Nota de C&T:
Nota referente à matéria publicada abaixo deste quadro: "Consumo de antibióticos em ambulatório reduziu entre 2007 e 2010 (em Portugal)".
Após alerta da OMS para o grande problema já existente com a resistência bacteriana, Portugal publica dados interessantes sobre sua redução no uso de antibióticos sem prejuízo àquela nação, feito conquistado apenas com campanhas educativas que visam o uso racional desses medicamentos. Outro ponto interessante são as próprias farmácias participando ativamente deste processo.
No Brasil ocorre ao contrário, enquanto a ANVISA publicou a RDC 44/10 que aumenta o controle na venda destes produtos com obrigatoriedade da prescrição médica, instituições que defendem apenas os interesses comerciais de Indústrias, Distribuidores e Farmácias, incentivam a venda destes produtos de forma indiscriminada, basta o fato de Indústrias Farmacêuticas financiarem verbas que se destinam a pagamentos de comissões para balconistas que trocam marcas, substitui substâncias e indicam (prescrevem) medicamentos de forma criminosa. Sabemos que pela educação e respeito à vida, no mercado brasileiro o uso de antibióticos de forma racional vai demorar muito, portanto é preciso lei dura e fiscalização ostensiva.
Diga não a automedicação e a troca de marcas sem consentimento do seu médico para qualquer medicamento independente da classe terapêutica.
Nota postada por Teófilo Fernandes.
Consumo de antibióticos em ambulatório reduziu entre 2007 e 2010
11/04/2011 - 09:56
De acordo com a análise do CEFAR (Centro de Estudos e Avaliação em Saúde) da Associação Nacional das Farmácias (ANF) realizada para o Dia Mundial da Saúde (este ano dedicado aos antibióticos), o consumo de antibióticos em DDD (Dose Diária Definida) por 1.000 habitantes / dia em ambulatório em Portugal apresenta uma tendência de redução para -1,5 por cento), entre 2007 e 2010, tendo descido para 22,73 DDD / 1.000 hab. /dia em 2010, avança o portal Sapo Saúde.
Embora essa redução não se verifique no grupo terapêutico das Penicilinas (de maior consumo), a redução global é conseguida em particular nos grupos terapêuticos que incluem os Macrólidos, Cefalosporinas e Tetraciclinas, ou seja, grupos terapêuticos que não constituem a primeira linha de terapêutica para as infecções bacterianas mais comuns em ambulatório, reflectindo assim uma tendência na utilização mais racional dos antibióticos.
O problema das resistências e a sensibilização da população para o uso racional dos antibióticos
Inúmeros estudos epidemiológicos têm demonstrado que a utilização inadequada dos antibióticos aumenta o risco de resistências bacterianas, com impacto não apenas nas complicações e mortalidade mas também no incremento dos encargos para o SNS e nos outros custos associados à prestação de cuidados de saúde, pelo que a implementação de estratégias multidisciplinares para o uso adequado e racional dos antibióticos é crucial para minorar o grave problema de saúde pública resultante do aumento das resistências bacterianas. Esta situação suscita particular preocupação porque a disponibilização de novos antibióticos não acompanha o ritmo de escalada das novas resistências emergentes.
A tendência de redução do consumo em Portugal pode estar relacionada com campanhas e acções educativas desenvolvidas no nosso País nos últimos anos, quer pelas entidades em saúde, quer pelas próprias Farmácias, com vista a sensibilizar os profissionais de saúde e utentes das Farmácias, para uma utilização mais racional dos antibióticos que constituem um poderoso arsenal terapêutico mas que deve ser reservado para situações clínicas de infecção bacteriana, por forma a minimizar os riscos crescentes de resistências bacterianas.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/medicamentos/consumo-de-antibioticos-em-ambulatorio-reduziu-entre-2007-e-2010
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