terça-feira, 29 de março de 2011

Protesto de médicos contra planos de saúde está longe de beneficiar a sociedade.

Nota de C&T.
Nota referente ao assunto: Médicos e pacientes exigem respeito de planos de saúde.  Tema da matéria abaixo deste quadro transcrita na íntegra.
Salvo contrariedade para os pacientes com consultas marcadas para o dia 07 de abril, nenhum efeito este movimento gerará.
O que falta é atitude do cidadão em buscar a justiça fundamentado nas normas que são asseguradas a si e aos médicos, coragem para se descredenciarem dos planos de saúde. Como poderão pedir descredenciamento em sua maioria? Sem eles muitos médicos não manterão seus padrões de vida atuais, por isso se submetem aos absurdos praticados pelas seguradoras de saúde no Brasil e demais países capitalistas.
Para aqueles que são cooperados, como é o caso da Unimed, fica pior, se sair perde todo seu capital que investiu, o que não é pouco. A fila para entrar no lugar de quem sair é grande. Sem contar que ainda responderá na justiça por alguns fatos se no futuro a cooperativa falir. O médico pode abandonar o seu direito de cooperado, mas ficam a si vinculados os débitos gerados durante o período que ele foi cooperado.
Falta atitude das autoridades brasileiras de ir fundo nos desmandos administrativos das empresas de saúde. Os erros das empresas de seguro, planos de saúde e semelhantes atingem drasticamente a sociedade. Um presidente de uma Unimed ganha honorários mínimo na base R$ 12.000,00 mais benefícios e mordomias, além de continuar exercendo suas atividades como médico e empresário, muitos deles são donos de empresas que tem a Unimed como seu principal parceiro. Isto sinaliza que há algo errado, uma vez que tem médico recebendo R$ 32,00 com obrigação ao retorno, ou seja, R$ 16,00 por cada atendimento para receber com 90 dias se não for glosada, há! tem o imposto de renda retido. Tem diferença do SUS?
Postado por Teófilo Fernandes.

Médicos e pacientes exigem respeito de planos de saúde
No próximo 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, médicos de todo o Brasil suspenderão o atendimento eletivo aos planos de saúde. Os atendimentos as urgências e emergências estão garantidos, pois esse é um compromisso que temos com os cidadãos.
As consultas e outros procedimentos pré-agendados para o dia 7 de abril deverão ser remarcados ou reagendados para outras datas.
Esta decisão foi tomada em recente Fórum na Associação Paulista de Medicina, que reuniu cerca de 100 lideranças de classe de todo o Brasil e foi referendada pela Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM), Federação Nacional dos Médicos (FENAM) e pelo conjunto das sociedades de especialidade médicas.
O motivo desta interrupção de atendimento é para manifestar nossa indignação e alertar os gestores de todos os níveis, governo, empresas e a própria sociedade, sobre a situação calamitosa dos honorários médicos praticados pelos Planos de Saúde e o nível de interferência que sofremos para reduzir pedidos de exames e de internações, para antecipar altas, entre outros problemas.
Os honorários ínfimos atualmente pagos na saúde suplementar, não tem sofrido reajustes nos últimos 8 a 10 anos. Para montar uma renda minimamente digna, somos obrigados a acumular dois, três, quatro empregos. São jornadas humanamente impossíveis de serem suportadas, e expõem o médico a riscos a sua própria integridade física e profissional, além de ter amplificada a possibilidade de falhas.
Recente pesquisa da Datafolha junto a Classe Médica, encomendada pela APM e AMB, registra que oito em cada dez profissionais referem ter sofrido interferência dos Planos de Saúde em suas condutas diante dos casos de seus pacientes.
Devido à gravidade destas questões, faz-se urgente a readequação nas relações entre os atores do sistema suplementar. O movimento deflagrado para o próximo dia 7 de abril, não visa somente questões econômicas. Ele fundamentalmente tem a finalidade de resgatar a importância do médico no processo da Saúde, através de um movimento pela valorização e autonomia profissional.
Esclarecemos que a suspensão das atividades do médico quando diante de condições inadequadas para o exercício profissional ou de remuneração indigna e injusta tem respaldo ético (Código de Ética Médica, Capítulo II, Direito dos Médicos, inciso IV).
Historicamente lutamos em defesa da boa assistência em saúde aos cidadãos, buscamos, com todas as ferramentas ao nosso alcance, zelar pela prática segura e qualificada da medicina.
A APM e as demais entidades médicas contam com o apoio da população e das demais forças organizadas da sociedade. Certos de que você estará ao nosso lado nesse movimento, pedimos que converse com seu médico e veja se pode colaborar com esse amplo movimento pela valorização do atendimento em saúde a você.
Jorge Carlos Machado Curi, presidente da Associação Paulista de Medicina

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