27/12/2012
- 08:42
O médico Paulo Corceiro, 42 anos, é o responsável pelo desenvolvimento, no Hospital Privado de Santarém, de algumas técnicas no tratamento de doenças urológicas que não existem na nossa região ao nível dos hospitais públicos, avança o diário online O Mirante.
O responsável pelo serviço de Urologia do Hospital Privado de Santarém exerceu durante alguns anos no Hospital Distrital de Santarém e refere que nunca teve ao dispor a nova tecnologia que proporciona métodos de tratamento mais eficazes quer de cálculos renais (pedras nos rins), através de cirurgia a laser, quer do cancro da próstata.
A braquiterapia consiste na colocação de implantes radioactivos na próstata que acabam por eliminar as células malignas do cancro sem necessidade de cirurgia. O especialista ressalva que essa terapia só pode ser aplicada em casos de tumores na fase inicial. “Parecem umas sementes de material radioactivo que ficam a fazer radiação local na próstata durante cerca de seis meses. Acabam por debelar o cancro com menos agressividade para o doente e sem as consequências da cirurgia do ponto de vista da sexualidade. E estamos às vezes a falar de doentes na casa dos 50 e dos 60 anos”, explica.
O médico diz que aparecem cada vez mais doentes com idades mais baixas, o que explica um maior índice de detecção precoce do cancro da próstata. “Os homens hoje estão mais susceptíveis a querer saber o que se passa com a próstata, vão à consulta e fazem análises como o PSA que permite detectar cancros em fases muito iniciais, sem que haja queixas urinárias ou outros sintomas”.
O clínico refere que o cancro da próstata, mais vulgar a partir dos 60 anos, não se manifesta logo de início. Por vezes quando surgem sintomas, como a dificuldade em urinar, já está em fase bastante avançada. “O cancro da próstata tem no entanto uma coisa boa. Raramente evolui de uma forma muito rápida. Tem uma fase de latência grande. Mas no caso da braquiterapia a detecção logo na fase inicial é um factor essencial”.
Por isso aconselha a que se façam exames a partir dos 50 anos para quem não tem antecedentes da doença na família, ou a partir dos 45 anos quando haja casos entre os parentes mais chegados. O factor genético e a idade são os únicos sinais de risco por onde a ciência se pode guiar. O médico diz estar provado que quem já teve um caso de cancro da próstata na família mais próxima tem cinco vezes mais probabilidades de o contrair do que um indivíduo que não tem esse histórico familiar. O factor genético leva ainda a que os homens de raça negra tenham mais propensão a padecer da doença, exemplifica.
A cura da doença depende muito da sua detecção precoce. Se for tardia não é possível curá-la, embora nem sempre seja fatal. “O cancro da próstata tem um comportamento muito inesperado. Enquanto num cancro do cólon, do intestino ou do estômago conseguimos prever quase com certeza o que vai acontecer aquele doente dado o estado em que está, no cancro da próstata não há um padrão”.
Um método eficaz mas caro
Estes novos métodos não estão acessíveis na maioria dos hospitais públicos por razões financeiras. Uma braquiterapia no Hospital Privado de Santarém custa 11.500 euros. “Só as sementes radioactivas custam em média 4 mil euros por cada doente. São importadas, essencialmente da Alemanha. É uma tecnologia cara. E nos tempos que correm se há duas formas de tratar o mesmo tumor com igual eficácia é natural que o Estado opte pela menos dispendiosa”.
Por isso, o médico reconhece que é uma felicidade para o paciente que o tumor seja detectado a tempo da braquiterapia e também que tenha um seguro de saúde ou posses que permitam custear o novo método de tratamento.
A braquiterapia, técnica que nasceu há cerca de 10 anos nos Estados Unidos da América, é feita com recurso a anestesia geral, embora não seja uma cirurgia. O doente é algaliado, é colocada uma sonda no recto que permite a monitorização da zona afectada através de imagem, e são colocadas as tais sementes radioactivas na próstata. O procedimento demora entre 45 minutos a uma hora e o doente tem alta no dia seguinte.
O médico Paulo Corceiro, 42 anos, é o responsável pelo desenvolvimento, no Hospital Privado de Santarém, de algumas técnicas no tratamento de doenças urológicas que não existem na nossa região ao nível dos hospitais públicos, avança o diário online O Mirante.
