quinta-feira, 28 de abril de 2011


PRATI-DONADUZZI QUER CRESCER 20% COM NOVA PLANTA NO SUL

São Paulo - O laboratório paranaense Prati-Donaduzzi projeta crescimento de 20% para este ano, em linha com o resultado obtido pela companhia no ano passado. Para isso a farmacêutica irá ingressar em uma nova categoria de medicamentos: os injetáveis para o tratamento de câncer. De acordo com o diretor presidente da empresa, Luiz Donaduzzi, será construída uma nova planta dentro do complexo industrial da companhia em Toledo (PR), com previsão de início das operações até o final de 2012. "Nosso foco será em produtos de maior valor agregado para incrementar nossa receita", afirma o executivo.

Controlado pela família Donaduzzi, o laboratório fabrica 70% de todos os medicamentos genéricos distribuídos pelo governo federal por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) à população.

Apesar de trabalhar com 100% de sua capacidade, Donaduzzi afirma que não fará investimentos para expandir produção. "Queremos desviar o foco de medicamentos tidos como commodities. Nosso crescimento será composto por medicamentos de maior valor", explica.

Segundo o executivo, em relação à acirrada concorrência com grandes empresas do setor, o laboratório já está entre os principais fabricantes de medicamentos genéricos do País. De acordo com dados da própria companhia, em 1999 o laboratório era o menor do Brasil.

Deste período em diante, tornou-se líder em fornecimento de medicamentos para o governo. "Hoje somos o maior em doses terapêuticas: são oito bilhões delas ao ano", afirma Donaduzzi, que divide o controle do negócio com dois sócios que também são farmacêuticos.

O Prati-Donaduzzi faturou em 2010 cerca de R$ 300 milhões e já ocupa a quarta posição no mercado de medicamentos genéricos no Brasil.

Com o bom desempenho, a companhia já desperta o interesse de outras empresas do segmento. "Sofremos um assédio imenso de algumas empresas que nos procuram para saber se estamos à venda. Isso acontece porque existem poucos laboratórios brasileiros.

A maioria já fez negócio com multinacional, e o mercado está crescendo demais", afirma o executivo.

Apesar de líder no fornecimento de medicamentos para o governo, a paranaense também está de olho no consumo de medicamentos por pessoas físicas.

Segundo pesquisa do Ibope Inteligência (excluindo o comércio que envolve hospitais e postos de saúde), esse mercado deve movimentar R$ 55 bilhões em 2011.

Donaduzzi conta ainda que a empresa aposta em um nicho pouco explorado pelas grandes companhias do setor: o de medicamentos fracionados. "Estamos à frente deste projeto. Temos eficiência operacional nesta operação por conta do fornecimento de medicamentos ao governo", diz.

Segundo o executivo, 5% das farmácias brasileiras estão adequadas para receber o medicamento fracionado. O projeto está sendo implementado em todo o País e até o fim do ano deve atingir pelo menos 50% dos estabelecimentos nacionais.

Outra oportunidade de crescimento da empresa apontada por Donaduzzi são as expirações de patente. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), as indústrias farmacêuticas passarão a ocupar o mercado de novos medicamentos genéricos de alto consumo. A estimativa, com o fim de mais de 30 patentes ao longo deste ano e até o final de 2012, é que o mercado de genéricos receba incremento de R$ 2 bilhões.

Graças a este movimento, a participação das multinacionais no segmento de genéricos no Brasil cresceu quase três vezes nos últimos dois anos, chegando a representar cerca de 40% da receita dos laboratórios, contra pouco mais de 10% em 2008. De acordo com a entidade, o mercado de medicamentos genéricos em 2012, deve atingir 25% do comércio de remédios no País em volume e 20% em receita.

Entrave

Apesar do mercado promissor, o presidente da farmacêutica paranaense aponta para problemas no setor, que limitam o negócio no País. Para ele, um exemplo, é o caso da matéria-prima utilizada no Brasil. "Cerca de 90% dos insumos que utilizamos para produção dos medicamentos são importados", diz.

Segundo a Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Insumos Farmacêuticos, Cosméticos, Veterinários, Alimentícios e Aditivos (Abrifar), existem 661 empresas que produzem, importam, fracionam e distribuem matérias-primas para fabricação de medicamentos. A entidade estima que o Brasil importa cerca de US$ 1,5 bilhão em insumos farmacêuticos ao ano.


Fonte: http://www.grupemef.com.br/noticias_completa.php?not_id=1074

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