terça-feira, 12 de abril de 2011

Movimento médico 07 de abril é justo, mas a realidade está clara? De quem é a culpa?

Nota de C&T:
Esta nota se refere à matéria republicada na íntegra abaixo deste quadro: "Movimento médico se prepara para novos desdobramentos"
Este movimento (7 de abril), assim como outros, foi absolutamente justo. Ninguém duvida que planos de saúde, inclusive as cooperativas de profissionais médicos, abusam de seus profissionais cooperados ou credenciados. O consumidor é quem paga a maior parte, pois regularmente seus planos são reajustados e nem sempre recebem pelo menos o atendimento que precisa, imaginem o respeito que merecem.
O que ainda me deixa preocupado com o resultado desses movimentos, é como tais objetivos alcançados não atingirão ainda mais o consumidor. A crítica dos médicos foco está sendo: honorários e interferência na autonomia dos profissionais. Até aí nada mais justo. O que os médicos avaliaram para brindar o consumidor de sofre novos reajustes mais massacrantes e planos iniciais cada vez mais altos?
Será que o movimento tem conhecimento de alguns dos inúmeros fatos que vão além da defasagem dos honorários e a interferência na autonomia dos profissionais? Ex: Diretoria de Cooperativa ganhando altos salários + benefícios diversos sem interferir em suas atividades diárias de médicos e empresários da saúde, patrocínios de marketing milionários, pagamentos milionários por materiais que embutem comissões altíssimas para médicos que exigirem determinados fornecedores (tem médicos recebendo comissões de até 40% em OPME), pagamento de fortunas por medicamentos de referências porque o prescritor (parceiro da Indústria Farmacêutica) não aceita o genérico nem o similar - mesmo se tratando de produtos registrados e aprovados pelo Ministério da Saúde, número excedente e desnecessário de exames de diagnósticos complementares para beneficiar determinados laboratórios de análise e imagens, entre outros desvios de conduta e gestão que seria necessário escrever inúmeras páginas.
O movimento deve continuar, mas os desvios não devem ser empurrados para debaixo do tapete, caracterizando proteção individual (telhado de vidro) e corporativismo.
O maior problema de nosso país é a covardia e a falta de atitude. As afirmativas acima representam uma manifestação pessoal de quem está postando esta nota. Pode ser que eu esteja equivocado, porém é preciso alguém me provar em contrário.
Nota postada por Teófilo Fernandes

Movimento médico se prepara para novos desdobramentos
12/04/2011
Por CFM

Tibiriçá propôs visitas aos hospitais públicos para constatar a situação da oferta da assistência sob a ótica dos direitos humanos
"Atingimos nosso objetivo com o protesto de 7 de abril. O alerta foi dado às operadoras de planos de saúde e à sociedade com relação aos problemas percebidos pela categoria médica. De agora em diante, esperamos que seja feita uma negociação real pelas empresas para acabar com a defasagem dos honorários e a interferência na autonomia dos profissionais". Essa foi a avaliação do coordenador da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu), Aloísio Tibiriçá Miranda, sobre o dia de mobilização dos médicos contra os planos de saúde. 

Ele acompanhou a movimentação nos estados a partir de Brasília e recebeu, ao longo do dia, informes de várias entidades regionais. "Houve grande adesão em todos os estados. Recebemos relatos de que quantidade significativa de médicos participou do protesto e suspendeu suas atividades. No entanto, sem causar prejuízos para o usuário dos planos de saúde", lembrou o coordenador, que também é vice-presidente do CFM. De acordo com Tibiriçá, os procedimentos desmarcados serão reagendados e os casos de urgência e emergência foram atendidos.

Em 30 dias os líderes do movimento de 7 de abril se reunirão para reavaliar o andamento das negociações com os representantes dos planos de saúde. Este trabalho será conduzido pelas entidades médicas em nível regional. Paralelamente, algumas outras iniciativas acontecerão na esfera política. Já está prevista a realização de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o tema e encontrar uma solução. Contudo, os parlamentares responsáveis pela solicitação não descartam o pedido de abertura de CPI para apurar supostas irregularidades na saúde suplementar.

No Senado - Pela manhã, a Paralisação dos Médicos chegou também ao Congresso Nacional. A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal promoveram audiência pública especial em torno das reivindicações dos médicos. Sensibilizado pelo apelo dos profissionais, o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente do grupo, anunciou a criação de uma subcomissão de saúde dentro da Comissão. "Esta mobilização dos médicos é um grito do povo brasileiro em relação à saúde", ressaltou o parlamentar.

O coordenador do movimento, Aloísio Tibiriçá Miranda, que participou da audiência, propôs aos senadores a montagem de uma agenda comum, inclusive com visitas aos hospitais públicos para constatar a situação da oferta da assistência sob a ótica dos direitos humanos. Paulo Paim transformou o pedido em ato normativo diante do 3º vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes, e do conselheiro suplente de Alagoas, Alceu Pimentel, que também compareceram no Senado.

Durante a audiência, o senador Paulo Davim (PV-RN) defendeu a paralisação dos médicos por acreditar que o trabalho com a vida é um "direito sacrossanto". Por outro lado, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) enfatizou que o Congresso Nacional já tem o diagnóstico da calamidade da saúde só falta ação. "É um sistema perverso que maltrata o médico".

Outro parlamentar que saiu em defesa da causa médica foi o sergipano Eduardo Amorim (PSC-SE). Para ele é uma perversidade que os planos de saúde sejam reajustados regularmente sem que os valores pagos aos médicos também o sejam. "Os médicos ainda recebem por uma tabela da década de 90 e muitos convênios se aproveitam disso. Assistimos o reajuste ser somente para o usuário. É justa a reivindicação da categoria médica", apontou
Fonte: http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=77339

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