domingo, 10 de março de 2013

CEO da Eli Lilly diz que preços dos medicamentos na Europa ameaçam a inovação.

O CEO da Eli Lilly John Lechleiter advertiu que os preços actuais dos medicamentos na Europa podem ameaçar a inovação na região, apelando para que o preço dos novos medicamentos seja mais elevado, noticiou o The Wall Street Journal. Lechleiter referiu que os preços dos medicamentos na Europa foram, em geral, "mais baixos a muito mais baixos” do que noutros mercados desenvolvidos, e têm uma "”diferença substancial" em relação aos EUA, avança o site FirstWord.

O executivo disse que o preço estabelecido "envia a mensagem de que todo esse investimento em pesquisa e toda essa conversa sobre inovação não vão, no final de contas, ser recompensados".

Lechleiter disse que em 1970 mais de 50 por cento dos novos medicamentos foram desenvolvidos na Europa e 30 por cento nos EUA, embora essa situação tenha sido agora invertida. "Isso levanta a questão: será essa inversão um indicador de que o investimento está a desaparecer e ênfase da investigação está a deslocar-se para jurisdições, geografias, de facto, onde o risco será recompensado?", comentou.

O CEO referiu que a Eli Lilly e a sua parceira Boehringer Ingelheim recentemente decidiram contra o lançamento do fármaco Trajenta® (linagliptina) na Alemanha depois de o governo alemão ter determinado que a terapia para a diabetes não seria comparticipada a uma taxa diferente dos medicamentos mais antigos da mesma classe. No ano passado, a Boehringer Ingelheim iniciou um segundo processo de revisão com os reguladores alemães para o Trajenta®, sugerindo na altura que se o medicamento não recebesse um status de benefício adicional iria considerar os seus próximos passos. Lechleiter chamou a situação de "farsa" para os doentes, mas manteve a decisão, acrescentando que "a nossa posição hoje é que não temos a intenção de lançar".

O CEO também destacou os efeitos negativos dos "preços de referência" e a crise económica europeia sobre os preços dos medicamentos. Países como Itália, Espanha e Grécia reduziram os preços dos medicamentos no âmbito das medidas de austeridade, mas Lechleiter sugeriu que "certamente não podemos ter outros países que não estão tão afectados a usar esses novos preços mais baixos como referência".
 
Fonte:  http://www.rcmpharma.com/actualidade/industria-farmaceutica/08-03-13/ceo-da-eli-lilly-diz-que-precos-dos-medicamentos-na-euro

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