sexta-feira, 8 de abril de 2011

Empresa Nordestina se estabelece nos Estados Unidos.

HEBRON FARMACÊUTICA CHEGA AOS ESTADOS UNIDOS
A luta dos últimos cinco anos do presidente da Hebron Farmacêutica, Josimar Henrique da Silva, está prestes a ter um final feliz. No segundo semestre deste ano, as farmácias e supermercados dos Estados Unidos estarão recebendo o probiótico Florax, para tratar distúrbios intestinais, que responde por 25% das vendas da companhia. Será o primeiro produto da Hebron a ser vendido no competitivo mercado americano. De olho no segmento de medicamentos fitoterápicos e biológicos, a Hebron USA terá sede na Flórida, mas o núcleo operacional funcionará a partir de Cleveland, Ohio, estado conhecido por oferecer bons subsídios para companhias. A expectativa é comercializar 50 mil unidades de medicamentos nesses segmentos, que nos Estados Unidos costumam ser bem aceitos. Dá para entender o interesse do laboratório brasileiro. O faturamento da indústria farmacêutica nacional, somando os medicamentos vendidos sem receita e os que necessitam de prescrição, totaliza US$ 15 bilhões (R$ 24,17 bilhões). Nos Estados Unidos, apenas o nicho conhecido pela sigla OTC (overthe- counter ou medicamentos de balcão) apresenta faturamento de US$ 27 bilhões. Diferentemente do que ocorre no Brasil e na Europa, nos Estados Unidos os fitoterápicos não são considerados medicamentos e são enquadrados na categoria alimentos. E o tempo médio de aprovação pelo órgão de regulamentação (FDA) para o produto ingressar no mercado é de três meses. “O potencial de crescimento é gigantesco se formos bem-sucedidos na nossa estratégia de venda”, afirma o presidente da Hebron. Ele lembra, porém, que suas expectativas iniciais são modestas e “pé no chão”. Segundo afirma, a previsão inicial é pequena porque vai ser a porta de entrada para exploração de um mercado diferente. “Esperamos vender até 5% do nosso faturamento em dois anos. Só depois, poderemos fazer uma avaliação dos resultados.” O processo de internacionalização da Hebron começou há sete anos, quando a empresa escolheu o mercado peruano para comercializar seus produtos, uma vez que o país integra o Pacto Andino (Peru, Venezuela, Colômbia e Equador), o que permite que o registro sanitário dos integrantes seja válido entre eles. Hoje, a farmacêutica atua também no mercado chileno, e espera aprovação do governo mexicano para o registro do Prostokos, nome do misoprostol, que induz o parto natural, para ser usado no programa de assistência à mulher do Ministério da Saúde mexicano. A expansão inclui a Venezuela e países da América Central e, na África, as vendas começam por Moçambique, onde a empresa mantém parceria com um laboratório local e o Prostokos já possui registro. Em julho, técnicos do órgão sanitário da Colômbia, devem visitar a Hebron para dar início ao registro de medicamentos e ingressar no mercado daquele país por meio de contrato com um laboratório local que também deve distribuir, em 2012, a linha fototerápica da companhia no Equador.

Aumento das exportações

Em 2010, o Brasil exportou o equivalente a US$ 1,1 bilhão em produtos farmacêuticos e insumos, ante US$ 944 milhões em 2009. Segundo Serafim Branco Neto, presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), esse valor, embora pequeno, é significativo. “Nos últimos dez anos, as exportações de produtos farmacêuticos cresceram 486%”, afirmou. Branco Neto credita esse aumento a uma política deliberada de busca do mercado externo. No caso dos Estados Unidos, os maiores entraves para a exportação são o controle regulatório.

Companhia brasileira iniciou o processo de internacionalização pela América do Sul; hoje vende também para a América Central e espera aprovação para participar de programa de saúde da mulher do governo mexicano.

■ BRASIL US$15bi

Faturamento da indústria farmacêutica nacional

■ HEBRON R$ 120mi

Em 2010, receita da empresa pernambucana chegou a

■ EXPORTAÇÃO US$ 1,1bi

Valor de produtos e insumos farmacêuticos exportados

PLANOS PARA O FUTURO

Fitoterápicos para programa da Saúde.

A Hebron tem dois produtos licenciados para o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que visa à distribuição de fitoterápicos no SUS, a pedido dos municípios.

Outros seis aguardam aprovação do Ministério da Saúde.

Projeto é de segunda fábrica em Macaé.

Como parte do projeto da Secretaria de Indústria e Comércio de Macaé (RJ), a Hebron está em negociações para abrir uma unidade de produtos biológicos no município. Seria a segunda fábrica da empresa, a primeira fora de Pernambuco

MERCADO INTERNO

Ampliação da fábrica em Caruaru deve triplicar produção de medicamentos.

Com um faturamento de R$ 120 milhões em 2010, a Hebron Farmacêutica tem grandes planos para os próximos anos. Além de investir na exportação de seus mais de cem medicamentos fitoterápicos e biológicos, a empresa aposta na ampliação de vendas no mercado brasileiro. “Depois de 21 anos, fizemos uma reestruturação na área industrial destinada a triplicar a capacidade de produção”, afirma seu presidente, Josimar Henrique Silva. Segundo ele, foi um investimento de R$ 45 milhões, aplicado na ampliação da fábrica de Caruaru e construção de novos prédios. Prevê-se para agosto a inauguração do complexo que vai totalizar 7 mil metros quadrados de área construída. Com isso, a perspectiva da companhia é faturar R$ 150 milhões em 2011, valor que Josimar pretende alcançar com lançamento de produtos e novos espaços de mercado. Estabelecida a princípio no Nordeste, a Hebron expandiu-se com o passar do tempo para os mercados mais promissores do Sudeste, a começar pelo Rio de Janeiro e depois São Paulo, e a partir de julho completando o seu quadro de vendas no Sul. Assim, a empresa espera comercializar os cerca de 5 milhões de unidades de medicamentos que serão fabricadas no novo complexo. A Hebron soma 20 pedidos de patentes depositados e aproximadamente 80% da receita da companhia é gerada por produtos de desenvolvimento próprio. Seus trabalhos são realizados em parceria com universidades e agora com um núcleo de pesquisa interna próprio, também estabelecido em

Pernambuco. No total, a empresa possui 775 funcionários, dos quais a metade se dedica à promoção de vendas a distribuidoras e médicos. “Queremos mais cem pessoas para completar o quadro de atividades de promoção esse ano”, avisa Josimar. “Com isso, esperamos sedimentar a nossa participação no Brasil.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário