25/05/2012 - 08:09
Um novo estudo de investigadores americanos reafirmou a teoria de que
crianças nascidas por cesariana têm mais possibilidades de sofrer obesidade,
informou esta quinta-feira a revista Archives of Disease in Childhood, avança a
agência EFE, citada pelo portal Terra.
A pesquisa, realizada por especialistas do Hospital da Infância de
Boston (EUA), retoma a discussão sobre a relação entre partos por cesariana e
excesso de peso infantil e desaconselha com esta intervenção sem motivos
estritamente clínicos, segundo a revista, que pertence à publicação British
Medical Journal.
Os investigadores analisaram 1.255 crianças nascidas nesse centro de
saúde entre 1999 e 2002, 284 deles por cesariana, desde as 22 semanas de
gestação até os três anos. Enquanto só 7,5% dos bebés nascidos de parto natural
sofriam obesidade aos três anos, esta percentagem chegava a 15,7% nos casos
onde houve intervenção cirúrgica no parto.
Os autores do estudo atribuem esta relação às diferenças na composição
da flora intestinal entre os nascidos por parto natural ou por cesariana. Neste
último grupo, os investigadores encontraram uma maior incidência de bactérias
"firmicutes" que, segundo outros estudos, estão presentes nos
intestinos de pessoas obesas e são um dos factores que motivam esta doença.
Além disso, foi apontado que os partos por cesariana são mais frequentes
entre as mães com obesidade, o que também poderia favorecer o excesso de peso
dos seus filhos.
Os autores da pesquisa também analisaram outros factores que poderiam
influir na obesidade infantil como a duração do período de lactação ou o tempo
de exposição à televisão, mas nenhum deles apresentou diferenças
significativas.
Por fim, os investigadores destacaram a importância de evitar os partos
por cesariana sem indicações médicas. "As mulheres grávidas que escolhem
um parto cirúrgico quando não haja motivos clínicos para fazê-lo deveriam saber
que seus filhos serão mais propensos a ser obesos", alertaram no estudo.
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