quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Teuto (Pfizer) investirá 90 milhõs de reais na produção de Genéricos.

Teuto investe na produção de Genéricos.
O laboratório nacional Teuto vai investir R$ 90 milhões para dobrar sua capacidade de produção de medicamentos genéricos a partir de 2013. Esses aportes fazem parte da estratégia de crescimento da farmacêutica, independentemente da sociedade que mantém com a americana Pfizer, sócia da companhia, com 40% de participação.

"Além da expansão da capacidade de produção para atender à forte demanda pelos produtos da Teuto, estamos discutindo com a Pfizer investimentos para que nosso laboratório se torne a base de exportação da companhia americana para a América Latina", afirmou ao Valor Marcelo Leite Henriques, CEO (principal executivo) da farmacêutica.

Atualmente, a capacidade de produção do laboratório, com sede em Anápolis (GO), é de 22 milhões de unidades (caixas) por mês. "Estamos crescendo a uma média de 40% por ano", disse Leite. "O mercado de genéricos está em franca expansão."

Os investimentos em expansão da capacidade da fábrica serão feitos em duas etapas, explicou Henriques. A primeira parte, de R$ 45 milhões, começou a ser aplicada neste ano, e a outra metade a partir do ano que vem. "Também temos que fazer expansão para atender as necessidades da parceria com a Pfizer", disse Henriques.

Em outubro do ano passado, a Pfizer adquiriu 40% do laboratório nacional Teuto. A companhia americana poderá adquirir os 60% restantes a partir de 2014. As duas empresas começaram a fazer este ano uma combinação de portfólio de medicamentos para incrementar os negócios de ambas as farmacêuticas.

Desde setembro, a Teuto começou a comercializar as versões genéricas do Viagra (combate disfunção erétil) e do Lipitor (colesterol elevado), cujas patentes que pertencem à Pfizer, expiraram no ano passado. Neste mês, a Teuto colocou os genéricos de marca desses dois produtos no mercado: o Tantrix (sildenafil, sob a marca Wyeth) e Viasil (sildenafil, sob a marca Teuto); novas versões do Viagra, e o Zarator (atorvastatina, sob a marca Wyeth) e Lipthal (atorvastatina sob a marca Teuto), representando o Lipitor.

A Pfizer também está começando a fazer visitas médicas para divulgar os medicamentos da Teuto. Segundo Henriques, os alvos são os produtos Pyloritrat (para tratamento gástrico), Finarid (câncer de próstata), Protanol (antidepressivo), Prozen (antidepressivo), Glaufital (tratamento do glaucoma), Nortrip (antidepressivo) e o Carbital (anticonvulsivante).

Já a plataforma de exportação da Teuto com o portfólio combinado com os produtos da Pfizer será definida até o início de 2012. "Vamos discutir investimentos e como será a estratégia", afirmou o executivo.

A atual participação da Teuto com exportações não chega a 1% do faturamento do grupo, segundo o executivo. Com essa nova estratégia, o faturamento com as vendas externas deve se tornar relevante nos próximos anos. Em 2010, a farmacêutica goiana encerrou com receita de R$ 328 milhões. De janeiro a julho deste ano, o crescimento das vendas foi de 41%, o que sinaliza um crescimento da mesma magnitude para este ano. "Vamos crescer 40% em receita este ano e projetamos a mesma expansão em 2012."

Segundo o executivo, o crescimento da companhia ocorre mesmo com um cenário de pressão de descontos de preços sobre as farmacêuticas feita pelas distribuidoras. A companhia tem em seu portfólio de medicamentos 328 genéricos e 281 similares e OTC (medicamento isento de prescrição), além de 60 suplementos alimentares.


FONTE: VALOR ECONÔMICO
Nota de C&T: Enquanto alguns gestores e representantes comerciais de Indústrias Multinacionais, ainda enxergam os Genéricos como uma forte ameaça (miopia de gestão), suas próprias corporações dão demonstrações de que os Genéricos são uma excelente saída para um mercado que pouco inova quando comparado às décadas passadas, assim como, classes menos favorecidas economicamente no passado, passaram a ter mais acessos a medicamentos básicos e com substancias de domínio público. Genéricos no Brasil não é mais privilégio de laboratórios nacionais rotulados de empresas de "BO" (bonificados), pelo contrário, as maiores IF do mundo estão investindo alto neste segmento, aqui no Brasil e fora dele.

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