Um novo método de tratamento do cancro da próstata através de
braquiterapia abre perspectivas mais risonhas para quem sofre da doença na sua
fase inicial, pois debela de vez o tumor e garante a manutenção das faculdades
sexuais do paciente, que muitas vezes são afectadas após a cirurgia, que
continua a ser a técnica de tratamento mais comum.
O responsável pelo serviço de Urologia do Hospital Privado de Santarém exerceu durante alguns anos no Hospital Distrital de Santarém e refere que nunca teve ao dispor a nova tecnologia que proporciona métodos de tratamento mais eficazes quer de cálculos renais (pedras nos rins), através de cirurgia a laser, quer do cancro da próstata.
A braquiterapia consiste na colocação de implantes radioactivos na próstata que acabam por eliminar as células malignas do cancro sem necessidade de cirurgia. O especialista ressalva que essa terapia só pode ser aplicada em casos de tumores na fase inicial. “Parecem umas sementes de material radioactivo que ficam a fazer radiação local na próstata durante cerca de seis meses. Acabam por debelar o cancro com menos agressividade para o doente e sem as consequências da cirurgia do ponto de vista da sexualidade. E estamos às vezes a falar de doentes na casa dos 50 e dos 60 anos”, explica.
O médico diz que aparecem cada vez mais doentes com idades mais baixas, o que explica um maior índice de detecção precoce do cancro da próstata. “Os homens hoje estão mais susceptíveis a querer saber o que se passa com a próstata, vão à consulta e fazem análises como o PSA que permite detectar cancros em fases muito iniciais, sem que haja queixas urinárias ou outros sintomas”.
O clínico refere que o cancro da próstata, mais vulgar a partir dos 60 anos, não se manifesta logo de início. Por vezes quando surgem sintomas, como a dificuldade em urinar, já está em fase bastante avançada. “O cancro da próstata tem no entanto uma coisa boa. Raramente evolui de uma forma muito rápida. Tem uma fase de latência grande. Mas no caso da braquiterapia a detecção logo na fase inicial é um factor essencial”.
Por isso aconselha a que se façam exames a partir dos 50 anos para quem não tem antecedentes da doença na família, ou a partir dos 45 anos quando haja casos entre os parentes mais chegados. O factor genético e a idade são os únicos sinais de risco por onde a ciência se pode guiar. O médico diz estar provado que quem já teve um caso de cancro da próstata na família mais próxima tem cinco vezes mais probabilidades de o contrair do que um indivíduo que não tem esse histórico familiar. O factor genético leva ainda a que os homens de raça negra tenham mais propensão a padecer da doença, exemplifica.
A cura da doença depende muito da sua detecção precoce. Se for tardia não é possível curá-la, embora nem sempre seja fatal. “O cancro da próstata tem um comportamento muito inesperado. Enquanto num cancro do cólon, do intestino ou do estômago conseguimos prever quase com certeza o que vai acontecer aquele doente dado o estado em que está, no cancro da próstata não há um padrão”.
Um método eficaz mas caro
Estes novos métodos não estão acessíveis na maioria dos hospitais públicos por razões financeiras. Uma braquiterapia no Hospital Privado de Santarém custa 11.500 euros. “Só as sementes radioactivas custam em média 4 mil euros por cada doente. São importadas, essencialmente da Alemanha. É uma tecnologia cara. E nos tempos que correm se há duas formas de tratar o mesmo tumor com igual eficácia é natural que o Estado opte pela menos dispendiosa”.
Por isso, o médico reconhece que é uma felicidade para o paciente que o tumor seja detectado a tempo da braquiterapia e também que tenha um seguro de saúde ou posses que permitam custear o novo método de tratamento.
A braquiterapia, técnica que nasceu há cerca de 10 anos nos Estados Unidos da América, é feita com recurso a anestesia geral, embora não seja uma cirurgia. O doente é algaliado, é colocada uma sonda no recto que permite a monitorização da zona afectada através de imagem, e são colocadas as tais sementes radioactivas na próstata. O procedimento demora entre 45 minutos a uma hora e o doente tem alta no dia seguinte.
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