segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Fiocruz vai produzir primeira vacina voltada para a exportação


Fiocruz vai produzir primeira vacina voltada para a exportação
·         Laboratório brasileiro será o segundo do mundo a produzir vacina dupla contra sarampo e rubéola

·         Expectativa é que sejam produzidas 30 milhões de doses por ano para países da África, Ásia e América Latina

O GLOBO, COM AGÊNCIA BRASIL

RIO - Em visita ao Rio na manhã desta segunda-feira para o 9° Encontro Grand Challenges, organizado pela Fundação Bill & Melinda Gates, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a produção da primeira vacina brasileira desenvolvida para exportação. A vacina dupla protege contra sarampo e rubéola e será formulada para países em desenvolvimento, principalmente da África.

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Bio-Manguinhos) será o responsável pela produção da primeira vacina dupla já fabricada no Brasil. Hoje, o laboratório indiano Serum Institute of India é o único no mundo a produzir a vacina contra sarampo e rubéola.

A previsão de Padilha é que a Fiocruz produza 30 milhões de doses por ano, a partir de 2017. Elas serão fornecidas a países em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina. A parceria inclui a construção de uma fábrica de vacinas e medicamentos em Santa Cruz, Zona Oeste da cidade, que custará ao ministério R$ 1,6 bilhão.

— O acordo que acabamos de assinar possibilita ganhar o mercado externo oferecendo o menor preço. Com os nossos investimentos no desenvolvimento da vacina e o investimento da Fundação Gates, seremos capazes de produzir 30 milhões de doses em 2017 — disse Padilha.

A iniciativa é uma parceria do Ministério da Saúde com o Bio-Manguinhos, responsável pela produção das vacinas, e a Fundação Gates, maior organização filantrópica do mundo, que vai contribuir com financiamento de US$ 1,1 milhão para apoiar os testes clínicos. Hoje, cada dose de vacina custa cerca de US$ 0,57. No Brasil, ela será produzida pelo menor preço mundial, US$ 0,54.

Segundo o ministro, embora o Brasil já tenha erradicado a rubéola e o sarampo, a demanda mundial ainda é muito forte.

— Aproximadamente 150 mil pessoas morrem por ano em todo o mundo vítimas do sarampo. Ao produzirmos essa vacina, podemos ocupar o mercado global e depois abrir as portas para outros tipos de vacinas produzidas aqui no Brasil.

Atualmente, o Brasil exporta diferentes tipos de vacinas para 75 países. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 25 tipos de vacinas e 96% delas são produzidas no Brasil. O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, explicou que o novo investimento vai quadruplicar a produção de vacinas no país.

— Vamos elevar nossa capacidade de produção, que hoje é de cerca de 150 milhões de doses por ano de vacinas, para 650 milhões de doses por ano — disse, acrescentando que o fato de a Fiocruz já produzir a tríplice viral MMR (caxumba, sarampo e rubéola) facilitará o desenvolvimento da nova formulação:

— Mas cada formulação é uma nova vacina e apresenta novos desafios. Então é um produto novo que será desenvolvido inteiramente com tecnologia e competência nacional que vai responder uma demanda central do ponto de vista mundial”. A tríplice viral não foi cogitada no acordo, pois a caxumba não é uma doença fatal na maioria dos países que hoje necessitam da vacina dupla contra a rubéola e o sarampo.

Fonte original em: http://oglobo.globo.com/pais/fiocruz-vai-produzir-primeira-vacina-voltada-para-exportacao-10567281#ixzz2j2dlAptj

Nenhum comentário:

Postar um comentário