sábado, 18 de outubro de 2014

Cada doente com Nevralgia Pós-Herpética seguido em Unidade de Dor custa cerca de 3 mil euros

17/10/2014 - 08:59
Na data em que se assinala o Dia Nacional de Luta Contra a Dor - 17 de Outubro, investigadores do Centro Nacional de Observação em Dor e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto divulgam pela primeira vez os resultados do Estudo 'Custos e Qualidade de Vida em doentes com Zona ou Nevralgia Pós-Herpética seguidos em Unidades de Dor em Portugal – Estudo Observacional Multicêntrico'.

Um dos resultados mais significativos foi a elevada utilização de serviços de saúde por parte destes doentes e o subsequente e muito relevante impacto económico desta doença. Durante o curso do episódio de Herpes Zoster ou Nevralgia Pós-Herpética a média dos custos totais por doente são estimados em 3.331€. Para este valor contribuem sobretudo os custos directos (medicação, consultas médicas, atendimentos em serviços de urgência, hospitalizações) que são estimados em 3.043€ e dos quais 2/3 representam unicamente custos com medicação. Os custos indirectos são relativamente baixos, mas devem ser encarados no contexto de uma população idosa, maioritariamente reformada e onde apenas 60% reporta ter um cuidador dedicado.

O estudo agora divulgado teve ainda como objectivos avaliar os sintomas e as características da dor associada ao Herpes Zoster e à Nevralgia Pós-Herpética e o respectivo impacto na qualidade de vida do doente, quer ao nível das atividades diárias, quer ao nível da utilização de cuidados de saúde.

Relativamente às características da Nevralgia Pós-Herpética, 28% dos doentes que participaram no estudo referiram dor durante um período de 7-12 meses, 23% durante 1-2 anos e 12% durante 2 a 3 anos. Cinquenta e cinco por cento referiram que a dor é constante e 34% que a mesma é diária. Para 26% dos doentes a intensidade da dor foi classificada como grave e muito grave e para 22% como moderada.

Na fase aguda do episódio de Herpes Zoster 55% dos doentes relatou dor intensa e muito intensa e a localização da erupção cutânea foi sobretudo na região torácica e abdominal.

O estudo conclui ainda que 50% dos doentes já tiveram que recorrer a uma urgência hospitalar pelo menos uma vez e 7% permaneceram internados, em média por cerca de 10 dias.



Nenhum comentário:

Postar um comentário