sábado, 29 de junho de 2013

Ser Propagandista ou Representante - 14 de julho, dia do Propagandista da Indústria Farmacêutica.


Pasta de trabalho (a catarina).
Companheira inseparável do
Propagandista.
Com o passar do tempo tenho observado o quanto a sociedade conhece as coisas na forma genérica. Parece que fomos preparados para conhecer a fórmula montada e não como montá-la. Nada fora do normal, é assim mesmo que enxergamos as coisas, observar os detalhes fica para aqueles que têm interesses específicos. Temos tendências em falarmos algumas frases que a princípio estão completas, mas não compreendidas na sua totalidade, tais como: o sistema político é falho, estamos em crise, a saúde pública está sucateada, a indústria farmacêutica é um exemplo do capitalismo selvagem, entre outras. Não há certo nem errado nessas afirmativas, tudo depende da forma que cada um entende ou precisa entender. Não sabemos explicar as falhas do sistema político, não sabemos descrever a crise, não sabemos definir como a saúde está sucateada e muito menos conhecemos a indústria farmacêutica em detalhes, etc
Quando falamos de representante ou propagandista de medicamentos não é diferente. Poucos conhecem a diferença existente entre eles, no geral todos dizem que são sinônimos, isso é um equívoco. A diferença existente não faz um ser mais importante do que o outro, mas são profissionais com perfis diferentes entre si. O representante está focado diretamente para os negócios, os propagandistas para como os negócios serão sedimentados, mas nada impede deles exercerem as mesmas funções.
O representante no tocante as suas habilidades profissionais desenvolvidas a partir de seus investimentos no conhecimento, tem sitio de ação muito amplo que poderá ser aproveitado em vários segmentos do mercado, enquanto o propagandista ao longo do tempo se especializou em conhecimentos específicos de acordo com a vocação de sua empresa. Nenhum dos dois é protagonista direto da espetacular evolução da propaganda de medicamentos na mídia leiga. Podemos considera-la como espetacular quando estudamos seu desempenho no Brasil a partir das primeiras décadas do século XIX, esta evolução tem como plataforma principal as ferramentas de marketing que deste então não param de crescer.
Conta-se que a primeira propaganda de medicamento no Brasil era uma grande mentira, ela prometia devolver o hímen, imaginem, ser virgem de novo naquela época. Hoje tem quem consiga através do bisturi de um cirurgião plástico.

Peça promocional do Laboratório Daudt
Outro marco deste desenvolvimento ocorreu no século seguinte por meio do Dr. João Daudt Filho, fundador da primeira indústria farmacêutica genuinamente brasileira.


Só no século XXI surgiu uma legislação específica por parte do governo brasileiro para regulamentar a propaganda de medicamentos nos diversos canais de mídias. Neste contexto o representante poderá ser agente de negócios, enquanto o propagandista vai mais além. Outro fundamento que os diferenciam é a legislação trabalhista brasileira, ela enquadra cada um desses profissionais em categorias diferentes. O representante tem foco mercadológico o propagandista está mais focado na formação de conceitos para seus produtos com base na ciência da saúde.

O propagandista além de conhecimentos específicos está cercado de ferramentas de marketing, legislações e habilidades no mundo das relações interpessoais. É muito difícil se encontrar um propagandista que reúna com expressividade todas as exigências da função. Ele precisa se dedicar a vida inteira ao estudo da fisiologia, patologia, terapia, farmacocinética, farmacodinâmica, conhecimentos técnicos de seus produtos e dos concorrentes, entre muitos outros conhecimentos. O propagandista é hoje extremamente exigido sobre conhecimento de mercado, ferramentas de análises de mercados e interpessoalidade. Competências como motivação, integridade, conhecimentos gerais, persuasão, perfil de liderança, capacidade de negociação, visão macro, entre tantas outras. Resumo, exigimos destes profissionais um nível de comprometimento muito alto. Para preencher todos os requesitos desejados, os propagandistas precisam ter um perfil diferenciado.
O propagandista, apesar do nome, essencialmente não faz propaganda, ele busca oportunidades para seus produtos junto aos seus principais clientes. Os clientes dos propagandistas não consumem seus produtos, mas prescrevem ou influenciam como formadores de opiniões outros profissionais a prescreverem para seus pacientes os produtos que cada propagandista se propõe a inserir no arsenal terapêutico de tais profissionais.
É sabido que a globalização das informações a partir do mais expressivo evento da modernidade, a internet, com uma comunicação rápida em canais seguros como web aula, mídias sociais, mídias especializadas, entre tantas outras formas de se adquirir conhecimentos, ainda não substituíram o propagandista. Não há dúvida que, se hoje a Indústria Farmacêutica pudesse se livrar de suas equipes de propagandistas ela faria por inúmeros motivos, um deles são as relações humanas outro são os custos. O propagandista é a peça mais importante na engrenagem que leva milhões de dólares aos cofres das indústrias.
No Brasil a legislação que regula a relação de profissionais de saúde com a Indústria Farmacêutica tem mudado muito, criando barreiras que limitam a ação direta da Indústria Farmacêutica com tais profissionais. São os propagandistas através do relacionamento com estes profissionais que quebram tais barreiras encontrando espaço para seus produtos diante de tanta concorrência.
Ser propagandista não precisa só querer ser, é preciso ter perfil para ser, mas precisam ter cuidados, cada vez mais a empregabilidade destes profissionais fica mais difícil. Hoje é preciso saber que as empresas precisam de solucionadores de problemas, verdadeiros criadores de valores.
Os vários tipos de eDetailing hoje existentes como o Virtual live eDetailing, Scripted eDetailing, Portais médicos (Doctors.net.uk, OnMedica.net e detaildirect.com), iPads, Closed Loop Marketing, Networking e os mais diversos tipos de treinamentos são uma realidade e aquele que não se enquadrar nesta realidade está fora do mercado.
É por tudo isso acima citado que neste mês de Julho, mais precisamente no dia 14, quero parabenizar os meus colegas por serem Propagandistas e fazerem desta profissão um orgulho para todos nós. FELIZ DIA DO PROPAGANDISTA.
Edson Teófilo Fernandes, propagandista e cidadão brasileiro.

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