quinta-feira, 5 de abril de 2012

Oncologia: (Portugal) nenhum médico respondeu a apelo para apoiar voluntariamente doentes.

Nota de C&T: Eu e minha família sabemos por experiência própria o quanto é importante receber apoio de pessoas dispostas a ajudar. Felizes aqueles que podem ajudar, assim como também àqueles que recebem o carinho e atenção como recebemos no momento de sofrimento ocasionado por um câncer em um ente querido.
Quem puder e tiver vocação para o voluntariado, não deixe de o fazer.

Teófilo Fernandes, cidadão brasileiro.

05/04/2012 - 08:40
Nem um único médico respondeu ao apelo da União Humanitária dos Doentes com Cancro (UHDC), que solicitava oncologistas ou médicos de clínica geral para apoiar doentes, disse à agência Lusa a porta-voz daquela associação.

Durante o mês de Março, a UHDC promoveu uma campanha de admissão de médicos voluntários para ajudarem nas valências gratuitas do Núcleo de Apoio ao Doente Oncológico e na Linha Contra o Cancro, a primeira a funcionar em Portugal.

“Não conseguimos o objectivo final, que era pelo menos um médico, oncologista ou de clínica geral, para dar apoio uma ou duas horas por semana”, disse Cláudia Costa, acrescentando desconhecer se foi falta de interesse ou tempo ou se a mensagem não chegou.
No atendimento aos doentes, a UHDC disponibiliza um serviço de psicologia e um serviço médico, que contava com um médico oncologista do Instituto Português de Oncologia, que teve que se ausentar “numa missão para fora do país”.

O apoio médico ficou assim desfalcado e os doentes deixaram de ter a quem recorrer quando tinham dúvidas, precisavam de orientação ou de segundas opiniões.

“O médico no nosso serviço orienta os doentes, elucidando-os melhor sobre a doença, sobre a alimentação que devem fazer, sobre os tratamentos, nomeadamente a quimioterapia, explica tudo, pois ao doente cabe toda a verdade”, explicou a responsável, adiantando que estas consultas “baixam muito os níveis de ansiedade dos doentes, o que é fundamental”.


Segundo Cláudia Costa, também psicóloga na UHDC, este serviço tem muita procura, não só por parte dos doentes que já eram atendidos pelo anterior médico daquele serviço e que de repente se viram sem esse apoio, mas sobretudo por pessoas “após o primeiro exame”.


“São pessoas que fazem um primeiro exame que lhes detecta um tumor e nos procuram porque querem saber exactamente o que significa o que lhes foi detectado, ou que têm um caroço suspeito e querem sabe onde se devem dirigir, ou que sabem que vão ter que fazer quimioterapia e querem saber em que consiste o tratamento, como vai ser feito”, adiantou.

A procura é feita essencialmente através da Linha (telefónica) Contra o Cancro. A maioria é para apoio psicológico, mas uma grande parte é para apoio médico.Cláudia Costa garante que actualmente são mais de dez as chamadas diárias para pedir apoio médico.

"Cada vez aumentam mais as doenças oncológicas, cada vez há mais procura”, acrescentou.
A UHDC, que assinala no próximo sábado, Dia Mundial da Saúde, o seu 13º aniversário, criou a primeira linha telefónica do país de apoio a doentes com cancro, disponibilizou 9.000 consultas de apoio psicológico, recebeu 20.000 chamadas para apoio a doentes com cancro e presta 14 valências gratuitas de apoio a doentes e familiares.

Só no último ano, a UHDC, que sobrevive exclusivamente de donativos e do trabalho dos voluntários, realizou 968 consultas de apoio psicológico, 1200 consultas de apoio hospitalar, 160 consultas de apoio médico, 44 consultas de apoio domiciliário e 44 consultas de apoio multidisciplinar a crianças com cancro, tendo ainda recebido 1.936 chamadas de doentes oncológicos


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