A Fundação Ford e a legalização do aborto
Jornal do Brasil.
Cotidiano
Publicado em 23/04/2011 pelo(a) Wiki Repórter anselmomelo, Limeira - SP
O que realmente esta por trás da discussão sobre a legalização do aborto e os motivos que estão levando poderosos como o bispo Macedo da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) também a defendê-lo: US$!
O professor Hermes Rodrigues Nery, é Secretário Geral da Executiva Nacional do Movimento Brasil Sem Aborto; onde coordena a Comissão em "Defesa da Vida" e o “Movimento Legislação e Vida”. Na entrevista abaixo, ele afirma e aponta os interesses econômicos e políticos dos que querem a legalização do aborto no Brasil.
1) Como o senhor está vendo o debate sobre a legalização do aborto no Brasil?
Hermes: Numa sociedade democrática pluralista como a nossa, o debate é sempre bem-vindo. Saímos enriquecidos com o debate, na medida em que conhecemos melhor a situação, onde podemos nos posicionar a partir de premissas e critérios que levem em conta o real interesse público e o bem de cada pessoa humana. Nesse sentido, em relação à discussão sobre o aborto, penso que a questão decisiva, é saber a quem interessa o aborto, quem financia, quem lucra com a sua legalização e principalmente, quais são os interesses que estão por trás, impondo essa agenda de discussão no atual momento.
2) O Ministro José Gomes Temporão, afirma que o aborto é uma questão de saúde pública, pois as mulheres pobres não têm como recorrer ao aborto seguro, sendo vítimas assim das condições precárias em decorrência da clandestinidade. E então, o que fazer?
Hermes: Esse argumento utilizado para defender a legalização é reducionista, eivado de retórica. A legalização do aborto é uma falsa solução para os problemas de saúde pública, pois não irá solucionar as altas filas nos hospitais; a carência de leitos e medicamentos; a dificuldade da população pobre em marcar consultas; etc... A solução para a gravidez indesejada, proposta pelo Ministro da Saúde, não representa nenhum benefício para a mulher, pelo contrário, os especialistas honestos, sabem que o aborto acarreta sérias conseqüências negativas (físicas e psicológicas), como por exemplo, a síndrome pós-aborto, gerando mulheres deprimidas, inclusive com tendências ao suicídio. Sendo assim, o aborto ao invés de resolver um problema, cria outros mais graves. Por isso, a solução adequada passa pela educação.
Se hoje não temos vagas nos hospitais, para o atendimento de cirurgias de emergências; pacientes vítimas da violência urbana ou problemas cardíacos, será mesmo possível atender de forma adequada as mulheres que querem abortar com segurança? Em caso de legalização, as mulheres que recorrerão ao aborto continuarão sendo as que têm poder aquisitivo, principalmente as de classe média. As mulheres pobres continuarão sem acesso aos atendimentos básicos de saúde e vítimas da precariedade do sistema de saúde, que não dá conta das demandas existentes. Na realidade, os que querem legalizar o aborto tem outros interesses, nada humanitários. O discurso sentimentalista é demagógico e perverso, porque oculta outras intenções.
3) Então, que interesses estão em jogo?
Hermes: Interesses especialmente por razões econômicas, políticas e demográficas. É evidente que o anti-natalismo faz parte de uma estratégia de controle social pelos poderosos do mundo, que visam manter os altos padrões de vida concentrados nas mãos de uns poucos bilionários, marginalizando a maioria em condições degradantes de vida, sob todos os aspectos. A pressão para a legalização do aborto faz parte dessa estratégia e existe por causa de ações com origem fora do Brasil, que visam lucrar com a prática do aborto, seja com a venda de tecidos fetais humanos para pesquisadores de empresas biotecnológicas, que desde 2005 (com a aprovação da Lei de Biossegurança), têm grande interesse no mercado de embriões humanos; ou ainda beneficiando os que estão patenteando genes humanos com objetivos inclusive eugênicos. Os titulares das patentes mantém exclusividade na exploração comercial, e a legislação existente nesta área ainda é muito frágil, o que favorece a formação dos monopólios estrangeiros. Na área genética, a participação dos titulares brasileiros nos depósitos totais realizados em nosso País no período de 1998 a 2000 foi inferior a 3%. Ganham, portanto, os de fora. Por isso, as Fundações investem tanto e lucram enormemente.
4) O senhor poderia detalhar melhor que tipos de investimentos são feitos por estas corporações interessadas na legalização do aborto?
