mais de 300 milhões de euros, apenas no desenvolvimento do Zebinix. Além deste fármaco, temos outros em desenvolvimento e as 15 mil moléculas que foram ficando pelo caminho.

Em 15 mil, duas…. é um “tiro no escuro”…

Foi um passo arriscado. O meu pai ainda hoje conta que à época quase toda a gente o aconselhou a não seguir aquela via. “Porque não havia tradição”, “porque não havia em Portugal quem soubesse investigar”… Enfim, porque que era uma “coisa estranha”.

Mas seguiu!

O meu pai tem – e sempre teve – uma visão de longo prazo, muito focada na via da inovação. Conseguiu juntar uma pequena equipa, que foi crescendo com o passar do tempo, atraindo outras pessoas e instituições, muitas delas, na altura, vindas de fora, com experiência na I&D.

Até que um dia… Zebinix! Foi o “Dia” da história da Bial?

Não sei se terá sido o marco mais relevante. Mas foi, certamente, um dos mais importantes da história da Bial. E importante não apenas pelo seu significado em termos da nossa projecção internacional enquanto empresa de I&D, mas também pelo facto de nos ter aberto as portas do mercado global. Hoje competimos na Europa, nos EUA e dentro em breve estaremos a competir no Japão… Mais de 50% da nossa produção destina-se ao mercado externo; exportamos para 54 países!

Um marco, também, nacional…

Foi um momento fantástico para toda a equipa. Foram muitos anos de trabalho; de passos intermédios para alcançar objectivos num processo que era inédito em Portugal. Demos muitas vezes com “a cabeça na parede”, enfrentámos inúmeros “labirintos”, “becos sem saída”

Para toda a equipa – e aqui incluo, não apenas a equipa de investigação mas também a que trabalhou toda a vertente regulamentar, a da produção, a da qualidade e ainda a comercial, cujo trabalho permitiu financiar o projecto – foi um momento de enorme orgulho e motivação.

Foi difícil o “salto” para o patamar global de registo e aprovação de novos medicamentos?

Foi a primeira vez, é certo, mas é preciso não esquecer que em Portugal a área da regulamentação evoluiu muito nos últimos anos. O Infarmed é hoje considerado uma das melhores autoridades do medicamento da Europa, quer em termos de produtividade, quer no que toca à qualidade do trabalho que faz. Por outro lado, a nossa estratégia de estabelecer parcerias com empresas com grande experiência nos diferentes mercados, tornou menos complicado esse percurso, que é de facto difícil para quem tem que o percorrer pela primeira vez.

Entretanto, o grupo inicial de três pessoas que fundou a unidade de I&D… cresceu.

Muito. Nos dois centros que hoje temos, em Portugal e Espanha, trabalham cerca de 120 pessoas, de oito nacionalidades, 32 das quais doutoradas. Em Portugal trabalhamos, fundamentalmente, as áreas do sistema nervoso central e cardiovascular e em Espanha a imunoterapia alérgica.

E continuam a investir…

Nos últimos seis ou sete anos temos reinvestido, em média, mais de 20% do volume total de negócios. Tem sido um esforço enorme, mas fundamental para manter o ciclo de inovação.

Têm na calha um novo produto… já em ensaios clínicos de Fase III.

Trata-se do Opicapone, indicado no tratamento da doença de Parkinson. Estão a terminar os ensaios de Fase III e os resultados têm sido muito positivos. Este fármaco tem demonstrado melhorar a qualidade de vida dos doentes, aumentando o período de tempo sem manifestação dos sintomas característicos da doença, ao nível da mobilidade, como a tremura e a rigidez.

Tendo em conta os resultados alcançados, pensamos ser possível submeter um pedido de autorização de introdução no mercado europeu até ao final do ano. Se tudo correr como o previsto, o Opicapone estará disponível em 2016.

Já agora, onde são realizados os ensaios clínicos de suporte ao desenvolvimento dos novos produtos?

Em vinte e poucos países, entre os quais, obviamente, Portugal, que privilegiamos por duas razões: desde logo, porque estamos a disponibilizar uma terapia nova a doentes portugueses. Depois, porque queremos envolver centros de investigação e líderes de opinião nacionais que possam mais tarde apresentar os resultados dos novos medicamentos – portugueses – a nível mundial.

A I&D faz-se com o concurso de instituições de investigação entre as quais, universitárias. Quem são os parceiros da Bial?

Temos muitos, em Portugal e fora do país, desde centros de investigação, universidades, outras empresas, etc…. Na Bial investimos fortemente nas pessoas. Apostamos na qualificação dos quadros – em todas as áreas da companhia – porque acreditamos que só assim é possível acrescentar valor a tudo o que fazemos. Das quase novecentas pessoas que hoje trabalham na Bial, cerca de 75% têm formação superior. E são 75% em Portugal, África, América Latina… Enfim, em todas as regiões onde operamos.

