domingo, 20 de fevereiro de 2011

Promotor de Justiça defende permanência de medicamentos que a ANVISA quer banir do mercado.


A guerra do regime
Edição de sábado, 19 de fevereiro de 2011
Promotor defende venda de remédios para emagrecer vetados pela Vigilância Sanitária

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) decidiu entrar na briga entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os médicos endcrinologistas a respeito da proibição ou não dos inibidores de apetite, usados nos tratamentos para emagrecer. E já sabe de que lado estará. O promotor de justiça Diaulas Costa Ribeiro vai representar o Ministério Público na audiência da Anvisa programada para discutir a questão, na próxima quarta-feira, e adiantou ser contrário à suspensão da venda, como quer a agência.

Na opinião de Diaulas Ribeiro, a medida é equivocada, mesmo sendo baseada nos exemplos de Europa, Estados Unidos e Canadá, que já proibiram a comercialização da sibutramina. Ele avalia que o Brasil não tem estrutura para abrir mão desses medicamentos. E explica: ´Países de primeiro mundo que podem se dar ao luxo de proibir uma medicação como essa, com certeza, estão encontrando mecanismos de contenção da obesidade, e podem estar apostando em tratamentos de genes, por exemplo, porque acirurgia (bariátrica) tem matado muito`.

O promotor acredita que o país precisa avançar nas pesquisas acerca da obesidade para então discutir o fim do registro dos inibidores de apetite. ´Há um certo modismo de interferir em coisas quando não se tem alternativas`. Para ele, teria resultado mais efetivo a fiscalização do que é receitado aos pacientes, bem como a atenção dos médicos quanto às contra-indicações. ´Em alguns casos em que ocorreram possíveis mortes pelo uso da medicação, os pacientes eram todos cardíacos. O estudo em que a Anvisa se baseia trata de pessoas com doenças prévias.` A decisão sobre a suspensão ou não do registro da sibutramina, um dos inibidores de apetites mais usados no país, além de outros três remédios para emagrecimento do grupo das anfetaminas (anfepramona, femproporex e mazindol), sairá após a audiência pública marcada para a próxima quarta-feira, em Brasília. (Ana Elisa Santana).

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