Hermes: Diversos são os interesses, como bem apontou o Prof. Humberto Vieira, da Pontifícia Academia para a Vida, seguramente a maior liderança católica em defesa da vida no Brasil. Primeiramente, como já dissemos, os interessados em transplantes de tecidos vivos defendem a legalização do aborto para experiências científicas com seres humanos vivos. Na Inglaterra, por exemplo, já se aprovou uma lei permitindo experiências com seres humanos até o décimo quarto dia após a fecundação.
No Congresso dos Estados Unidos, há um projeto de lei que pretende criar um banco de tecidos humanos de fetos abortados. Na Rússia, a venda de bebês abortados para tratamento de beleza e rejuvenescimento custa até 20 mil dólares. Há também os defensores da inseminação artificial que defendem a legalização do aborto. Pois, para cada sucesso de uma inseminação fora do útero, vários embriões são descartados, portanto, sacrificados. Segundo os cientistas, no estágio atual dos estudos, apenas 5% a 10% dos embriões fertilizados artificialmente são aproveitados, isto é, têm condições de nascer, os demais não são bem sucedidos, onde são sacrificados e encaminhados para experiências em laboratórios.
Por outro lado, a legalização do aborto viria a resolver o problema da “redução embrionária”, a questão da seleção de embriões. Há também os fabricantes de produtos utilizados nos métodos artificiais de planejamento familiar: contraceptivos e abortivos, que apóiam a política anti-natalista. Laboratórios farmacêuticos (pílulas injetáveis, etc.), fabricantes de DIU, de camisinha, etc...
Recentemente a produção de pílulas abortivas, como a RU-486, a “pílula do dia seguinte” e outros artefatos igualmente abortivos tentam mudar a prática do aborto cirúrgico substituindo-o pelo aborto químico ou mecânico. Esses produtos provocam o aborto “sem sofrimento” (para a mãe), e constituem os abortos no silêncio ou abortos piedosos. E ainda há os fabricantes de cosméticos e sabonetes, que se utilizam de fetos abortados como matéria-prima para seus produtos, conforme contam Michael Litchfield e Susan Kenatish, no livro “Bebês para Queimar – a Indústria do Aborto na Inglaterra”.
5) Quais são estas instituições promotoras do aborto no Brasil?
Hermes: Os organismos que estão trabalhando internacionalmente pela aprovação do aborto são as fundações (que planejam e financiam as ações) e as organizações não governamentais (que as executam) e que promovem tudo isso com enormes somas de dinheiro, como: a "Ford, a Rockefeller, a MacArthur, a Buffet" (entre as fundações), e a "International Planned Parenthood Federation (IPPF)" (que tem filiais em quase 150 países), a "Rede Feminista de Direitos Sexuais e Reprodutivos, as Católicas pelo Direito de Decidir" (que não são católicas, mas usam o nome para confundir principalmente os católicos), a "Sociedade de Bem-Estar Familiar no Brasil (Benfam) e a International Pregnancy Advisory Services (IPAS)", entre as "ONGs pró-aborto".
A filial norte-americana da IPPF, por exemplo, detém uma rede que abarca 20% de todas as clínicas abortistas dos Estados Unidos. Segundo a fundadora das Católicas pelo Direito de Decidir, Frances Kissling, a IPPF só trabalhou na propaganda pela legalização da prática do aborto nos EUA, mas não queria entrar diretamente no negócio das clínicas, “para não ser estigmatizadas” pelo público.
Mas, numa longa entrevista tornada pública, ela mesma conta que as Fundações que financiam as atividades da IPPF, obrigaram-na a entrar diretamente na estruturação e gerência da própria prática do aborto, tornando-se hoje a maior promotora de abortos na América e no mundo”. Veja bem! As Fundações usam as ONGs para seus fins utilitaristas, da forma mais pragmática. O argumento, portanto, dos direitos reprodutivos não passa de retórica, que seduz os desinformados (entre eles, os políticos), em prejuízo de muitos, especialmente as mulheres pobres, que são as mais vitimadas por essa lógica inumana.
6) O senhor poderia nos dar algum exemplo, em termos de valores desses financiamentos, com as respectivas fontes?
Hermes: Tomemos, por exemplo, a Ong “Católicas pelo Direito de Decidir”. Essa organização é uma das mais ferrenhas defensoras da legalização do aborto, tendo estado presente na audiência pública da CSSF, em Brasília/DF, onde mais do que a legalização, defende o direito ao aborto, atuando para transformá-lo, num futuro próximo, em direito humano reconhecido pela ONU. Os mais de 99% de seu orçamento para promover a difusão e a legalização do aborto não provém de brasileiros, mas de doações de instituições estrangeiras.
