14/12/2012 - 07:40
O laboratório dinamarquês Leo Pharma decidiu
mudar a sua estratégia para abocanhar um naco maior do mercado farmacêutico
brasileiro, que tem registado um crescimento acima dos dois dígitos nos últimos
anos. Especializado em doenças de pele, o grupo contratou o executivo alemão
Thomas Weidauer para comandar os negócios da companhia no país e aumentar o
portefólio de medicamentos, avança o Valor Econômico.
Até agora, os produtos da Leo Pharma eram
vendidos no Brasil pela Roche desde o final de 2010, através de um contrato de
distribuição feito com a farmacêutica dinamarquesa. Desde Julho à frente da
empresa, Weidauer chegou ao Brasil com a meta de tornar os produtos do
laboratório a marca preferencial na sua categoria até 2020.
Em entrevista ao Valor, o responsável avançou
que a primeira estratégia da empresa será aumentar o portefólio de
medicamentos.
Até ao momento, apenas dois produtos do grupo
são negociados no Brasil – o Verutex®, indicado para eczema, doença auto-imune,
e o Daivobet® (hidrato de calcipotriol + dipropionato de betametasona), nas
apresentações creme e pomada, para o tratamento de psoríase. Essa doença atinge
de 1% a 3% da população no mundo. A companhia chegou a fazer uma proposta para
incluir esse medicamento no Sistema Único de Saúde (SUS) (equivalente
brasileiro ao SNS), mas viu o seu pedido recusado.
A partir de 2013, a companhia vai comercializar
o medicamento Picato® (mebutato de ingenol), de uso tópico para o tratamento da
queratose actínica (ou queratose solar ou ceratose), um precursor potencial de
cancro da pele não melanoma causado pela exposição ao sol sem protecção. A
versão do Daivobet® em gel também teve aprovação da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser vendida no Brasil em 2013.
Esta é a segunda passagem de Weidauer pelo
Brasil. A primeira foi em 2002 e durou cinco anos, quando o executivo foi
designado para coordenar os negócios farmacêuticos da companhia belga Solvay –
vendidos posteriormente ao laboratório norte-americano Abbott.
Weidauer trabalha para que a companhia eleve em
60% a receita da Leo Pharma no Brasil até 2015. Actualmente, a subsidiária
brasileira factura 21 milhões de reais, valor considerado baixo, se comparado
às empresas médias instaladas no país, com vendas de 300 milhões de reais. O
crescimento até 2015 dependerá do aumento do portefólio. A facturação global do
grupo em 2011 foi de 1,4 mil milhões de dólares.
O executivo não descarta a aquisição de uma
fábrica no Brasil a médio e longo prazo, mas, tal como boa parte das
multinacionais, por enquanto pretende continuar com a importação de produtos.
Neste momento, a companhia não está em negociação com nenhuma empresa.
"Tem de ser uma companhia com produtos que façam sentido para o
grupo", explicou. Se concluir a compra de uma unidade no país, será a
primeira fora da Europa. A Leo Pharma tem cinco fábricas, todas em países
europeus.
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