domingo, 9 de setembro de 2012

Rachel Weisz, uma ‘bondgirl’ em ‘O legado Bourne’



Aos 42 anos, atriz aumenta sua ‘coleção’ de personagens destemidas

NOVA YORK - Para quem é mulher de Daniel Craig, o mais arrebatador James Bond desde Sean Connery, Rachel Weisz parece pouco à vontade no papel de bondgirl, que acabou assumindo em “O legado Bourne”, o quarto filme da série, que estreia nesta sexta no Brasil.
 
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Rachel vive a doutora Marta Shearing, uma cientista especializada em vírus que trabalha em uma indústria farmacêutica associada ao projeto Bourne, morena tímida que se vê arrastada para a aventura pelo agente Aaron Cross (Jeremy Renner), protagonista deste filme em substituição a Jason Bourne (Matt Damon).

História complexa

Em rodada de entrevistas que antecedeu o lançamento do filme em Nova York, Rachel, 42 anos de idade, falou sobre os papéis de mulheres destemidas que colecionou ao longo de sua carreira. Interpretou a ativista que denunciou experimentos da indústria farmacêutica com pessoas pobres na África em “O jardineiro fiel”, de Fernando Meirelles — atuação que lhe rendeu um Oscar, em 2005. Viveu também a policial Kathryn Bolkovac em “A informante” (2011), filme baseado em fatos reais, no qual desvenda uma rede de tráfico de mulheres e corrupção na empresa de segurança contratada pela ONU para garantir a paz na Bósnia após a guerra civil.
Na ocasião, disse que seu tipo favorito era o da “mulher solitária lutando contra a injustiça”. Ao falar sobre a doutora Marta e sobre a função das mulheres nos filmes de ação, Rachel Weisz foi logo explicando:
— Concordei em fazer esse papel porque ela não é só “a garota”, é uma mulher com uma história complexa. Eles (Aaron e Marta) precisam um do outro na mesma medida — disse a atriz.
Rachel rejeita a rotulação de sua personagem como uma mulher ingênua, e afirma que ela faz uma separação moral entre seu trabalho e as consequências dele, evitando pensar demais sobre o que seus atos acarretam.
— Sou uma cientista, conheço a parte científica, mas não sei o que acontece com os agentes quando vão a campo. Acho que a analogia adequada é com alguém que trabalha em uma fábrica botando detonadores em bombas, mas não sabe para onde as bombas irão — afirmou a atriz.
À medida que a cientista vai conectando os pontos e montando a imagem completa, o nível de adrenalina vai subindo. Rachel teve que aprender a se entregar completamente à condução de Jeremy Renner em cenas de ação, especialmente em uma frenética perseguição de moto pelas ruas de Manila, Filipinas.
— Foi aterrorizante, deu um medo horrível, eu nunca tinha andado de moto. Foi difícil no sentido de que eu não tinha nada a fazer, a não ser me sentar e me segurar. E foi difícil porque tive que me entregar. Mas a atuação foi fácil, nem precisei fingir que estava com medo, estava realmente apavorada — conta a atriz.
Segundo ela, depois de praticar com Jeremy durante algumas semanas, a confiança foi estabelecida.
— Jeremy é um grande motociclista, e tem uma aptidão física enorme, é muito ágil. Foi muita adrenalina, mas muita confiança também.
Rachel Weisz diz gostar do realismo dos filmes da franquia “Bourne”.
— Tudo o que está no filme é possível, do ponto de vista científico. Não é ficção científica. É assustador, mas totalmente realista — disse.
Um dos aspectos mais assustadores do filme é a invasão de privacidade, a demonstração de como empresas e governos podem acessar informações sobre as vidas de pessoas comuns. Isso preocupa Rachel Weisz, casada com Daniel Craig, mãe de Henry, um menino de 6 anos que pediu de presente de aniversário um detector de mentiras?
— Invasão de privacidade? As coisas são como são, é irrelevante o que eu penso. Mas não acho que meus e-mails sejam tão interessantes, fico combinando programas para meu filho e seus amigos — rebate

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