Os relatórios anuais da Fundação Ford, uma das principais financiadoras mundiais pela legalização do aborto, mostram que praticamente todos os anos foram feitas doações da ordem de diversas centenas de milhares de dólares à sede central das Católicas pelo Direito de Decidir, em Washington e às suas filiais nos países da América Latina.
As doações à regional brasileira nunca são inferiores a US$ 100 mil dólares ao ano. Em 2003, a sucursal brasileira das Católicas pelo Direito de Decidir, recebeu da Fundação Ford, apenas para o trabalho de um ano, sem mencionar o montante recebido de outras fundações, um total de US$ 430 mil dólares. As Católicas pelo Direito de Decidir foram fundadas em 1993 no Brasil, graças ao apoio financeiro da Fundação MacArthur, que durante os anos 90, investiu US$ 36 milhões de dólares, na implantação do aborto no Brasil, não incluindo outros programas similares que estavam sendo desenvolvidas pela mesma Fundação no México, na Índia e na Nigéria. Uma outra organização, o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFÊMEA), faz o “lobby” no Congresso Nacional, para a legalização do aborto. E essa organização recebe centenas de milhares de US$ dólares, dessas fundações e instituições da ONU.
7) Que outros exemplos poderia mencionar do financiamento destas corporações internacionais para pesquisa e difusão do aborto no Brasil?
Hermes: As fundações internacionais, como as que mencionamos, há décadas traçam as estratégias e financiam os trabalhos que serão realizados pelas organizações locais; as únicas que terão alguma visibilidade para um reduzido público. Para a grande maioria do povo, nem mesmo estas organizações aparecem, apesar de serem contadas em várias centenas no Brasil e em muitos milhares no estrangeiro, e estarem espalhadas por todo o globo em uma rede estrategicamente coesa, coordenada pelo financiamento das grandes Fundações.
Só para se ter uma idéia, uma única pesquisa intitulada “Questões da Anticoncepção e do Aborto”: um estudo comparado Brasil e Espanha, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, recebeu um auxílio-bolsa de iniciação científica no valor de R$ 1.529.436,00, em 2004. Conforme reportagem do “The New York Times”, em 2 de fevereiro desse ano, o orçamento anual das Católicas pelo Direito de Decidir (apenas da seção norte-americana) é de US$ 3 milhões de dólares, amplamente financiado por Fundações bem conhecidas, entre as quais estão a "Fundação Ford". Conclusão: É muito dinheiro em jogo, e ninguém investe tanta soma de recursos sem retorno.
O professor Hermes Rodrigues Nery, é Secretário Geral da Executiva Nacional do Movimento Brasil Sem Aborto; onde coordena a Comissão em "Defesa da Vida" e o “Movimento Legislação e Vida”. Na entrevista abaixo, ele afirma e aponta os interesses econômicos e políticos dos que querem a legalização do aborto no Brasil.
1) Como o senhor está vendo o debate sobre a legalização do aborto no Brasil?
Hermes: Numa sociedade democrática pluralista como a nossa, o debate é sempre bem-vindo. Saímos enriquecidos com o debate, na medida em que conhecemos melhor a situação, onde podemos nos posicionar a partir de premissas e critérios que levem em conta o real interesse público e o bem de cada pessoa humana. Nesse sentido, em relação à discussão sobre o aborto, penso que a questão decisiva, é saber a quem interessa o aborto, quem financia, quem lucra com a sua legalização e principalmente, quais são os interesses que estão por trás, impondo essa agenda de discussão no atual momento.
2) O Ministro José Gomes Temporão, afirma que o aborto é uma questão de saúde pública, pois as mulheres pobres não têm como recorrer ao aborto seguro, sendo vítimas assim das condições precárias em decorrência da clandestinidade. E então, o que fazer?
Hermes: Esse argumento utilizado para defender a legalização é reducionista, eivado de retórica. A legalização do aborto é uma falsa solução para os problemas de saúde pública, pois não irá solucionar as altas filas nos hospitais; a carência de leitos e medicamentos; a dificuldade da população pobre em marcar consultas; etc... A solução para a gravidez indesejada, proposta pelo Ministro da Saúde, não representa nenhum benefício para a mulher, pelo contrário, os especialistas honestos, sabem que o aborto acarreta sérias conseqüências negativas (físicas e psicológicas), como por exemplo, a síndrome pós-aborto, gerando mulheres deprimidas, inclusive com tendências ao suicídio. Sendo assim, o aborto ao invés de resolver um problema, cria outros mais graves. Por isso, a solução adequada passa pela educação.
