domingo, 25 de maio de 2014

Ex-jogador Ronaldo disse se sentir envergonhado com preparação do país.

Dilma não citou diretamente Ronaldo, mas defendeu ações do governo.
 
Priscilla MendesDo G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff defendeu neste sábado (24) os preparativos realizados pelo governo brasileiro para realização da Copa do Mundo, que terá início no próximo dia 12. Para ela, o evento é motivo de "orgulho" e nós, brasileiros, "não temos do que nos envergonhar".

Tenho orgulho das nossas realizações, não temos do que nos envergonhar e não temos o complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues se referindo aos eternos pessimistas de sempre"

Dilma Rousseff, durante discurso em evento em Brasília

Em discurso no 17º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), em Brasília, Dilma não citou diretamente o ex-jogador Ronaldo, que em entrevista à agência "Reuters" na sexta-feira (23) disse que se sentiu envergonhado pelo modo como o Brasil se preparou para receber o torneio.
Após citar em sua fala dados positivos sobre o governo nos últimos anos, a presidente afirmou: "A Copa do Mundo se aproxima, tenho certeza que nosso país fará a Copa das Copas. Tenho certeza da nossa capacidade, do que fizemos. Tenho orgulho das nossas realizações, não temos do que nos envergonhar e não temos o complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues se referindo aos eternos pessimistas de sempre”, declarou a presidente.
À "Reuters", Ronaldo, que é membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, defendeu a realização do torneio, mas criticou a burocracia e os atrasos nas obras.
"E de repente chega aqui é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu país, o país que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora", afirmou o ex-jogador.

Dilma falou a uma plateia de cerca de dois mil jovens vindos de vários estados. A organização apoia a reeleição da presidente, que foi recebida com gritos como “não tem Aécio, nem Eduardo, eu estou com Dilma e não mudo de lado” e “vai ter Copa, vai ter tudo, só não vai ter segundo turno”.
Um vídeo com uma mensagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi exibido na abertura do evento. Ele disse ter um “enorme carinho” pela UJS e parabenizou a organização pelos 30 anos de existência.
O presidente da UJS, André Tokarski, disse que Dilma “atende, respeita e valoriza a juventude” e lembrou que ela já foi uma “aguerrida militante do movimento estudantil” que enfrentou “prisão e tortura” da ditadura quando era jovem.
A entidade afirmou não ser contrária à Copa do Mundo, mas diz que o torneio é uma oportunidade para “colocar na mesa o que ainda precisa ser feito”. A entidade dos jovens defende que “não tem contradição, eu quero Copa, saúde e educação”.

Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha"

Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ao rebater a declaração do ex-jogador

'Chute contra o próprio gol'
Mais cedo neste sábado (24), o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, rebateu as declarações de Ronaldo em entrevista ao Portal da Copa, do governo federal. Para Rebelo, o ex-jogador deu "um chute contra o próprio gol".
"A frase dita pelo Ronaldo, tomada de forma isolada, é um chute contra o próprio gol, já que ele foi parte do grande esforço para construir a Copa do Mundo. Esse grande evento não será motivo de constrangimento para o país que construiu a sétima economia do mundo e é o maior vencedor de todos os Mundiais. Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha.
O ministro afirmou ainda que o país tem aproveitado a Copa como "esforço de construção e desenvolvimento do Brasil".
"Foi a Copa, com o esforço dos governos, que permitiu que muitas obras de infraestrutura, mobilidade urbana, aeroportos, fossem adiantadas. Que permitiu que milhares de empresários viessem ao Brasil para gerar negócios, tributos e empregos para o país. Que permitiu que milhares de brasileiros recebessem formação profissional. Portanto, apontar nossas deficiências e procurar resolvê-las é dever de todos os brasileiros, e principalmente daqueles que tenham espírito público. Mas sentir vergonha do país não faz parte da solução", completou o ministro

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