quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"CADA UM NO SEU QUADRADO"

Outro dia me peguei pensando no que eu seria capaz de fazer se ocupasse o cargo político mais importante do meu país, a função mais relevante na empresa que trabalho, no clube de futebol que tenho paixão, na igreja que frequento, entre outros. Será que eu seria diferente do que sou na minha casa? Hoje eu me sinto comprometido e preparado para ser chefe de minha família compartilhando direitos e deveres com minha esposa.

Não acredito que um grande executivo ocupe um cargo de referência sem ter competência, mas porque encontramos tanta gente ocupando cargos, assumindo responsabilidades, liderando equipes, entre outras atividades semelhantes com resultados tão desastrosos?
A semana passada assisti uma entrevista do Paulo Amorin com o Francisco Everardo Oliveira Silva, deputado federal por São Paulo mais votado e o segundo da história, perdendo só para o falecido Dr. Eneas, que paradoxalmente um tinha excesso de conhecer acadêmico o outro muito pouco e fiquei imaginando o papel destes homens no Congresso. O que podemos esperar do Francisco diferente do Eneas? Será que os dois fizeram a coisa certa? Ou esta pergunta só deve ser direcionada aos eleitores? Porque as pessoas enxergam na política uma oportunidade de fazer alguma coisa pela sociedade? Para mim, seria mais útil que cada ser servisse com o melhor de si no lugar que realmente domina, seja na ciência médica, no circo ou em outro lugar.
Não é muito raro um representante comercial de uma empresa que ganha todos os prêmios, cobrindo todas as metas impostas por sua diretoria ser promovido a gerente de setor, região e muitas vezes nacional e mais tarde ser demitido por motivos que nem sempre são divulgados e quando são fazem de forma não convincente ou não muito clara. Nestes casos não há certo nem errado, mas defendo a existência da falta de reflexão em quem promove e no promovido que partiu para um desafio que não tem sua cara. Já ouvi muitas vezes a seguinte frase: perdemos um bom vendedor e ganhamos um mau gerente. O pior, este mau gerente fica rotulado e não mais consegue desenvolver a função que antes era bom, ou seja, não consegue mais ser um bom vendedor porque ultimamente foi um mau gestor. Como é difícil entender as movimentações e conclusões intempestivas dos humanos.
Recentemente Jeffrey Kindler, presidente e executivo chefe da Pfizer, maior play da indústria farmacêutica  renunciou ao tão cobiçado cargo por não aguentar as pressões externas e  internas  durante seus cinco anos na função. Não acredito que uma mega empresa como a Pfizer errou no processo seletivo, mas ele como executivo vindo do mercado de fest food também não avaliou o mercado que estava entrando, o cenário dos anos subseqüentes neste segmento? Não sou um experto no assunto,  mas já pude ler em algum lugar que fazer grandes aquisições na Indústria Farmacêutica não tem sido um bom negócio nos últimos 10 anos, temos vários exemplos de aquisições que resultaram na eliminação de empresas compradas  e as empresas compradoras que compraram apenas share, hoje precisam comprar mais se não quiserem desaparecer do mercado ou assistirem aos seus  investidores saírem em disparada a busca de novos mercados ou novos players. No caso do Jeffrey, ele preferiu investir a bagatela 68 milhões de dólares na compra de outra empresa (Wyeth) do que enxergar o fim da patente de Lipitor e Viagra, assim como também não enxergou que seu papeline de novas moléculas é fraco e hoje tem poucas perspectivas de substitutos destes  verdadeiros blockbusteres.
Em resumo; cada um deve ser bom no que faz e não achar que pode fazer tudo que acha que é bom. Devemos mesmo é ficar “cada um no seu quadrado”  sem aceitar a incômoda zona de conforto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário