quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Indicadores da distribuição de produtos farmacêuticos no Nordeste. É verdade ou "meia verdade"?

Nota de C&T: Concordo que os indicadores nos mostram que a Região Nordeste aumentou o consumo e a demanda no varejo farmacista, porém alguns aspectos precisam ser considerados tais como; o número de redes de farmácias cresceu muito em lojas (PDVs) ganhando share no Sudeste, estas estão comprando mais dos laboratórios fabricantes (negociação direta), com isso o mercado atacadista teve que mudar seu foco para outras regiões.
A efetividade da Nota Fiscal eletrônica impactou severamente nos dados deste segmento. É do conhecimento de muitos que a circulação de mercadoria sem NF no Nordeste era expressiva e a consultoria internacional IMS só capta informação de transações feitas com NF.
Inúmeros fabricantes nacionais de similares e genéricos até pouco tempo não informavam seu volume de vendas à IMS, passando a fazer isso depois da NF eletrônica. É sabido que estes fabricantes sempre tiveram o Nordeste como uma área foco.
Muitas farmácias de pequeno porte fecharam suas portas nos últimos anos por não suportar a política comercial de grandes redes como Wallmart, Pague Menos, ExtraFarma, Big Bem, Rede Santana, associativismo (Ex: Redmed, Farmácia do Trabalhador) entre outras. Eram exatamente estas farmácias que compravam dos pequenos atacadistas sem NF e mantinham este mercado informal, com isso ocorreu uma migração da demanda, antes informal, para PDVs que se entendem como “menos propícios” a estas práticas.
Apenas um distribuidor Nordestino resistiu nos últimos anos às políticas comerciais praticadas pelas grandes Indústrias junto a um número reduzido de distribuidores/atacadistas nacionais, para ser mais preciso, 03 atacadistas nacionais atendem o mercado do Nordeste mais um regional já citado.
O desaparecimento dos pequenos Distribuidores Farma, salvo os distribuidores focados em Similares, Genéricos e OTC que ainda resistem, não sabemos até quando, é um exemplo claro da verticalização devastadora desse mercado atacadista, como antes aqueles não informavam à IMS, agora os grandes passaram a informar.
Outro fato importante é que grandes redes de farmácias do Nordeste figuram como atacadistas em suas informações para IMS uma vez que compram da Indústria como atacadista, porém só distribui para suas próprias lojas e se beneficiam de incentivos fiscais destinados aos atacadistas.
C&T entende que é muito cedo para comemorarmos este crescimento, pois a possibilidade de inconsistência provocada por demanda reprimida e concentração de negócios nos remete a ter mais prudência ao comemorar. O mercado não está consolidado, apesar da eficiência da distribuição está melhor do que foi até pouco tempo, mas ainda falta muito para excelência.

Qua, 05 de Janeiro de 2011 12:37 Paulo Piratininga NOTÍCIAS - Saúde
Região consolida-se como a segunda colocada em medicamentos distribuídos pelo atacado
O Nordeste avançou mais um sinal na rota de distribuição de medicamentos no Brasil. Neste ano, a região consolidou-se como a segunda que mais recebeu remédios distribuídos pelo atacado farmacêutico, atrás apenas do Sudeste.

Segundo pesquisa da IMS Health divulgada pela Abafarma - Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico, do total de unidades vendidas para as farmácias em 2010, 17,36% foram repassados para estabelecimentos nordestinos. O percentual corresponde a um movimento de cerca de R$ 5,2 bilhões. "Foi a única região que elevou sua participação nos últimos dois anos. O crescimento do PIB acima da média nacional e o aumento da renda refletiram em mais consumo e uma maior demanda do varejo", aponta Luiz Fernando Buainain, presidente da Abafarma.

Mais de 54,14% dos medicamentos tiveram as farmácias do Sudeste como destino. Em 2009, este índice era de 54,67%. O Sul é o terceiro colocado com 16,89%, seguido pelo Centro-Oeste (7,02%) e Norte (4,59%). Foram levados a todo o país aproximadamente 2 bilhões de unidades de remédios - em torno de R$ 30 bi.

"Os indicadores são termômetros dos numerosos desafios e da eficiência da distribuição farmacêutica no Brasil. A atividade atacadista no país é um verdadeiro desafio. Abastecer as quase 60 mil farmácias no Brasil exige planejamento e uma infraestrutura em logística muito consolidada", argumenta Buainain.

Sobre a Abafarma

Fundada em 1986, a entidade reúne as 23 maiores distribuidoras de medicamentos e HPC (Higiene, Perfumaria e Cosméticos) do Brasil, responsáveis por 80% do PIB do setor e com faturamento mensal médio de R$ 1,5 milhão. Atualmente, as associadas à Abafarma atendem 63 mil farmácias, hospitais e clínicas e geram 28 mil empregos diretos e indiretos.



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Luiz Fernando Buainain: "Indicadores são termômetros da eficiência da distribuição farmacêutica no País"

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