terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

10 tratamentos médicos bizarros que ainda são usados

Por Guilherme de Souza

Séculos atrás, a comunidade médica acreditava que a cura para praticamente qualquer doença (de dores de cabeça a febre e prisão de ventre) era uma boa sangria. Embora você possa se sentir grato por ter nascido em uma época em que os tratamentos são, digamos, um pouco mais precisos, não se engane: há soluções desagradáveis que sobreviveram ao tempo (e provavelmente vão continuar entre nós por mais algumas décadas). Confira:

10. Veneno de abelha para tratar herpes

A apiterapia usa substâncias produzidas por abelhas (como mel e veneno) para tratar doenças e surgiu no século 19, quando o médico austríaco Philip Terc foi picado por um enxame e, para sua surpresa, percebeu que as dores que sentia por causa de reumatismo diminuíram consideravelmente.

Muita gente pode considerar essa terapia “natural demais”, mas isso não impede que médicos do mundo todo a utilizem para combater doenças como artrite, tendinite e herpes. Há até pesquisadores que buscam descobrir se o veneno de abelha pode ser usado no tratamento contra câncer. O problema é que alguns médicos preferem realizar apiterapia à moda antiga, fazendo com que os pacientes sejam picados por várias abelhas.

9. Larvas para remover tecido necrosado

O que aparenta ser uma solução desesperada de tempos de guerra é muito utilizada ainda hoje: larvas (devidamente esterelizadas, pelo menos) são colocadas sobre ferimentos abertos para se alimentar de tecido morto ou necrosado, evitando que a ferida piore. Em certos países, o tratamento é coberto por planos de saúde.

8. Parasitas intestinais para combater alergia

Na década de 1970, cientistas perceberam que países com altos índices de ancilostomíase (infecção pelo parasita intestinal Ancylostoma duodenale) apresentam relativamente poucos casos de alergias ou doenças autoimunes. Embora ainda não haja uma explicação para isso, há médicos (como os da empresa Autoimmune Therapies) que usam o parasita para tratar certos tipos de doença.

7. Folhas queimadas para tratar paralisia facial

A moxabustão é uma técnica antiga da medicina chinesa tradicional em que o médico coloca rolos de folhas secas de moxa sobre os ouvidos, a boca ou o rosto do paciente e os queimam. É uma espécie de “acupuntura térmica”, que aplica calor sobre pontos específicos do corpo.

6. Trepanação para diminuir pressão intracraniana

Perfurar o crânio de uma pessoa pode não parecer uma boa solução, mas é uma prática antiga que sobrevive há milênios (já foram encontrados crânios de 7 mil anos com buracos circulares nas laterais) e já foi usada para tratar de enxaquecas a doenças mentais. Hoje, a trepanação tem um uso mais restrito (reduzir a pressão causada por excesso de sangue em torno do cérebro), mas não deixa de ser um procedimento de certa forma perturbador.

5. Peixes vivos para combater asma

Há 160 anos a família indiana Bathini Gauds administra um tratamento pouco usual contra asma: engolir um peixe vivo e uma bolinha de remédio (a receita, claro, é secreta) e, nos 45 dias seguintes, ter uma dieta bastante estrita. Eles alegam que ao longo das décadas já curaram milhões de pessoas e que quase meio milhão o procuram todos os anos. O remédio e a dieta, tudo bem, entendemos. Mas onde entra o peixe vivo nessa história? O animal, dizem, vai limpando a garganta do paciente no caminho até o estômago. A Associação Médica da Índia não engoliu essa história e ameaça processar a família, a menos que ela revele a receita secreta do remédio.

4. Talidomida para tratar câncer

O nome desse medicamento causa calafrios em quem conhece sua história – na década de 1950, foi largamente usado para combater enjoo matinal de gestantes, e resultou no nascimento de mais de 10 mil crianças com graves deformações físicas, sendo que quase metade morreu nos primeiros meses de vida –, mas ele ainda assim “voltou das trevas” recentemente, desta vez para tratar câncer de medula óssea (no caso de mulheres, toma-se um cuidado especial para garantir que não estão grávidas).

3. Terapia eletroconvulsiva para tratar depressão crônica, bipolaridade

A ideia de induzir uma convulsão aplicando choques elétricos no paciente não parece das mais sensatas, mas foi usada por algumas décadas até a comunidade científica decidir que os efeitos colaterais (confusão, dores musculares, fraturas de ossos e perda de memória que podia durar por meses) não compensavam. Em 2001, contudo, a Associação Americana de Psiquiatria retomou o uso da terapia eletroconvulsiva, e quase todos os países do mundo seguiram seus passos.

2. Lobotomia para tratar epilepsia

Na década de 1930, pessoas com esquizofrenia e outras doenças mentais estavam sujeitas a passar por um dos tratamentos mais polêmicos da história, a lobotomia (em que as ligações do lobo frontal com outras regiões do cérebro são cortadas). Houve, ainda, um psiquiatra que realizou o procedimento usando um martelo e um formão, enfiado na cavidade ocular, passando por trás do olho do paciente. Duas décadas mais tarde, o tratamento perdeu espaço para remédios, mas até hoje é usado em casos extremos de epilepsia.

1. Exorcismo para tratar… qualquer coisa

A própria ideia de possessão demoníaca já é controversa (há quem acredite em maus espíritos, enquanto outros dizem que há uma explicação científica para todo o fenômeno), que dirá o tratamento (são necessários anos de estudo para se tornar um exorcista, aliás). Mesmo assim, não faltam relatos de casos de doenças mentais curadas por meio de rituais exorcistas.[Listverse]

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