Recentemente, pesquisadores
da Unicamp descobriram que um remédio para emagrecer pode provocar
síndrome.Agora se descobriu que o mesmo medicamento pode levar à “toxicidade
severa dos órgãos internos, como fígado e rins”.Além disso, o problema é
irreversível e pode ser causado por baixas concentrações da droga.
O
medicamento em questão, indicado para portadores de obesidade, é o orlistat,
presentes em marcas comerciais como Xenical™, Exenical™ e Alli™.
Os resultados, obtidos por
cientistas da Universidade de Rhode Island (EUA), estão no último exemplar da
revista médica Biochemical Pharmacology.
Alerta às autoridades de
saúde
O professor Bingfang Yan,
coordenador do estudo, afirma ter alertado a FDA, o órgão norte-americano
responsável pela aprovação de medicamentos, sobre os resultados que ele
considera alarmantes.
“Como [o medicamento] tem
estado disponível sem contraindicações, tem havido um aumento drástico na
toxicidade entre os pacientes que usam a droga,” disse Yan. “Ela tem sido
associada com falha severa do fígado, falha pancreática aguda e falha renal
aguda.”
Yan explica que o orlistat
opera no trato intestinal, evitando que a gordura seja absorvida pelo corpo.
Tem sido geralmente aceito
que o orlistat permanece no intestino e que o corpo não poderia absorvê-lo.
“Mas, de acordo com as
informações disponíveis, o orlistat é absorvido e, certamente, os órgãos
internos tais como o fígado e os rins estão expostos a essa droga depois da
absorção,” contrapôs Yan.
Efeitos sobre outros
medicamentos
O estudo mostrou que o
medicamento é um inibidor potente da carboxilesterase-2, uma enzima importante
na desintoxicação normal do fígado, rim e do aparelho gastrointestinal.
“Quando a atividade desta
enzima diminui nesses órgãos, ou a toxicidade aumenta, a eficácia de algumas
drogas é alterada,” disse Yan.
Essa enzima é conhecida por
metabolizar uma grande variedade de medicamentos, incluindo aspirina e os
medicamentos contra o câncer irinotecano e pentilo carbamato de p-aminobenzil
carbamato de doxazolidina.
“Este estudo mostra que o
orlistat altera profundamente o potencial terapêutico das drogas anticâncer. No
caso das drogas anticancerígenas, ele diminui sua eficácia,” concluiu Yan.
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