Começou “por baixo”, como é uso dizer-se… como delegado de informação médica de uma grande multinacional… no Reino Unido. A experiência foi uma espécie de “tirocínio” para as actuais funções?

Embora tenha crescido rodeado de pessoas ligadas às ciências (farmacêutica e médica) – muitas das quais trabalham ainda hoje na Bial – segui Economia, porque tinha grande facilidade em lidar com números e porque gostava da área. A experiência profissional que se seguiu foi importante para eu perceber se gostava, ou não, do “negócio”… da IF… Não sabia! E por isso decidi experimentar. Fora de Portugal porque temia ser tratado de forma diferente aqui…

Escolhi Inglaterra porque me possibilitava, por um lado, dominar a língua e por outro, aprender como funciona um mercado muito competitivo. Trabalhei com pessoas extremamente competentes e com as quais aprendi muito. A Roche é uma empresa fantástica, muito dinâmica, com métodos de trabalho rigorosos.

Comecei como delegado de informação médica, a trabalhar “na rua”, aprendendo como tudo funcionava – médicos, doentes, sistema. Foi lá que comecei a gostar de trabalhar na IF; a sentir que era uma sorte trabalhar numa área onde podia “fazer a diferença”, para os doentes e também para os médicos. É isso o que hoje sinto quando ouço histórias de doentes com crises epiléticas que não conseguiam sair de casa e que agora, graças ao Zebinix, já conseguem. É muito gratificante.

Herda, com o seu irmão Miguel um legado fortemente marcado pelo seu pai, uma das mais personalidades mais relevantes do sector empresarial português e também da cultura e da ciência… Como é que isso se reflecte no seu dia-a-dia, enquanto CEO da empresa?

Eu e o meu irmão Miguel temos de facto uma grande responsabilidade. Desde logo por dar continuidade a tudo o que o meu pai e a equipa que ele formou conseguiram alcançar. Que foi extraordinário. Felizmente os meus pais deram-nos aos dois uma excelente educação. Damo-nos e funcionamos muito bem um com o outro.

Agora, o mais importante que ele nos deixa aos dois é, sem dúvida, a equipa formidável que ele soube reunir ao longo dos últimos 30 anos. Uma equipa sólida, competente, solidária que trabalha de uma forma muito integrada. Que nos aceitou, quer a mim, quer ao meu irmão Miguel, muito bem, integrando-nos em todo o processo. Penso que este é, sem dúvida, o legado mais valioso que o meu pai nos deixa.

Que balanço faz destes três anos e meio à frente da Bial?

Foram três anos de aprendizagem dura, cuja descrição é difícil de condensar em poucas palavras.

Há quem me diga que apanhámos a empresa num momento complicado, quer para Portugal quer para Espanha, mercados onde a nossa actividade está mais concentrada. Olhando para trás, penso que esse contexto adverso nos tornou mais fortes, levando-nos a tomar as decisões necessárias para seguir em frente.

É difícil ser-se inovador em Portugal?

Quando penso nisso… imagino como seria há 30 anos atrás, quando o meu pai decidiu avançar por um caminho completamente inovador. Foi certamente muitíssimo mais complicado do que teria sido hoje. Não acho que seja difícil ser-se inovador, ainda que reconheça a existência de barreiras, principalmente burocráticas e ao nível do financiamento. Vivemos décadas em que a ideia predominante era a de “trabalhar para dentro”. Atribui-se pouca importância ao valor acrescentado, à competitividade necessária para se poder avançar para o mercado externo.

Hoje nota-se uma grande diferença; uma inversão muito rápida relativamente ao passado. Temos muita gente a trabalhar em inovação em diversos sectores e também a apostar em outros mercados.

Penso que de certa forma menosprezamos as nossas capacidades; esquecemo-nos de que Portugal já foi um país inovador no mundo. Há quinhentos anos conseguimos definir uma estratégia de longo prazo que nos permitiu chegar aos quatro cantos do mundo, estabelecendo rotas comerciais que alteraram profundamente toda uma época e cujo impacto ainda hoje se sente. Para isso, fomos buscar os melhores “investigadores”. Investigámos, desenvolvemos novas técnicas e instrumentos de navegação com os quais fomos capazes de alcançar os nossos objectivos. E éramos um pequeno país, com pouca gente.

Acredito que também hoje seremos bem-sucedidos se nos focarmos em algumas áreas e nos concentrarmos em fazer bem.

O facto de a Bial ser uma “empresa familiar” potencia a visão de longo prazo?

