12/12/2012
- 08:22
Bastar
uma dor de cabeça, que a farmácia é logo acionada. Seja ela a drogaria do
bairro ou a caixinha de remédios em casa. Estudo recente divulgado pelo Centro
Multidisciplinar da Dor, no Rio de Janeiro, constatou que pelo menos metade dos
pacientes fazem consultas informais na hora de tomar um medicamento e que 40%
repetem a mesma medicação prescrita em outras ocorrências. O hábito não só
prejudica o nosso organismo, como também pode levar a sérias complicações no
fígado e reações alérgicas graves, inclusive induzindo à morte.
“A
automedicação é a primeira opção de boa parte das pessoas. Muitos não procuram
qualquer auxílio médico. É preciso entender que quase todos os fármacos fazem
algum mal à saúde, por isso o médico prescreve a dose e a duração do tratamento”,
esclarece Ana Carolina Cardoso, hepatologista da clínica HepatoScan. A
especialista explica ainda que, como a maior parte dos remédios é processada
pelo fígado, há casos recorrentes em que o paciente desenvolve um grave
processo inflamatório (hepatite) e até lesões avançadas, com o passar do tempo.
As
“farmácias em casa” constituem o mais preocupante fator do automedicamento.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cerca de 23% dos
casos de intoxicações infantis são causadas pelo armazenamento incorreto de
medicamentos pelos pacientes. Os números alarmantes não são características
apenas do Brasil. A Universidade do Algarve, em Portugal, observou que a
prevalência no uso da automedicação de sua população adulta se situa de 21,5% a
31,6%, de 17,7% a 35,5% entre a população idosa e de até 77,5% entre as
crianças medicadas apenas pelos responsáveis.
Para
Ana Carolina Cardoso, o uso de medicamentos como analgésicos,
anti-inflamatórios e antibióticos por conta própria deve ser suspenso
imediatamente. “O uso indiscriminado de anti-inflamatórios, por exemplo, pode
causar lesões hepáticas graves e hemorragias digestivas seriíssimas, enquanto o
excesso de analgésicos pode acabar transformando dores pontuais, em crônicas”,
alerta a hepatologista, ressaltando que o ideal é que as pessoas que tem se
automedicado com regularidade façam exames de rotina para verificação do fígado
e órgãos como o intestino, o estômago e o coração.
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