Nota de C&T: O Ministro da Saúde iniciou suas atividades prometendo algo muito importante – Indicador de qualidade no SUS - desde que não fique só na teoria. Traçar metas para entidades públicas é um dos maiores desafios de um gestor, vamos torcer para que ele consiga.
Criar ele pode criar, resta saber se utilizará nos moldes recomendados. Assim como na educação, poderá não receber o apoio de todos os servidores e gestores da coisa pública.
Ministro da Saúde anuncia criação de índice de qualidade do SUS
Alexandre Padilha, que assume a pasta deixada por José Gomes Temporão, quer medir eficiência de atendimento nos serviços de saúde
Priscilla Borges, iG Brasília | 03/01/2011 19:12
O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tomou posse anunciando novidades na pasta. O ex-secretário de Relações Institucionais do governo pretende criar um indicador que aponte a qualidade de atendimento feita no Sistema Único de Saúde (SUS). O indicador seria usado para traçar metas para municípios, Estados e governo federal, à semelhança do que acontece com a educação, que possui objetivos de crescimento na qualidade do ensino a partir do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
“Não vamos melhorar a saúde brasileira se não estabelecermos metas entre nós”, afirmou. Padilha lembrou que o setor é um dos que mais possui informações e dados, mas ainda será preciso fazer um mapa nacional com as necessidades da área, especialmente para acabar com as filas e as longas esperas por atendimento, consultas e exames, em hospitais e centros de saúde do País. Padilha lembrou que a população considera “satisfatório” o atendimento na rede pública, mas ressaltou que a maior dificuldade hoje é conseguir ser atendido.
“Esse é um desafio que me disseram ser muito ousado, mas está na hora de termos indicador nacional para garantir a qualidade de acesso ao SUS. Precisamos melhorar a gestão do atendimento e na pactuação entre os entes federativos e estabelecer metas de crescimento”, afirmou. Em seu discurso de posse, feito após o ex-ministro José Gomes Temporão se despedir do ministério, Padilha estabeleceu compromissos próprios e apresentou pedidos da presidenta Dilma para a gestão da área.
Segundo ele, Dilma estabeleceu cinco prioridades quando o convidou para assumir o cargo. A primeira diz respeito à saúde da mulher e da criança. Padilha diz que as mulheres terão atenção especial na prevenção, tratamento e reabilitação após terem câncer de mama ou colo do útero. A outra é, em breve, poder oferecer remédios para hipertensão e diabetes de forma gratuita dentro do programa Aqui Tem Farmácia Popular.
Além disso, a presidenta teria pedido cuidado na implantação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), criadas para facilitar os primeiros atendimentos de pacientes que chegam com sintomas de doenças leves aos centros de saúde. O quarto pedido seria participar ativamente das ações de combate e enfrentamento ao uso do crack no País e, por fim, intensificar o combate à dengue.
Padilha ainda defendeu que funcionários de todo o SUS trabalhem e se comprometam a colocar a saúde no centro das políticas de desenvolvimento do Brasil. Ele também colocará como meta para sua gestão definir novos modelos de atuação de municípios, Estados e governo federal para o atendimento da saúde pública. O novo ministro também quer estabelecer um fórum de discussões entre o setor público e o privado.
Entre sorrisos e lágrimas
No discurso de Padilha, que durou uma hora, sobraram elogios à atuação e às políticas adotadas por Temporão no ministério. O tom dado pelo médico infectologista foi de continuidade e inovação das práticas na Saúde. A posse foi bastante concorrida e o cerimonial precisou montar dois telões fora do auditório para que as pessoas assistissem à cerimônia. O novo ministro se emocionou ao falar do tempo em que a mãe militou na ditadura.
Bem humorado, disse que os desafios eram enormes à frente do ministério, mas “seriam mais difíceis se ele não estivesse sucedendo os ex-ministros que passaram pelo cargo nos últimos oito anos”. Temporão, por sua vez, chorou ao falar da mãe, que faleceu no último dia 30. Ele ressaltou ganhos de sua gestão e também apontou desafios para seu sucessor. Ressaltou que é preciso rever o financiamento do SUS e o papel de cada ente federado no atendimento.
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