segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Quebra de patentes abre chances ao mercado

Os medicamentos biológicos ainda representam menos de 20% do mercado farmacêutico global. Mas, segundo dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), crescem num ritmo cinco vezes maior que o mercado. O Centro Latino Americano de Pesquisa em Biológicos (Clapbio), por sua vez, estima que 50% dos medicamentos em desenvolvimento sejam biotecnológicos. Foi o que defenderam seus pesquisadores no seminário “Mitos e verdades sobre os medicamentos biossimilares no Brasil”, realizado no último dia 17, em São Paulo (SP).

Tanta expectativa se deve às pesquisas que enfatizam a eficiência desses medicamentos; E também ao fim das patentes de pelo menos sete deles nos próximos anos e à consequente possibilidade de se produzir os chamados biossimilares. A expectativa é que o mercado de biossimilares movimente US$ 60 bilhões no mundo e US$ 2 bilhões, no Brasil.

“Uma vez que a patente do biológico de referência expire, é possível que outros laboratórios desenvolvam medicamentos orientados para aquela doença também. É o chamado biossimilar”, explica Denizar Vianna, cardiologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O biossimilar se propõe a tratar a mesma doença, a atingir o mesmo alvo que o medicamento biológico inovador, mas jamais será igual, como os genéricos são dos farmoquímicos, por exemplo.

“Para os produtos biológicos, o conceito de genérico não se aplica. O processo de manufatura do biológico é complexo. Jamais um laboratório poderá copiar o outro. Não é uma receita”, destaca a médica e pesquisadora Mirhelen de Abreu, doutora em Saúde Coletiva e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSC). Por natureza, enquanto um químico é passível de cópia idêntica, um biológico não o é. “É tanto, que um biológico terá de passar pelos mesmos processos de estudos clínicos e pesquisas com grupos de pacientes. O que pode custar tanto quanto ou até mais que o biológico de referência”, acrescenta a pesquisadora. (LMB)

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