Se hoje não temos vagas nos hospitais, para o atendimento de cirurgias de emergências; pacientes vítimas da violência urbana ou problemas cardíacos, será mesmo possível atender de forma adequada as mulheres que querem abortar com segurança? Em caso de legalização, as mulheres que recorrerão ao aborto continuarão sendo as que têm poder aquisitivo, principalmente as de classe média. As mulheres pobres continuarão sem acesso aos atendimentos básicos de saúde e vítimas da precariedade do sistema de saúde, que não dá conta das demandas existentes. Na realidade, os que querem legalizar o aborto tem outros interesses, nada humanitários. O discurso sentimentalista é demagógico e perverso, porque oculta outras intenções.
3) Então, que interesses estão em jogo?
Hermes: Interesses especialmente por razões econômicas, políticas e demográficas. É evidente que o anti-natalismo faz parte de uma estratégia de controle social pelos poderosos do mundo, que visam manter os altos padrões de vida concentrados nas mãos de uns poucos bilionários, marginalizando a maioria em condições degradantes de vida, sob todos os aspectos. A pressão para a legalização do aborto faz parte dessa estratégia e existe por causa de ações com origem fora do Brasil, que visam lucrar com a prática do aborto, seja com a venda de tecidos fetais humanos para pesquisadores de empresas biotecnológicas, que desde 2005 (com a aprovação da Lei de Biossegurança), têm grande interesse no mercado de embriões humanos; ou ainda beneficiando os que estão patenteando genes humanos com objetivos inclusive eugênicos. Os titulares das patentes mantém exclusividade na exploração comercial, e a legislação existente nesta área ainda é muito frágil, o que favorece a formação dos monopólios estrangeiros. Na área genética, a participação dos titulares brasileiros nos depósitos totais realizados em nosso País no período de 1998 a 2000 foi inferior a 3%. Ganham, portanto, os de fora. Por isso, as Fundações investem tanto e lucram enormemente.
4) O senhor poderia detalhar melhor que tipos de investimentos são feitos por estas corporações interessadas na legalização do aborto?
Hermes: Diversos são os interesses, como bem apontou o Prof. Humberto Vieira, da Pontifícia Academia para a Vida, seguramente a maior liderança católica em defesa da vida no Brasil. Primeiramente, como já dissemos, os interessados em transplantes de tecidos vivos defendem a legalização do aborto para experiências científicas com seres humanos vivos. Na Inglaterra, por exemplo, já se aprovou uma lei permitindo experiências com seres humanos até o décimo quarto dia após a fecundação.
No Congresso dos Estados Unidos, há um projeto de lei que pretende criar um banco de tecidos humanos de fetos abortados. Na Rússia, a venda de bebês abortados para tratamento de beleza e rejuvenescimento custa até 20 mil dólares. Há também os defensores da inseminação artificial que defendem a legalização do aborto. Pois, para cada sucesso de uma inseminação fora do útero, vários embriões são descartados, portanto, sacrificados. Segundo os cientistas, no estágio atual dos estudos, apenas 5% a 10% dos embriões fertilizados artificialmente são aproveitados, isto é, têm condições de nascer, os demais não são bem sucedidos, onde são sacrificados e encaminhados para experiências em laboratórios.
Por outro lado, a legalização do aborto viria a resolver o problema da “redução embrionária”, a questão da seleção de embriões. Há também os fabricantes de produtos utilizados nos métodos artificiais de planejamento familiar: contraceptivos e abortivos, que apóiam a política anti-natalista. Laboratórios farmacêuticos (pílulas injetáveis, etc.), fabricantes de DIU, de camisinha, etc...
Recentemente a produção de pílulas abortivas, como a RU-486, a “pílula do dia seguinte” e outros artefatos igualmente abortivos tentam mudar a prática do aborto cirúrgico substituindo-o pelo aborto químico ou mecânico. Esses produtos provocam o aborto “sem sofrimento” (para a mãe), e constituem os abortos no silêncio ou abortos piedosos. E ainda há os fabricantes de cosméticos e sabonetes, que se utilizam de fetos abortados como matéria-prima para seus produtos, conforme contam Michael Litchfield e Susan Kenatish, no livro “Bebês para Queimar – a Indústria do Aborto na Inglaterra”.
5) Quais são estas instituições promotoras do aborto no Brasil?
