sábado, 19 de outubro de 2013

Uso de cães da raça Beagle é comum em pesquisas; entenda os motivos (Você doaria o seu cão amigo para testes científicos (cobaia)?

Extra
Temperamento dócil, raça pura, bom porte e pouca variabilidade genética. Essas são as principais características que fazem do beagle uma raça propícia para a realização de pesquisas, como as que eram realizadas pelo instituto Royal. O local foi invadido por ativistas, que libertaram 178 cães, na madrugada desta sexta-feira, em São Roque, no interior de São Paulo.

De acordo com Andrea Lambert, veterinária e membro da Associação Nacional de Implementação dos Direitos dos Animais (Anida), a utilização de beagles em pesquisas é comum. As características da raça facilitam o confinamento, a manipulação e até a obtenção dos resultados. Mas, o fato dos dos testes serem legais não garante a segurança dos bichos. Na área de cosméticos, os produtos são aplicados diretamente nos cães, apesar das chances de serem nocivos.

- Na pele, eles raspam o pelo do animal e jogam o produto diretamente na pele. Pode ocorrer queimadura. Se for no olho, vão ver qual a reação, e o animal pode ficar cego. Se for teste de medicamento, eles inoculam a doença no animal, para verificar a resposta dele aos remédios testados -, alerta Andrea.

Lei brasileira permite testes, mas impõe regras

Apesar de todos os riscos, a legislação brasileira permite testes em cobaias, desde que os animais utilizados sejam próprios, e não pegos nas ruas. Além disso, eles não podem sofrer maus-tratos e os testes só são permitidos quando não há recursos alterativos, como softwares e outros equipamentos. Mas, para entidades como a Anida, além de serem feitos indiscriminadamentem com animais, por serem mais baratos, esses experimentos em cobaias sequer são efetivos.

- Os testes deveriam ser proibidos pq já existem métodos alternativos suficientes. Além disso, o animal é diferente do ser humano, ou seja, a resposta do teste sempre vai ser invalidada, porque tem que testar em pessoas depois para confirmar a eficácia das pesquisas. Às vezes, a descoberta da cura de alguma doença é atrasada porque insistem em utilizar animais - afirma Andrea Lambert.

A entidade também acredita que a permissão do uso de cobaias em testes no Brasil esbarra na Lei 9605/98, de Crimes Ambientais, que criminaliza o abuso e os maus-tratos a animais.

- Não pode haver maus-tratos e os animais não poderiam ficar confinados. Mas é o que acontece na maioria das vezes - garante a especialista.

Artigo extraído originalmente de: http://oglobo.globo.com/pais/uso-de-caes-da-raca-beagle-comum-em-pesquisas-entenda-os-motivos-10431717#ixzz2iAOvUlsR

 

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