quarta-feira, 9 de março de 2011

Reajuste de preços dos medicamentos e planos de saúde.


Nota de C&T:
Assunto referência: Reajuste dos preços de medicamentos ...matéria abaixo
Tenho dificuldade para entender a política de reajuste de preços de medicamentos no Brasil. Como pode medicamentos ter reajustes de preços de até 6% e a Indústria Farmacêutica praticar descontos superiores a 70% para determinados clientes nos mesmos produtos que lutam para reajustá-los? Quando falo determinados clientes me refiro às grandes redes de farmácias e governos.
No caso das redes, estes descontos são armas poderosas para acabar com pequenas farmácias que não conseguem tais descontos, portanto não têm margens para disputar com as redes. Até aí tudo bem, salvem-se quem puder, mas não seria mais inteligente o governo exigir que as Indústrias que praticam tais descontos encontrem um preço mediano permitindo assim que todas as farmácias possam competir com igualdade? Certamente passaríamos muitos anos sem precisar de aumentos de preços para alguns medicamentos.
Seria mais interessante uma política de reajuste de preços diferente entre produtos patenteados e aqueles que já perderam a patente, adicionando a estes os genéricos e similares.
É simplesmente escandalosa a diferença de preço de uma mesma droga em farmácias diferentes. Tudo bem que a livre concorrência é um direito do consumidor, mas diante de alguns fatos as diferenças de preços nos causam espantos.
Defendo a idéia de o governo controlar apenas os preços (PMC) de produtos patenteados e novos registros, o resto o mercado define pela sua própria lei – livre concorrência.
Para que a livre concorrência sopre a favor do consumidor é necessário conhecimento, informação e pesquisar preços em farmácias de bandeiras diferentes por parte do interessado, o consumidor. Todo o poder está nas mãos do consumidor, basta ele querer e ir à luta.
Nota postada por Teófilo Fernandes

Reajuste dos preços de medicamentos e plano de saúde vão pesar no bolso
O consumidor pode preparar o bolso para apertar ainda mais o orçamento familiar. Até o fim deste mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulga o novo índice de reajuste dos medicamentos. Pelo cálculos de especialistas, a aumento dos remédios deve ser de 5% a 6% entre as três faixas e os novos preços devem estar nas prateleiras das farmácias na segunda quinzena de abril, quando chega também o reajuste dos planos de saúde, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Antecipando o índice dos convênios, especialistas acreditam que a elevação dos preços deve repetir a tendência dos anos anteriores, ficando acima da inflação do país. No ano passado, os planos encareceram 6,73%, mais de um ponto percentual à frente do IPCA do período, de 5,26%, medido pelo IBGE. Este ano, a alta deve ficar entre 6,5% e 8%.

A Anvisa informa que vai manter as regras de reajuste de remédios de 2010. Dessa forma, o índice a ser divulgado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) vai ser válido para cerca de 20 mil apresentações vendidas no país e o ajuste de preços vai ser estabelecido para três faixas diferenciadas de medicamentos, que deverão ter aumento de 5%, 5,5% e 6%. Se não houver alteração nas regras, os reajustes são válidos para os antibióticos, anti-inflamatórios, diuréticos e ansiolíticos. Os medicamentos fitoterápicos e os homeopáticos não são submetidos ao aumento.

O reajuste de preços de planos de saúde tem peso significativo no orçamento, principalmente dos mais velhos e de usuários que pagam integralmente pelos convênios individuais e familiares. O IPC-I (inflação do idoso), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que os convênios médicos pesam como a maior contribuição individual na composição do índice. Estudo divulgado pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) revelou que as mensalidades dos planos de saúde subiram 15,3% acima da inflação acumulada nos últimos 11 anos. Os reajustes autorizados entre 2000 e 2010 deixaram os planos 136,6% mais caros.

Cálculo
Para calcular o ajuste do preço de medicamentos, a Cmed considera o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dos últimos 12 meses, encerrado em fevereiro de 2011, e o fator de produtividade da indústria. A fórmula de cálculo do reajuste de preço de medicamento no Brasil é definida pela Lei 10.742/2003. O analista de inflação da Tendências Consultoria, Thiago Curado, explica que a inflação acumulada dos últimos 12 meses ficou em 6,01%, sendo que a estimativa do fator de produtividade é de 1%. “A variável chave que vai determinar o aumento de medicamentos é a inflação acumulada. Em seguida, desconta-se o fator de produtividade da indústria”, diz Curado.

O grupo de medicamentos em que os genéricos têm participação de mercado de mais de 20% deve sofrer reajuste máximo. Para calcular os índices de aumento dos remédios foram analisados os seguintes critérios dos anos anteriores: para o primeiro grupo foi usado o IPCA cheio, acumulado em 6% de março de 2010 a fevereiro deste ano. No segundo grupo usou-se o IPCA cheio menos 50% da variação da produtividade, chegando a 5,5%. No terceiro grupo foi usado o IPCA cheio menos o fator de produtividade, que resulta em 5%.

Concorrência

“Em função da competitividade com os genéricos, pode ser que nem todo o reajuste seja repassado para o consumidor”, observa Curado. O mercado de medicamentos genéricos teve aumento de 33% em 2010, em comparação com o ano anterior. Foi o melhor desempenho desde 2002. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), foram comercializadas 444,3 milhões de unidades no ano passado, frente a 330,9 milhões em 2009.

O crescimento da receita foi de 37% no período, de R$ 4,5 bilhões para R$ 6,2 bilhões. O aumento no volume de genéricos foi duas vezes maior que a expansão da indústria farmacêutica brasileira, que aumentou 16,9% no período, atingindo a marca de 2,068 bilhões de unidades. A participação dos genéricos chegou a 21,3% do mercado farmacêutico brasileiro.
Do Estado de Minas

Nenhum comentário:

Postar um comentário