segunda-feira, 21 de março de 2011

Fraldas descartáveis poderão ser um problema no futuro, mas há solução para preservar o meio-ambiente deste risco, basta querer.


Bebe Verde
Os dados variam de um site a outro, mas os números são sempre impressionantes.
As fraldas descartáveis já fazem parte da rotina de mães e bebês há muito tempo.
Inventadas lá por volta dos anos 40, na Suécia, foram uma resposta à escassez dos tecidos de algodão em virtude da Guerra.
Na mesma época, uma dona de casa americana reaproveitou os restos da cortina de plástico do box e cortou  uma capa para proteger a fralda dos vazamentos.
Juntaram-se os dois inventos e a fralda descartável nasceu.
Saudada com entusiasmos por mães ocupadas com coisas mais essenciais que tanque e sabão, invadiram o mercado rapidamente, nos países desenvolvidos.
No Brasil se popularizaram mais tarde, por conta da pouca oferta e dos preços altos.
Houve época em que se comprava fraldas no Paraguai, imaginem só!
Indiscutivelmente práticas, confortáveis para o bebê e muito cheirosinhas, as fraldas descartáveis são mais um grave problema de descarte nos lixões das cidades.
Não parece, mas os números confirmam o tamanho do impacto:
De acordo com o site BabySlings:
Uma criança usa aproximadamente 5.500 fraldas nos primeiros seus 2 anos de vida
É preciso abater 5 árvores para produzir 5.500 fraldas.
1 bilhão de árvores são abatidas, no mundo, para a produção de fraldas.
2% de todo lixo recolhido corresponde a fraldas.
Fraldas levam 450 anos para se decompor.
Só esses dados já são suficientes para se ponderar a respeito da  escolha por  fraldas descartáveis em vez das tradicionais, de pano, porém há ainda o risco de contaminação proveniente dos detritos de fezes humanas que escoarão pelo solo, já que poucos são os pais ou cuidadores de bebês que despejam os detritos no vaso sanitário antes de jogar a fralda fora.
Alguns ambientalistas alertam para o fato de que os detritos dos bebês carregam também resíduos de vacinas com vírus vivo, habituais na rotina de prevenção de doenças infantis.
Como a fralda é jogada no lixo doméstico ela vai parar no lixão mesmo.
Na Inglaterra a empresa Knowaste se especializou em reciclar fraldas infantis e de idosos e também os absorventes femininos. Segundo o site da empresa, ela é  pioneira em reciclagem desses produtos impedindo que sejam jogados nos lixões ou incinerados, o que também causaria graves danos ao ambiente. Os resíduos são transformados em plástico e em energia limpa.
No Brasil, enquanto a indústria não nos oferece algo do gênero, poderíamos, quem sabe, pensar em fraldas de pano em substituição, ao menos parcialmente, das descartáveis?
A esse respeito, vale a pena ler a colunaSalve Jorge da Ana Carolina Carvalho que, grávida do primeiro filho, vai reportando suas descobertas de artigos ecológicos para bebês.
Não é fácil, na vida atribulada que levamos, abrir mão da praticidade que todo o artigo descartável nos traz. Posso bem imaginar  a situação de famílias com 2 ou 3 crianças ainda na fase incontinente, em que mãe e pai trabalham fora. Pensar em gastar horas  e horas ocupando-se da limpeza e higienização das fraldas de pano parece loucura, porém, visto sob outro ângulo, estamos ou não preocupados com o planeta que vamos entregar aos nossos filhos?
Vamos seguir contribuindo para a contaminação dos lençóis freáticos, para o acumulo de plástico não degradável nos lixões, para aquela massa de algodão compactado que passará anos até ser decomposta?
A mesma geração de jovens mães que hoje em dia planeja seu parto de cócoras, na água ou em casa, com parteira, deve seguramente se colocar o problema. Há esperança de que essas futuras mamães já estejam dispostas a criar os seus bebês verdes em um mundo mais limpo.
Por Gianna Xavier
Mulheresnopoder Meio Ambiente: Toda sexta uma coluna dedicada ao tema.

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