sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Roche aposta em novos medicamentos oncológicos no Brasil

07/12/2011 - 09:05
Na contramão das grandes companhias farmacêuticas que consolidam presença no Brasil e demais países emergentes, reduzindo o seu portefólio de produtos de inovação e tentando driblar o prejuízo com a suspensão das suas patentes, a Roche promete lançamentos de moléculas em 2012 - todas de medicamentos biológicos que agem de forma inteligente, impedindo a proliferação do cancro, e de grande impacto a médio prazo, avança o jornal Brasil Econômico.

Uma delas pode significar uma revolução na forma de tratar o cancro da pele, considerada a maior descoberta nos últimos 30 anos para reduzir o risco de morte em quase dois terços dos pacientes com a forma avançada da doença. A aprovação no Brasil é esperada para o primeiro semestre de 2012.

A droga, chamada vemurafenibe (Zelboraf®), desenvolvida em parceria com a Plexxikon, é a única dentro do conceito de medicina personalizada para uma doença com pouquíssimas opções de tratamento.

"É importante considerar que, além dos resultados significativos alcançados, o medicamento vem acompanhado de um teste que delimita quem terá bons resultados com a sua aplicação", diz Adriano Treve, presidente da Roche Farmacêutica Brasil, referindo-se à prática que permite direccionar os tratamentos às necessidades individuais dos pacientes.

Além disso, o medicamento é um dos primeiros em forma de comprimido, o que facilita a administração.

Para a Roche, é uma vitória de sua estratégia de desenvolver novos medicamentos destinadas a destruir células de tumor e, ao mesmo tempo, fazer os testes de diagnóstico molecular que permitem acertar com segurança o alvo.

No caso do vemurafenibe, o produto foi projectado para inibir especificamente algumas formas da proteína encontrada na maioria dos melanomas. E essa possibilidade é comprovada pelo teste que detecta a mutação dessa proteína.

"É uma nova abordagem de tratamento que traz economia de tempo e de sofrimento para os pacientes", diz Treve.

Ele explica que é a mesma filosofia por trás de medicamentos importantes no portfólio da companhia, como o Herceptin® (trastuzumabe), desenvolvida para tratar com mais eficácia as pacientes com cancro da mama; Mabthera® (rituximabe), para linfomas; e Avastin® (bevacizumab), para cancro do intestino, que poderá ter sua acção estendida para cancro do ovário.

Esta semana, a Roche deve apresentar os resultados das suas pesquisas no San Antonio Breast Cancer Symposium, realizadas com o pertuzumabe, um novo medicamento destinado a aumentar a sobrevida de pacientes com cancro da mama que já fazem o tratamento padrão com o Herceptin®.

"A expectativa é que ocupe um lugar importante na terapêutica associada com outras abordagens", diz o director médico da Roche, Maurício Lima, que calcula ainda para 2012 a aprovação do registo do medicamento no Brasil.

Lima conta que o Brasil participou activamente dos estudos clínicos referentes a todos esses novos medicamentos.

"Estamos muito bem posicionados como referência em pesquisas na Roche", afirma.

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