sábado, 22 de junho de 2013

Rio terá laboratório para medicamentos complexos

Investimento pode chegar a R$ 1,3 bi e prevê transferência de tecnologia

RIO – O Rio de Janeiro receberá uma fábrica dos chamados medicamentos de alta complexidade. A BioNovis, joint venture formada pelas gigantes Aché, EMS, União Química e Hypermarcas definiu que o laboratório e a unidade de medicamentos biológicos, para doenças como câncer, artrite reumatoide, lúpus e mal de Alzheimer será na Zona Oeste do Rio. Na fase inicial de construção e desenvolvimento de medicamentos, serão gastos R$ 514 milhões. Mas os investimentos podem chegar a R$ 1,3 bilhão, pelas contas do presidente da empresa, Odnir Finotti.

Serão fabricados cinco tipos de medicamentos. A Anvisa já deu o sinal verde para o Etanercepte, cujo nome comercial é Reumatocept, e que trata de artrite reumatoide e doenças crônicas que afetam as articulações. A previsão é que o medicamento esteja pronto para comercialização em 2016.

Dos investimentos previstos, R$ 200 milhões sairão dos caixas das sócias. O restante será captado em fontes públicas e privadas. A empresa tem pedido de financiamento de cerca de R$ 300 milhões no BNDES.

— Vamos dar ao Brasil a independência tecnológica ao produzir o medicamento 100% aqui e produzir efeitos no déficit crônico da balança comercial farmacêutica — afirmou Finotti.

Redução nos preços pode chegar a 30%

O fábrica será construída em parceria com Biomanguinhos/Fiocruz e com o Instituto Vital Brasil e envolve a transferência de tecnologia a partir dos cinco anos da instalação. Finotti estima uma redução média de 30% nos preços de medicamentos, que atualmente são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde e que podem custar cerca de R$ 8.000 uma ampola.

O executivo disse que serão abertos 160 postos de trabalho de alta qualificação e que a empresa ainda discute com o governo do Estado do Rio incentivos fiscais. Segundo ele, a alta do dólar deve ter impacto nos custos, mas não preocupa.

— Se o dólar descolar das projeções, é evidente, tem impacto, mas não é algo que seja um problema agora — afirma.

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