16/05/2012
- 13:58
O estudo estatístico mundial de 2012 chama a atenção para o aumento das doenças não transmissíveis, como é o caso da diabetes, que atinge um em cada dez adultos em todo o mundo.
Um em cada três adultos em todo o mundo tem pressão alta, uma doença
responsável por metade das mortes por ataque cardíaco, revela um relatório da
Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado esta quarta-feira, avança a
agência Lusa.
O estudo estatístico mundial de 2012 chama a atenção para o aumento das doenças não transmissíveis, como é o caso da diabetes, que atinge um em cada dez adultos em todo o mundo.
“Este relatório é mais uma evidência do aumento dramático das doenças do
coração e outras doenças crónicas, particularmente em países de baixos ou
médios rendimentos”, disse Margaret Chan, directora Geral da OMS, lembrando que
“em alguns países africanos, metade da população tem pressão arterial alta”.
As estatísticas anuais da OMS incluem, pela primeira vez, informação
sobre pressão arterial e níveis de açúcar no sangue discriminados por sexo.
Analisados os dados de 194 países, os investigadores sublinham que o
fácil acesso a diagnósticos e a tratamentos de baixo custo nos países ricos
reduziram “significativamente” a pressão arterial alta entre a população.
Em Portugal, por exemplo, 34,5% dos homens e 24,3% das mulheres com mais
de 25 anos sofre de pressão arterial alta, de acordo com dados de 2010.
Em muitos países africanos, mais de 40% dos adultos têm pressão alta,
revela o relatório que alerta para o facto de grande parte destas pessoas não
ser acompanhada por especialistas.
A diabetes é outra das epidemias avaliadas no relatório, que indica que
10% da população mundial é afectada por esta doença.
Sem tratamento, a diabetes pode levar a doenças cardiovasculares,
cegueira e insuficiência renal. A doença afecta 7,5 % dos homens e 5,7% das
mulheres portuguesas com mais de 25 anos.
O relatório alerta ainda para o aumento da obesidade: “Em todas as
regiões do mundo, a obesidade duplicou entre 1980 e 2008”, disse Ties Boerma,
director do departamento de estatísticas de saúde da OMS, indicando que hoje
500 milhões de pessoas são consideradas obesas", ou seja, 12% da população
mundial.
A América é o continente com mais gordos (26% dos adultos), ao contrário
dos asiáticos, que surgem no final da tabela.
Em todo o mundo, as mulheres têm mais tendência para ser obesas do que
os homens e, por isso, correm mais riscos de vir a ter diabetes, doenças
cardiovasculares e cancro. Portugal não é excepção: a obesidade atinge 20,4%
dos homens e 22,3% das mulheres com mais de 20 anos.
O relatório indica que as doenças não transmissíveis são actualmente
responsáveis por cerca de dois terços das mortes em todo mundo.
Mas nem tudo são más notícias, o estudo apresenta dados animadores sobre
a mortalidade maternal, que nos últimos 20 anos diminuiu, passando de 540 mil
mortes em 1990 para menos de 290 mil em 2010.
Um terço destas mortes ocorre em apenas dois países: Índia (20%) e
Nigéria (14%). Em Portugal, estima-se que morram oito mulheres por cada cem mil
nascimentos.
Da mesma forma, a mortalidade infantil também tem vindo a diminuir,
passando de números que rondavam os 10 milhões de crianças com menos de cinco
anos mortas em 2000 para 7,6 milhões em 2010. Em Portugal, as estimativas
apontavam para quatro mortes em cada mil crianças.
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