terça-feira, 14 de agosto de 2012

Creme que atua como botox é fonte de renda para apicultores no estado


Cosmético é desenvolvido no Sul de SC a partir do veneno das abelhas.
Substância estimula produção de colágeno, que causa rigidez da pele.

Uma das maiores exportadoras de mel do Brasil, com sede em Araranguá, no Sul do estado, e em Santa Luzia do Paruá (MA) e São Raimundo Nonato (PI), enxergou na abelha uma nova fonte de renda. Além de trabalhar com extração de mel e pólen, há dois meses a empresa explora um produto chamado melitina, que compõe grande parte do veneno do inseto. Segundo especialistas, a substância estimula a irrigação sanguínea, fazendo aumentar a produção de colágeno, o reponsável pela rigidez da pele.

A partir da melitina, cria-se uma espécie de botox na forma de creme. Não são necessárias agulhas para a aplicação. De acordo com Cyntia Santos da Silva, farmacêutica que desenvolveu o produto na empresa, em Araranguá, a promessa é reduzir as linhas de expressão. "O veneno da abelha tem efeitos terapêuticos para uso em reumatismos e dores musculares. Embora no Brasil a Anvisa não libere o veneno como medicamento, há pouco tempo autorizou seu uso em cosméticos", afirma.

A gerente de vendas Katrine Darós é uma catarinense que aderiu ao uso do creme. "Estou utilizando o produto há dois meses. Em quinze dias, vi que as marcas de expressão diminuiram e a pele ficou mais hidratada", disse ela à RBSTV.

Para Lissandro Silva, gerente da compania no estado, o cosmético é algo diferenciado para quem trabalha no setor. Segundo ele, quando o apicultor extrai pólen, deixa de trabalhar com mel. E o contrário também vale. Porém, para trabalhar com o veneno, não é preciso eliminar nenhum outro tipo de produção.

Ainda de acordo com Lissandro, cada colmeia precisa de um mês de atividade para gerar uma grama da substância. Se um produtor possui 500 caixas com colmeia, haverá 500 gramas por mês. "Nós temos uma parceria com os apicultores aqui da região. Cedemos equipamentos e garantimos a compra. Pagamos 50 reais por cada grama de veneno, o que representa R$ 25 mil por mês para um produtor que possui 500 caixas", explicou ele ao G1. De acordo com o gerente, o faturamento com o veneno representa mais do que o dobro de uma produção de mel ou pólen.

A empresa que tem sede em Santa Catarina, Maranhã e Piauí trabalha com a melitina há dois meses e já vende o produto em todo o Brasil, além de possuir loja virtual. Os principais clientes são estabelecimentos que atuam na área de produtos naturais e farmácias homeopáticas. "Entramos no mercado com a demanda praticamente pronta. Consumidores vinham nos ligando e questionando. A procura tende a aumentar", ressalta Lissandro.

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