domingo, 17 de abril de 2011

Vigilância Sanitária Estadual de Minas Gerais começa a frustar quem imaginava que a prisão do dono do Hipolabor era o começo de uma onda de moralização.

SES recua e libera a venda de remédios da marca Hipolabor

Segundo órgão, medidas só serão tomadas após as análises de amostras
FLÁVIA MARTINS Y MIGUEL
Ao contrário do que foi informado pela superintendente da Vigilância Sanitária Estadual, Maria Goretti Martins de Melo, anteontem à imprensa, os medicamentos produzidos pela Hipolabor Farmacêutica estão liberados para a venda e consumo. A mudança de decisão foi confirmada pela assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (SES) ontem, após admitir que a proibição anunciada pela superintendente da pasta foi "precipitada".
A unidade II da empresa foi interditada na última quinta-feira, pela Vigilância Sanitária, por falta de autorização de armazenamento dos produtos. No entanto, a fábrica continua liberada para operar. De acordo com a SES, somente após a constatação de problemas nas análises das amostras dos medicamentos é que as medidas serão tomadas. Até lá, segundo a assessoria, todos os remédios poderão ser comprados e consumidos normalmente.
Na semana passada, os donos da Hipolabor, Ildeu de Oliveira Magalhães, 55 e Renato Alves da Silva, 40, foram presos acusados de sonegação de impostos, fraude em licitações e adulteração de medicamentos. A empresa também é processada pela morte de três mulheres em 2006 após terem usado o anestésico cirúrgico produzido pela empresa da capital mineira.
Confusão. Enquanto a SES <CW-4>se confunde na divulgação das informações sobre a venda e consumo dos produtos, as farmácias da capital amanheceram ontem orientadas pelo veto da superintendência do órgão. Em dez estabelecimentos visitados pela reportagem, nenhum medicamento produzido pela empresa Hipolabor estava disponível.
Em uma das maiores cadeias de farmácia do Estado, os atendentes informavam que não estavam repassando a mercadoria para os consumidores porque estava "proibido". Outro gerente de uma loja na região Noroeste afirmou que tomou a iniciativa de retirar o produto das prateleiras porque os medicamentos estavam dando "problemas" para os consumidores.
Corrupção
Indícios. Promotoria afirmou que investiga a participação de agentes sanitários na liberação de alvarás de funcionamento para a empresa Hipolabor. Esses servidores podem responder na Justiça por corrupção.
Sob suspeitaLista de alguns remédios produzidos pela Hipolabor Diazepam
Dipirona
Cefalexol
Olmeprazol
Carbonato de Lítio
Nitrato de Miconazol
Sulfato de Morfina
Clotrimazol
Ocinoflox
Sulfato de Gentamicina
Eskavit
Adren
Aminofilina
Metformina
Folinac
Cloridato de Tramadol
Cloridato de Fluoxetina
Clofan
Fersil

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