Sem dúvida que sim. Não estamos condicionados pelo imediatismo do lucro; das mais-valias de curto-prazo; dos dividendos aos accionistas, como o estão, hoje em dia, a maioria das grandes empresas deste e de outros sectores. O facto de sermos uma “empresa familiar” permite-nos ter uma perspectiva de médio e longo prazo. Aliás, estou convencido de que nunca teríamos conseguido chegar onde chegámos se não fosse assim.

Assumiu “a batata quente” num momento particularmente difícil; de crise económica. Como se tem reflectido o actual momento na actividade da empresa?

A crise propriamente dita não teve grande impacto na nossa actividade. Já as medidas políticas, sim. E grande! Principalmente nestes últimos três anos, ao longo dos quais o mercado farmacêutico diminuiu cerca de um terço. Esta contracção afectou-nos profundamente, já que quase 50% da facturação da Bial ainda é do mercado interno.

Quais os impactos na estratégia de I&D?

É enorme. Uma estratégia de I&D é sempre uma estratégia de longo prazo. É necessário determinar, à partida, quais os recursos necessários para cumprir os objectivos, com base na rentabilidade da empresa, assumindo-se a possibilidade de alguns desvios, que incorporamos no plano de financiamento. E a verdade é que o que tivemos que enfrentar nestes últimos anos não foram “pequenos desvios”. Foi um choque brutal que afectou a nossa capacidade de investimento. Ainda assim estamos decididos a seguir em frente, a cumprir todos os compromissos que assumimos com os múltiplos parceiros envolvidos.

Falhar, não é cenário…

Não. Não podemos falhar! O que está em causa é mais do que a Bial. Falhar alimentaria, no plano internacional, a ideia de que… “Afinal são portugueses, não cumprem, não têm credibilidade nenhuma”.

No discurso político encontramos hoje abundantes referências a “rendas excessivas” da Indústria… Sempre acompanhadas da ameaça… “ou baixam ou baixamos nós”

Nos últimos tempos houve um grande enfoque nos “cortes” na área do medicamento e na dos dispositivos médicos. São áreas onde é mais fácil “cortar”; onde é possível alcançar resultados mais rapidamente.

Relativamente às “rendas excessivas”, que o Senhor Ministro tem referido, penso que se refere a situações específicas e não ao sector farmacêutico como um todo.

O Governo tem, certamente, consciência daquilo que pediu à IF, como também sabe que as empresas portuguesas, com menor escala, têm passado por momentos muito difíceis para conseguir trilhar o caminho da inovação e da internacionalização. E por isso tem procurado apoiar as nossas empresas nesse processo.

O Senhor Ministro tem tido a coragem de mudar algumas coisas, o que nem sempre é fácil. O que era possível fazer na área do medicamento, em termos de “cortes” foi feito. As outras reformas no sector levarão mais tempo.

Disse há tempos, em entrevista a uma publicação internacional, acreditar que Portugal se pode transformar, na área do medicamento, numa “Califórnia” da Europa… Continua a acreditar nisso?

Portugal tem características fantásticas. Temos hoje muita gente que investiga cá dentro e lá por fora com grande qualidade. Temos excelentes universidades e centros de investigação. Falta-nos o investimento às empresas, aos projectos…

Passo a passo, êxito após êxito, chegaremos lá. Isso já hoje acontece, por exemplo, na área das telecomunicações, onde há soluções portuguesas bem-sucedidas a nível mundial.

Por outro lado, Portugal oferece condições únicas para se trabalhar. O clima, a hospitalidade, a culinária, os bons quadros técnicos… E a segurança, de que se fala pouco, mas que é muito valorizada pelos nossos parceiros internacionais.

A Fundação Bial é uma das referências indissociáveis da gestão do seu pai, sendo hoje uma das instituições que mais apoia a investigação nacional, particularmente em áreas comercialmente pouco atractivas… É uma aposta para continuar?

Sem dúvida! A Fundação foi talvez o primeiro grande sinal que o meu pai quis dar para o exterior da nossa aposta forte no fomento da investigação. Não só em Portugal, mas também noutros países. O trabalho da Fundação traduz-se hoje, em duas iniciativas fundamentais: o Prémio Bial, que tem atraído cada vez mais investigadores, de todo o mundo, com trabalhos de enorme qualidade; e as bolsas de investigação que pretendem apoiar jovens investigadores em áreas de investigação “menos atractivas”. São duas iniciativas que queremos manter e até reforçar, se possível, no futuro.

Mais uma década… Completa-se um século de história da empresa. Como projecta a Bial nesse futuro próximo?

Gostava que pudéssemos lá chegar cumprindo a aposta do meu pai e da equipa que ele formou na I&D de novos produtos e também na internacionalização da empresa. Que o processo de investigação estivesse consolidado e a funcionar de uma forma dinâmica, gerando novos produtos que por sua vez potenciassem o desenvolvimento de outros… Para um mercado global.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário