quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Novartis: Vasella prescinde de “pára-quedas dourado” de 72 milhões de francos

20/02/2013 - 10:50
A farmacêutica suíça e o antigo presidente executivo concordaram em recuar no pagamento dum montante equivalente a 58 milhões de euros. Daniel Vasella abandona o conselho de administração da companhia, esta semana, depois de quase 20 anos na companhia, avança o Jornal de Negócios.



A farmacêutica Novartis e Daniel Vasella, que abandona o cargo de presidente do conselho de administração esta semana, concordaram em anular um acordo de “consultoria e não concorrência”.
O acordo impedia Versala, que ocupou o cargo de presidente executivo da companhia durante 17 anos, até 2010, de ir trabalhar para uma empresa concorrente, em troca de um pagamento de 72 milhões de francos suíços (58,4 milhões de euros).


A montante envolvido no acordo gerou controvérsia na Suíça, que se prepara para referendar legislação nova relativa às regras de governação (“governance”) das sociedades, levando as duas partes a cancelarem o contrato. Na próxima semana, vão ser votadas regras das sociedades que impedem que as empresas paguem indemnizações avultadas aquando da saída de executivos. As indemnizações são conhecidas por como “pára-quedas dourados”.


“As regras do trabalho não permitem acordo de limitação de competências por mais de três anos, portanto, nesse sentido, o pagamento a Vasela é um ‘pára-quedas dourado’ e a iniciativa Minder tê-lo-ia impedido”, disse a accionista da Novartis, Brigitta Moser-Harder, citada pelo Financial Times.


“Continuamos a acreditar no valor de [acordos] de não competição. No entanto, acreditamos que a decisão de cancelar o acordo e todos os pagamentos relacionados responde às preocupações dos accionistas e outros partes relacionadas [com a Novartis]. O conselho de administração entende a importância da total transparência e vai aumentar os seus esforços no que a isso diz respeito”, lê-se no comunicado citado pela publicação britânica.


O antigo presidente do conselho de administração da companhia suíça, Daniel Vasella, disse ter compreendido a controvérsia relativa à compensação que lhe era devida no acordo e que recomendou suspendê-lo, ainda que não tivesse a intenção de ficar com o dinheiro.


“Compreendi que muitas pessoas na Suíça acharam o valor associado ao acordo como irrazoavelmente elevado, apesar do facto de eu ter anunciado a minha intenção de o disponibilizar para actividades filantrópicas. Foi por isso que recomendei à administração que renunciasse a todos os pagamentos”.

 

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