sexta-feira, 17 de junho de 2011

Criminosos que fraudam licitações de medicamentos continuam sendo presos, mas são soltos em pouco tempo.

Polícia prende empresários envolvidos em fraude de medicamentos no RS
Esquema envolvia licitações forjadas em trocas de propinas
Do Correio do Povo

Uma operação da Polícia Civil, para cumprir mandados solicitados pelo Ministério Público Estadual, voltou a prender empresários acusados de participar de um esquema de venda de medicamentos que envolvia supostas licitações forjadas em troca de propina, comandado a partir do município de Barão do Cotegipe, no norte do Rio Grande do Sul. As informações são do Correio do Povo.

Entre os três detidos estava um homem apontado com um dos mentores das fraudes. Ele esteve na lista de 62 detidos pela operação Saúde, da Polícia Federal, desencadeada há quase um mês.

Na ação, realizada na terça-feira (14), também foram lacrados dois depósitos irregulares, localizados na área urbana de Barão de Cotegipe, onde foram encontrados produtos de uso controlado que estavam em desacordo com a regulamentação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Segundo a polícia, cerca de 17 milhões de comprimidos foram apreendidos.

O titular da delegacia de Barão de Cotegipe, Germano Lima, ressaltou que a ação é paralela à da Polícia Federal, e envolve uma investigação no âmbito estadual. O conteúdo do novo inquérito, contudo, é semelhante ao que foi apurado pelos federais.

No esquema, as empresas investigadas participavam de licitações simuladas de modo a beneficiar sempre o mesmo grupo. Também foi verificado que secretarias municipais de Saúde compravam medicamentos com preços superfaturados. Em alguns casos, os remédios não eram entregues ou eram descarregados nas prefeituras com qualidade inferior à contratada - ou quase vencidos.

O suspeito, que chegou a ser considerado foragido, mas se apresentou à Polícia Federal na ocasião, foi colocado em liberdade no dia 20 de maio. Na terça-feira também foram presos pela polícia outros dois empresários do ramo de medicamentos.


O primeiro preso passou mal ainda na delegacia de Barão de Cotegipe e foi levado ao Hospital de Caridade em Erechim para ser atendido. Os outros dois foram levados para o Presídio Estadual de Erechim.

Um comentário:

  1. Fraudes em licitações na área da saúde não é novidade para ninguém, no Brasil, inúmeros empresários do ramo de medicamentos e materiais hospitalares estão milionários com esquemas sujos em licitações. A modalidade "cobertura" é um ato comum entre distribuidores de medicamentos em praticamente todos os municípios brasileiros, em muitos deles com a participação direta do agente público. Esta modalidade se caracteriza pelo acordo entre três distribuidoras, sendo que um dos fornecedores já está definido como vencedor do certame, porém os outros dois de comum acordo ajustam seus preços para beneficiar o vencedor, esse pode até superfaturar já que seus concorrentes estarão sempre ajustando seus preços para cima. O certame acontece dentro da legalidade processual, os moldes operantes é que caracterizam o crime.
    Os números de investigações e prisões realizadas nos últimos anos são insignificantes diante dos atos fraudulentos espalhados pelo Brasil.
    Muitas outras formas de fraudes são comuns, tais como: superfaturamento, mudança na marca ou fornecedor de substância similar ao licitado no momento da entrega dos pedidos, licitações prejudicadas que geram faltas de produtos que em seguida são comprados em distribuidores específicos através de dispensas (sem licitação), quantidades acima da demanda, pregões eletrônicos que são reabertos no dia seguinte ao fechamento e fechados imediatamente a oferta de distribuidores pré-definidos como vencedores, descrições de produtos que buscam beneficiar um fornecedor ou pelo menos o menor número de fornecedores específicos, entre inúmeras outras formas de fraudes existentes neste meio dominado por criminosos de alta periculosidade. Estes empresários criminosos são capazes de eliminarem qualquer tipo de provas que possam incriminá-los, inclusive crime direto contra a vida (assassinatos).

    Não me identificarei com medo de morrer.

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