quinta-feira, 17 de maio de 2012

Debate sobre o destino dos medicamentos não utilizados

Nota de C&T:
Este é um assunto ainda pouco discutido, mas não levará muito para que a sociedade sinta a necessidade de lhe dar a atenção necessária. Algumas Indústrias Farmacêuticas já tentaram realizar esta logística reversa, mas a sociedade não lhe deu a menor importância, claro, não houve uma campanha educacional a altura do  que deveria ter. Basta cada cidadão fazer um exame de consciência do que ele faz com restos de medicamentos e embalagens daqueles que foram utilizados em sua totalidade. Muitos vão para privada e outros para o lixo comum. Sem a vontade e participação direta da sociedade nada se estabelece.

Governo e iniciativa privada participaram de encontro no Senado

O senador Anibal Diniz (PT-AC), coordenador da audiência pública sobre descarte de medicamentos, na manhã desta quinta-feira (10/05) no Senado, comentou a participação dos representantes da iniciativa privada e do governo neste debate promovido na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA).

“Todos foram extremamente francos e objetivos na exposição das dificuldades que terão para implantar a logística reversa em medicamentos, além de reconhecer a importância de enfrentar o problema”, afirmou o senador Anibal Diniz, presidente em exercício da Comissão.

Na audiência pública, com o tema “ A Anvisa e a Implantação da Logística Reversa de Resíduo de Medicamentos”, a Agência foi representada pelo diretor Jaime Oliveira, que fez uma apresentação sobre as experiências nacionais e internacionais de descarte e sobre a evolução do Grupo de Trabalho (GT) que prepara o acordo setorial sobre o destino dos medicamentos após o uso.

``Nós temos um cronograma que deve ser concluído até março de 2013 e estamos cumprindo rigorosamente”, afirmou Jaime Moura de Oliveira. “O que apresentamos foram os resultados preliminares de um estudo técnico de viabilidade operacional e econômica do descarte, que aponta o volume estimado de resíduopara subsidiar a tomada de decisões do GT”. O diretor Jaime Oliveira lembrou que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é uma lei sancionada em 2010, ano em que o governo iniciou as discussões com todos os setores envolvidos. A lei prevê que as soluções devem ser construídas por meio de acordos setoriais.

Oliveira disse, ainda, que, além das articulações entre o governo e o empresariado, os representantes da iniciativa privada no GT de Medicamentos anunciaram que farão uma campanha publicitária para convencer o consumidor a dar um correto destino a medicamentos guardados em casa.

O representante da Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Menna Barreto, falou sobre o universo da instituição que representa. “São 65 mil farmácias e drogarias com 25% do mercado e 12 mil estabelecimentos com 75% das vendas”, comentou. “O custo é um problema muito sério para o varejo”, afirmou.

Segundo Menna Barreto, as experiências exitosas do segmento do comércio varejista de medicamentos com o destino dos resíduos são restritas a algumas redes, entre as quais citou a Panvel, Drogasil/Raia e Walmart, e a poucos estados, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

Menna Barreto disse que há quatro perguntas que precisam ser respondidas: como equacionar o custo, quem financiará, que modelo é adequado à realidade do Brasil e o que fazer com o medicamento cuja validade expira ainda dentro da cadeia produtiva.

Jorge Raimundo, membro do Conselho Consultivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), contestou a afirmação sobre as sobras que estariam na linha de produção.“Nesta questão, há muito pouco resíduo no processo de produção da indústria. O que estamos discutindo é o descarte do medicamento que fica com o consumidor final”.

Silvano Silvério da Costa, diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, apontou que, embora os medicamentos não apareçam de forma textual na PNRS, eles se enquadram no Artigo 33 da Lei que prevê uma destinação adequada e racional de resíduos que têm impacto ambiental e na Saúde Pública

O representante da Interfarma, Jorge Raimundo, acredita que o descarte de medicamento será formatado, assim como já acontece com a destinação de lixo hospitalar. Para ele, a questão do custo poderia ser equacionada se o governo aceitasse rever a carga tributária. “No Brasil, incide 30% de imposto sobre o medicamento, enquanto no México e nos Estados Unidos é zero de tributação”.
“No próximo dia 17 de maio, estaremos reunidos em São Paulo para discutir a operacionalização de uma campanha publicitária para conscientizar o consumidor a dar um correto destino ao medicamento que ele guarda em casa”, anunciou Jorge Raimundo.

Fonte: Anvisa

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