segunda-feira, 19 de março de 2012

Ética na propaganda médica

Normas proíbem fotos, imagens e voz de artistas e celebridades na propaganda médica.

Novas normas nacionais que regulamentam a ética na propaganda médica, em vigor desde 15/02/12, proíbem o uso de fotos e imagens de pessoas, incluindo de artistas e celebridades, em toda a propaganda médica em folders, sites e qualquer material promocional. Dessa forma, todas as empresas médicas (clínicas, laboratórios, hospitais, bancos de sangue entre outros) que estiverem em desacordo deverão mudar sua forma de abordagem, com o risco de sofrerem sanções e multas e de serem consideradas antiéticas e ilegais pelo público em geral.

As normas são do Conselho Federal de Medicina (CFM), vem sendo discutidas desde 2010 e são amplas. Elas incluem também a relação dos médicos com as indústrias farmacêuticas e foram assinadas por várias entidades como Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), AMB (Associação Médica Brasileira) e Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).

Muito antes dessa decisão, ainda no final de 2010, a Criogênesis, um dos primeiros bancos de sangue de cordão umbilical do país, já havia se adequado a essas normas, tanto que recebeu carta da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovando todo seu material de propaganda. Também o site da Criogênesis, reformulado em janeiro de 2011, passou a usar desenhos e brinquedos infantis, ao invés de imagens de mães e bebês.

“Nós nos preocupamos muito com isso e queremos que o público e principalmente os pais atentem para essas novas normas. Ou seja, mostrar a foto de um artista em um folder ou site não é positivo para a clínica ou banco de sangue. É ilegal. Significa que eles não seguem as Normas da Anvisa e do Conselho Federal de Medicina”, observa o Dr. Nelson Tatsui, hematologista do Hospital das Clínicas e do setor de transfusão e coleta de células-tronco da Faculdade de Medicina da USP e diretor técnico da Criogênesis.

A Carta da Anvisa à Criogênesis data de 31/01/11. Após analisarem o material publicitário e o folder intitulado “Saiba mais sobre a coleta de células-tronco”, a agência informou que “não foi constatada infração à legislação sanitária”. E essa carta nos deixou bastante tranquilos, enfatiza o Dr. Luiz César Espirandelli, médico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP, também diretor da Criogênesis.

“O material publicitário da Criogênesis apresenta esclarecimentos sobre as possibilidades do uso clínico do sangue do cordão umbilical e sobre o uso autólogo. Observamos adequação do material publicitário enviado, uma vez que não foi constatada indicação alogênica ou realização de atividades alheias a bancos de sangue de cordão umbilical e placentário para uso autólogo”, atestou a carta da Anvisa.

Criogênesis -Fundada como banco em 2003, a Criogênesis já realizava pesquisas na área de células-tronco desde 1996. Preocupada com a ética, a Criogênesis expõe aos clientes as vantagens em realizar o procedimento e as possibilidades futuras da guarda e uso das células-tronco. Além de explicar detalhadamente todo o processo de coleta, preservação, possíveis usos e apresentar o texto da legislação em vigor (RDC 56 - Anvisa) aprovada pelo governo brasileiro, que impõe regras, como a obrigatoriedade de armazenar as células-tronco em baixíssimas temperaturas e em múltiplas unidades.

Com sua nova área de Medicina Reprodutiva – iniciada em 2011 - a Criogênesis passou a ser o primeiro laboratório do país a agregar todas as indicações ligadas à criopreservação com nitrogênio líquido-vapor.

No final de 2011 a Criogênesis deu um importante passo na direção de conquistar o selo de “acreditação” da AABB (American Association Blood Bank). A empresa foi aceita para iniciar o processo - que poderá durar um ano -, mas que permitirá o reconhecimento internacional de todos os seus processos, de forma com que suas bolsas com sangue de cordão possam ser usadas em qualquer parte do mundo. A Criogênesis já conta com a parceria e registro junto ao ICCBBA (International Council for Commonality in Blood Banking Automation), órgão que regulamenta adequação de etiquetas e práticas de hemoterapia, primeiro passo para a “acreditação”.

No início de 2012 a Criogênesis inaugurou uma sede no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, para facilitar o acesso aos casais que moram na cidade. No Rio a Criogênesis está associada a enfermeiras e médicos das melhores maternidades da cidade, para realizar a coleta no momento do parto e encaminhar o material para seu laboratório em São Paulo. [www.criogenesis.com.br].

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