Hermes: Os organismos que estão trabalhando internacionalmente pela aprovação do aborto são as fundações (que planejam e financiam as ações) e as organizações não governamentais (que as executam) e que promovem tudo isso com enormes somas de dinheiro, como: a "Ford, a Rockefeller, a MacArthur, a Buffet" (entre as fundações), e a "International Planned Parenthood Federation (IPPF)" (que tem filiais em quase 150 países), a "Rede Feminista de Direitos Sexuais e Reprodutivos, as Católicas pelo Direito de Decidir" (que não são católicas, mas usam o nome para confundir principalmente os católicos), a "Sociedade de Bem-Estar Familiar no Brasil (Benfam) e a International Pregnancy Advisory Services (IPAS)", entre as "ONGs pró-aborto".
A filial norte-americana da IPPF, por exemplo, detém uma rede que abarca 20% de todas as clínicas abortistas dos Estados Unidos. Segundo a fundadora das Católicas pelo Direito de Decidir, Frances Kissling, a IPPF só trabalhou na propaganda pela legalização da prática do aborto nos EUA, mas não queria entrar diretamente no negócio das clínicas, “para não ser estigmatizadas” pelo público.
Mas, numa longa entrevista tornada pública, ela mesma conta que as Fundações que financiam as atividades da IPPF, obrigaram-na a entrar diretamente na estruturação e gerência da própria prática do aborto, tornando-se hoje a maior promotora de abortos na América e no mundo”. Veja bem! As Fundações usam as ONGs para seus fins utilitaristas, da forma mais pragmática. O argumento, portanto, dos direitos reprodutivos não passa de retórica, que seduz os desinformados (entre eles, os políticos), em prejuízo de muitos, especialmente as mulheres pobres, que são as mais vitimadas por essa lógica inumana.
6) O senhor poderia nos dar algum exemplo, em termos de valores desses financiamentos, com as respectivas fontes?
Hermes: Tomemos, por exemplo, a Ong “Católicas pelo Direito de Decidir”. Essa organização é uma das mais ferrenhas defensoras da legalização do aborto, tendo estado presente na audiência pública da CSSF, em Brasília/DF, onde mais do que a legalização, defende o direito ao aborto, atuando para transformá-lo, num futuro próximo, em direito humano reconhecido pela ONU. Os mais de 99% de seu orçamento para promover a difusão e a legalização do aborto não provém de brasileiros, mas de doações de instituições estrangeiras.
Os relatórios anuais da Fundação Ford, uma das principais financiadoras mundiais pela legalização do aborto, mostram que praticamente todos os anos foram feitas doações da ordem de diversas centenas de milhares de dólares à sede central das Católicas pelo Direito de Decidir, em Washington e às suas filiais nos países da América Latina.
As doações à regional brasileira nunca são inferiores a US$ 100 mil dólares ao ano. Em 2003, a sucursal brasileira das Católicas pelo Direito de Decidir, recebeu da Fundação Ford, apenas para o trabalho de um ano, sem mencionar o montante recebido de outras fundações, um total de US$ 430 mil dólares. As Católicas pelo Direito de Decidir foram fundadas em 1993 no Brasil, graças ao apoio financeiro da Fundação MacArthur, que durante os anos 90, investiu US$ 36 milhões de dólares, na implantação do aborto no Brasil, não incluindo outros programas similares que estavam sendo desenvolvidas pela mesma Fundação no México, na Índia e na Nigéria. Uma outra organização, o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFÊMEA), faz o “lobby” no Congresso Nacional, para a legalização do aborto. E essa organização recebe centenas de milhares de US$ dólares, dessas fundações e instituições da ONU.
7) Que outros exemplos poderia mencionar do financiamento destas corporações internacionais para pesquisa e difusão do aborto no Brasil?
Hermes: As fundações internacionais, como as que mencionamos, há décadas traçam as estratégias e financiam os trabalhos que serão realizados pelas organizações locais; as únicas que terão alguma visibilidade para um reduzido público. Para a grande maioria do povo, nem mesmo estas organizações aparecem, apesar de serem contadas em várias centenas no Brasil e em muitos milhares no estrangeiro, e estarem espalhadas por todo o globo em uma rede estrategicamente coesa, coordenada pelo financiamento das grandes Fundações.
Só para se ter uma idéia, uma única pesquisa intitulada “Questões da Anticoncepção e do Aborto”: um estudo comparado Brasil e Espanha, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, recebeu um auxílio-bolsa de iniciação científica no valor de R$ 1.529.436,00, em 2004. Conforme reportagem do “The New York Times”, em 2 de fevereiro desse ano, o orçamento anual das Católicas pelo Direito de Decidir (apenas da seção norte-americana) é de US$ 3 milhões de dólares, amplamente financiado por Fundações bem conhecidas, entre as quais estão a "Fundação Ford". Conclusão: É muito dinheiro em jogo, e ninguém investe tanta soma de recursos sem retorno.
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